Os Grupos Sociais
Os grupos sociais são formados a
partir de relações estáveis entre indivíduos que possuem interesses e objetivos
em comum.
Grupo informal é aquele que fazemos
parte sem uma regra ou norma.
Ao longo de nossas vidas, fazemos
parte dos mais diferentes grupos de pessoas, seja por escolha própria, seja por
circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de
vários grupos sociais, os quais certamente são importantes na conformação de
nossa educação, de nossos valores e visões de mundo.
Na Sociologia, considera-se que os
grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações
estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de
identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas
relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertença a uma mesma
unidade social são as condições suficientes. Além disso, é importante observar
que o grupo existe mesmo que não se esteja próximo dos componentes. Prova disso
está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora fiquemos longe
daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se desfaz, ainda
existindo enquanto grupo. Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas
famílias, o que corrobora o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou
seja, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença
dentro da consciência de cada um.
Podemos ter grupos sociais como os de
participação e de não participação, isto é, aqueles que temos vínculo ou não. A
pertença ou não a determinado grupo será fundamental para determinar nosso
comportamento em relação aos outros (tomados como pares ou como diferentes),
embora saibamos que se por um lado temos o direito de nos identificar ou não
com algum grupo, por outro devemos fugir do preconceito e discriminação (em
todos os aspectos possíveis) dos que estão em outros grupos. Além desses,
podemos ter outros grupos como os de referência (positiva ou negativa),
normativos e comparativos, todos servindo de norte ou parâmetro para nossas
relações sociais. Nossos grupos de referência positiva na maioria das vezes são
os grupos dos quais participamos. No entanto, podemos ter indivíduos que buscam
aceitação em grupos que não pertencem, como adolescentes que têm amizades com
jovens de mais idade e passam a imitar o comportamento em um período de crise
de identidade e questionamentos tão comuns à adolescência. No caso da
referência negativa, o mesmo é válido. A família que deveria ser positiva se
torna negativa para o adolescente que deseja transgredir um conjunto de valores
defendidos por sua família.
Ampliando essa classificação, podemos
pensar tanto nos grupos informais como nos formais. É possível dizer que os
grupos informais são aqueles do qual que fazemos parte sem uma regra ou norma,
necessariamente, controlando o pertencimento. Somos pertencentes por vários
fatores do ponto de vista subjetivo, por motivos outros que podem não ser
racionais ou por uma escolha aleatória. Um bom exemplo são nossos grupos de
amigos, como na escola, no trabalho, no clube, no bairro em que moramos.
Vejamos que, se por um lado podemos fazer parte de um mesmo grupo que outro indivíduo
apenas pelo fato de estudarmos na mesma escola, por outro isso não significa
que de fato todos os alunos sejam amigos. Os grupos informais também podem ser
entendidos como grupos primários, isto é, são pequenos e dizem respeito a
relações entre as pessoas dadas por semelhança e afinidade, sendo que o
objetivo último da relação é ela em si, e não um meio para se alcançar algo.
Já os grupos formais são pautados
pela alta racionalidade, e o indivíduo que a ele pertence está pautado por
leis, por regras, por uma burocracia racional-legal, quando as relações sociais
são mediadas por dispositivos contratuais, como em uma empresa, por exemplo. Os
grupos formais também podem ser tomados por grupos secundários, pois são
grandes e dizem respeito a relações entre pessoas por interesses em comum,
sendo o objetivo último da relação a interdependência. As relações não têm o
mesmo grau de permanência que nos grupos informais, já que as relações são
apenas um meio para atingir um objetivo em comum.
Vale dizer que com o desenvolvimento
do capitalismo enquanto modo de produção ocorreu uma maior divisão do trabalho,
tendo como consequência um aumento dos grupos formais, dada a racionalização
das relações humanas, pautadas fundamentalmente pela interdependência dos indivíduos
nesta lógica capitalista.