Como
revitalizar o namoro
Saiba qual o segredo para deixar o apetite
sexual e a intimidade do casal em alta - e tenha um relacionamento feliz e
duradouro!
O beijo implica uma entrega talvez maior do
que a da transa - Contardo Calligaris, psicanalista
Falta de beijo na boca. Por esse motivo, a
nutricionista curitibana Samara da Cunha, 27 anos, resolveu pôr fim a um namoro
de mais de três anos. Antes de tomar essa decisão radical, ela bem que tentou
atrair os lábios do namorado para os seus com leves mordidinhas, diversas
vezes. Não adiantou. Sete meses e inúmeras dentadas depois, o jeito foi partir
para uma DB (a sigla vem de ''discutir o beijo''), que também não levou a nada.
''Beijo de língua só rolava durante o sexo'', conta Samara. ''E para mim não
bastava. Para ter vontade de cair na cama, eu precisava beijar antes, para me
inspirar. Como não acontecia, não sentia vontade de transar. Beijo envolve
sentimentos, sabe?''
Sim, todo mundo (ou quase) sabe. Tanto é que
a recusa das prostitutas em ceder seus lábios à clientela, alegando excesso de
intimidade, caiu na boca do povo. A ciência não comprova o fato, que pode sim
ser lenda urbana. Por outro lado, no campo das estatísticas, existem números
que demonstram que beijar, para a grande maioria dos brasileiros, é sim de
extrema importância antes, durante e depois do sexo.
Por que beijar é importante para a relação?
Os lábios da boca guardam semelhanças com o
clitóris, principal motorzinho do prazer feminino essa seria uma das
explicações de por que mulheres, principalmente, amam beijar. Ambos os órgãos
têm intensa irrigação vascular e escondem suas terminações nervosas sob uma
fina mucosa, o que os tornam supersensíveis. Além disso, a boca é a primeira
parte do corpo com a qual exploramos o mundo, a partir do peito da mãe.
Trocando em miúdos, por meio dela somos
apresentados à noção de prazer (no caso, o da alimentação). A cada encontro com
um novo parceiro, os lábios acabam por revelar se a relação terá ou não futuro
sexual. O cheiro do outro, o gosto, a textura e a temperatura da pele... Tudo
isso já pode ser sentido no beijo. Ou seja: é no encontro de lábios que nasce e
morre o tesão. Ou o amor.
''O beijo implica, ao mesmo tempo, acesso ao
corpo do outro e uma entrega talvez maior do que a da transa'', avalia o
psicanalista e escritor Contardo Calligaris. ''Nele, o amor está quase sempre
misturado.'' Tanto que, quando o desgaste contamina um relacionamento, o
contato labial vai ficando cada vez mais diplomático, até chegar a um selinho,
no máximo. ''A partir do momento em que não há mais vontade de dar beijo de
língua, a relação sexual também fica comprometida'', afirma Carmita Abdo. ''O
beijo não mexe só com o corpo da pessoa, mas também interfere no seu estado
psicológico.''
Como revitalizar o namoro
A estudante de fisioterapia Andréia Peixoto,
22 anos, conhece bem essa história. Afinal, foi beijando que ela conseguiu
revitalizar o seu namoro de um ano e sete meses. ''As coisas foram ficando meio
mornas e um dia o Eduardo reclamou que eu não o beijava mais como no início do
relacionamento'', lembra Andréia. Depois de ouvirem o conselho de uma amiga
psicóloga, os dois resolveram dedicar dez minutos diários para um boca a boca,
digamos, mais entusiasmado. E não é que deu certo? ''Esse exercício nos ajudou
muito, porque acordou o tesão'', diz Andréia. Então, para prevenir futuros
dramas conjugais, anote aí esta receita fácil e deliciosa: beije, beije, beije,
beije, beije...
Terapia do beijo existe, sim!
Depois de constatar que falta de beijo
costuma ser problema comum entre casais que estão há muito tempo juntos, a
psicoterapeuta americana Cherie Byrd resolveu fundar a Academia do Beijo
(www.kissingschool.com), em Seattle, Estados Unidos, onde oferece cursos e
tratamentos relacionados à questão. Sua maior dica é simples. ''Os casais
simplesmente precisa combater a rotina. Recomendo que se entreguem a beijos
libidinosos, como lição de casa mesmo.'', afirma.
Literatura para beijar melhor
Considerado o mais completo livro sobre
posições sexuais de todos os tempos, o Kama Sutra tem um capítulo inteiro
dedicado ao beijo. O indiano Vatsyayana, que escreveu esse manual do sexo no
século 4, descreveu diversas formas de inovar na hora de colar boca na boca.
O beijo pode ser do tipo moderado,
contraído, pressionado, nominal, emotivo, tateante, suave, direto, inclinado,
voltado ou apertado. Tem também um tal de ''beijo colante'', que só pode ser
dado em homem sem bigode!