O Brasil Durante o
Primeiro Reinado
Dom Pedro I: autoritarismo e rebeliões marcaram o governo.
A partir do ano de 1822, o Brasil se transformou em uma nação
independente após a declaração de independência realizada pelo então príncipe
regente Dom Pedro I. Ao contrário das outras independências acontecidas na
América, o Brasil não realizou uma ruptura definitiva com os representantes do
governo colonial. Em outras palavras, fizemos uma independência “pelo rei” e
não uma independência “contra o rei”.
Isso aconteceu no Brasil porque a nossa independência não aconteceu
através da mobilização das classes populares ou pela maioria da população
brasileira. Nesse tempo, devemos lembrar que mais de oitenta por cento dos
habitantes do território brasileiros eram escravos e eles não tinham nenhum tipo
de participação política real. Sendo assim, os apoiadores de nossa
independência foram os membros da elite que desejavam manter a escravidão, a
grande propriedade e a exportação de produtos agrícolas em nosso país.
Assim que a independência foi efetivada, Dom Pedro I, nosso
primeiro governante, teve que enfrentar a resistência de algumas províncias em
que havia tropas ainda fiéis aos interesses de Portugal. Isso exigiu que o
governo brasileiro gastasse recursos com a contratação de mercenários ingleses
que lutariam contra tais opositores ao processo de independência brasileiro.
Enquanto tais problemas eram resolvidos, já se colocava a
necessidade de se discutir e elaborar a primeira constituição do Brasil. A
constituição era algo de suma importância, pois ela concentraria as mais
importantes leis que organizaria o poder político, o papel das autoridades e os
direitos a serem desfrutados pelo cidadão. Vista tal importância, foi então
que, no ano de 1822, foi realizada uma eleição para a escolha dos representantes
políticos das províncias brasileiras que discutiriam a primeira constituição
brasileira.
O resultado das discussões feitas por essa assembleia deu origem ao
projeto da constituição que fora apresentado no ano de 1823. Essa primeira
constituição, antes que fosse efetivamente aprovada, passou pela apreciação do
imperador Dom Pedro I. O resultado da observação feita pelo nosso primeiro
imperador não foi nada positiva. Afinal de contas, o projeto da constituição de
1823 limitava os poderes do imperador e dava muita autonomia para as
províncias.
Insatisfeito com isso, Dom Pedro I ordenou que a assembleia
constituinte fosse fechada e não aceitou nenhuma das determinações do primeiro
projeto constitucional. Logo em seguida, convocou um grupo de conselheiros que,
sob o seu comando, discutiu uma outra constituição que atendesse aos seus
interesses. Foi assim que, no ano de 1824, o imperador impôs uma constituição
sem o apoio político de representantes de outras províncias.
Já no começo de seu governo, Dom Pedro I se mostrou como um
imperador excessivamente autoritário. Não por acaso, naquele mesmo ano, ocorreu
na região nordeste uma grande revolta que ficou conhecida como a Confederação
do Equador. Os participantes dessa revolta, insatisfeitos com as primeiras
medidas do imperador, lutaram em favor da formação de um país independente
composto por várias províncias do nordeste brasileiro.
A rebelião foi punida com o uso da força, o que acabou só piorando
a fama de autoritário de D. Pedro I. Não bastando isso, o imperador também foi
criticado por aceitar o pagamento de uma indenização para que Portugal
reconhecesse a independência brasileira. Logo em seguida, as críticas ao seu
governo só pioraram no momento em que ele acompanhou e interferiu na disputa
política pela sucessão do trono de Portugal. Tal postura fazia com que muitos
desconfiassem do comprometimento do imperador para com as questões nacionais.
Os jornais da época, principalmente na capital, não se cansavam de
criticar a atuação política de Dom Pedro I. Entre os jornalistas que o
criticavam, destacava-se Líbero Badaró, que acabou sendo assassinado em uma
situação muito mal esclarecida. Em pouco tempo, vários outros jornalistas e
oponentes políticos do imperador apontaram uma suposta participação de Dom
Pedro I naquele crime. Com o aumento das pressões, o imperador buscou recuperar
sua imagem política formando um novo ministério formado somente por
brasileiros.
Essa medida acabou esfriando os ânimos e poderia até melhorar a
situação do imperador. Contudo, em pouco tempo, voltou atrás demitindo todos
aqueles brasileiros que compunham o ministério recém-formado. Tal decisão,
confusa e contraditória, acabou alimentando acalorados protestos contra o
imperador na capital federal. Não suportando essas novas pressões, Dom Pedro I
resolveu abandonar o reino brasileiro e voltar para Portugal.
No seu lugar, determinou que Dom Pedro II, seu filho mais velho,
herdasse o trono brasileiro. Na época, com apenas cinco anos de idade, Dom Pedro
II não tinha condições emocionais e intelectuais suficientes para lidar com os
problemas de um país do tamanho do Brasil. Sendo assim, o governo do país foi
repassado para as mãos dos regentes que comandariam o Estado Brasileiro até que
Dom Pedro II completasse dezoito anos de idade.
http://www.escolakids.com/o-brasil-durante-o-primeiro-reinado.htm
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