Leucipo
e Demócrito
Demócrito
de Abdera - Pensador e discípulo de Leucipo de Mileto.
Leucipo
de Mileto (nascido em 500 a C.) e seu discípulo Demócrito de Abdera (460 a.C.)
são geralmente apresentados juntos porque seus pensamentos constituem uma única
doutrina reunida em vários textos conhecidos como a obra da escola de Abdera.
Essa obra refere-se ao que chamamos de atomismo.
O
átomo (do grego a-tomos, o não divisível, não mais cortável) é para esses
filósofos o elemento primordial da Natureza. São indivisíveis, maciços,
indestrutíveis, eternos e invisíveis, podendo ser concebidos somente pelo
pensamento, nunca percebidos pelos sentidos.
A
phýsis (natureza) é composta por um número ilimitado de átomos. Os átomos podem
existir de formas variadas e habitam uma outra forma de infinitude: o vazio.
Neste, os átomos se agregam, se desagregam, se deslocam, formando os seres que
percebemos pelos sentidos (movimento).
Significa
dizer que segundo a teoria atomística, só existem átomos e vazio. Significa
também que nossos sentidos percebem uma realidade transitória, mutável, mas
ilusória, porque mesmo que apreendamos as mutações das coisas, no fundo, os
elementos primordiais que constituem essa realidade jamais se alteram.
Assim,
a mudança, a mutação, as transformações são explicadas pela agregação ou
desagregação de elementos primordiais que somente conseguimos conhecer pelo
pensamento. Não se trata de dizer que os sentidos provocam, então, ilusão, mas
que o que sabemos pela percepção, por ser transitório, não se refere ao
conhecimento, uma vez que o saber estaria em conhecer as formas dos átomos (se
quadrada, redonda, triangular, etc.) para se compreender como cada umas destas
designam uma qualidade dos objetos que percebemos (como por exemplo, um átomo
triangular determinar uma cor ou um sabor).
Foi
a partir da releitura desses pensadores que as pesquisas que culminaram com a
descoberta do átomo pelos cientistas do século XIX (John Dalton e a seguir os
modelos de Rutherford-Bohr) foram iniciadas. Porém, o átomo como nós o
concebemos hoje já é subdivido em várias outras partículas como prótons,
nêutrons e elétrons. Mas permanece o pensamento original de que a matéria ainda
pode ter sua menor partícula indivisível.
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