Decepção
amorosa causa medo de se apaixonar; saiba como
Medo de sofrer outra decepção e de sofrer novamente faz com que
a pessoa evite novas paixões
Você construiu um relacionamento baseado em cumplicidade e troca
de carinhos. Fez mil planos com o par. Ao lado do seu amor, o bem-estar era tão
grande que foi inevitável tornar-se dependente daquele afeto.
Porém, de um ponto em diante, o relacionamento começou a
desandar. De repente, a relação começa a ficar conturbada, você descobre que
muito do que tinha imaginado a respeito do outro não era de fato verdadeiro e,
então, vem a decepção --e, muitas vezes, o medo de se apaixonar novamente.
"As decepções são sempre muito dolorosas, porque nos
relacionamentos amorosos há um investimento afetivo", diz a psicóloga
Elisa Villela, doutora em desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São
Paulo).
"Para algumas pessoas, a dor é tão grande que é similar a
uma morte. Mas é uma morte de sonhos, expectativas, o fim da esperança de estar
com alguém e ter um final feliz", diz a psicóloga Heloisa Fleury, mestre
em Ciências pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e
professora do Instituto Sedes Sapientiae, espaço de ensino e especialização
para profissionais da área de saúde mental.
De acordo com os especialistas, sofre mais quem tende a
idealizar o parceiro e a ignorar todos os aspectos negativos da pessoa amada.
"Quem se apoia muito nas próprias expectativas de como o outro deveria ser
acaba deixando de lado evidências de que algo insatisfatório está ocorrendo.
Isso evidentemente favorece uma enorme decepção", diz Heloisa.
Medo de amar
Diante de uma traumática decepção amorosa, é comum que se
cultive a dor por um tempo e que se continue a evitar paixões mesmo depois de
se restabelecer emocionalmente. Essa precaução quase sempre está fundamentada
em um temor de passar por tudo novamente e voltar a sofrer.
"Algumas pessoas têm grande dificuldade de lidar com as
decepções e frustrações e passam a acreditar que, se algo deu errado num
relacionamento, o mais provável é que o episódio se repita dali em diante, só
que com outro parceiro", afirma o psiquiatra Eduardo Ferreira Santos,
doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo). A notícia boa
é que não há nenhuma evidência que justifique esse temor.
Famosas e anônimas dizem o que os homens não entendem sobre as
mulheres.
Elas são as primeiras a admitir o quanto é difícil para os
homens compreendê-las. Ainda assim, as mulheres ficam na expectativa de que o
parceiro seja tolerante e carinhoso quando estão no período de tensão
pré-menstrual --e sem que elas precisem dizer nada. A seguir, famosas e
anônimas dizem o que os homens não entendem sobre as mulheres.
O lado positivo
Sentir-se mal ao fim de um relacionamento é completamente normal
--e até esperado. Afinal, só quem se envolve se desaponta. Além disso, quem se
entrega, em geral, tem mais oportunidades de aprender com os relacionamentos.
"É preciso ter em mente que não é porque o relacionamento
acabou que nada deu certo", diz Reginaldo do Carmo Aguiar, psicólogo
clínico comportamental pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia).
Até a raiva que vem depois do fim, misturada à sensação de
abandono ou rejeição, não é tão negativa quanto parece. "A raiva pode ser
necessária para que a pessoa reencontre seu equilíbrio, para que retome o que
investiu no outro durante o relacionamento", diz Elisa.
O sentimento só é perigoso quando se transforma em
ressentimento. "Nessas condições, a raiva aprisiona a pessoa ao outro e
impede que ela volte a se relacionar normalmente", diz ela.
Da fossa à volta por cima
Para transformar o sofrimento em algo mais produtivo, o melhor a
fazer é tentar entender o que aconteceu com o relacionamento, do início ao fim.
Nesse processo, é essencial reconhecer os próprios erros e analisar quais foram
as falhas do outro. "É fundamental pensar no que gerou essa mudança de
comportamentos, levando ao término da relação e à desilusão amorosa. Sem buscar
compreender esses fatos, fica difícil superar o ocorrido", diz Aguiar.
Carinhoso, inteligente, bem-humorado, afetuoso, companheiro e
até cheiroso são algumas das qualidades que as mulheres costumam atribuir ao
homem ideal. Nos depoimentos a seguir, famosas e anônimas dão pistas para
descobrir o que querem as mulheres.
Vale se perguntar se você poderia ter escolhido uma pessoa que
combinasse mais com você ou se, hoje em dia, teria condições de agir diferente
diante de alguns conflitos, quando as coisas começaram a piorar. "A
questão crucial é tentar lidar da melhor maneira possível com as experiências
de vida dolorosas, tirando delas um aprendizado. É necessário reconhecer as
pedras que nos fizeram tropeçar no caminho percorrido para, numa próxima
oportunidade, poder desviar delas ou mesmo retirá-las da frente e ser mais
feliz no amor", diz Ferreira Santos.
Contar amigos nesse momento também ajuda, já que boas conversas
permitem reavaliar o acontecido, geralmente de um ponto de vista mais crítico e
realista. "Procure, principalmente, pessoas mais velhas, que já passaram
por diversas situações desse tipo e que podem ser boas referências para orientações
e conselhos", diz Aguiar.
"Tente olhar para a sua nova situação como uma oportunidade
para conhecer outras pessoas, outros lugares e outras situações. E vá superando
o medo de recomeçar. Estar só significa estar aberto para o novo", diz
Heloisa.
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/06/21/decepcao-amorosa-causa-medo-de-se-apaixonar-saiba-como-superar.htm