quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Língua afiada...

Adjetivo e Locuções Adjetivas

 



Adjetivo 

Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.

Ex.: neve branca; cidade moderna.

Classifica-se em:

- Simples: quando apresenta um único radical.
Ex.: comida saborosa.

- Composto: quando apresenta mais de um radical.
Ex.: programa sociocultural.

- Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: inimigo leal.

- Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: calça esverdeada.


Locuções Adjetivas

Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo (ou advérbio), com valor de adjetivo.

Noite de chuva (chuvosa)

Atitudes de anjo (angelical)

Pneu de trás (traseiro)

Menina do Brasil (brasileira)

Lista de locuções adjetivas acompanhadas dos adjetivos correspondentes:

Locução adjetivaAdjetivo correspondente
De abdômenabdominal
De abelhaapícola
De abutrevulturino
De almaanímico
De alunodiscente
De anjoangelical
De asnoasinino
De bocabucal, oral
De boibovino
De cabelocapilar
De camporural
De cavaloequino
De chuvapluvial
De cidadeurbano
De estômagoestomacal
De leãoleonino
De ovelhaovino
De paixãopassional
De rimrenal


http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm

História...

As grandes civilizações e suas organizações

As primeiras civilizações se formaram a partir de quando o homem descobriu a agricultura e passou a ter uma vida mais sedentária, por volta de 4.000 a.C. Essas primeiras civilizações se formaram em torno ou em função de grandes rios: A Mesopotâmia estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a Índia ao Indo, a China ao Amarelo.
Foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações. Tempos depois foram se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais.

Mesopotâmia: o berço da civilização

A estreita faixa de terra localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia, que significa “entre rios” (do grego, meso = no meio;potamos = rio). Essa região foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos mesopotâmicos. Sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns desses povos.
Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.

Os sumérios (4000 a.C. – 1900 a.C.)

Foi nos pântanos da antiga Suméria que surgiram as primeiras cidades conhecidas na região da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Nipur.

Os povos da Suméria enfrentaram muitos obstáculos naturais. Um deles era as violentas e irregulares cheias dos rios Tigre e Eufrates. Para conter a força das águas e aproveita-las, construíram diques, barragens, reservatórios e também canais de irrigação, que conduziam as águas para as regiões secas.
Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento de um tipo de escrita, chamada cuneiforme, que inicialmente, foi criada para registrar transações comerciais.

A escrita cuneiforme – usada também pelos sírios, hebreus e persas – era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia, dificultando a representação de sentimento, ações ou idéias abstratas, com o tempo, os sinais pictóricos converteram-se em um sistema de sílabas. Os registros eram feitos em uma placa de argila mole. Utilizava-se para isso um estilete, que tinha uma das pontas em forma de cunha, daí o nome de escrita cuneiforme.

Quem decifrou esta escrita foi Henry C. Rawlinson, através das inscrições da Rocha de Behistun. Na mesma época, outro tipo de escrita, a hieroglífica desenvolvia-se no Egito.

Caracteres cuneiformes gravados na Suméria, por volta de 3200 a.C.

Na sociedade suméria havia escravidão, porém o número de escravos era pequeno. Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria, conhecidos como Acadianos, dominaram as cidades-estados da Suméria por volta de 2300 a.C.
Os povos da Suméria destacaram-se também nos trabalhos em metal, na lapidação de pedras preciosas e na escultura. A construção característica desse povo é a zigurate, depois copiada pelos povos que se sucederam na região. Era uma torre em forma de pirâmide, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo.
Os Sumérios eram politeístas e faziam do culto aos deuses uma das principais atividades a desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações deixavam estatuetas de pedra diante dos altares para rezarem em seu nome.

Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da Suméria.

Os sumérios merecem destaque também por terem sido os primeiros a construir veículos com rodas.
As cidades sumérias eram autônomas, ou seja, cada qual possuía um governo independente. Apenas por volta de 2330 a.C., essas cidades foram unificadas.

O processo de unificação ocorreu sob comando do rei Sargão I, da cidade de Acad. Surgia assim o primeiro império da região.

O império construído pelos acades não durou muito tempo. Pouco mais de cem anos depois, foi destruído por povos inimigos.

Os babilônios (1900 a. C – 1600 a.C.)

Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando diversas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o rei Hamurabi, que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia.
Hamurabi impôs a todos os povos dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação, baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço, etc.) O Código de Hamurabi, como ficou conhecido, é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurabi desenvolveu esse conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.
Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.

Jardins Suspensos da Babilônia

Torre de Babel

Após a morte de Hamurabi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste.
                            

Os hititas (1600 a. C – 1200 a.C.)

Os Hititas foram um povo indo-europeu, que no 2º milênio a.C. fundaram um poderoso império na Anatólia Central (atual Turquia), região próxima da Mesopotâmia. A partir daí, estenderam seus domínios até a Síria e chegaram a conquistar a Babilônia.
Provavelmente, a localização de sua capital, Hatusa, no centro da Ásia Menor, contribuiu para o controle das fronteiras do Império Hitita.
Essa sociedade legou-nos os mais antigos textos escritos em língua indo-européia. Essa língua deu origem à maior parte dos idiomas falados na Europa. Os textos tratavam de história, política, legislação literatura e religião e foram gravados em sinais cuneiformes sobre tábuas de argila.
Os Hititas utilizavam o ferro e o cavalo, o que era uma novidade na região. O cavalo deu maior velocidade aos carros de guerra, construídos não mais com rodas cheias, como as dos sumérios, mas rodas com raios, mais leves e de fácil manejo.
O exército era comandado por um rei, que também tinha as funções de juiz supremo e sacerdote. Na sociedade hitita, as rainhas dispunham de relativo poder.

No aspecto cultural podemos destacar a escrita hitita, baseada em representações pictográficas (desenhos). Além desta escrita hieroglífica, os hititas também possuíam um tipo de escrita cuneiforme.
guerreiro hitita
Pictograma mostrando um guerreiro hitita.
Assim como vários povos da antiguidade, os hititas seguiam o politeísmo (acreditavam em várias divindades). Os deuses hititas estavam relacionados aos diversos aspectos da natureza (vento, água, chuva, terra, etc). 
Em torno de 1200 a.C., os hititas foram dominados pelos assírios, que, contando com exércitos permanentes, tinham grande poderio militar.
A queda deste império dá-se por volta do século 12 a.C.

Os assírios (1200 a. C – 612 a.C.)

Legenda: Painel de pedra que decorava o palácio do rei Assurbanipal, em Nínive, arqueiros assírios colocam em fuga um contingente de árabes montados em camelos.
Os assírios habitavam a região ao norte da babilônia e por volta de 729 a.C. já haviam conquistado toda a Mesopotâmia. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa região que hoje pertence ao Iraque.
Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam, impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam.
Empreenderam a conquista da Babilônia, e a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até atingirem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conheceu seu período de maior glória e prosperidade durante o reinado de Assurbanipal.
Assurbanipal foi o último grande rei dos assírios. Durante o seu reinado (668 - 627 a.C.), a Assíria se tornou a primeira potência mundial. Seu império incluía a Babilônia, a Pérsia, a Síria e o Egito.
Ainda no reinado de Assurbanipal, os babilônios se libertaram (em 626 a.C.) e capturaram Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do Império Assírio se acentuou, e o poderio da Assíria desmoronou. Uma década mais tarde o império caía em mãos de babilônios e persas.
O estranho paradoxo da cultura assíria foi o crescimento da ciência e da matemática. Este fato pode em parte explicado pela obsessão assíria com a guerra e invasões. Entre as grandes invenções matemáticas dos assírios está a divisão do círculo em 360 graus, tendo sido eles dentre os primeiros a inventar latitude e longitude para navegação geográfica. Eles também desenvolveram uma sofisticada ciência médica, que muito influenciou outras regiões, tão distantes como a Grécia.                     

Os caldeus (612 a. C – 539 a.C.)

A Caldéia era uma região no sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A região da Caldéia é uma vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60 quilômetros em largura.

Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia. Esse império ficou conhecido como Neobabilônico ouSegundo Império Babilôncio. Seu mais importante soberano foi Nabucodonosor.

Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Além de estender seus domínios, foram feitos muitos escravos entre os habitantes de Jesuralém. Seguiu-se então um período de prosperidade material, quando foram construídos grandes edifícios com tijolos coloridos.


Em 539 a.C., Ciro, rei dos persas, apoderou-se de Babilônia e transformou-a em mais uma província de seu gigantesco império.

A organização social dos mesopotâmios

Sumérios, babilônios, hititas, assírios, caldeus. Entre os inúmeros povos que habitaram a Mesopotâmia existiam diferenças profundas. Os assírios, por exemplo, eram guerreiros. Os sumérios dedicavam-se mais à agricultura.
Apesar dessas diferenças, é possível estabelecer pontos comuns entre eles. No que se refere à organização social, à religião e à economia. Vamos agora conhecê-las:

A sociedade

As classes sociais - A sociedade estava dividida em classes: nobres, sacerdotes versados em ciências e respeitados, comerciantes, pequenos proprietários e escravos.
A organização social variou muito pelos séculos, mas de modo geral podemos falar:
  •  Dominantes: governantes, sacerdotes, militares e comerciantes.
  •  Dominados: camponeses, pequenos artesãos e escravos (normalmente presos de guerra).
  • Dominantes detinham o poder de quatro formas básicas de manifestação desse poder: riqueza, política, militar e saber. Posição mais elevada era do rei que detinha poderes políticos, religiosos e militares. Ele não era considerado um deus, mas sim representante dos deuses.
  • Os dominados consumiam diretamente o que produziam e eram obrigados a entregar excedentes para os dominantes

A religião

Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é, adoravam diversas divindades, e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, não acreditavam em recompensas após a morte, acreditavam em crença em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Seus deuses eram numerosos com qualidades e defeitos, sentimentos e paixões, imortais, despóticos e sanguinários.
Cada divindade era uma força da natureza como o vento, a água, a terra, o sol, etc, e do dono da sua cidade. Marduk, deus de Babilônia, o cabeça de todos, tornou-se deus do Império, durante o reinado de Hamurabi. Foi substituído por Assur, durante o domínio dos assírios. Voltou ao posto com Nabucodonosor.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.

A vida cotidiana na mesopotâmia

Escravos e pessoas de condições mais humildes levavam o mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples: pão de cevada, um punhado de tâmaras e um pouco de cerveja leve. Isso era a base do cardápio diário. Às vezes comiam legumes, lentilha, feijão e pepino ou, ainda, algum peixe pescado nos rios ou canais. A carne era um alimento raro.
Na habitação, a mesma simplicidade. Às vezes a casa era um simples cubo de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeiras e argila comprimida. Esse tipo de telhado tinha a desvantagem de deixar passar a água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos normais era usado como terraço.
As casas não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. Os insetos eram abundantes nas moradias.
Os ricos se alimentavam melhor e moravam em casas mais confortáveis que os pobres. Mesmo assim, quando as epidemias se abatiam sobre as cidades, a mortalidade era a mesma em todas as camadas sociais.

Política e economia

A organização política da Mesopotâmia tinha um soberano divinizado, assessorado por burocratas- sacerdotes, que administravam a distribuição de terras, o sistema de irrigação e as obras hidráulicas. O sistema financeiro ficava a cargo de um templo, que funcionava como um verdadeiro banco, emprestando sementes, distribuído um documento semelhante ao cheque bancário moderno e cobrando juros sobre as sementes emprestadas.
 Em linhas gerais pode-se dizer que a forma de produção predominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os indivíduos só usufruíam da terra enquanto membros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sobre o controle do déspota, personificações do Estado, e dos templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as necessidades, alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina cidade-templo.
Administradas por uma corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários.
Entre os sumérios havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente pequeno.  

A agricultura

A agricultura era base da economia neste período. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C. baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, gergelim (sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação), arvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a grade e carros de roda;

A criação de animais

A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida.

O comércio

Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de matérias primas favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes.
As transações comerciais eram feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência de um comércio muito intenso deu origem a uma organização economia sólida, que realizava operações como empréstimos a juros, corretagem e sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito.
O comércio foi uma figura importante na sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.

As ciências a astronomia

Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus.
                                  

A matemática

Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles conheciam os resultados das |multiplicações e divisões, raízes quadradas e raiz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logaritmos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;

A medicina

Os progressos da medicina foram grandes (catalogação das plantas medicinais, por exemplo). Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.

As letras


Escrita cuneiforme gravada numa escultura do século XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris).
A linguagem escrita é resultado da necessidade humana de garantir a comunicação e o desenvolvimento da técnica.

A escrita

A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado.
As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7 de Altura.
A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.

A Literatura era pobre

Destacam-se apenas o Mito da Criação e a Epopéia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói semi-deus, cujo objetivo era conhecer o segredo da imortalidade.

O Direito

O Código de Hamurabi, até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, não é original. É uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes.
Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, "olho por olho, dente por dente" (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido), desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a posição social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco conhecido - os mushkhinum) e igualdade de filiação na distribuição da herança.
O Código de Hamurabi reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica (controle dos preços, organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos.

Legenda: inscrição do Código de Hamurabi.

As artes

A mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos.

Escultura e a pintura

Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura.

A música e a dança

A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.
A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.
O canto também tinha ligações com a magia. Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc.
Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).

O legado dos povos mesopotâmicos

Herdamos dos povos mesopotâmicos vários elementos de nossa cultura. Vejamos alguns:
  • o ano de 12 meses e a semana de 7 dias;
  • a divisão do dia em 24 horas;
  • a crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco;
  • a previsão dos eclipses.
  • o hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua;
  • a circunferência de 360 graus;
o processo aritmético das operações matemáticas; multiplicação, divisão, soma e subtração além de raiz quadrada e cúbica.

http://www.sohistoria.com.br/ef2/mesopotamia/p7.php
                                  

Viva a sabedoria...

Maquiavel e o pensamento político
Maquiavel, a partir de seu pensamento político, procurou fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens.
Maquiavel, com base em seu pensamento político, percebeu que as formas de governo se dão de forma cíclica.

O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural. Uma delas foi desenvolvida por um autor italiano, Maquiavel, que procurava fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens. Essa pretensão tinha como modelo as ciências naturais que estavam em plena descoberta (física, medicina, etc.), estabelecidas por Galileu e com o próprio ideal renascentista de domínio da natureza.

Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse aplicada também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha como pressuposto uma natureza humana imutável. Para ele, se há uniformidade nas leis gerais das ciências naturais, também deveria haver para as ciências humanas. Isso foi necessário para manter a ordem dentro do Estado burguês então nascente, que precisava desenvolver suas atividades e prosperar.

O problema para Maquiavel, entretanto, é saber a quem serve a ciência política e o que fazer para se manter no poder. Apesar de, obviamente, ser um defensor da burguesia, não se sabe ao certo qual a sua preferência de forma de governo. Mesmo assim, ele tende ora para a República, ora para a Monarquia. Para ele, essa questão é secundária, pois a sua concepção de história era cíclica e os governos sempre se degeneravam: da monarquia à tirania, desta à oligarquia e à aristocracia, que, por sua vez, recaíam na democracia que, enfim, só terá solução com um ditador. Isso acontece (e se repete) porque os seres humanos têm uma essência universal: é o desejo de poder e os vícios a que são acometidos os homens (governantes e seus sucessores) que fazem com que o governo se degenere.

Por isso, Maquiavel lança mão de dois conceitos chaves: virtu e fortuna. Este diz respeito à grande maioria dos homens, é a sorte, o destino a que estão determinados; e aquele é a excelência que poucos homens têm de previsão, capazes de fazê-los manter o poder máximo possível e para isso podem matar, roubar, mentir, sem nenhum escrúpulo.

A diferença entre Maquiavel e os outros cientistas naturais é que estes, ao publicarem suas obras, não constrangem a sociedade de modo geral, enquanto a obra de Maquiavel causa tal constrangimento, ainda que seja usada por todos os políticos de todos os tempos. Por causa disso, o adjetivo “maquiavélico” significa que “os fins justificam os meios”, ou seja, para se alcançar um objetivo (no caso de Maquiavel, o poder e sua manutenção) vale utilizar-se de qualquer método.

Arte...

Bossa Nova
Álbum “Bossa Nova at Carnegie Hall” (1962)
Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava a internacionalização da música brasileira.

Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.

A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.

A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.

Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.

Entendendo...

Processo de globalização e ambiguidades
O processo de globalização teve início no século XX, desenvolvendo-se juntamente com o capitalismo. Este processo, porém, apresenta aspectos positivos e negativos.

A globalização se desenvolveu juntamente com o capitalismo
O século XX foi palco de inúmeras transformações históricas que marcaram, definitivamente, a organização do mundo e, dentre elas, está o advento da globalização. Enquanto processo, a globalização ampliou-se com o desenvolvimento do capitalismo, condição fundamental para sua dimensão alcançada no final da Guerra Fria entre os anos 1980 e 1990.

Ao final da II Guerra Mundial, o globo se dividiu em dois blocos, um capitalista – representado pelos Estados Unidos da América; e outro socialista – encabeçado pela União Soviética. Esse período conhecido por Guerra Fria foi marcado por uma forte disputa pelo domínio ideológico entre tais blocos, bem como pela chamada corrida espacial e tecnológica. Nessa disputa, o modelo capitalista saiu vitorioso, após as reformas econômicas e políticas promovidas pela União Soviética quando esta já agonizava, sem condições de manter o projeto socialista e o seu modelo de Estado de bem-estar-social. Ao final dos anos 1980, caiu o muro de Berlim, símbolo da divisão do mundo, o que significaria a vitória da ideologia capitalista. Tem-se, desde então, a configuração de uma nova ordem mundial, iniciada pela reorganização das relações internacionais no tocante à divisão internacional da produção, isto é, do trabalho. 

Fundamentalmente, a globalização teve como seu motor a busca pela ampliação dos mercados, dos negócios, isto é, ampliação das relações internacionais em nome dos objetivos econômicos das nações. Nesse sentido, é preciso se pensar no papel da ampliação do neoliberalismo como modelo econômico adotado pelas potências em todo o mundo, defendido na década de 1980 por líderes como Margaret Thatcher (Inglaterra), fato que embocou numa redefinição do papel do Estado. Cada vez mais, em nome da liberdade econômica, os Estados, enquanto instituições que deteriam o poder na sociedade sobre as mais diversas esferas (como a econômica), vão diminuindo sua presença nas decisões, tornando-se “mínimos”. Apenas como regulamentador, assim como os demais agentes econômicos, o próprio Estado também se submeteria às leis do mercado, preocupando-se com questões como mercado financeiro, balanço cambial, competitividade internacional, entre outros aspectos do universo do capital.

Surgiram os chamados blocos econômicos, como a União Europeia e o Mercosul, para citar apenas dois, os quais teriam como finalidade criar condições para melhor comercialização entre seus membros, dada a situação de interdependência das economias. Vale lembrar que nesse contexto (e desde o final da II Guerra), instituições como a ONU, a OMC, o FMI, entre outras, têm desempenhado papéis fundamentais nas relações internacionais no âmbito dos mais diversos assuntos de interesse mundial.

Ainda com relação a essa grande internacionalização da economia (ampliação do comércio e dos investimentos externos em países dependentes dos mais ricos), é importante pontuar que todo esse processo foi acelerado pelo desenvolvimento tecnológico dos meios de produção (tornando-os mais eficientes) e dos meios de comunicação. Consequentemente, as transações econômicas internacionais e o mercado financeiro também se desenvolveriam (hoje, principalmente pela virtualização da economia pela rede mundial), permitindo que as corporações multinacionais se proliferassem pelo mundo.

Para além do aspecto econômico propriamente dito, a globalização possibilitou uma maior aproximação das nações no que tange à discussão em Conferências Internacionais, por meio de órgãos como a ONU, acerca de assuntos de interesse geral, como a fome, a pobreza, o meio ambiente, o trabalho, etc. Um bom exemplo seria como está sendo tratada a questão da possibilidade da formação de um Estado Palestino em 2011, ou as questões ambientais.

Já do ponto de vista cultural, há um processo de sobreposição e aproximação de culturas, costumes, porém com o predomínio do padrão ocidental, processo este que pode ser chamado de ocidentalização do mundo. O padrão de vida, os valores, a cultura (música, cinema, moda) – isso sem se falar no idioma inglês, que é visto como universal – enfim, direta ou indiretamente representam o poder hegemônico dos Estados Unidos em todo o mundo. Ao passo em que se tem uma tendência à homogeneização de valores culturais, tem-se o aumento do processo de intolerância e xenofobia em países como EUA e França. A questão dos atentados de 11 de setembro de 2001 pode ser um exemplo da intolerância tanto de alguns grupos do Oriente com relação ao Ocidente, assim como também por parte do Ocidente com relação ao Oriente, haja vista a forma como os Estados Unidos empreenderam um revanchismo em nome da “segurança mundial” contra o terrorismo. A despeito da crise econômica que enfrentam, atualmente os Estados Unidos ainda possuem o poder hegemônico (embora um pouco abalado) no mundo. Dessa forma, as ideias de soberania e de Estado-nação ficam reduzidas diante da globalização, pois isso vai depender do papel que determinado país exerce no jogo da política internacional, podendo sofrer uma maior ou menor influência, seja ela econômica ou cultural. A retração e diminuição do papel do Estado com a valorização de políticas neoliberais e a permissividade ou dependência com relação ao capital de investidores internacionais são fatores que contribuíram para o aumento da pobreza e da desigualdade em países mais pobres.

Logo, a ambiguidade da globalização vem à tona quando se avalia seus efeitos mais negativos sobre a população mundial, principalmente do ponto de vista econômico. Com a globalização da economia, as empresas, em nome da concorrência, reduzem custos, diminuindo vários postos de trabalho, gerando o desemprego estrutural. Além disso, o desemprego pode piorar quando há um crescimento do investimento no mercado financeiro (o qual possibilita um retorno maior e mais rápido aos grandes investidores) ao invés do investimento na produção, esta sim geradora de empregos. Como se tem debatido atualmente, entre as causas das crises na economia mundial nos últimos anos (principalmente em 2008) estariam as chamadas operações financeiras especulativas, as quais tiveram como consequência direta uma reformulação do papel do Estado entre os países mais ricos, agora mais intervencionistas do que antes. Buscando amenizar os efeitos nocivos das crises, as medidas adotadas pelos governos na tentativa do controle do déficit público e da inflação (juros altos), contribuem para a concentração de renda e o desemprego, fato que tem levado as populações de muitos países a irem às ruas manifestarem seu descontentamento.

 Assim, sobre a globalização, pode-se afirmar ser um processo de duas vias: se há avanços por um lado (como no tocante às relações sociais, ao intercâmbio cultural e à possibilidade de uma maior troca comercial), há retrocessos pelo outro (como o aumento da miséria e da desigualdade social, da intolerância religiosa e cultural, a perda de poder dos Estados em detrimento das grandes corporações multinacionais). Esperemos o que o século XXI reserva, não apenas a nós, mas também às próximas gerações.

Curiosidade...

O tesouro dos templários existe?
O tesouro dos templários ainda desperta a curiosidade de muitas pessoas.

Sendo um misto de luta e devoção religiosa, o movimento cruzadista abriu caminho para que diversas ordens de natureza monástico-militar surgissem no Oriente. No século XII, um conjunto de monges cavaleiros franceses foi designado para proteger a cidade de Jerusalém, recentemente conquistada pelos cristãos na passagem entre os séculos XI e XII. Chamados de cavaleiros Templários, ocupavam uma ala do palácio real que teria sido parte integrante do antigo Templo de Salomão.

Notados pelas vestes brancas e a cruz, esses cavaleiros foram se tornando de grande importância na defesa dos Estados Cristão no Oriente, constantemente atacados pelas tropas muçulmanas. Na medida em que exerciam função militar de destaque, acumulavam terras, castelos e outros bens que transformaram essa ordem religiosa em uma poderosa instituição econômica. Não raro, financiavam caravanas que estabeleciam o elo comercial entre a Terra Santa e a Europa Ocidental.

Por volta do século XIII e XIV, uma parcela significativa dos templários se encontrava em território francês, detendo semelhante prestígio econômico e militar na região. No ano de 1307, o rei francês Felipe, O Belo, decidiu promover a prisão dos cavaleiros templários sob a alegação de cometerem pecados diversos contra a doutrina católica. Ao mesmo tempo, o papa Clemente V determinou a extinção da ordem religiosa e o grão-mestre templário Jacques de Molay foi condenado à morte.

No desencadear dessa grande devassa contra os templários apareceram diversas lendas sobre o funcionamento interno da ordem e as intenções do monarca francês. Entre a suspeita de rituais secretos e outras ações de natureza vividamente autonomista, corria o forte burburinho de que os templários preservavam um tesouro secreto. Para alguns, tendo em vista a ambição política e financeira do rei Felipe, os templários teriam preservado um grande tesouro ao longo dos séculos.

Segundo algumas teorias, os templários conservariam um enorme tesouro localizado em terras espanholas ou escocesas. Já outros curiosos sobre o tema especulam que o tesouro templário ainda teria sido preservado em terras francesas, na região da Normandia, ou em Rennes-le-Château, uma pequena aldeia situada no sul da França. De fato, ao longo todo o século XX, percebemos a existência de toda uma literatura que tenta alimentar a aura deste intrigante mistério.

De acordo com recentes pesquisas históricas, a manutenção desse mistério desconsidera o contexto francês na Baixa Idade Média. Nesse período, a formação das monarquias nacionais e o gasto com as cruzadas determinaram a criação de uma enorme dívida por parte dos monarcas franceses. Assim, antes da perseguição aos templários, o rei Felipe tinha buscado várias estratégias para saldar os cofres do governo. Foi daí que a perseguição contra a Ordem Templária apareceu.

O historiador Raymond Cazelles afirma que Felipe, O Belo, promoveu um confisco de bens e propriedades bastante significativo ao perseguir os templários. Mais do que simplesmente sanar o déficit orçamentário de seu país momentaneamente, aquele vultoso espólio consegui garantir a estabilidade econômica francesa por alguns anos. Dessa forma, fica muito difícil acreditar que algum outro quinhão tenha ficado em segredo ou fora descoberto somente alguns séculos mais tarde.

Piada...

O que a minhoca falou pro minhoco? Você minhoquece!
http://www.piadasnet.com/piada7adivinhas.htm

Mais uma etapa superada...