Pitágoras
Pitágoras - O Grande Mestre
O Grande Mestre, como era chamado por seus
discípulos, nasceu em Samos, uma pequena ilha próxima à região da Jônia (parte
asiática das colônias gregas), mas fundou sua escola (Escola Itálica) na região
da Magna Grécia, atual sul da Itália. É a ele que atribuímos a invenção da
palavra Filosofia. É também o criador do famoso Teorema de Pitágoras (que
revela que em um triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa – maior lado – é
igual à soma dos quadrados dos catetos – os outros lados que formam 90º).
Pitágoras, que viveu no séc. V a.C., é classificado
na história da filosofia como um pré-socrático por também atribuir um princípio
que origina toda a realidade. Sua escola desenvolveu uma linha de pensamento
que se estendeu de Filolau, Árquitas e Platão até Galileu, Giordano Bruno,
Leibniz, Kepler e Newton: a de que a realidade é composta por números.
Para Pitágoras e seus seguidores, a Natureza é
constituída de um sistema de relações e proporções matemáticas derivadas da
Unidade (que ele concebia como sendo o número 1 e a figura geométrica ponto).
Desta, surgia a oposição entre números pares e ímpares que se desdobravam em
figuras geométricas como superfície e volume para produzir a realidade visível.
As várias combinações entre estes elementos apareciam aos nossos sentidos como
qualidades contrárias, como quente-frio, seco-úmido, claro-escuro, duro-mole,
etc.
Segundo Pitágoras, o pensamento alcança a realidade
em sua estrutura matemática enquanto os sentidos alcançam o modo como esta
estrutura aparece para nós. Os pitagóricos foram os primeiros a cultivarem as
matemáticas de modo sistemático, notando que todos os fenômenos naturais são
traduzíveis por relações numéricas e representáveis de modo matemático.
Perceberam também que a música (foi Pitágoras quem descobriu as 7 notas
musicais) obedecia leis de harmonia matemática e que também o universo, natural
e humano, se submetia a essas leis (cada número representava uma característica
ou uma qualidade, como justiça, amor, Deus, etc.).
Hoje, o número é considerado como uma abstração da
mente, um ente da razão. Mas para os antigos eles eram a própria coisa, o ser real
em sua unidade básica constitutiva, sendo, pois, um princípio originário.
Os ciclos da natureza, das estações do ano e etc.
eram também subordinados à lei numérica. A partir disso, Pitágoras foi levado a
pensar que a alma também obedece a esses ciclos, criando assim a teoria da
reencarnação cíclica, da qual hoje a religião cristã espírita é seguidora, bem
como a budista é semelhante.
Nelas, a reencarnação é um processo natural que
obedece uma ordem cósmica cíclica para expiação (penitência ou castigo) de uma
culpa original. Há também a Metempsicose que o Grande Mestre possuía como um
dom de transmigração da alma, isto é, poderia concentrar de tal modo o
pensamento que a alma sairia do corpo e viajaria a qualquer lugar do universo.
É curioso notar que, apesar do pensamento
pitagórico assemelhar-se a uma síntese entre filosofia e religião, a catarse ou
purificação das expiações da alma em seus ciclos reencarnatórios era realizada
a partir da busca do conhecimento da verdade.
Seu misticismo vigora ainda hoje
nas seitas espíritas, mas também naquelas que mais problemas criaram à Igreja
Católica durante a história: a maçonaria, da qual faziam parte grandes
pensadores (como Leonardo Da Vinci) que usavam o conhecimento matemático para
descrever e construir a realidade do mundo, mas que permaneciam crentes na
Unidade que originava todo o universo, Unidade a qual atribuíram à divindade,
sendo, portanto, a clássica categorização de DEUS-UNO (fundamento do
monoteísmo, ou seja, que Deus é um só).
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