sábado, 17 de agosto de 2013

Entendendo...

Os anos 80 no Brasil: aspectos políticos e econômicos
A década de 80 no Brasil ficou conhecida como a década perdida (do ponto de vista econômico, do crescimento e do desenvolvimento) e terminou com uma hiperinflação.

Com a chegada de Sarney, em 1985, as políticas começaram a se tornar heterodoxas.

Ainda ao início dos anos 80 do século passado o Brasil vivia a ditadura militar. Porém, o presidente Ernesto Geisel, já desde o final da década de 70, acenava para a criação de condições de uma abertura política “lenta, gradual e segura”, a qual deveria levar o país, futuramente, a algum tipo ainda não claramente definido de governo civil, o que pressupunha o fim do militarismo (MARQUES e REGO, 2005). Ao longo da década de 80, pressões por eleições resultou no movimento de “Diretas Já”, um envolvimento cívico de várias camadas da sociedade, o qual contou com a participação de intelectuais, artistas, pessoas ligadas à igreja (e outras religiões que não a Católica), partidos políticos (que se formavam como o PT, PMDB e PSDB), entre tantas personalidades políticas.

A bandeira deste movimento era pela promoção do processo de redemocratização do país, possibilitando a participação da sociedade civil na escolha de seus governantes. Embora as diretas não tenham tido o efeito que se esperava (uma vez que o Congresso ainda era controlado pelo governo, retardando as eleições apenas para o final da década), mesmo que indiretamente um presidente civil foi eleito: Tancredo Neves.

No entanto, Tancredo faleceu em 21 de Abril de 1985 e não chegou a assumir o cargo para comandar a transição para a democracia, fato que levou José Sarney, seu vice, a assumir a presidência da República.

Do ponto de vista econômico, tínhamos herdado os altos índices de endividamento dos períodos e dos planos de desenvolvimento anteriores e enfrentávamos dificuldades para a rolagem da dívida por parte das instituições credoras. No início dos anos 80, as políticas econômicas eram do tipo ortodoxas, o que significa cortar custos do governo e aumentar a arrecadação. Com a chegada de Sarney, em 1985, as políticas começaram a se tornar heterodoxas, diferentes daquelas defendidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o qual impunha regras duras de ortodoxia econômica ao Brasil como condição para manter seus cofres abertos às necessidades brasileiras.

Outros agravantes eram os altos índices inflacionários do período e a estagnação econômica. Segundo Thomas Skydmore (2000, p. 271), “para efetuar os pagamentos da dívida externa, o governo recorria à crescente dívida pública interna e à criação de dinheiro inflacionário, o que significava que o serviço da dívida externa havia forçado o governo brasileiro a alimentar as chamas da inflação que estava crescendo...”. Por conta deste contexto econômico conturbado, houve tentativas de reforma monetária e vários planos econômicos foram adotados, como o Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão. Infelizmente, todos fracassaram ou seus resultados foram insuficientes para manter a estabilidade econômica que chegaria apenas na década de 90 nos governos Itamar e FHC. Assim, a década de 80 ficou conhecida como a década perdida (do ponto de vista econômico, do crescimento e do desenvolvimento) e terminou com uma hiperinflação.

No âmbito político, promulgou-se aConstituição de 1988, materializando-se o fim da ditadura. Thomas Skydmore (2000, p. 269) afirma que “os lobistas representando grupos esquerdistas da Igreja, o movimento sindical e a comunidade de direitos humanos foram especialmente ativos. Boa parte de seu conteúdo representava uma vitória para o ideário populista contra muitos princípios defendidos pelo governo militar”. Criou-se condições para a recuperação de uma maior participação cívica dos processos eleitorais, e na primeira eleição direta após o regime militar, Fernando Collor de Melo chegou ao poder. Venceu as eleições contra Luiz Inácio Lula da Silva com seu discurso salvacionista e moralizante ao declarar guerra aos chamados “marajás”, funcionários públicos beneficiados com altos salários e aposentadorias.

No entanto, na década seguinte, frustrou todas as expectativas nele depositadas, sofrendo o processo de impeachment. Ao final da década de 80 nem o Brasil nem o mundo eram mais os mesmos. Acabara a guerra fria e, dessa forma, ganhou corpo o modelo neoliberal de governo pelo mundo, alavancando o processo de globalização econômica. Nos anos seguintes, ampliou-se no Brasil o processo de abertura econômica como resultado de uma política internacional alinhada ao Consenso de Washington, marco fundamental da ordem mundial.

Curioso...

O Amianto usado em caixas d’água é cancerígeno?
  
Fibras de amianto causam danos irreversíveis ao organismo.

O Amianto pertence a uma família de minerais fibrosos que são encontrados em depósitos subterrâneos, essa fibra mineral é usada no isolamento das casas, na proteção ao fogo (em roupas de segurança), caixas d’água, pisos, telhas, componentes de freios de automóveis, revestimentos de máquinas e alguns tipos de material plástico.

A vasta utilização do amianto é explicada por suas propriedades: resistência ao fogo e à corrosão, pouco peso e baixo custo de produção.

A inalação do amianto é considerada extremamente nociva à saúde, causando diversos tipos de doenças pulmonares. Acredita-se que as fibras de amianto são responsáveis pelo aumento do risco de câncer de pulmão em trabalhadores que são expostos diariamente a essa substância, como: mineiros, trabalhadores da construção civil, profissionais que precisam manipular o amianto e mecânicos que trabalham com freios. O pior é que o câncer só ocorre após longos períodos de exposição, ou seja, os sintomas podem levar até 50 anos para aparecer.

A periculosidade do amianto é explicada pela sua ação no organismo, uma vez dentro do corpo humano, as fibras microscópicas do pó de amianto nunca mais são eliminadas. Essas fibras estimulam as mutações celulares que são a origem dos tumores. Alguns médicos afirmam que o risco surge apenas quando o material é partido, rachado ou danificado, e seu pó liberado no ambiente. Portanto, beber água de uma caixa d’água de amianto não é perigoso.

Porém, o amianto já foi banido dos Estados Unidos e de quase toda a União Européia. No Brasil, sua utilização ainda é permitida, mas o Congresso Nacional tem um projeto para que ela diminua progressivamente e seja totalmente abolida.

Piada...

Três amigos estão no meio de uma pescaria. - Esta pescaria vai me custar caro - comentou o primeiro. - Tive que prometer a minha mulher que iria almoçar com a mãe dela neste final de semana. - Pra mim, vai custar mais caro ainda - comentou o segundo. - Tive que prometer a minha mulher lavar a louça do jantar durante uma semana. - Pra mim saiu de graça - emendou o terceiro. - Assim que acordei eu disse a minha mulher: Hoje eu gostaria de passar o dia inteiro trepando ou pescando, o que você prefere meu bem?


Devanear...

D. Sebastião
Rei de Portugal

“Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mi minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

“Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura o que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?” (Fernando Pessoa)
http://classicosuniversais.com/category/literatura/poesia/

Chacina cotidiana...

Falta de habilitação e consumo de álcool são principais causas de acidentes com motociclistas
A maioria das vítimas era de homens (92%), com uma idade média de 29,7 anos, ensino médio completo ou incompleto (58%) e renda de até três salários mínimos (62%)
A maioria das vítimas era de homens (92%), com uma idade média de 29,7 anos, ensino médio completo ou incompleto (58%) e renda de até três salários mínimos (62%)
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (15) revela que 67% dos acidentes com motos na cidade de São Paulo que resultaram em lesões graves aconteceram com motoristas que não possuíam carteira de habilitação. Entre os devidamente habilitados, 43% dos acidentes com motos resultaram em lesões graves. Além disso, 21% dos motociclistas acidentados haviam consumido álcool ou drogas antes de dirigir --7,1% haviam bebido e 14,2%, usado droga ilícita (cocaína e maconha foram as mais comuns).

O projeto, coordenado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, contou com a participação do Hospital das Clínicas e de órgãos públicos, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, e privados, como a Abraciclo (Associação  Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

A coleta de dados hospitalares foi feita com motociclistas atendidos no Pronto-Socorro Municipal Bandeirantes (Dr. Caetano Virgílio Neto), no Hospital Universitário (HU) da USP e no Hospital das Clínicas e nos locais dos acidentes registrados na zona oeste da capital, que engloba as duas marginais (do Pinheiros e do Tietê), parte do corredor Norte-Sul e a avenida Rebouças.

Foram 326 vítimas registradas entre fevereiro e maio. Destas, a maioria era de homens (92%), com uma idade média de 29,7 anos, ensino médio completo ou incompleto (58%) e renda de até três salários mínimos (62%). Apenas 23% das vítimas usavam a moto para o trabalho, contra 73% que a usavam como transporte.

Sete dos acidentados morreram no hospital e dez no local do acidente.

- Convocados pelo MPL (Movimento Passe Livre), manifestantes ocupam as ruas do centro de São Paulo em protesto contra a corrupção e por um transporte público de qualidade.
Mais da metade dos motociclistas (55%) sofreram acidentes anteriores e 44% deles tiveram lesões consideradas graves -- 17%, fraturas de membros inferiores; 12%, fraturas de membros superiores; 9%, politraumatismos e 5%, trauma crânio-encefálico.

Quase todos os acidentados usavam capacete, mas apenas 17,8% deles vestiam também bota e jaqueta.

"O fato de 21,3% não terem habilitação é um problema gravíssimo, especialmente considerando o tamanho da frota de motos da cidade. O alto consumo de álcool e drogas também surpreende, pois isso interfere diretamente no sistema nervoso central do condutor, comprometendo as funções cognitivas de atenção e concentração", diz o chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Junior.

"É assustadora a quantidade de álcool entre as vítimas. Também chama a atenção o uso de cocaína como agente estimulante. Isso ajuda a explicar a epidemia de acidentes com motos na cidade", completou a fisiatra Júlia Greve, professora da Faculdade de Medicina da USP e responsável pela pesquisa. "Os condutores confirmavam o uso de álcool ou droga, o que demonstra que eles não veem isso como um fator de risco para acidente."

O professor Creso de Franco Peixoto, da Fundação Educacional Inaciana (FEI), diz que, em geral, o motociclista dirige mais com prazer do que com segurança, o que o expõe mais ao risco de acidente. "Eles não acreditam no risco de beber e dirigir e também não têm medo de serem flagrados, já que a fiscalização é precária. O dado sobre uso de drogas é assustador."

Dados da CET mostram que a frota de motos na cidade praticamente dobrou nos últimos sete anos: cresceu de 490.754 em 2005 para 962.239 em 2012. No mesmo período, o número de acidentes com motos cresceu 35% e a quantidade de motociclistas mortos aumentou 27%. "A moto é um veículo de transporte rápido e barato. O problema é que nem a cidade nem os condutores estão preparados", diz Júlia. (Com Estadão Conteúdo)

Em nome do assistencialismo...

Legenda
Geração nem-nem cresce no Brasil e no Recife
Eles têm entre 16 e 24 anos. Nem estudam nem trabalham e dependem de assistencialismo para sobreviver.
Sicleide Oliveira, 21, tem três filhos. Dedica todo o tempo ao cuidado das crianças.
Sicleide Oliveira tem 21 anos. É moradora do Alto do Progresso, em Nova Descoberta, Zona Norte do Recife. Com três filhos, ela parou de estudar na 8ª série. Dedica o dia a cuidar das crianças, com a ajuda da mãe, que vive do auxílio do Bolsa Família. O pai atua na informalidade, faz bicos quando dá, e alguns familiares ajudam a complementar a renda. Sicleide faz parte de um grupo que cresce em todo o mundo e que particularmente vem chamando atenção no Brasil. É a chamada “geração nem-nem”: nem estuda nem trabalha. No País, essas pessoas pertencem principalmente às classes de baixa renda.

Na capital pernambucana, representavam, em junho, 26,6% da população entre 16 e 24 anos. São 145 mil jovens totalmente fora do mercado de trabalho. Há dez anos, esse percentual era de 25,2% (148 mil). A taxa no Recife para o período supera a média de 19,4% observada nas seis localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Além do Recife, também são avaliadas Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Alguns especialistas já falam da “geração nem-nem-nem”. Quando se avalia a fatia de jovens que nem trabalha, nem estuda e nem procura emprego, o percentual, segundo o IBGE, fecha em 22,2% no Recife e em 14,7% na média das seis localidades pesquisadas pela PME. Em 2003, esse número era de 18,6% e 14,5%, respectivamente.

Num país em que os empresários reclamam que não conseguem preencher vagas por falta de mão de obra qualificada, a situação soa até como um paradoxo. O cenário em que sobra oferta de emprego é o mesmo em que sobra gente que não trabalha nem estuda e, portanto, tem poucas perspectivas de futuro.

De cada 100 empresários brasileiros, 68 reclamam da escassez de talentos. O número é bem acima dos 35% registrados na média mundial da Pesquisa Anual Sobre Escassez de Talentos 2013 do ManpowerGroup, realizada com quase 40 mil empregadores de 42 países e territórios. O Brasil só fica atrás do Japão (85%). Nas Américas, de um modo geral, as vagas com maior dificuldade de preenchimento são as técnicas, que deveriam ter justamente o jovem como maior foco.

O desemprego juvenil preocupa e coloca em xeque o futuro econômico do País. Numa população que passa por uma grande transformação demográfica, que tem cada vez mais idosos e mais jovens que demoram para entrar no mercado, especialistas enfatizam que é preciso romper esse ciclo.

Realidade mais que cruel...

Brasil tem 5,5 milhões de crianças sem pai no registro

O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking, com 677 676 crianças sem filiação completa, seguido por São Paulo, com 663 375 crianças com pai desconhecido.

Bebê com chupeta.

Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no Censo Escolar de 2011, apontam que há 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai na certidão de nascimento. O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking, com 677 676 crianças sem filiação completa, seguido por São Paulo, com 663 375 crianças com pai desconhecido. O estado que apresentou menos crianças sem o nome do pai na certidão foi Roraima, com 19 203 registros.

"É um número assustador, um indício de irresponsabilidade social. Em São Paulo, quase 700 000 crianças não terem o nome do pai na certidão é um absurdo", diz Álvaro Villaça Azevedo, professor de direito civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e diretor da Faculdade de Direito da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Segundo o professor, ter o nome do pai na certidão de nascimento é um direito à personalidade e à identidade de toda criança. "Além disso, é uma questão legal para que essa pessoa possa ter direito a receber herança, por exemplo", afirma.

Para o juiz Ricardo Pereira Júnior, titular da 12ª Vara de Família de São Paulo, ter tanta criança sem registro paterno é preocupante. "Isso significa que haverá a necessidade de regularizar essa situação mais para a frente. Uma criança sem pai pode sofrer constrangimentos, além de estar em uma situação de maior vulnerabilidade, pois não tem a figura paterna", afirma. Nelson Susumu, presidente da Comissão de Direito de Família da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), também considera o número preocupante, e ressalta que há ações para diminui-lo. "O programa Pai Presente do CNJ foi criado para tentar reduzir esse número."

Aumento - Um ano e meio após a edição de uma resolução da Corregedoria Nacional de Justiça que autoriza os cartórios de todo o país a realizar o reconhecimento tardio de paternidade, o número de registros nas repartições do estado de São Paulo aumentou 71% de 2011 para o ano passado. Foram 6 503 registros em 2011, ante 11 120 em 2012. Só neste ano, já foram feitos 6 650 procedimentos, dos quais 4 089 em cartórios.

O fenômeno é diretamente associado à agilidade e à desburocratização do processo, uma vez que as famílias que pretendem fazer o reconhecimento tardio não precisam mais recorrer à Justiça, como acontecia. Antes, mesmo que o reconhecimento fosse voluntário, era preciso um advogado para dar entrada em uma ação judicial e passar por parecer do Ministério Público Estadual, até receber o aval do juiz, que emitia um mandado de averbação para o reconhecimento no cartório.

Mais ágil, agora a certidão do reconhecimento tardio de paternidade pode ser emitida no mesmo dia ou, no máximo, em uma semana - caso o pedido seja feito em outra cidade ou em outro estado. No Judiciário, um processo consensual chega a demorar meses, enquanto um litigioso dura até três anos. No Estado, o procedimento custa 58,15 reais, mas a certidão pode sair de graça se a família não tiver condições de pagar por ela.

Mais uma etapa superada...