domingo, 19 de maio de 2013


“São os nossos inimigos que nos ensinam as mais valiosas lições de vida.”
(Provérbio Chinês)

Língua afiada...


PEGADINHA GRAMATICAL
Dicas de gramática

Conheça os pronomes pessoais e saiba como combiná-los com os verbos

É muito comum ouvirmos, no Brasil, frases como “O gerente deu permissão para mim sair mais cedo hoje” ou “Esse salário não dá para mim sustentar a família”, ou ainda frases como “Eu lhe amo tanto!” ou “Eu o obedeci cegamente”. Todas erradas.

Qual o problema delas? É o uso dos pronomes pessoais, objeto de nosso estudo de hoje. Comecemo-los, então.

Aliás, esse é outro problema: a combinação de verbos com os pronomes pessoais do caso oblíquo átono: como saber se o certo é comecemos-os, comecemos-los ou comecemo-los? Então, comecemo-los já:

Eu ou mim?

Só se usam os pronomes eu e tu quando funcionarem como sujeito de um verbo. Perceba, então, que o segredo é este: analisar sintaticamente a oração; caso o pronome funcione como sujeito, use “eu” ou “tu”; senão, use “mim” ou “ti”.

Por exemplo:

“Era para eu sair mais cedo hoje”, pois o sujeito de “sair” é o pronome “eu”;

“Ela trouxe o livro para mim”, pois o pronome não funciona como sujeito.

Agora preste atenção a esta frase:

“Foi difícil para mim conseguir o emprego.”

Parece estar errada, não é mesmo? mas está certa, pois o pronome não funciona como sujeito, como à primeira vista possa parecer.

Na verdade, “conseguir o emprego” é uma oração que funciona como sujeito do verbo “ser”. Observe a inversão:

“Conseguir o emprego foi difícil para mim.”

Percebeu como o pronome não funciona como sujeito? Isso ocorre quando surgir “custar, faltar, restar, bastar ou verbo de ligação com predicativo do sujeito”:

“Custou para mim aceitar a situação.”

“Falta para mim conversar com três candidatos.”

“Resta para mim explicar duas teorias.”

“Basta para mim ter você ao meu lado.”

“É necessário para mim aguardar ordens superiores.”

Com nós ou conosco?

Quando, à frente do pronome, surgir uma palavra ou uma expressão que indiquem quem somos nós ou quem sois vós, tem-se que usar “com nós” ou “com vós”.

As palavras que surgem são “mesmos, todos, próprios, alguns, muitos, um numeral, um substantivo ou uma oração subordinada adjetiva”.

Por exemplo:

“Eles conversaram com nós todos.”

“Ela esteve com nós que trabalhamos lá.”

“A paz esteja com vós mesmos.”

Caso não haja qualquer palavra ou expressão que indiquem quem somos nós ou quem sois vós,usa-se “conosco” ou “convosco”. Por exemplo: “A paz esteja convosco”.
Se, si, consigo
Esses pronomes são reflexivos, portanto não podem ser usados com outra finalidade, a não ser para indicar reflexibilidade ou reciprocidade.

Por exemplo:

“Ela só pensa em si mesma.”

“Arrume-se, pois estamos atrasados.”

“Ao vir para cá, traga consigo o disco.”

“Nunca vi duas pessoas se amarem tanto.”

Cuidado com o uso de “consigo”. Não confunda com “contigo”, que é pronome de segunda pessoa do singular. Por exemplo:

“Ao vires para cá, traze contigo o disco”.
O, a, os, as ou lhe, lhes?
Os pronomes “o, a, os, as” funcionam como objeto direto; “lhe, lhes”, como objeto indireto de verbos que exigem a preposição “a”.

Por exemplo:

“Lembra-se daquele carro que lhe mostrei? Comprei-o ontem.”

Usei “... lhe mostrei”, pois “quem mostra, mostra algo a alguém.”

“Comprei-o ...”, pois “quem compra, compra algo.”

Os pronomes “o, a, os, as” serão usados após verbos terminados em vogal. Quando o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, troca-se o pronome para “no, na, nos, nas”; quando for terminado em R, S ou Z, estas terminações desaparecem, e o pronome se transforma em “lo, la, los, las”.

Por exemplo:

“O carro, eles compraram-nos ontem.”

“As criancinhas, o pastor condu-las com firmeza.”

“Essas músicas, ele produ-las num piscar de olhos.”
É por isso que lá no começo escrevi “comecemo-los”, pois o verbo “começar” é transitivo direto; “comecemos” é terminado em “s”, por isso, “os” transforma-se em “los” e o “s” desaparece.
Até mais ver. 

História...


O fenômeno do Cangaço
A década de 1930 foi muito difícil economicamente para o Nordeste Brasileiro. Era uma época em que as lavouras de cana-de-açúcar e de algodão eram exportadas e passavam por um processo grave de crise, em consequência da queda de preços do mercado internacional. A paralização econômica da região resultou na crescente miséria das populações sertanejas que eram vítimas do jugo dos grandes proprietários de terra e de fatores naturais, como a seca. Para essa população sertaneja, não havia nenhuma possibilidade de migração para os prósperos centros do sul do país, como São Paulo. Os braços utilizados nas lavouras de café e no processo de industrialização eram, em sua maioria, europeus e asiáticos, já que a partir de 1908 o Sul do país recebeu os primeiros imigrantes japoneses.

Foi dentro desse contexto histórico que surgiu um fenômeno característico da região do nordeste chamado cangaço. O cangaço pode ser compreendido como uma reação à miséria social e ao desemprego que assolava as populações sertanejas numa época extremamente sofrida. Nesse período, surgiram bandos independentes, liderados por indivíduos que, no imaginário popular, transformaram-se em verdadeiros mitos, como Antônio Silvino, o Lampião; e Corisco, o Diabo Louro. Os bandos de cangaceiros atacavam fazendas pertencentes aos grandes proprietários de terras, invadiam e saqueavam vilas, roubavam gados, assaltavam armazéns e trens pagadores. Uma parte muito pequena do produto do roubo dos cangaceiros era distribuída entre a população necessitada, em troca da ajuda e da fidelidade aos bandos.

Assim o cangaceiro passou a ser visto por muitos como o herói que tira dos ricos e dá aos pobres, no entanto as coisas não eram bem assim, pois aqueles que não compactuavam com o cangaço eram vítimas de todo o tipo de violência, sendo até mesmo assassinados. Há quem diga que os bandos de cangaceiros sempre lutaram em benefício próprio. Nesse tempo, o pânico tomou conta de muitos coronéis do sertão, que viram sua autoridade e seu mando ser desafiado. Por conta disso, foram formadas expedições policiais conhecidas como volantes, essas expedições foram apoiadas por jagunços a serviço dos proprietários de terra. As lutas travadas eram violentas e os prisioneiros geralmente decapitados.

O Cangaço chegou ao fim por volta de 1940. Nessa época, seus principais líderes já estavam mortos. Lampião morreu em 1938 e Corisco em 1940. Quase que ao mesmo tempo cessou a imigração europeia e o acentuado processo de industrialização que o país então vivia abriu possibilidades no Sul ao povo nordestino. A migração nordestina para as regiões industrializadas do Sul juntamente com a força de trabalho deles foi fator determinante para o processo de modernização do Brasil.
http://www.escolakids.com/o-fenomeno-do-cangaco.htm

Viva a sabedoria...


Amor Platônico
Diotima (aquela que iniciou Sócrates nos mistérios do amor) e Sócrates
Em um dos mais belos textos da literatura mundial, O Banquete, Platão expôs aquilo que seria a sua doutrina sobre o amor.
A narrativa que rememora uma festa acontecida na casa de um famoso poeta (Agatão) vai desencadear uma série de elogios ao deus que, se acreditava, não havia ainda recebido os louvores dos homens. Assim, o deus foi tido por diversos caracteres, desde o deus mais antigo e por isso bom educador, passando por uma força cósmica universal geradora dos seres, até uma dupla característica, uma vulgar e outra ascética, bem como também o deus mais jovem, mais belo e por isso irresponsável, criador, etc.

Chegada a vez de Sócrates falar, surge o problema: Sócrates não sabe falar bem (eloquência). Ele não sabe elogiar, mas gostaria, na forma dialogada, falar do deus. E sua primeira questão é: o que é o amor? Ou seja, antes de falar se ele é bom ou mau, belo ou feio, se ajuda ou se atrapalha na educação, deveríamos saber o que ele é. Para desconcerto geral, Sócrates define o amor como sendo a busca da beleza e do bem. E sendo assim, ele mesmo não pode ser belo nem bom. Quem ama, deseja algo que não tem. Quando se tem, não se deseja mais, ou se se deseja, deseja manter no futuro, o que significa que não o tem. E todos só desejam o melhor, ninguém escolhe o mal voluntariamente. Logo, o amor é o desejo do belo e do bom. Essa definição permite uma compreensão universal do objeto (o amor). Mas não devemos também acreditar que por não ser bom, o amor é mau. Não é uma conclusão necessária. Para isso, Sócrates vai contar o que Diotima contou-lhe sobre o amor.

Para combater o mito que acabara de escutar da boca de um comediógrafo (Aristófanes - mito da alma gêmea), Sócrates mostra o que aprendeu com aquela que o iniciou nos mistérios do amor. Diotima disse ao nosso filósofo que durante uma festa, todos os deuses foram convidados, menos a deusa Penúria. Faminta e isolada, ela procurou alimento nos restos da festa. Porém, ao ver o deus Astuto, deus engenhoso, cheio de recursos e que estava embriagado, deitado num jardim, a deusa resolveu ter um filho com ele. Nasce daí o deus Eros (ou amor), que assume as características de seus pais. Como sua mãe, ele é pobre, carente, faminto, desejante. Mas como seu pai, ele é nobre, cheio de recursos para alcançar o que lhe aprouver, saciando suas necessidades.

Em um nível cósmico, a função do deus é ligar os homens a Zeus, sendo um intermediário entre eles. Aos deuses, o amor leva as súplicas dos homens, seus anseios, suas dúvidas e necessidades através das preces e orações. Aos homens, o deus do amor traz as recomendações aos sacrifícios e honra aos deuses. Por isso, não sendo nem bom nem mal, mortal e também imortal, o amor é o que nos leva a escolher sempre o melhor, a fazer o bem. Ele morre, como um desejo que se acaba, mas logo nos inflama novamente, renascendo na alma dos homens. Todavia, o que é o belo e o bem que o amor busca?

Para Platão, no nível mais imediato, o amor refere-se à nossa sensibilidade e apetites, principalmente o sexual. Vemos, a partir de um corpo, a beleza, e o desejo de procriar nele. Isso significa, inconscientemente, que o desejo por um corpo belo é a tentativa da matéria de se eternizar. Os filhos são uma forma dos pais serem eternos. No entanto, o belo não é somente o corpo, tanto que logo que esse desejo se esvai, percebemos que outros corpos também nos atraem. Assim, passamos do singular (indivíduo) para o universal (todos os indivíduos). Mas ainda nisso não consiste a beleza, apenas participa da ideia. Para Platão, subimos degraus na compreensão da beleza, dos corpos até as ações nas ciências, nas artes e na política, que expandem a ideia de beleza. Mas ela mesma é uma ideia, norteadora das ações humanas, que dirige as almas para o bem absoluto que não pode simplesmente ser conquistado pelo homem encarnado.

Portanto, o homem, como duplo corpo-alma, jamais conhecerá a verdade de modo absoluto. Isso cabe somente aos deuses. Mas nem por isso deve deixar de se desenvolver. É moral dever agir procurando o melhor sempre. Ao homem, ser desejante intermediário entre os deuses e os outros seres não conscientes, cabe buscar o conhecimento que o aproxime dos deuses, não se deixando fascinar pelo sensível, mas buscando compreender o inteligível, o reino das ideias, o que propriamente é o saber. Assim, naturalmente, o homem é filósofo (ou deveria ser!) buscando a sabedoria, entendendo por isso a melhor forma de usar a parte que lhe é principal – a alma – para agir, ser dono dos desejos, compreendendo a função de cada um e não se tornar escravos desses.

Cultura viva...


O Excesso de Civilização Prejudica a Cultura
Se a nossa fosse uma era de Cultura não se deveria falar tanto da própria Cultura. Não achas também? Eu gostaria de saber se épocas que tiveram cultura chegaram a conhecer e a usar esse termo. A ingenuidade, a espontaneidade, o óbvio, parecem-me ser o principal critério da disposição de espírito à qual conferimos essa denominação. O que nos falta é justamente isso, a ingenuidade, e tal falta, se é que cabe presumi-la, protege-nos contra muitos tipos de pitoresca barbárie, perfeitamente compatíveis com a Cultura e até com uma cultura muito elevada. Quero dizer: o nosso nível é o da Civilização, certamente um estado bem louvável, mas indubitavelmente deveríamos tornar-nos muito mais bárbaros, para podermos ser cultos outra vez. Técnica e conforto? Ao pronunciar estas palavras, a gente fala de cultura, mas não a possui.

Thomas Mann, in 'Doutor Fausto' 
http://www.citador.pt/textos/o-excesso-de-civilizacao-prejudica-a-cultura-thomas-mann

Entendendo...


John Locke
John Locke: um dos mais proeminentes pensadores do liberalismo.
Considerado um dos mais importantes pensadores da doutrina liberal, John Locke nasceu em 1632, na cidade de Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de um pequeno proprietário de terras que serviu como capitão da cavalaria do Exército Parlamentar. Mesmo tendo origem humilde, seus pais tiveram a preocupação de dar ao jovem Locke uma rica formação educacional que o levou ao ingresso na academia científica da Sociedade Real de Londres.

Antes desse período de estudos na Sociedade Real, Locke já havia feito vários cursos e freqüentado matérias que o colocaram em contato com diversas áreas ligadas às Ciências Humanas. Refletindo a possibilidade de integração dos saberes, o jovem inglês nutriu durante toda a sua vida um árduo interesse por áreas distintas do conhecimento humano. Apesar de todo esse perfil delineado, não podemos sugerir que Locke sempre teve tendências de faceta liberal.

Quando começou a se interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a necessidade de uma estrutura de governo centralizada que impedisse a desordem no interior da sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se estendia também ao campo da religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria interferir nas opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo campo da filosofia modificou paulatinamente suas opiniões.

Um dos pontos fundamentais de seu pensamento político se transformou sensivelmente quando o intelectual passou a questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A obra que essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois Tratados sobre o Governo” e foi publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke defendia o estabelecimento de práticas políticas que não fossem contras as leis naturais do mundo.

Além disso, esse proeminente pensador observou muitos de seus interesses no campo político serem tematizados no interior de seu país quando presenciou importantes acontecimentos referentes à Revolução Inglesa. Em sua visão, um poder que não garantisse o direito à propriedade e à proteção da vida não poderia ter meios de legitimar o seu exercício. Ainda sob tal aspecto, afirmou claramente que um governo que não respeitasse esses direitos deveria ser legitimamente deposto pela população.

No que se refere à propriedade, Locke se utiliza de argumentos de ordem teológica para defender a sua própria existência. Segundo ele, o mundo e o homem são frutos do trabalho divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual deveriam ser, naturalmente, de sua propriedade.

Interessado em refletir sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da educação para o indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições de ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de acumulá-lo. A partir dessa premissa é que o autor britânico acreditava que as mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.

O reconhecimento do legado de Locke ocorreu quando ele ainda era vivo. Durante a vida, teve a oportunidade de ocupar importantes cargos administrativos e exerceu funções de caráter diplomático. Na Inglaterra, chegou a ocupar o cargo de membro do Parlamento e defendeu o direito dessa instituição indicar os ministros que viessem a compor o Estado. Respeitado por vários outros representantes do pensamento liberal, John Locke faleceu em 1704, na cidade de Oates, Inglaterra.

Curioso...


Gatos sempre caem de pé
Você já percebeu que os Gatos sempre caem de pé?
Você não precisa fazer um teste, mas observe um gato caindo de algum local, ele sempre cai de pé. Isso se deve porque os gatos têm um senso de equilíbrio bastante apurado que lhes permite fazer movimentos rápidos e girar o corpo sobre as quatro patas.
O bichano realiza esse malabarismo contando com a grande sensibilidade dos receptores (estrutura interna do ouvido responsável pelo equilíbrio).

Afinal das contas, como o gato faz?

Isso tudo é permitido, através da fisiologia (o próprio sistema) do gato.
Sempre que o gato está em uma posição desconfortável, ocorre um aumento de pressão na região, funcionando como alerta, assim, essa “mensagem de alerta” é enviada para o sistema nervoso que manda vários sinais elétricos para o aparelho locomotor, em especial, os músculos.
Assim, os músculos, realizam uma série de movimentos instintivos que fazem o corpo do animal recuperar o equilíbrio.

Mais uma etapa superada...