John Locke
John Locke: um dos mais
proeminentes pensadores do liberalismo.
Considerado um dos mais
importantes pensadores da doutrina liberal, John Locke nasceu em 1632, na cidade
de Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de um pequeno
proprietário de terras que serviu como capitão da cavalaria do Exército
Parlamentar. Mesmo tendo origem humilde, seus pais tiveram a preocupação de dar
ao jovem Locke uma rica formação educacional que o levou ao ingresso na
academia científica da Sociedade Real de Londres.
Antes desse período de
estudos na Sociedade Real, Locke já havia feito vários cursos e freqüentado
matérias que o colocaram em contato com diversas áreas ligadas às Ciências
Humanas. Refletindo a possibilidade de integração dos saberes, o jovem inglês
nutriu durante toda a sua vida um árduo interesse por áreas distintas do
conhecimento humano. Apesar de todo esse perfil delineado, não podemos sugerir
que Locke sempre teve tendências de faceta liberal.
Quando começou a se
interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a necessidade de
uma estrutura de governo centralizada que impedisse a desordem no interior da
sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se estendia também ao campo da
religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria
interferir nas opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo
campo da filosofia modificou paulatinamente suas opiniões.
Um dos pontos
fundamentais de seu pensamento político se transformou sensivelmente quando o
intelectual passou a questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A
obra que essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois Tratados sobre o
Governo” e foi publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke
defendia o estabelecimento de práticas políticas que não fossem contras as leis
naturais do mundo.
Além disso, esse
proeminente pensador observou muitos de seus interesses no campo político serem
tematizados no interior de seu país quando presenciou importantes
acontecimentos referentes à Revolução Inglesa. Em sua visão, um poder que não
garantisse o direito à propriedade e à proteção da vida não poderia ter meios
de legitimar o seu exercício. Ainda sob tal aspecto, afirmou claramente que um
governo que não respeitasse esses direitos deveria ser legitimamente deposto
pela população.
No que se refere à
propriedade, Locke se utiliza de argumentos de ordem teológica para defender a
sua própria existência. Segundo ele, o mundo e o homem são frutos do trabalho
divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda
riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual
deveriam ser, naturalmente, de sua propriedade.
Interessado em refletir
sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da educação para o
indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições de
ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de
conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de
acumulá-lo. A partir dessa premissa é que o autor britânico acreditava que as
mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.
O reconhecimento do
legado de Locke ocorreu quando ele ainda era vivo. Durante a vida, teve a
oportunidade de ocupar importantes cargos administrativos e exerceu funções de
caráter diplomático. Na Inglaterra, chegou a ocupar o cargo de membro do
Parlamento e defendeu o direito dessa instituição indicar os ministros que
viessem a compor o Estado. Respeitado por vários outros representantes do
pensamento liberal, John Locke faleceu em 1704, na cidade de Oates, Inglaterra.
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