sábado, 4 de maio de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Em época de vestibulares, nada melhor que uma frase típica das que surgem nas questões das provas. Se eu preparasse um teste para a Unicamp, pediria que o vestibulando identificasse a inadequação gramatical da frase apresentada, retirada de uma manchete de jornal, e a corrigisse. E aí? Você descobriu a inadequação? Vamos à explicação.
O problema está no uso do verbo "julgar" no singular quando deveria estar no plural, já que o seu sujeito se encontra no plural. À primeira vista, parece que o sujeito de "julgar" não está presente à frase, pois "alguém julgará os genocidas", em que "alguém" será o sujeito, e "os genocidas" o objeto direto, o complemento do verbo, que é transitivo direto. Não é o que acontece, porém. O sujeito de "julgar" é o substantivo "genocidas", por isso a concordância deve ser efetivada no plural. O que transforma "genocidas" em sujeito é o pronome "se", chamado de partícula apassivadora, ou pronome apassivador. Como o próprio nome diz, esse pronome evidencia que a oração está na voz passiva, voz verbal que indica que o sujeito sofre a ação verbal. Quem será julgado? Os genocidas, portanto este substantivo funciona como sujeito de "julgar".
Isso acontecerá sempre que houver "verbo transitivo direto" com "objeto direto" acompanhado do pronome "se". Este se chama "partícula apassivadora", o que transforma o objeto direto em "sujeito" e leva o verbo a concordar com ele.
Verbo transitivo direto é aquele que tem um complemento sem preposição. Provamos que um verbo é transitivo direto com frases como "quem ama, ama alguém", "quem compra, compra algo", "quem aprecia, aprecia algo", "quem leva, leva algo", "quem conhece, conhece alguém".
Como o verbo "julgar" se encaixa nesses exemplos - "quem julga, julga alguém" - é verbo transitivo direto. Ele está acompanhado de seu objeto direto: "Quem é julgado?" Resp.: os genocidas. Como há o pronome "se", o nome dele será "partícula apassivadora", o objeto direto - os genocidas - se transforma em sujeito, que está no plural. Por isso o verbo julgar tem de ficar no plural. A frase apresentada, então, deveria ser assim estruturada:
História...
O Brasil Durante o
Primeiro Reinado
Dom Pedro I: autoritarismo e rebeliões marcaram o governo.
A partir do ano de 1822, o Brasil se transformou em uma nação
independente após a declaração de independência realizada pelo então príncipe
regente Dom Pedro I. Ao contrário das outras independências acontecidas na
América, o Brasil não realizou uma ruptura definitiva com os representantes do
governo colonial. Em outras palavras, fizemos uma independência “pelo rei” e
não uma independência “contra o rei”.
Isso aconteceu no Brasil porque a nossa independência não aconteceu
através da mobilização das classes populares ou pela maioria da população
brasileira. Nesse tempo, devemos lembrar que mais de oitenta por cento dos
habitantes do território brasileiros eram escravos e eles não tinham nenhum tipo
de participação política real. Sendo assim, os apoiadores de nossa
independência foram os membros da elite que desejavam manter a escravidão, a
grande propriedade e a exportação de produtos agrícolas em nosso país.
Assim que a independência foi efetivada, Dom Pedro I, nosso
primeiro governante, teve que enfrentar a resistência de algumas províncias em
que havia tropas ainda fiéis aos interesses de Portugal. Isso exigiu que o
governo brasileiro gastasse recursos com a contratação de mercenários ingleses
que lutariam contra tais opositores ao processo de independência brasileiro.
Enquanto tais problemas eram resolvidos, já se colocava a
necessidade de se discutir e elaborar a primeira constituição do Brasil. A
constituição era algo de suma importância, pois ela concentraria as mais
importantes leis que organizaria o poder político, o papel das autoridades e os
direitos a serem desfrutados pelo cidadão. Vista tal importância, foi então
que, no ano de 1822, foi realizada uma eleição para a escolha dos representantes
políticos das províncias brasileiras que discutiriam a primeira constituição
brasileira.
O resultado das discussões feitas por essa assembleia deu origem ao
projeto da constituição que fora apresentado no ano de 1823. Essa primeira
constituição, antes que fosse efetivamente aprovada, passou pela apreciação do
imperador Dom Pedro I. O resultado da observação feita pelo nosso primeiro
imperador não foi nada positiva. Afinal de contas, o projeto da constituição de
1823 limitava os poderes do imperador e dava muita autonomia para as
províncias.
Insatisfeito com isso, Dom Pedro I ordenou que a assembleia
constituinte fosse fechada e não aceitou nenhuma das determinações do primeiro
projeto constitucional. Logo em seguida, convocou um grupo de conselheiros que,
sob o seu comando, discutiu uma outra constituição que atendesse aos seus
interesses. Foi assim que, no ano de 1824, o imperador impôs uma constituição
sem o apoio político de representantes de outras províncias.
Já no começo de seu governo, Dom Pedro I se mostrou como um
imperador excessivamente autoritário. Não por acaso, naquele mesmo ano, ocorreu
na região nordeste uma grande revolta que ficou conhecida como a Confederação
do Equador. Os participantes dessa revolta, insatisfeitos com as primeiras
medidas do imperador, lutaram em favor da formação de um país independente
composto por várias províncias do nordeste brasileiro.
A rebelião foi punida com o uso da força, o que acabou só piorando
a fama de autoritário de D. Pedro I. Não bastando isso, o imperador também foi
criticado por aceitar o pagamento de uma indenização para que Portugal
reconhecesse a independência brasileira. Logo em seguida, as críticas ao seu
governo só pioraram no momento em que ele acompanhou e interferiu na disputa
política pela sucessão do trono de Portugal. Tal postura fazia com que muitos
desconfiassem do comprometimento do imperador para com as questões nacionais.
Os jornais da época, principalmente na capital, não se cansavam de
criticar a atuação política de Dom Pedro I. Entre os jornalistas que o
criticavam, destacava-se Líbero Badaró, que acabou sendo assassinado em uma
situação muito mal esclarecida. Em pouco tempo, vários outros jornalistas e
oponentes políticos do imperador apontaram uma suposta participação de Dom
Pedro I naquele crime. Com o aumento das pressões, o imperador buscou recuperar
sua imagem política formando um novo ministério formado somente por
brasileiros.
Essa medida acabou esfriando os ânimos e poderia até melhorar a
situação do imperador. Contudo, em pouco tempo, voltou atrás demitindo todos
aqueles brasileiros que compunham o ministério recém-formado. Tal decisão,
confusa e contraditória, acabou alimentando acalorados protestos contra o
imperador na capital federal. Não suportando essas novas pressões, Dom Pedro I
resolveu abandonar o reino brasileiro e voltar para Portugal.
No seu lugar, determinou que Dom Pedro II, seu filho mais velho,
herdasse o trono brasileiro. Na época, com apenas cinco anos de idade, Dom Pedro
II não tinha condições emocionais e intelectuais suficientes para lidar com os
problemas de um país do tamanho do Brasil. Sendo assim, o governo do país foi
repassado para as mãos dos regentes que comandariam o Estado Brasileiro até que
Dom Pedro II completasse dezoito anos de idade.
http://www.escolakids.com/o-brasil-durante-o-primeiro-reinado.htmViva a sabedoria...
A passagem do
helenismo grego ao helenismo romano
As escolas que se desenvolveram no Império romano, marcando o
helenismo romano, renovaram o helenismo grego ao estabelecer novas formas de
pensar.
O imperador Marco Aurélio foi um dos representantes do estoicismo
romano.
Observando o cenário grego que estabeleceu o helenismo e
a evolução do pensamento de cada escola (estoica, epicureia e pirrônica),
tem-se certa decaída nos últimos séculos da era pagã, mas que no início da era
cristã vemos sua ascensão: adotaram um caráter mais espiritual e pragmático,
preocupando-se com os problemas da alma, elevando categoricamente a importância
da ética. Porém, cada escola conduziu essa influência de forma avessa, dadas as
próprias diferenças originárias do pensamento. Das escolas existentes,
sobressaiu a importância do diálogo entre os estoicos e os epicuristas.
O epicurismo romano foi implantado, de fato, após a
disseminação do poema filosófico de Lucrécio, o qual cantava a física de
Epicuro, relevando o pessimismo da natureza na qual o homem bom tem grande
dificuldade em sobreviver, mas que por sua própria capacidade e pela sabedoria
do mestre Epicuro (sem a interferência de qualquer ser divino) conseguiria
viver, acima de tudo, tranquilo e feliz. Em consequência dos cânones
estabelecidos por Epicuro, o novo epicurismo fundou-se basicamente no
seguimento das máximas instituídas pelo fundador, visto que acreditavam que,
pela sabedoria encontrada nelas, qualquer pessoa poderia curar as paixões da
alma. Assim, o epicurismo romano não mudou as bases doutrinais estabelecidas
por Epicuro, mas fortificou-as magistralmente. Percebemos isto no Pórtico erguido
por Diógenes de Enoanda, onde se escreveu nas paredes toda a doutrina
epicurista, pois se acreditava ser ela a única capaz de dar aos homens a
felicidade desejada.
Já o estoicismo romano teve algumas mudanças em relação
ao grego, dada a influência de alguns pensamentos como o ecletismo e
ocristianismo. Porém, os fundamentos principais de suas teorias foram
mantidos, todavia com uma ampla carga moral e educacional, isto é, o estoicismo
romano estava disposto a mostrar aos indivíduos que é extremamente importante
determinar a conduta moral, buscando sempre o que para nós é um bem e
abominando tudo que ultrapassasse a utilidade, sendo que todo bem e todo mal se
encontram naquelas coisas que estão em nosso poder. Assim, o que está em nosso
poder (o pensamento, o justo apetecer, a justa aversão, etc.) e deve ser bem
recebido e sempre acolhido, e o que é dado exteriormente (luxo, glória,
títulos, etc.) não se deve escolher, tanto que se têm como representantes do
estoicismo romano o imperador Marco Aurélio, o senador Sêneca e o escravo
Epicteto.
Portanto, em linhas gerais, as escolas que se desenvolveram na
época do império romano foram o estoicismo e o epicurismo, renovando o
pensamento helenístico e sincretizando-se com novas formas de pensar, próprias
do período do império.
http://www.brasilescola.com/filosofia/a-passagem-helenismo-grego-ao-helenismo-romano.htmCultura viva...
O Gosto pela Cultura
É mais difícil encontrar um gentleman que um gênio A
marca mais distintiva de um homem culto é a possibilidade de aceitar um ponto
de vista diferente do seu; pôr-se no lugar de outra pessoa e ver a vida e os
seus problemas dessa perspectiva diferente. Estar disposto a experimentar uma
ideia nova; poder viver nos limites das divergências intelectuais; examinar sem
calor os problemas escaldantes do dia; ter simpatia imaginativa, largueza e
flexibilidade de espírito, estabilidade e equilíbrio de sentimentos, calma
ponderada para decidir - é ter cultura.
(...) A cultura vem da contemplação da natureza; do estudo da
Literatura, Arte e Arquitectura com letras grandes; e do conhecimento pessoal
das realidades emocionais da existência. É uma escala de valores, ou méritos,
diferente da usada nas esferas dominadas pela ciência e pelo comércio. Vivemos
numa cultura onde o sucesso é medido pelos bens materiais. É importante
alcançar objectivos materiais, mas ainda é mais importante ser-se cidadão
amadurecido, bem equilibrado e culto.
A cultura (...) está em nós e não sepultada em estranhas galerias. Significa bondade de espírito e é a base de um bom carácter. A plenitude da vida não vem das coisas exteriores a nós; temos de criar a beleza em que vivemos.
«Embora andemos pelo mundo a procurar a beleza, temos de a levar connosco ou não a encontraremos» - escreveu Emerson. Uma pessoa pode fruir o máximo prazer com paisagens, árvores, bosques, flores e frutos, céu azul, nuvens encasteladas, mares encapelados ou brandas ondas de um lago, vistas da margem de um rio, sombras na relva, estrelas e luar à noite. Para outra a beleza natural não tem encantos. A lua e as árvores brilham em vão; pássaros e insectos, árvores e flores, rio e lago e mar, sol, lua e estrelas não lhe dão qualquer prazer. Quem quer ter uma vida mais rica só tem de compreender e reconhecer todos os tipos de beleza e cultivar o gosto pelo belo dentro da alma.
Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'
http://www.citador.pt/textos/o-gosto-pela-cultura-alfred-armand-montapertA cultura (...) está em nós e não sepultada em estranhas galerias. Significa bondade de espírito e é a base de um bom carácter. A plenitude da vida não vem das coisas exteriores a nós; temos de criar a beleza em que vivemos.
«Embora andemos pelo mundo a procurar a beleza, temos de a levar connosco ou não a encontraremos» - escreveu Emerson. Uma pessoa pode fruir o máximo prazer com paisagens, árvores, bosques, flores e frutos, céu azul, nuvens encasteladas, mares encapelados ou brandas ondas de um lago, vistas da margem de um rio, sombras na relva, estrelas e luar à noite. Para outra a beleza natural não tem encantos. A lua e as árvores brilham em vão; pássaros e insectos, árvores e flores, rio e lago e mar, sol, lua e estrelas não lhe dão qualquer prazer. Quem quer ter uma vida mais rica só tem de compreender e reconhecer todos os tipos de beleza e cultivar o gosto pelo belo dentro da alma.
Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'
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