quarta-feira, 3 de abril de 2013

No popular: AFINOU...


Com medo de apelo religioso, ‘Pânico’ tira do ar o quadro ‘A Turma do Didi Mais cedo’
Quadro inspirado no Edir Macedo saiu do ar. Depois de quatro semanas no ar, o quadro "A Turma do Didi Mais cedo", do "Pânico na Band", mudou de nome e de foco. Segundo o colunista Mauricio Stycer, do site "UOL", o humorista Marvio Lúcio  que protagonizava o quadro, desistiu do personagem para evitar problemas ligados à religião.
Com inspiração clara em Edir Macedo, fundador da Igreja Universal e proprietário da Rede Record, o quadro mudou o nome para "Marcelo Sem Dente", em que o repórter Marcelo Rezende é o personagem que inspira o humorista.
Márvio Lucio conversou com o colunista e contou o porquê da mudança: “eu estava com freio de mão puxado. Religião é difícil. Meu conteúdo estava restrito”. Ao ser questionado sobre uma possível pressão para desistir do personagem, Carioca foi direto: "eu me antecipei".
O cenário continua com ambiente de um programa religioso, nos moldes do "Fala que Eu Te Escuto", e inclui a presença de um pastor que exorciza demônios presentes em aparelhos domésticos.
Durante o bate-papo, Marvio ainda lembrou da repercussão negativa provocada pelo quadro "Casa dos Autistas", exibido na MTV. “Ficou mal para o Marcelo Adnet. Imagina se eu cometo um excesso desses, mas falando de religião”, afirmou.
Ainda falando sobre religião, Carioca afirmou estar impressionado com o clima criado no Brasil após o pastor e deputador Marco Feliciano (PSC-SP) ser nomeado o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. “Esse clima de incitação religiosa assusta”, disse ele, que concluiu: “não vale a pena fazer humor com preocupação”.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Só rindo...







Refletir...



“O passado é história, o futuro é mistério, e hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de presente!” (Provérbio Chinês)

Língua afiada...


PEGADINHA GRAMATICAL
"Quando se pretende (ou se pretendem?) avaliar os efeitos..."
Descrição: http://n.i.uol.com.br/educacao/errado.gif"Quando se pretende avaliar os efeitos de uma decisão, deve-se avaliar primeiramente os motivos dessa decisão."

Essa frase seria perfeita num exame vestibular, pois cobra do estudante o conhecimento de uma das matérias da Gramática da Língua Portuguesa mais temidas por qualquer brasileiro que necessita escrever um texto: concordância verbal.

Perceba que há duas estruturas verbais muito parecidas: "se pretende avaliar" (ou "se pretendem avaliar") e "deve-se avaliar" (ou "devem-se avaliar"). Para saber como efetivar a concordância, deve-se ter conhecimento de análise sintática. Vamos à teoria:

O pronome "se" exerce várias funções sintáticas em uma oração. Ele pode ser Parte Integrante do Verbo, Objeto Direto, Objeto Indireto, Partícula Expletiva, Índice de Indeterminação do Sujeito e Partícula Apassivadora.

Será denominado Parte Integrante do Verbo quando acompanhar verbo pronominal, que é aquele que não dispensa o pronome em hipótese alguma. Como exemplo, os verbos arrepender-se, zangar-se, queixar-se e abster-se. Cada pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles) tem seu próprio pronome integrante: me, te, se, nos, vos, se:

Eu me arrependo, tu te arrependes, ele se arrepende, nós nos arrependemos, vós vos arrependeis, eles se arrependem.

Será Objeto Direto ou Objeto Indireto quando complementar verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto, sendo, neste caso, pronome reflexivo, o que indica que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo, ou que há dois elementos: um praticando a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.

Cada pessoa tem seu próprio pronome reflexivo: me, te, se, nos, vos, se: Eu me cortei, tu te cortaste, ele se cortou, nós nos cortamos, vós vos cortastes, eles se cortaram.

Verbo transitivo direto é aquele que exige um complemento sem preposição: cortar algo; comprar algo; recolher algo. Verbo transitivo indireto é aquele que exige um complemento com preposição: precisar de algo; assistir a algo; crer em alguém.

Será Partícula Expletiva, também chamada de Partícula de Realce, quando acompanhar verbo intransitivo com sujeito claro. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento; aquele que sozinho indica a ação do sujeito, como morrer, correr, dormir.

Cada pessoa tem sua própria Partícula Expletiva: me, te, se, nos, vos, se: Eu me morro de ciúmes de Clarice; Ele se foi para Cuba.

Será Partícula Apassivadora quando acompanhar verbo transitivo direto com complemento não preposicionado, que se transformará em sujeito paciente. Se o sujeito estiver no singular, o verbo também ficará; se o sujeito estiver no plural, o verbo também ficará. Somente o pronome "se" será partícula apassivadora:

Alugam-se casas; Compra-se carro batido; Estão-se transferindo os presos. 
Quando o "se" for partícula apassivadora, a oração estará na voz passiva. A maneira mais fácil de saber se há PA é transformando a oração em passiva analítica:

Alugam-se casas = Casas são alugadas por alguém; Compra-se carro batido = Carro batido é comprado por alguém; Estão-se transferindo os presos = Os presos estão sendo transferindo por alguém. 

Será Índice de Indeterminação do Sujeito quando acompanhar verbo transitivo indireto com objeto indireto, verbo de ligação com a qualidade do sujeito, verbo transitivo direto com complemento preposicionado ou verbo intransitivo sem sujeito claro. Nesses casos, o verbo ficará sempre na terceira pessoa do singular:

Precisa-se de empregadas; Aqui se é feliz; Ama-se a Deus; Paraná, aqui se trabalha. 

Voltemos agora à frase apresentada: Quando se pretende (ou se pretendem?) avaliar os efeitos de uma decisão, deve-se (ou devem-se?) avaliar primeiramente os motivos dessa decisão.

Ambas as estruturas verbais possuem dois verbos: "pretende avaliar" e "deve avaliar". Quando houver dois ou mais verbos, indicando apenas um fato ou somente qualidade do sujeito, há o que chamamos de locução verbal, como ocorreu na frase "Estão-se transferindo os presos". Há dois verbos indicando apenas uma ação - transferir. A locução verbal deve ser analisada como se analisa um verbo isolado. Por exemplo:
"O diretor acompanhou o desenvolvimento dos trabalhos".
-Verbo: "acompanhou";
-Sujeito: Quem acompanhou? Resp.: o diretor;
-Predicação verbal: acompanhou algo: verbo transitivo direto;
-Complemento verbal: acompanhou o quê?: "o desenvolvimento dos trabalhos" = objeto direto.
 
"O diretor tem acompanhado o desenvolvimento dos trabalhos".
-Locução verbal: "tem acompanhado";
-Sujeito: Quem tem acompanhado? Resp.: o diretor;
-Predicação verbal: tem acompanhado algo: locução verbal transitiva direta;
-Complemento verbal: acompanhado o quê? "o desenvolvimento dos trabalhos = objeto direto.

A primeira estrutura verbal da frase apresentada não forma uma locução, já que há dois verbos indicando dois fatos: "pretender" e "avaliar". A segunda estrutura verbal forma uma locução verbal, já que "dever" não é um fato isolado, tendo, portanto, dois verbos indicando um fato só: o de avaliar.

A segunda frase, então, será assim analisada:
"...deve-se avaliar primeiramente os motivos dessa decisão".
-Locução verbal: deve avaliar;
-Predicação verbal: deve avaliar algo: locução verbal transitiva direta;
-Complemento verbal: deve avaliar o quê? "os motivos dessa decisão": complemento não preposicionado.

O pronome "se", então, é partícula apassivadora, e o complemento verbal não preposicionado se transforma em sujeito. Como o sujeito está no plural, o verbo também deverá ficar:
"...devem-se avaliar primeiramente os motivos dessa decisão".

Passando-se a oração para a passiva analítica: Os motivos dessa decisão devem ser avaliados por alguém.

A primeira frase tem de ter análise diferente, já que não forma locução verbal. Cada verbo tem de ser analisado isoladamente:
 
"Quando se pretende (ou se pretendem?) avaliar os efeitos de uma decisão..."
 
Primeiro verbo: "pretende";
Predicação verbal: pretende algo: verbo transitivo direto;
Complemento verbal: pretende o quê? "avaliar os efeitos de sua decisão": complemento não preposicionado.

O pronome "se", então, é partícula apassivadora, e o complemento verbal não preposicionado se transforma em sujeito. Como o sujeito é uma oração, o verbo "pretender" deve ficar no singular. A frase apresentada, então, deve ser assim estruturada:

Descrição: http://n.i.uol.com.br/educacao/certo.gif"Quando se pretende avaliar os efeitos de uma decisão, devem-se avaliar primeiramente os motivos dessa decisão"

História...


História do abandono de crianças no Brasil
Desde o século XVIII, as crianças eram abandonadas no Brasil, situação que permanece até os dias atuais.
Na História do Brasil há pouco ou quase nada escrito sobre as crianças abandonadas. O abandono de crianças no Brasil  existe desde o século XVIII, pois muitas mães e famílias não tinham condições de criar seus filhos e acabavam abandonando-os nas ruas. O principal fator do abandono sempre foi a miséria.

Entretanto, existiam outros fatores que levavam uma mãe a abandonar seus filhosno século XVIII e o principal deles ocorria pelo fato de a mulher engravidar quando ainda era solteira. Na maioria das vezes essas mulheres ganhavam a criança (bebê) e continuavam solteiras. A sociedade brasileira do século XVIII não aceitava que mulheres solteiras  tivessem e criassem seus filhos, pois era uma sociedade na qual os valores morais e éticos acabavam prevalecendo – consequentemente, as mães solteiras sofriam um processo de discriminação e preconceito.

Atualmente, nossa sociedade ainda sofre heranças desse passado: milhares de mães solteiras geralmente continuam sofrendo discriminação e abandonando seus filhos, tanto por esse processo discriminatório quanto pela miséria e falta de condições econômicas para criá-los.

Com o advento das indústrias no início do século XX, milhares de famílias brasileiras acabaram saindo do campo (meio rural) para as cidades – o chamado êxodo rural –, em busca de trabalho nas indústrias, com a intenção de melhorar suas condições de vida(econômica e social).

Com isso, as cidades começaram a crescer em virtude do aumento da população e dos problemas urbanos que foram surgindo (falta de empregos, moradia, alimentação, esgoto e água tratada). As famílias, geralmente o pai e a mãe que conseguiam ingressar nas fábricas como operários (trabalhadores das fábricas), trabalhavam 12 horas por dia. Os filhos desses pais e mães começaram a ficar sozinhos em casa e passaram a ocupar as ruas.

A grande maioria das crianças abandonadas no início do século XX vivia nas ruas, além dos motivos já citados, para exercer atividades que complementassem a renda da família. Hoje ainda vemos várias crianças que ficam na rua vendendo balas, doces e vários outros produtos para ajudar na renda familiar. Nos sinais de trânsito, milhares de crianças são usadas pelos adultos para pedir dinheiro aos motoristas dos carros.

Com o crescimento acentuado do número de crianças abandonadas na década de 1920, o governo brasileiro começou a implantar ações para tentar resolver a questão do abandono de crianças, criando orfanatos, escolas profissionalizantes e escolas correcionais (para menores infratores). No ano de 1927 foram criadas as primeiras leis que regulamentavam políticas governamentais a favor das crianças – o chamado Código de Menores.

No ano de 1990 foi criado pelo governo brasileiro o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que regulamenta políticas em favor da criança e do adolescente e institui seus direitos e deveres. Mas a situação das crianças abandonadas no Brasil ainda está longe de ser solucionada: atualmente existem milhões de crianças morando em situação de risco nas ruas. É só sair de casa para ver uma criança nessa situação de abandono! 
http://www.escolakids.com/historia-do-abandono-de-criancas-no-brasil.htm

Viva a sabedoria...


A definição de Estado na Política aristotélica
A comunidade política, que é a soberana em relação às comunidades reunidas em torno dessa, é a cidade. A cidade é a composição de lares e vilas, sendo um último grau de comunidade. Porém, ela é soberana e visa o bem soberano. Vejamos de que modo se formam as comunidades:
A primeira comunidade é o lar, que é formado por três relações:
1. Casal (homem-mulher) – essa relação é natural e visa à procriação. Trata-se de uma necessidade, onde os dois dependem um do outro para a sua existência e perpetuação da espécie. É a universalidade entre macho e fêmea para a satisfação de um bem, uma carência do ser humano. Aqui se dá o poder político entre seres livres e iguais. Porém, este poder difere de sentido de homem para homem. No casal, o poder de governar é permanentemente do homem, pois este é apto para ordenar, enquanto que à mulher cabe apenas obedecer;
2. Pai e filho – é o poder régio, sobre os seres livres e desiguais. Essa desigualdade está baseada na diferença de idade, cabendo ao filho obedecer ao pai;
3. Senhor e escravo – o senhor é apto por natureza a governar e o escravo a obedecer e realizar trabalhos manuais. É o poder despótico sobre seres não livres.
A segunda comunidade é a vila. A comunidade, conforme Aristóteles, evolui naturalmente como de uma criança para um adulto e deste para um idoso. A vila é a evolução do lar. Ele satisfaz, além da reprodução da espécie e nutrição do indivíduo, a administração da justiça e das cerimônias religiosas.
A terceira e última comunidade é a cidade, fim da evolução natural. É na cidade que o homem pode preencher suas necessidades de viver em comum por suas carências. A cidade é autárquica, e uma comunidade perfeita é o único meio dos homens gozarem da felicidade plena, porque essa consiste no aperfeiçoamento do intelecto, na construção das virtudes e na satisfação do espírito.
A cidade é, portanto, o fim nos dois sentidos do termo. Fim da evolução natural e é também o seu próprio fim, ou seja, ela é por si mesma. Além de o homem ser um animal político, é também, dentre todos os animais, o mais político, pois possui linguagem, a capacidade não só de um prazer ou dor, mas de ter um conceito do justo e do injusto, do bem e do mal. É esse conceito em comum que faz uma comunidade.
Percebe-se, assim, que o bem do indivíduo e o bem do Estado são da mesma natureza. E embora estes consistam em buscar a completude, somente na realização do Estado, satisfazendo os fins materiais e espirituais está a perfeição. Portanto, é no Estado que o homem é realmente homem, porque naturalmente político, pois fora disso, é um animal servil como os outros.

Cultura viva...


Cultura e Civilização. Uma mesa cheia de feijões.
O gesto de os juntar num montão único. E o gesto de os separar, um por um, do dito montão.
O primeiro gesto é bem mais simples e pede menos tempo que o segundo.
Se em vez da mesa fosse um território, em lugar de feijões estariam pessoas. Juntar todas as pessoas num montão único é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas.
O primeiro gesto, o de reunir, aunar, tornar uno, todas as pessoas de um mesmo território é o processo da CIVILIZAÇÃO.
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da CULTURA.
É mais difícil a passagem da civilização para a cultura do que a formação de civilização.
A civilização é um fenómeno colectivo.
A cultura é um fenómeno individual.
Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura.

Almada Negreiros, in "Ensaios"

Mais uma etapa superada...