Caminhada nórdica
potencializa o gasto calórico em até 25%
Atividade também aumenta
a resistência e força muscular.
Quase
todos os músculos do corpo são movimentados na caminhada nórdica. A atividade,
super democrática, pode ser praticada por todas as idades, além de proporcionar
um gasto calórico maior do que as caminhadas convencionais. “A Nordic Walking
(nome em inglês para caminhada nórdica) é uma marcha potencializada. Com o uso
dos membros superiores em cada passo, há a estimulação dos músculos do tórax,
do dorso, dos ombros, do abdômen, da coluna, além de outros grupos, incluindo
tríceps e bíceps. Ela ativa 90% dos músculos do corpo, contra 70% na caminhada
regular. Também gera maior consumo energético, o que poderá aumentar em média
entre 20% e 46% comparando-se à caminhada convencional. Já o gasto calórico
pode chegar a 450 calorias por hora se comparado a 280 cal/h na caminhada
regular sem bastões”, aponta a fisioterapeuta Cristina Funchal, instrutora de
Nordic Walking.
A
Nordic Walking surgiu na Finlândia em 1930, onde os esquiadores profissionais,
adaptaram sapatos aos bastões de esqui, com a finalidade de não perder a
performance durante o verão, mantendo o condicionamento físico em terreno sem
neve. “É bem divertida e pode ser usada dos oito aos 80 anos, ou mais, além de
ser uma atividade que une gerações, indo da reabilitação, passando pela saúde e
chegando ao fitness, quando possível. A caminhada nórdica oferece mais
benefícios à saúde que a caminhada convencional, o ciclismo, a corrida regular
ou o jogging”, avalia Funchal. Apesar de todos os benefícios, a caminhada
nórdica ainda é vista pelos brasileiros com estranheza. “No Brasil, a técnica
chegou no final do ano passado, ainda estamos no início da divulgação e
enfrentamos preconceito, pois as pessoas pensam que os bastões são bengalas ou
muletas, mas aos poucos estamos mostrando as vantagens de seu uso e as
diferenças dos demais meios de apoio e as pessoas estão acordando para os
benefícios da prática.”
Para
se exercitar, é necessário os bastões de Nordic Walking com luvas que se
adaptam às mãos. Usada para ganhar condicionamento físico e até mesmo na reabilitação,
a caminhada nórdica pode ser realizada ao ar livre, em praças, condomínios,
parques, praias e trilhas. “Na reabilitação, a atividade abre uma luz para a
população que tem sérias limitações para a prática de outras formas de
exercício. Indivíduos idosos e com problemas neurológicos iniciam a atividade
em local com pouco espaço, podendo iniciar dentro de suas casas para depois
sair com segurança”, explica a fisioterapeuta, garantindo que a atividade não é
difícil: “não é uma prática impossível, uma vez que a marcha faz parte da
história dos indivíduos, mas necessita de treino de coordenação motora,
reflexos de equilíbrio e endireitamento corporal, além da técnica propriamente
da caminhada.” Os bastões não se restringem a dar apoio, eles ajudam no impulso
para movimentar o corpo. “Por isso, a tendência é a pessoa dar cada vez mais
passos por minuto, aumentando a velocidade. Eles são colocados de forma
inclinada ao corpo e o movimento dos braços, fazendo a extensão do cotovelo,
impulsiona o tronco à frente e assim também movimentam os membros inferiores.
Então, são os braços que favorecem o movimento das pernas. É necessária
coordenação cruzada entre membros superiores e inferiores, pé à frente, braço
atrás e vice-versa”, ensina.
Confira
os benefícios desta atividade:
-
Maior gasto calórico que a caminhada convencional;
-Aumento
da resistência e força muscular;
-Aumento
da frequência cardíaca e capacidade respiratória. Exercício de treinamento
cardiorespitatório;
-Previne
osteoporose, melhorando a densidade óssea global;
-Diminui
o impacto articular, podendo ser realizada por pessoas com problemas de coluna,
quadril, joelhos, tornozelos e pés;
-Melhora
da postura, flexibilidade, coordenação e agilidade;
-Bom
para indivíduos diagnosticados com depressão. Ajuda na saúde mental, por
proporcionar atividade em grupo e em contato com a natureza, modificando seu
perfil de humor;
-Ajuda
no controle do colesterol, triglicérideos e açúcar, por ser uma marcha
potencializada;
-Condiciona
o corpo para atividades esportivas;
-Reduz
tensão nas costas, pescoço e ombro;
-Ajuda
na reabilitação de contusões;
-Reduz
o estresse;
-Melhora
equilíbrio e estabilidade. Atividade saudável do ponto de vista da segurança,
proporcionando mais estabilidade para andar, em superfícies irregulares, mesmo
com pessoas de marcha instável, ou déficit de equilíbrio, por problemas
visuais, ou por condições diagnosticadas como Parkinson, esclerose múltipla,
Alzheimer ou simplesmente associadas ao envelhecimento e com capacidade
funcional limitada”.