quinta-feira, 4 de abril de 2013

Viva a sabedoria...


A educação na Grécia clássica dos sofistas a Platão
Na análise da educação na Grécia clássica, observa-se que o modelo sofístico foi desmascarado e substituído pelas ideias de Sócrates e Platão.
O caráter comunitário da Paideia (educação) grega imprimiu-se em cada membro, sendo fonte da ação e do comportamento. A estrutura social assentava nas leis e normas, escritas ou não, unindo a si e a seus membros, sendo a educação o resultado da consciência viva de uma norma cuja finalidade era a formação de um elevado tipo de homem (forma ideal do Belo e do Bom guerreiro), representando, assim, o sentido de todo o esforço humano (e isso justifica a comunidade e a individualidade).
Desse modelo ideal aristocrático ao ideal democrático, importantes alterações foram feitas: antes eram os poetas que através dos mitos transmitiam os valores que deveriam ser imitados pelo povo grego. Mas, com a assembleia, surge a necessidade de se falar em público e o bem falar era a pretensão sofística. A democracia, como governo do povo, ainda exigia dirigentes eleitos e os sofistas trabalhavam em prol daqueles que almejavam os cargos estatais. A palavra ganha destaque. Nas assembleias, os retóricos conseguem persuadir com sua eloquência, detendo o poder para a realização dos interesses.
Esse ensino foi feito de forma privada e particular, tendo a virtude como aptidão intelectual voltada para os negócios públicos. No entanto, ensinar a falar não era suficiente para aprender uma ciência. Logo, o modelo sofístico foi desmascarado como a produção de discursos ilusórios que pretendem convencer por convencer e não pela verdade. É onde entra a figura de Sócrates como educador.
A partir do questionamento da essência do homem, a qual foi identificada com a alma (razão, consciência e personalidade intelectual e moral), o conhecimento da virtude teve de ser reformulado: virtude ou excelência é aquilo que torna uma coisa boa e perfeita naquilo que é ou a atividade ou modo de ser que aperfeiçoa cada coisa, fazendo-a ser aquilo que deve ser (a virtude do cavalo = velocidade, a virtude do cão = disciplina, a virtude do soldado = temperança e coragem, etc.). Há, pois, uma inversão de valores. Enquanto os sofistas pregam a imediaticidade, a fama, a glória, a honra como valores externos a serem alcançados; a visão socrática busca o conhecimento, a técnica, a ética, como valores internos a serem realizados.
É assim que se compreende o que quer dizer a noção de que o erro é involuntário. É impossível conhecer o Bem e não fazê-lo. A noção de autarquia promovida pela virtude significa o autodomínio da racionalidade sobre a animalidade e a felicidade seria a harmonia e a ordem interior no homem que aprendeu a controlar os seus impulsos. A violência e os desejos são ímpios e devem ser educados.
Seguindo os passos do mestre, Platão desenvolveu a postura de Sócrates retomando o mito como expressão de fé e crenças racionalizadas. Para ele, omito procura clarificação no lógos e este busca complementação no mito. Com a razão no limite, cabe ao mito superar intuitivamente esses limites, elevando o espírito a uma tensão transcendente. É dessa forma que as causas últimas que garantem o conhecimento são as Ideias (ou Formas), que são o paradigma da discursividade e do entendimento. O conhecimento é Anamnese, isto é, rememoração, lembrança que explica a possibilidade da ciência enquanto condiciona essa possibilidade à presença de uma intuição originária do verdadeiro na alma. É por isso que se faz necessário o uso da dialética para verificar a relação entre opinião e ciência, já que há uma hierarquia que depende da ascensão e descensão da busca, isto é, o momento de se pensar e o momento de se fabricar discursos segundo os modelos ideais. A arte é distanciamento da verdade, pois é cópia do verdadeiro. Por isso, Platão também faz um certo uso da retórica a fim de superar as opiniões horizontais.
É por isso que somente o amor é capaz de fazer esse caminho. Ele vai do alógico, do irracional, do sensível e desejante até o racional, lógico e inteligível, promovendo a compreensão da essência das coisas que por isso mesmo tornam-se belas. É também assim que a educação no Estado ideal consegue realizar o conceito de Justiça, que é o fim da vida política.
http://www.brasilescola.com/filosofia/a-educacao-na-grecia-classica-dos-sofistas-platao.htm

Cultura viva...


A Cultura não se Enquadra na Totalidade Política
A cultura nunca poderá ser um fator estratégico de mudança. Se é estratégia, não é cultura. Faz-se apelo à cultura como estratégia de mudança, tentando resolver a condição perturbadora do homem culto, munido de culpabilidade inconsciente, ou simplesmente isento da culpabilidade pelo sofrimento. Isso não é possível. A cultura não se enquadra na totalidade política. Há um grave mal-entendido quanto a isso. A cultura não significa o conforto da neutralidade, a irônica graduação da expectativa, a ginástica do não-compromisso. Significa um enraizamento em si mesmo, que conserva no homem a faculdade de julgar. Não é contrária à ação, mas é condição necessária para que a ação seja serena e útil, e não impaciente e desordenada. Não se trata de racismo espiritual; não se trata da pretensão de existir à parte da história política do mundo. É a intenção absolutamente necessária de ser livre, face aos acontecimentos, qualquer que seja a lógica que os liga. A cultura é o que identifica um povo com a sua finalidade. 

Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito'
http://www.citador.pt/textos/a-cultura-nao-se-enquadra-na-totalidade-politica-agustina-bessaluis

Entendendo...


Estética Econômica
E o PIB como vai ficar?
Deu um trabalhão dos diabos, mas finalmente o departamento de estética econômica do IBGE concluiu a maquiagem dos números referentes ao péssimo desempenho da Economia brasileira em 2006.
Pelo novo sistema de cálculo o Produto Interno Bruto melhorou visivelmente sua cara e a situação de penúria do povo brasileiro foi sensivelmente amenizada. Mas apenas na aritmética dos esteticistas econômicos do IBGE. Porque nas contas que a dona-de-casa faz nos dedos o salário do marido continua tão minguado que, mesmo pisando numa ponta e espichando a outra, ele não rende até o pagamento do mês seguinte.
Na análise macroeconômica o Brasil vai tão bem que chega a causar inveja aos demais países de Economia emergente. Nossas reservas internacionais giram em torno de US$ 150 bilhões, a inflação está sob controle, o risco-Brasil recuou ao nível mais baixo desde que foi inventado, as exportações se mantêm em alta e a taxa de juros, mesmo em ritmo de lesma, continua apontando pra baixo. O brilho dourado da pílula é intenso o suficiente para deixar assanhados os investidores internacionais. Mas o PAC empacou feito mula em beira de estrada. E com razão, afinal, primeiro vêm as definições políticas, a distribuição dos ministérios para agradar a base aliada e a fixação dos novos salários dos congressistas, coitados, que precisam ser mais bem remunerados.
As teorias econômicas não apresentam uma visão realista, pois só enxergam o mundo pela ótica da produção e consumo. Educação, saúde, lazer, cultura e habitação são atreladas ao suposto crescimento econômico.
Para mudar nossa realidade é preciso que o Brasil mude, através de reformas: reforma tributária, previdenciária, política, trabalhista e, principalmente, reforma MORAL e ÉTICA. Só uma volta urgente à prática ininterrupta da vida moral pode nos levar a uma real compreensão da existência humana como um todo único e indivisível nesta jornada pela construção do AMOR através da verdadeira FRATERNIDADE. Não se edificará um mundo de Amor enquanto sobrar imoralidade na sociedade e faltar alimento na mesa do cidadão.
Melhor solução seria construir os dez milhões de residências que faltam no país. Isto geraria empregos, que gerariam consumo, que geraria mais empregos e maior arrecadação tributária; maior arrecadação geraria mais obras necessárias e indispensáveis à melhoria da condição de vida de todos nós e não veríamos nossos irmãos morando em condições precárias e adolescentes se prostituindo para se alimentar. É lamentável que debates dessa natureza não sensibilizem nossos líderes. No cassino da política brasileira os jogos visam apenas os interesses pessoais sempre pautados pelo egoísmo, o orgulho feroz e a cupidez.
Relembrando as palavras do filósofo Sêneca: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde quer ir”. Mas a nossa classe política sabe muito bem. E como sabe!

Curioso...


Entrar com o pé direito
De onde vem essa relação mítica entre o pé direito e a boa sorte?
Não raro, vemos que algumas pessoas simplesmente renegam ou desconhecem o papel do passado na construção de nossa identidade ou na compreensão do mundo. Se falarmos então das antigas civilizações, parece que a coisa piora ainda mais! Afinal de contas, qual o sentido de estudarmos povos que viveram há milhares de anos e que nem ao menos têm relação com aquilo que pensamos, sentimos ou observamos em nosso cotidiano?

Essa pergunta, muitas vezes feita de maneira retórica, acaba se estremecendo quando pesquisamos melhor alguns de nossos hábitos e expressões. No que se refere ao desejo de atrair a sorte, quem nunca teve o cuidado de levantar com o pé direito em um dia importante ou adentrar um recinto da mesma forma? Para alguns, esse hábito e a própria expressão em si devem ser recentes, talvez absorvidas pelo recorrente costume que os jogadores de futebol têm de pisar no gramado primeiro com o pé direito.

Quem pensa assim, nem pensa que sejam as superstições do povo romano que determinaram o nascimento de tal hábito. Em várias ocasiões, os romanos cumpriam rituais e simpatias que, segundo eles, atraíam a sorte ou chamavam a atenção das divindades positivamente. No caso, quando ocorriam grandes festas, os anfitriões pediam que seus convidados adentrassem a casa com o pé direito. Dessa forma, garantiam que tudo correria bem ao longo do evento.

Segundo consta, os lados direito e esquerdo simbolizavam o bem e o mal para os romanos. E para nós também! Tanto é que temos a mania de falar que as pessoas que nos ajudam são o nosso “braço direito”. Da mesma forma, “canhoto” ou “esquerdo” são uns dos vários termos que denominam a figura do diabo na cultura cristã. Então, será que o passado não tem relação com o presente? Ou os menos simpáticos à História vão passar a revê-la com o “pé direito”? Eu ficaria com a segunda opção!

Piada...


Joãozinho tinha uma cabeça enorme.
Um dia seu pai mandou ele ir buscar a carga que ele encomendado:
- Meu filho vai buscar a minha encomenda.
- Mas pai eu tenho um cabeção e todos vão zombar de mim.
- Mas filho você tem uma cabecinha tão pequenininha.
Joãozinho ficou contente e falou:
- Tá bom pai, o que é esta encomenda?
- São apenas 20 peras, 60 maçãs, 40 bananas, 50 pães...
- Mas, pai como é que eu vou carregar tudo isso?
- Leva no seu bonezinho, filho...

Devanear...


Angústia - Stephane Mallarmé
Não vim domar teu corpo esta noite, ó cadela Que encerras os pecados de um povo, ou cavar Em teus cabelos torpes a triste procela No incurável fastio em meu beijo a vazar: Busco em teu leito o sono atroz sem devaneios Pairando sob ignotas telas do remorso, E que possas gozar após negros enleios, Tu que acima do nada sabes mais que os mortos: Pois o Vício, a roer minha nata nobreza, Tal como a ti marcou-me de esterilidade, Mas enquanto teu seio de pedra é cidade. De um coração que crime algum fere com presas, Pálido, fujo, nulo, envolto em meu sudário, Com medo de morrer pois durmo solitário.

Mais homofobia...


Rapaz afirma ter sido agredido após abraçar namorado em trem em SP
Vítima diz ter sido insultada e agredida por motivos homofóbicos.
Caso teve início em trem da Linha 12, da CPTM, em Itaquaquecetuba.
Um operador de telemarketing afirma ter sido agredido em uma estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) após abraçar o namorado dentro de uma composição da Linha 12-Safira. Segundo Marlon Marques Emboava, de 23 anos, ele e o namorado, que tem 24 anos, foram insultados ainda dentro do trem e empurrados para a plataforma da Estação Engenheiro Manoel Feio, emItaquaquecetuba, na Grande São Paulo, no final da tarde desta segunda-feira (1º).
Segundo Emboava, ele e o namorado voltavam do trabalho quando começaram a ouvir insultos e piadas preconceituosas de um homem de aproximadamente 30 anos dentro da composição. O agressor usava uniforme de gari e o empurrou para fora do transporte público assim que o trem parou na Estação Engenheiro Manuel Feio. Na plataforma, Emboava foi agredido com socos e empurrões e, então, insultou o gari.
Segundo a vítima, seguranças da CPTM foram acionados e chegaram a passar pelo agressor, mas nada fizeram. "Ele passou por quatro seguranças que o cumprimentaram balançando a cabeça, mas nada fizeram", conta Emboava.
Questionados, os vigilantes teriam alegado que não poderiam fazer nada. "Eles disseram que a gente tinha que sair da estação e chamar a polícia", completa.
A CPTM informou ao G1, por volta das 15h40 desta quinta-feira (4) que "tomou conhecimento do fato por meio dessa reportagem e irá apurar a forma de atuação dos vigilantes terceirizados de acordo com as informações nela contidas. Caso seja verificado o não cumprimento dos procedimentos internos serão tomadas medidas administrativas cabíveis." A companhia ainda informou que usuários que presenciarem irregularidades podem denunciar pelo SMS Denúncia, pelo telefone 97150-4949, ou pela Central de Atendimento ao Usuário, no 0800-55-0121, ou ainda pelas Redes Sociais da Companhia.
O operador de telemarketing e o namorado, então, ligaram para a Polícia Militar e começaram a seguir o agressor pelas ruas no entorno da estação, em Itaquaquecetuba. Entretanto, eles desistiram com medo de serem vistos pelo agressor. Policiais chegaram ao local após alguns minutos e realizaram uma ronda pela área em busca do gari, mas não o localizaram.

Ainda na segunda-feira, a vítima procurou atendimento no Hospital Municipal de Itaquaquecetuba. Na manhã seguinte, ele registrou boletim de ocorrência por agressão na delegacia da cidade. Emboava passará por exame de corpo de delito nesta quinta-feira, no Instituto Médico Legal de Artur Alvim, na Zona Leste da capital.
"A minha intenção é fazer com que ele pague por esse crime. Quero que ele seja indiciado. Enquanto acontecer isso e ninguém fizer nada, situações como essa se repetirão". O namorado de Emboava, que tentou apartar a briga, sofreu ferimentos leves, mas preferiu não registrar ocorrência.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo foi procurada, mas até as 17h desta quinta não havia informado o andamento das investigações.

Mais uma etapa superada...