Divisões/Períodos
da história
Dividindo
a história
O
período que vai do aparecimento dos seres humanos na Terra até o
desenvolvimento da escrita, cerca de 3.500 anos a.C., é chamado por muitos
historiadores de pré-história.
A
denominação pré-história começou a ser utilizada no século XIX. Nessa época,
acreditava-se que só era possível recuperar a história de qualquer sociedade se
ela dominasse a escrita.
O
registro escrito era, então, considerado a única fonte confiável das
experiências humanas. A tradição oral, as pinturas, os objetos de uso
cotidiano, por exemplo, representavam fontes secundárias e pouco confiáveis.
Assim,
a escrita passou a ser o marco divisório entre sociedades históricas (que
dominavam a escrita) e pré-históricas (que não dominavam a escrita).
Pré-história
ou História dos povos pré-letrados
O
termo Pré-história foi criado em 1851 e pretendia designar o período da vida da
espécie humana anterior à invenção da escrita. A história seria estudada,
portanto, a partir do momento em que surgiram os primeiros documentos escritos.
Essa ideia é hoje muito criticada,
afinal, os humanos que não sabiam escrever também têm história. Eles viviam,
comiam, faziam objetos, se comunicavam. Como já sabemos, não é preciso o
documento escrito para a pesquisa histórica. A cultura material também é fonte
importante para o trabalho do historiador.
Pelos
desenhos deixados nas cavernas – as
chamadas pinturas rupestres – o historiador pode obter indícios do que aqueles
homens faziam, como pensavam, enfim, como eles viam o seu mundo. Pelos
vestígios de utensílios, de ferramentas, o historiador pode saber como essas
pessoas comiam, de que forma caçavam os animais, se faziam fogueiras, etc. Por
isso, muitos estudiosos, hoje em dia, preferem chamar a Pré-História de História
dos povos pré-letrados ou povos ágrafos, isto é, História dos povos que não
sabiam escrever.
Divisão
dos períodos da Pré-História
A história dos povos pré-letrados é
usualmente dividida em três períodos:
Paleolítico
ou Período da Pedra Lascada: se estendeu da origem do homem até aproximadamente
10.000 a.C., isto é, por cerca de três milhões de anos. A sociedade paleolítica
caracterizou-se pela busca de subsistência, ou seja, o homem procurava tudo o
que era necessário para sustentar a vida por meio da caça, da pesca, da coleta
de frutos, sementes e raízes, e da confecção e utilização de objetos de pedra
lascada, ossos e dentes de animais. Por isso, o Período Paleolítico é também
chamado de Idade da Pedra Lascada.
Nessas
sociedades, os homens e as mulheres viviam em bandos, dividindo o espaço e as
tarefas. Para se protegerem do frio, da chuva, e dos animais ferozes, buscavam
abrigo nas cavernas ou reentrâncias de rochas, daí a denominação "homens
das cavernas".
Alguns
estudiosos acreditam que eles tenham também construído tendas de pele ou
cabanas. Uma conquista fundamental do homem paleolítico ocorreu há cerca de 500
mil anos: o uso do fogo.
É
possível que, a princípio, o fogo tenha sido obtido pela queda de raios. Mas,
com o tempo, eles aprenderam a obter o
fogo por meio do atrito de pedra ou de pedaços de madeira. Sem dúvida, o fogo
foi muito útil para essas pessoas: protegia contra o frio; aquecia os alimentos
e ajudava a espantar os animais.
As
marcas da presença humana do Período Paleolítico podem ser vistas até hoje em
pinturas rupestres encontradas em cavernas como as de Altamira (Espanha), de
Lascaux (França) e do município de São Raimundo Nonato, no Piauí (Brasil),
entre vários outros lugares, nos quais esses seres humanos desenhavam cenas de
seu cotidiano. Além dessas pinturas, eles produziam algumas peças de artesanato
bastante rudimentares. Vestiam-se de peles e couros de animais que conseguiam
abater com suas armas rudimentares.
Neolítico
ou Período da Pedra Polida: teve início em mais ou menos 10.000 a.C. e se
prolongou até mais ou menos 5.000 a.C. No Período Neolítico, os humanos
aprenderam a domesticar os animais e a praticar a agricultura, isto é, a
cultivar os alimentos. Além disso, nesse período, eles passaram a dominar a
técnica de polir a pedra para a fabricação de instrumentos. Por isso, esse
período é conhecido também como a Idade da Pedra Polida.
Essas
transformações mudaram a forma de viver desses grupos humanos. Eles já não
precisavam mais mudar-se constantemente para encontrar comida e foram se
tornando sedentários, isto é, ficavam um longo tempo em um mesmo lugar
esperando a hora de colher os vegetais que haviam plantado. Enquanto esperavam,
dedicavam-se a outras atividades como a construção de casas, o trabalho com o
barro e a argila, a fabricação de cestos e tecidos e também de ferramentas.
Idade
dos Metais: iniciada em mais ou menos 5.000 a.C. e encerrada por volta de 4.000
a.C., com a descoberta da técnica para a fabricação de diversos utensílios com
metais. O cobre foi o primeiro metal usado pelo ser humano que, mais tarde,
aprendeu a misturá-lo ao estanho para, assim, obter o bronze, que era mais
resistente. Mais tarde, aprendeu-se a lidar com ferro.
Durante
esse período, as pequenas aldeias de agricultores transformaram-se em núcleos
urbanos, submetidas à autoridade política de um chefe. As primeiras cidades
nasceram no Oriente Médio. Biblos, no atual Líbano, é considerada a cidade mais
antiga do mundo. Há quase 7.000 anos, surgiu uma das primeiras cidades – Çatal
Hüyük, no centro-sul da Turquia. Essa cidade foi habitada por mais de 700 anos
e lá eram cultivados trigo, cevada, ervilha.
Os
estudos indicam que provavelmente os habitantes produziam também um tipo especial
de cerveja. Apesar da caça ser uma atividade importante, os seus moradores
também criavam ovelhas e gado para alimentação e vestimentas. Além disso, em
Çatal Hüyük, o artesanato e a fabricação de jóias eram bem desenvolvidos.
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