terça-feira, 8 de abril de 2014

História...

Revolução Farroupilha
 

Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico ( 1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Causas



O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.

A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc.

No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata.

Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.

A revolta
 

Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu Júlio de Castilhos.
  

Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. 

O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.

Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.


Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.


Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.
 
A República

Bento Gonçalves, então em cerco a Porto Alegre, recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como candidato único a presidente. Decide então contornar a capital da província para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto. 

Quando vai atravessar o rio Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por Bento Manuel e pela esquadra do inglês John Grenfell. Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no local, são presos, e a tropa é desbaratada. O governo imperial, após esta vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Netto, contudo, concentrou tropas ao recorde Piratini, a capital da República, e decidiu continuar a luta.
 
Sede do governo em Piratini

Bento Gonçalves foi escolhido presidente da República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiu o governo, organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis: Fazenda, Justiça, Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Cada ministro cuidava de dois ministérios por medida de economia.

Em fins de 1836,  sem seu líder e com o governo central fazendo propostas de anistia, a revolução estava perdendo a força, mas no início de 1837 o Regente Feijó nomeou o brigadeiro Antero de Brito para presidente da província. Este, acumulando o cargo de Comandante Militar, passou a perseguir os simpatizantes do movimento em Porto Alegre e tratar os farrapos com dureza. Mas estes atos devolveram o ânimo aos rebeldes, que conseguiram a partir daí uma série de vitórias. 

A cavalaria imperial desertou em janeiro de 1837 em Rio Pardo, e Lages, em Santa Catarina, foi tomada logo após. Em março, Antero de Brito mandou prender Bento Manoel, por achá-lo pouco rígido com a República. Mas Bento Manoel resolveu prendê-lo e passar novamente para o lado farroupilha. Um mês após, Netto, com mais de mil homens, tomou o arsenal imperial de Caçapava, capturando armas de todos os tipos e ganhando a adesão de muitos soldados da guarnição local. E em 30 de abril, Rio Pardo, então a mais populosa cidade da província, foi tomada.

Em outubro, chegou a notícia de que Bento Gonçalves havia fugido do Forte do Mar, em Salvador, vindo a assumir a presidência em 16 de dezembro. Era o auge da República. A diminuição dos combates, a estruturação dos serviços básicos - correios, política externa, fisco - davam a impressão de que o Estado Rio-Grandense estava em vias de consolidação.

Mas 1838 não foi o ano da vitória como esperavam os farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as esperanças dos republicanos. A maioria das vitórias farrapas neste ano foram em combates de guerrilha e escaramuças sem importância estratégica. Com Piratini ameaçada, a Capital é transferida para Caçapava em janeiro de 1839.



Garibaldi

Em 24 de janeiro de 1837, Giuseppe Garibaldi saiu da prisão onde fora visitar Bento Gonçalves carregando uma carta de corso que lhe dava o direito de apresar navios em nome da República Rio-Grandense, destinando metade do valor da carga para o governo da República. Ainda no Rio, ele toma o navio "Luiza", rebatizando-o de "Farroupilha". É o primeiro barco da armada Rio-Grandense. Depois de muitas aventuras (prisão no Uruguai, tortura em Buenos Aires), Garibaldi apresenta-se em Piratini em fins de 1837. 

Ao chegar à capital farroupilha, ele recebe uma missão: construir barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. 

A ideia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos? John Grenfell atacou o estaleiro farrapo, mas Garibaldi escapou com os Lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos lances de combate mais geniais da história Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno.

 
Travessia dos lanchões sobre rodas

O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival",  e armas, canhões e fardamentos. 

Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade. Mas o sonho durou apenas quatro meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina. Mas são surpreendidos em plena concentração e batem em retirada, com pesadas perdas materiais. Os navios de corso, contudo, vão mais longe.O "Seival", o "Caçapava" e o novo "Rio Pardo" vão até Santos, no litoral paulista. Encontrando forças superiores, voltam para Imbituba-SC.
 
Sede da República Juliana, em Laguna-SC

Em 15 de novembro de 1839, um ataque pesado a Laguna, com marinha, infantaria e cavalaria resulta na destruição completa da esquadra farroupilha e na retomada da cidade. Todos os chefes da marinha rio-grandense são mortos, com exceção de Garibaldi. Davi Canabarro recua até Torres, enquanto outra parte das forças terrestres vai para Lages, onde resistem até o começo de 1840.

 Declínio

Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase inexpugnável, em virtude do difícil acesso à cidade. A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Mas não teve resultados decisivos. São Gabriel foi perdida em junho, e alguns dias depois o General Netto só escapa do imperial Chico Pedro graças à sua destreza como cavaleiro.

Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república. Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.



Caxias

A partir de novembro 1842 o conflito é dominado pela estrela de Luís Alves de Lima e Silva, o Barão (depois Duque) de Caxias. Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz, Caxias usou do mesmo estilo dos farrapos para ganhar o apoio da população. Nomeou como comandantes militares Bento Manoel e Chico Pedro, dois oficiais do mesmo estilo, priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos sempre que pôde. Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os farroupilhas para o Uruguai. Estes ainda fizeram outra grande tentativa, atacando São Gabriel em 10 de abril de 1843 e, em  26 do mesmo mês, destroçaram Bento Manoel em Ponche Verde. Mas esta foi a última vitória dos farrapos.

Em dezembro de 42 reuniu-se em Alegrete a Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a Bento Gonçalves. Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos. Numa destas o líder oposicionista Antônio Paulo da Fontoura foi assassinado. Onofre Pires acusou Bento Gonçalves de ser o mandante. Este respondeu com o desafio a um duelo. Neste duelo (28 de fevereiro de 1844) Onofre é ferido, e veio a falecer dias depois.



Paz
 

Obelisco comemorativo ao acordo de Ponche Verde

Ainda em 1844 Bento Gonçalves iniciou conversações de paz, mas retirou-se por discordar de Caxias em pontos fundamentais, assumindo o seu lugar Davi Canabarro. Os farrapos queriam assinar um Tratado de Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o Império não considerava a República um Estado. Caxias contornou a situação, agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o Império.

Mas no final das contas os farrapos já não tinham outra saída senão aceitas as condições de Caxias.

A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:

O Império assumia as dívidas do governo da República;
Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província - Caxias;
Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;
Todos os processos da justiça republicana continuavam válidos;
Todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense seriam declarados livres (mas muitos deles foram reescravizados depois);
Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à província.
Além do mais, o charque importado foi sobretaxado em 25%.

Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que apesar da vitória militar do Império do Brasil contra a República Rio-Grandense, significou a consolidação do Rio Grande como força política dentro do país.



Viva a sabedoria...

Pitágoras
  
Pitágoras - O Grande Mestre

O Grande Mestre, como era chamado por seus discípulos, nasceu em Samos, uma pequena ilha próxima à região da Jônia (parte asiática das colônias gregas), mas fundou sua escola (Escola Itálica) na região da Magna Grécia, atual sul da Itália. É a ele que atribuímos a invenção da palavra Filosofia. É também o criador do famoso Teorema de Pitágoras (que revela que em um triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa – maior lado – é igual à soma dos quadrados dos catetos – os outros lados que formam 90º).

Pitágoras, que viveu no séc. V a.C., é classificado na história da filosofia como um pré-socrático por também atribuir um princípio que origina toda a realidade. Sua escola desenvolveu uma linha de pensamento que se estendeu de Filolau, Árquitas e Platão até Galileu, Giordano Bruno, Leibniz, Kepler e Newton: a de que a realidade é composta por números.

Para Pitágoras e seus seguidores, a Natureza é constituída de um sistema de relações e proporções matemáticas derivadas da Unidade (que ele concebia como sendo o número 1 e a figura geométrica ponto). Desta, surgia a oposição entre números pares e ímpares que se desdobravam em figuras geométricas como superfície e volume para produzir a realidade visível. As várias combinações entre estes elementos apareciam aos nossos sentidos como qualidades contrárias, como quente-frio, seco-úmido, claro-escuro, duro-mole, etc.

Segundo Pitágoras, o pensamento alcança a realidade em sua estrutura matemática enquanto os sentidos alcançam o modo como esta estrutura aparece para nós. Os pitagóricos foram os primeiros a cultivarem as matemáticas de modo sistemático, notando que todos os fenômenos naturais são traduzíveis por relações numéricas e representáveis de modo matemático. 

Perceberam também que a música (foi Pitágoras quem descobriu as 7 notas musicais) obedecia leis de harmonia matemática e que também o universo, natural e humano, se submetia a essas leis (cada número representava uma característica ou uma qualidade, como justiça, amor, Deus, etc.).

Hoje, o número é considerado como uma abstração da mente, um ente da razão. Mas para os antigos eles eram a própria coisa, o ser real em sua unidade básica constitutiva, sendo, pois, um princípio originário.

Os ciclos da natureza, das estações do ano e etc. eram também subordinados à lei numérica. A partir disso, Pitágoras foi levado a pensar que a alma também obedece a esses ciclos, criando assim a teoria da reencarnação cíclica, da qual hoje a religião cristã espírita é seguidora, bem como a budista é semelhante. 

Nelas, a reencarnação é um processo natural que obedece uma ordem cósmica cíclica para expiação (penitência ou castigo) de uma culpa original. Há também a Metempsicose que o Grande Mestre possuía como um dom de transmigração da alma, isto é, poderia concentrar de tal modo o pensamento que a alma sairia do corpo e viajaria a qualquer lugar do universo.

É curioso notar que, apesar do pensamento pitagórico assemelhar-se a uma síntese entre filosofia e religião, a catarse ou purificação das expiações da alma em seus ciclos reencarnatórios era realizada a partir da busca do conhecimento da verdade. 

Seu misticismo vigora ainda hoje nas seitas espíritas, mas também naquelas que mais problemas criaram à Igreja Católica durante a história: a maçonaria, da qual faziam parte grandes pensadores (como Leonardo Da Vinci) que usavam o conhecimento matemático para descrever e construir a realidade do mundo, mas que permaneciam crentes na Unidade que originava todo o universo, Unidade a qual atribuíram à divindade, sendo, portanto, a clássica categorização de DEUS-UNO (fundamento do monoteísmo, ou seja, que Deus é um só).

Cultura...



Livro e filme lembram o centenário de Tarzan, o rei da selva

Edição comentada e ilustrada do clássico de Edgar Rice Burroughs chega às livrarias

A popularidade de Tarzan, o homem-macaco, continua a mesma um século após a publicação do primeiro livro sobre o personagem, criado pelo norte-americano Edgar Rice Burroughs (1875-1950). Tanto que, para comemorar a data, a editora Zahar está lançando uma edição comentada e ilustrada do mesmo livro, que traz os desenhos originais do canadense Harold Foster (1892- 1982), ou Hal Foster, criador dos clássicos quadrinhos de O Príncipe Valente.

O cinema, também apostando na atualidade de Tarzan, um homem que prefere a companhia dos macacos à selva das cidades, prepara uma nova versão – desta vez com Alexander Skarsgard no papel-título. Dirigida por David Yates, ela certamente vai explorar mais o corpo que a alma do galã sueco, como se faz na tela desde a versão de Tarzan com Johnny Weissmuller, visto na foto maior desta página.

Traduzido por grandes autores no Brasil, entre eles Manuel Bandeira e Monteiro Lobato, os livros de Tarzan começam a ser redescobertos pelas novas gerações. Thiago Lins, também autor da ótima apresentação e das notas que acompanham a edição, é o novo tradutor do livro inaugural de uma série de 24 volumes produzidos por Burroughs. O primeiro nasceu dois anos depois que Tarzan fez sua primeira aparição, em 1912, na revista All-Story, que reunia autores de um gênero popularmente conhecido como pulp fiction – ficção barata, produzida para consumo de massa.

Embora visto com desconfiança por sociólogos, antropólogos e etnólogos, que identificam no homem-macaco de Burroughs traços de racismo, Tarzan conquistou leitores como Gore Vidal, sensível ao vigor físico do personagem, mas não Rudyard Kipling, o criador de Mowgli, incomodado com a cópia de seu garoto selvagem.

Criado nas florestas da Índia Central, Mowgly apareceu na cena literária em 1893. Perdido pelos pais após o ataque de um tigre, ele é criado por lobos, como os irmãos gêmeos Rômulo e Remo da mitologia romana. Tarzan, após a morte dos pais, é adotado por uma antropoide, Kala. A história se repete com poucas variações. Burroughs, porém, pisa mais forte no determinismo darwinista.

Tarzan cresce sem saber nada de sua condição humana, achando que é também um macaco. As ilustrações de Hal Foster reforçam a sua construção como um símio esperto e autodidata, sem respeito por outros animais – ele mata por prazer. 

Além disso, Tarzan é incapaz de identificar alguns seres humanos como semelhantes – e a facada que ele desfere no coração do nativo africano Kulonga, vingando a morte da mãe adotiva, a macaca Kala, é uma prova disso. É justamente nessa sequência que os estudiosos enxergam o “racismo” de Tarzan, incapaz de ver Kulonga como homem, por ser negro, o que não acontece quando ele se encontra com Jane, sua futura mulher, e o pai dela, ambos caucasianos como ele – além de tudo descendente de lorde inglês colonialista.

No caso de Kulonga, Tarzan por pouco não pratica um ato de canibalismo – ele, faminto, ensaia comer o nativo morto, mas seu instinto hereditário, ancestral, o faz desistir da ideia. Burroughs, no capítulo seguinte, explica que Tarzan “não sabia nada da irmandade dos homens”. Todas as coisas além de sua tribo eram “inimigos mortais”. 

Caçar e matar eram seus prazeres maiores. Assim, “sendo homem, matava por diversão, algo que nenhum outro animal faz”. Burroughs evoca o confronto entre tradição oral e escrita, ao fazer de Tarzan um autodidata que aprende a ler e escrever sozinho, ao encontrar os livros deixados pelos pais mortos.

Em inglês, o som das palavras white (branco), write (escrever) e right (direito) é quase o mesmo. Mais de um analista já identificou uma incômoda conexão entre o mundo descrito nos livros de lorde Greystoke, pai de Tarzan, e a civilização branca. Burroughs insiste na importância da hereditariedade. Aceita o darwinismo. Para Tarzan, “white” é “right” e “black” não é “beautiful”, como diz o refrão. É um incivilizado. Só aceita ser domesticado porque sente que Jane não o aceita como besta selvagem.

Alan Moore, criador de Watchmen, aprendeu a lição. Inverteu a lógica de Burroughs ao criar o personagem Tom Strong, que cresce numa câmara hiperbárica e é educado por cientistas, após um naufrágio que atinge seus pais. Strong se fortalece graças a uma raiz medicinal dos nativos. Como se vê, Tarzan não morreu. Apenas mudou de nome.

Entendendo...


Teoria Crítica - estudos importantes: "Dialética do Esclarecimento" e indústria cultural

Um estudo importante - e talvez o mais representativo da vertente teórica da Escola de Frankfurt - é o que foi elaborado por Adorno e Horkhiemer em 1947, intitulado Dialética do Iluminismo, também publicado com o título de Dialética do Esclarecimento.

Nesse livro os autores denunciam as estruturas ideológicas da dominação política (referindo-se à crise da democracia e à ascensão dos regimes totalitários na Europa), a corrida armamentista, o desenvolvimento da indústria bélica, além dos conflitos armados e das injustiças sociais gerados pelo desenvolvimento do modo de produção capitalista (ou seja, pelo capitalismo industrial). Todos esses problemas são interpretados como resultado da "crise da razão" e do Iluminismo.

Conforme registram os autores, o Iluminismo inaugurou a modernidade, ao colocar a razão e a ciência como elementos potencializadores do desenvolvimento e progresso social; e, por conseguinte, da emancipação humana.

Theodor Adorno e Max Horkheimer, como de resto todos os intelectuais frankfurtianos, não renegam o projeto da modernidade - cujo núcleo é formado pela racionalidade ou reflexividade e a crença nos princípios do progresso científico -, mas argumentam que tanto a racionalidade como a ciência se transformaram em instrumentos de dominação política, social e econômica.

A crítica da "razão instrumental" é justamente a crítica dirigida contra os obstáculos e os impedimentos à concretização do projeto emancipador do homem, preconizados séculos atrás pelos ideólogos e filósofos iluministas.

Além disso, notam os autores que, no mundo moderno, o avanço da ciência e da técnica é um processo inexorável, ou seja, permanente. O progresso científico representou o domínio do homem sobre a natureza, mas se desvirtuou por completo ao ser utilizado para ampliar a dominação do homem sobre o próprio homem.

A indústria cultural

Theodor Adorno também é autor de importante estudo sobre a chamada "indústria cultural", conceito inovador que foi contraposto ao de "cultura de massa".

O conceito de indústria cultural foi elaborado por Adorno a partir da análise crítica da obra de Walter Benjamin. Partindo da utilização da "técnica" (ciência e tecnologia) na produção e reprodução das artes, em particular aquelas associadas à comunicação social (cinema, rádio, televisão, imprensa e outras mídias), Adorno demonstrou que na sociedade industrial capitalista a produção da arte é explorada como um "bem cultural".

A mercantilização da cultura, transformada em um empreendimento empresarial, tolhe a consciência dos indivíduos e os transforma em meros consumidores de bens culturais. As consequências são muitas, entre elas a homogeneização ou massificação dos gostos a partir da imposição de um estilo de consumo.

Nesse aspecto, não existe cultura de massa, pois é a indústria cultural que determina e impõe à sociedade o consumo de bens culturais. Como um empreendimento capitalista que persegue o lucro, a indústria cultural também cria necessidades de consumo de bens culturais. Assim, o suposto potencial revolucionário ou emancipador de algumas artes, como o cinema, por exemplo, conforme apontam as teses de Benjamin, é flagrantemente criticado no estudo pioneiro de Adorno.

A crítica da indústria cultural, principalmente dos chamados meios de comunicação de massa, se aprofundou nos estudos de Jürgen Habermas, cientista social alemão que integrou a segunda geração de intelectuais filiados à Escola de Frankfurt.

Movimentos sociais de esquerda

A reflexão e análise crítica envolvendo os mais variados aspectos da realidade social do século 20 - economia, política, sociedade e cultura, sobretudo os relacionados com a sociedade industrial capitalista -, aliada ao engajamento político-intelectual e ao protesto humanístico, são todas características marcantes da Teoria Crítica.

Sem dúvida, a Teoria Crítica exerceu grande influência nos movimentos sociais de esquerda e nos movimentos estudantis da Europa Ocidental e dos Estados Unidos no final da década de 1960.

Curiosidade...

Por que sentimos cócegas?
As cócegas são rápidas respostas a situações de perigo que o homem adquiriu para defender-se, são reações de pânico. Quando algum inseto tentava escalar as pernas do homem de antigamente, eram as cócegas que o faziam perceber e expulsar o bicho.

Não é possível fazer cócegas em si mesmo (propositalmente) porque o cérebro prevê os movimentos antes mesmo que aconteçam, não provocando a sensação de perigo e pânico que incita as cócegas. Quando alguém nos toca, o corpo reage, tornando-se tenso. Porém quando tocamos o próprio corpo, ele não demonstra reação.

Piada...

Mamãe, mamãe... Na escola me chamaram de mentiroso. Cale-se que você nem vai à escola ainda...

Devanear...

Leia um trecho erótico de "Obstinada"

Sylvia Day narra uma história tórrida de paixão entre Marcus e Elizabeth. Difícil de desgrudar os olhos. (Universo dos Livros)

Elizabeth estremeceu. Marcus sempre a olhava como se fosse uma refeição diante de um homem faminto. Porém agora, seu olhar parecia... desesperado. A ponta de seu pau vazava profusamente, e ela engoliu, sentindo o sabor de sua essência.

Era tão diferente do que ela esperava. Considerava a si mesma distante da inocência virginal de uma garota. Mas no momento percebia o quão pouco conhecia. Com as pulsantes veias grossas que envolviam a ereção de Marcus, ela imaginara que a sensação seria de dureza e que sentiria sua textura. Mas, em vez disso, a pele era tão macia quanto a seda mais fina, deslizando sobre sua língua num ritmo que despertava uma pulsação sincronizada entre suas pernas.

O ato não foi o que ela esperava, nem um pouco. Pensou que se sentiria usada, que não seria nada além de um receptáculo à luxúria de Marcus. Mas ele estava devastado, ela percebia e sentia isso na maneira como ele tremia. A maneira como sua voz enrouquecera. Descobriu o poder de possuir a paixão de um homem.

- Solte-me - ela ordenou sem fôlego, querendo saber o quão longe isso poderia chegar.

Ele balançou a cabeça e empurrou a cadeira até incliná-la nas pernas traseiras. Perdendo o equilíbrio, ela gritou até ele parar. Foi então que ela entendeu o que ele queria. Ao apoiar o topo do encosto da cadeira contra a parede, Marcus deixou o sexo de Elizabeth perfeitamente alinhado com seu (...). Seu sorriso malicioso a fez ofegar, cheio de promessas ousadas. Ele segurou a ereção e pressionou contra as pernas dela, dobrando seus joelhos até apoiá-lo nas nádegas de Elizabeth. Acariciando seu pênis para cima e para baixo, ele a cobriu com o sêmen que continuava a vazar da cabeça corada.

Elizabeth não conseguiu segurar um soluço causado pela antecipação. A provocação deliberada a deixou suada e sem ar. Ela ignorou a voz que implorava para que fugisse, escolhendo ficar e se aproveitar dele... ao menos desta vez.

- Seus braços estão doloridos? - ele perguntou, sem parar os movimentos, encharcando-a com a evidência de sua excitação.

- Você me deixa dolorida.

- Devo parar? - pela maneira como sua voz falhou, ela pôde ver a tortura que era esse pensamento para ele.

- Darei um tiro em você se parar.

Com um gemido, ele se posicionou e enfiou fundo, avançando lentamente. Ela se contorceu com a invasão, sentindo o tamanho dele, grande demais para sua pele tão pouco usada. Sua ponta esfregou dentro dela, alargando-a, com carícias muito melhores do que as feitas por seus dedos mágicos.

Com as duas mãos na parede, Marcus ofegou quando entrou ainda mais fundo.

- Ah, Deus ele estremeceu. - Você é quente demais e apertada como um punho.

- Marcus... - ela gemeu. Havia algo inegavelmente erótico na maneira como ele a tomava, ainda parcialmente vestido e com as botas. Isso deveria ser ofensivo. Mas não foi assim que ela se sentiu.

Passara todos esses anos consolando as mulheres descartadas por seu pai e ouvindo as fofocas de outras desiludidas pelas inconstâncias de Marcus. Como elas não puderam enxergar a própria influência? Marcus havia quase matado um homem com as próprias mãos, mas aqui estava ele, enfraquecido por sua necessidade.

Ele retirou o pênis, com a cabeça abaixada.

- Quero que me veja (...) Elizabeth suas coxas poderosas se flexionaram quando o enfiou novamente. Ela observou vidrada quando o grosso e orgulhoso membro, brilhando com seu creme, se afastou apenas para retornar deslizando com uma lentidão dolorosa.

Os braços dela doíam, as pernas se esticavam de um jeito desconfortável, e seu cóccix já estava dormente por suportar todo o peso de seu corpo, mas ela não se importava. Nada importava além do meio de suas pernas e o homem que se saciava ali.

- Isto é confiança - ele disse, impulsionando os quadris com um ritmo firme e preciso.

Confiança. Lágrimas se derramavam por seus cílios enquanto o tormento divino continuava, denunciando a inegável habilidade de Marcus. Ele sabia exatamente como entrar nela, mergulhando com as coxas dobradas, raspando no lugar perfeito para dar o deleite enlouquecedor que ela sentia. Elizabeth ofegava de prazer, e então implorou por isso. O sangue martelava nas veias, os mamilos estavam tão enrijecidos debaixo dos tecidos que até doíam.

- Por favor...

Marcus também ofegava, o peito subia e descia com tanta força que o suor em seus cabelos se desprendia e atingia o rosto dela. Elizabeth sentiu um calor no coração com essa intimidade.

- Sim - ele rugiu. - Agora - estendendo a mão entre as pernas dela, esfregou gentilmente. Como uma mola extremamente apertada, ela se liberou com um grito agudo. Suas costas se dobraram e Marcus se moveu em estocadas lentas e profundas, arrancando o prazer dela, mantendo-a excitada, sem fôlego, chorosa debaixo dele.

- Chega... - ela implorou, incapaz de suportar mais um segundo daquilo.

Ele enterrou o mais fundo que pôde e o manteve lá, deixando as últimas ondas do orgasmo dela o apertarem. Marcus inspirou profundamente e então começou a tremer com tanta força que a cadeira se debatia contra a parede. Ele gemeu longa e dolorosamente (...)
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-erotico-obstinada-778819.shtml

Mais uma etapa superada...