terça-feira, 8 de abril de 2014
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Pronome
Pronome é classe de palavra (variável em gênero,
número e pessoa) que acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar
uma das três pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.
O pronome pode funcionar como:
- Pronome adjetivo: quando modifica um substantivo.
Esta casa é antiga.
- Pronome substantivo: quando desempenha função de
substantivo.
Paulo é um ótimo aluno. Convidei-o para o curso.
Observação: o pronome expressa um ser apenas quando
inserido num contexto.
Há, no português, seis espécies de pronomes:
pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos.
As três pessoas do discurso:
- primeira pessoa: aquela que se refere à pessoa
que fala: eu, me, mim, meu...
- segunda pessoa: aquela que se refere à pessoa com
quem se fala: tu, te, ti, teu...
- terceira pessoa: aquela que se refere à pessoa de
quem se fala: ele, ela, se, si, seu...
Observe um fragmento de conversa em que Thiago
(primeira pessoa) fala com Sílvio (segunda pessoa) sobre Marianna (terceira
pessoa):
- Eu preciso te confessar algo: estou apaixonado
por ela.
Eu – indica quem fala (Thiago)
Te – indica com quem fala (Sílvio)
Ela – indica de quem se fala (Marianna)
Interessante...
5 curiosidades enlouquecedoras sobre psicopatas
Fique por dentro de algumas curiosidades
interessantes sobre as pessoas que apresentam esse distúrbio mental
Fonte da imagem: Shutterstock5 curiosidades
enlouquecedoras sobre psicopatas
Abilolado, biruta, doido, louco, maluco, pinel: são
muitos os nomes que as pessoas que apresentam distúrbios mentais recebem.
Porém, mesmo com uma grande diversidade de nomes, estudos já demonstraram que
os psicopatas têm muito em comum.
As pessoas que apresentam esse tipo de doença somam
apenas 1% da população mundial, mas isso é mais do que suficiente para que
muitos especialistas façam deles seus fascinantes objetos de estudo. A partir
dos estudos realizados, descobriu-se que os psicopatas são pessoas que não
sentem culpa, que são extremamente impulsivas e muito manipuladoras.
Mas existem pesquisas recentes que apontam muitos
outros traços que podem formam um psicopata. Para ficar por dentro de mais
curiosidades interessantes sobre esse distúrbio mental, não deixe de conferir o
artigo. Será que você conhece alguém que se encaixa nessas características?!
1. Psicopatas não sabem o que é medo
Fonte da imagem: Shutterstock
Medo é um sentimento tão comum que nos parece
estranho que algumas pessoas não sejam capazes de reconhecê-lo. Mas mesmo com
uma expressão facial facilmente reconhecível, os psicopatas não conseguem
compreender essa sensação.
Isso ficou confirmado em um estudo realizado na
Georgetown University (EUA) em que 36 crianças de 7 a 10 anos fizeram um teste
em que era preciso reconhecer expressões faciais. A maior parte das crianças
não teve problema algum em distinguir rostos neutros, raivosos e aterrorizados.
Porém, aquelas que demonstravam tendências psicóticas simplesmente não
conseguiam entender o que as expressões de medo significavam.
Descobriu-se que essa incapacidade está relacionada
às amídalas cerebelosas, estruturas que controlam a resposta ao medo e que são
menores nos psicopatas. Essa diferença de tamanho faz com que as pessoas não
consigam interpretar o medo, mas aparentemente não afetam nenhuma outra
sensação.
Isso faz com que os psicopatas também tenham
problemas para sentir e demonstrar medo, além de não saberem como responder a
esse sentimento. Certa vez, uma psicopata que participava de um estudo
semelhante declarou: “Eu não sei como essa expressão se chama, mas sei que é
assim que as pessoas ficam antes de eu esfaqueá-las”.
2. Psicopatas precisam de dopamina
Fonte da imagem: Shutterstock
Se você se interessa pelo assunto, já deve ter se
perguntado o que leva os psicopatas a matar e o que faz deles tão
manipuladores. Eis que o comportamento desse tipo de pessoa está diretamente
relacionado à dopamina – um neurotransmissor que ativa o centro de recompensas
no nosso cérebro, causando a mesma sensação que temos quando nos apaixonamos,
comemos chocolate ou usamos drogas.
A diferença é que para os psicopatas a necessidade
é maior e a sensação é mais intensa – é como se eles fossem viciados em
dopamina. Um estudo da Vanderbilt University (EUA) administrou anfetamina para
induzir a produção de dopamina em 30 voluntários com tendências psicóticas.
Através da radioatividade, os pesquisadores conseguiam medir a quantidade de
neurotransmissores produzida e notaram que aqueles que se mostravam altamente
antissociais – com um desejo e impulso de controlar os outros – produziam muito
mais dopamina do que as outras pessoas.
3. Psicopatas ocupam cargos altos
Fonte da imagem: Shutterstock
Um levantamento realizado em 2013 na Universidade
de Oxford (Inglaterra) reuniu as profissões que mais contam com psicopatas.
Descobriu-se que muitas das pessoas com distúrbios mentais se tornaram
policiais, advogados e cirurgiões. No entanto, a posição mais ocupada pelos
psicopatas foi a de diretor executivo.
Tal pesquisa confirma os resultados de um estudo de
2010 em que 203 executivos responderam questionários para avaliar seus traços
psicóticos. O pesquisador responsável
concluiu que 1 a cada 25 entrevistados era psicopata – número muito superior ao
índice geral da população.
Essa é uma má notícia para o mundo corporativo, já
que os psicopatas costumam ser péssimos líderes e não se dão bem com outras
pessoas. Em geral, se eles não conseguem manipular seus empregados, tendem a
usar a força e táticas de terror.
4. Psicopatas podem ser trolls
Fonte da imagem: Shutterstock
Em uma pesquisa realizada por psicólogos de várias
universidades canadenses, internautas responderam a perguntas como: “Quanto
tempo você passa online?” e “Você faz comentários no YouTube?”. Além disso, os
participantes precisavam indicar se concordavam ou discordavam de frases como
“Eu gosto de trollar as pessoas em fóruns ou nos comentários de sites”, “Eu
gosto de bancar o vilão em jogos e torturar outros personagens” e “Já mandei
pessoas para sites chocantes só por diversão”.
Os resultados mostraram que os trolls apresentam
muitas características da chamada “tétrade sombria”, que é uma intersecção de
quatro tipos de personalidade – sádica, maquiavélica, narcisista e psicótica.
Pessoas com esse tipo de personalidade gostam de ferir os outros, são
desonestas e não guardam remorsos por suas ações.
Os pesquisadores também apontaram que existe uma
ligação entre essas características e o tempo que se passa trollando as pessoas
na internet, o que pode dar início a um círculo vicioso de psicopatia.
5. Psicopatas não tem um bom olfato
Fonte da imagem: Shutterstock
Em setembro de 2013, dois pesquisadores decidiram
catalogar todos os odores conhecidos pelo homem. Eles descobriram que os
humanos eram capazes de identificar dez tipos de cheiros. Enquanto a maior
parte das pessoas não tem problema em reconhecer o aroma de um queijo
gorgonzola ou o cheiro de grama recém-cortada, o mesmo não acontece com os
psicopatas.
Isso acontece porque as pessoas que apresentam esse
tipo de distúrbio mental têm uma menor atividade nos córtices orbitais. Assim,
além de afetar sua capacidade de controlar os impulsos, isso também prejudica a
habilidade de detectar cheiros. Um estudo realizado na Macquarie University
(Austrália) comprovou que quanto maior a tendência à psicopatia, pior era o
desempenho paciente em identificar odores.
Essa descoberta pode ser fundamental para o
diagnóstico dos distúrbios mentais. Isso porque os psicopatas são conhecidos
por burlar avaliações psicológicas com resposta imprecisas, mas um teste
olfativo seria muito mais difícil de ser fraudado.
http://www.megacurioso.com.br/comportamento/42792-5-fatos-enlouquecedores-sobre-psicopatas.htm
História...
Revolução Farroupilha
Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra
dos Farrapos ou Decênio Heróico ( 1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e
configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada
pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as
camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.
Causas
O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre
portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim
dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento
econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a
defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.
A partir de 1821 o governo central passou a impor a
cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque,
erva-mate, couros, sebo, graxa, etc.
No início da década de 30, o governo aliou a
cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a
importação do importado do Prata.
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do
sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que
lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país.
Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.
A revolta
Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu
Júlio de Castilhos.
Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto
Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio
Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice,
Marciano Ribeiro.
O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar
de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal
objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os
interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano
Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio
Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel,
um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os
farroupilhas.
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou
Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de
Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como
Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para
Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em
Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto
Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.
Os imperiais passaram a planejar a retomada de
Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no
8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo
tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros
oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi
posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou
reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840
Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos
conseguiriam tomá-la.
Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados
pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva
Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os
chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o
conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O
movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.
A República
Bento Gonçalves, então em cerco a Porto Alegre,
recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como
candidato único a presidente. Decide então contornar a capital da província
para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto.
Quando vai atravessar o rio
Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por
Bento Manuel e pela esquadra do inglês John Grenfell. Bento Gonçalves, Onofre
Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no
local, são presos, e a tropa é desbaratada. O governo imperial, após esta
vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Netto,
contudo, concentrou tropas ao recorde Piratini, a capital da República, e
decidiu continuar a luta.
Sede do governo em Piratini
Bento Gonçalves foi escolhido presidente da
República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiu o governo,
organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis: Fazenda, Justiça,
Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Cada ministro cuidava de dois ministérios
por medida de economia.
Em fins de 1836,
sem seu líder e com o governo central fazendo propostas de anistia, a
revolução estava perdendo a força, mas no início de 1837 o Regente Feijó nomeou
o brigadeiro Antero de Brito para presidente da província. Este, acumulando o
cargo de Comandante Militar, passou a perseguir os simpatizantes do movimento
em Porto Alegre e tratar os farrapos com dureza. Mas estes atos devolveram o
ânimo aos rebeldes, que conseguiram a partir daí uma série de vitórias.
A
cavalaria imperial desertou em janeiro de 1837 em Rio Pardo, e Lages, em Santa
Catarina, foi tomada logo após. Em março, Antero de Brito mandou prender Bento
Manoel, por achá-lo pouco rígido com a República. Mas Bento Manoel resolveu
prendê-lo e passar novamente para o lado farroupilha. Um mês após, Netto, com
mais de mil homens, tomou o arsenal imperial de Caçapava, capturando armas de
todos os tipos e ganhando a adesão de muitos soldados da guarnição local. E em
30 de abril, Rio Pardo, então a mais populosa cidade da província, foi tomada.
Em outubro, chegou a notícia de que Bento Gonçalves
havia fugido do Forte do Mar, em Salvador, vindo a assumir a presidência em 16
de dezembro. Era o auge da República. A diminuição dos combates, a estruturação
dos serviços básicos - correios, política externa, fisco - davam a impressão de
que o Estado Rio-Grandense estava em vias de consolidação.
Mas 1838 não foi o ano da vitória como esperavam os
farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de
tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as
esperanças dos republicanos. A maioria das vitórias farrapas neste ano foram em
combates de guerrilha e escaramuças sem importância estratégica. Com Piratini
ameaçada, a Capital é transferida para Caçapava em janeiro de 1839.
Garibaldi
Em 24 de janeiro de 1837, Giuseppe Garibaldi saiu
da prisão onde fora visitar Bento Gonçalves carregando uma carta de corso que
lhe dava o direito de apresar navios em nome da República Rio-Grandense,
destinando metade do valor da carga para o governo da República. Ainda no Rio,
ele toma o navio "Luiza", rebatizando-o de "Farroupilha". É
o primeiro barco da armada Rio-Grandense. Depois de muitas aventuras (prisão no
Uruguai, tortura em Buenos Aires), Garibaldi apresenta-se em Piratini em fins
de 1837.
Ao chegar à capital farroupilha, ele recebe uma missão: construir
barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta
dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia
um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte
ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os
farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina.
A ideia era um ataque
simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos? John Grenfell
atacou o estaleiro farrapo, mas Garibaldi escapou com os Lanchões
"Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da
Lagoa. Daí resultou o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos
lances de combate mais geniais da história Foram postas gigantescas rodas nos
barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até
Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito
através de campos enlameados pelas chuvas de inverno.
Travessia dos lanchões sobre rodas
O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro
por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em
Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios
mercantes, que são somados ao "Seival", e armas, canhões e fardamentos.
Em 29 de
julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da
cidade. Mas o sonho durou apenas quatro meses. Com a vitória de Laguna, os
farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina.
Mas são surpreendidos em plena concentração e batem em retirada, com pesadas
perdas materiais. Os navios de corso, contudo, vão mais longe.O
"Seival", o "Caçapava" e o novo "Rio Pardo" vão
até Santos, no litoral paulista. Encontrando forças superiores, voltam para
Imbituba-SC.
Sede da República Juliana, em Laguna-SC
Em 15 de novembro de 1839, um ataque pesado a
Laguna, com marinha, infantaria e cavalaria resulta na destruição completa da
esquadra farroupilha e na retomada da cidade. Todos os chefes da marinha
rio-grandense são mortos, com exceção de Garibaldi. Davi Canabarro recua até
Torres, enquanto outra parte das forças terrestres vai para Lages, onde
resistem até o começo de 1840.
Declínio
Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto
a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a
capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam
Caçapava quase inexpugnável, em virtude do difícil acesso à cidade. A partir
daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas
estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi
escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a
maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Mas não teve
resultados decisivos. São Gabriel foi perdida em junho, e alguns dias depois o
General Netto só escapa do imperial Chico Pedro graças à sua destreza como
cavaleiro.
Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em
São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro
é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o
criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república.
Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas
promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.
Caxias
A partir de novembro 1842 o conflito é dominado
pela estrela de Luís Alves de Lima e Silva, o Barão (depois Duque) de Caxias.
Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz,
Caxias usou do mesmo estilo dos farrapos para ganhar o apoio da população.
Nomeou como comandantes militares Bento Manoel e Chico Pedro, dois oficiais do
mesmo estilo, priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos
sempre que pôde. Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os
farroupilhas para o Uruguai. Estes ainda fizeram outra grande tentativa,
atacando São Gabriel em 10 de abril de 1843 e, em 26 do mesmo mês, destroçaram Bento Manoel em
Ponche Verde. Mas esta foi a última vitória dos farrapos.
Em dezembro de 42 reuniu-se em Alegrete a
Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a
Bento Gonçalves. Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos.
Numa destas o líder oposicionista Antônio Paulo da Fontoura foi assassinado.
Onofre Pires acusou Bento Gonçalves de ser o mandante. Este respondeu com o
desafio a um duelo. Neste duelo (28 de fevereiro de 1844) Onofre é ferido, e
veio a falecer dias depois.
Paz
Obelisco comemorativo ao acordo de Ponche Verde
Ainda em 1844 Bento Gonçalves iniciou conversações
de paz, mas retirou-se por discordar de Caxias em pontos fundamentais,
assumindo o seu lugar Davi Canabarro. Os farrapos queriam assinar um Tratado de
Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o
Império não considerava a República um Estado. Caxias contornou a situação,
agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o
Império.
Mas no final das contas os farrapos já não tinham
outra saída senão aceitas as condições de Caxias.
A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845
em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:
O Império assumia as dívidas do governo da
República;
Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da
província - Caxias;
Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao
exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;
Todos os processos da justiça republicana
continuavam válidos;
Todos os ex-escravos que lutaram no exército
rio-grandense seriam declarados livres (mas muitos deles foram reescravizados
depois);
Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à
província.
Além do mais, o charque importado foi sobretaxado
em 25%.
Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que apesar da
vitória militar do Império do Brasil contra a República Rio-Grandense,
significou a consolidação do Rio Grande como força política dentro do país.
Viva a sabedoria...
Pitágoras
Pitágoras - O Grande Mestre
O Grande Mestre, como era chamado por seus
discípulos, nasceu em Samos, uma pequena ilha próxima à região da Jônia (parte
asiática das colônias gregas), mas fundou sua escola (Escola Itálica) na região
da Magna Grécia, atual sul da Itália. É a ele que atribuímos a invenção da
palavra Filosofia. É também o criador do famoso Teorema de Pitágoras (que
revela que em um triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa – maior lado – é
igual à soma dos quadrados dos catetos – os outros lados que formam 90º).
Pitágoras, que viveu no séc. V a.C., é classificado
na história da filosofia como um pré-socrático por também atribuir um princípio
que origina toda a realidade. Sua escola desenvolveu uma linha de pensamento
que se estendeu de Filolau, Árquitas e Platão até Galileu, Giordano Bruno,
Leibniz, Kepler e Newton: a de que a realidade é composta por números.
Para Pitágoras e seus seguidores, a Natureza é
constituída de um sistema de relações e proporções matemáticas derivadas da
Unidade (que ele concebia como sendo o número 1 e a figura geométrica ponto).
Desta, surgia a oposição entre números pares e ímpares que se desdobravam em
figuras geométricas como superfície e volume para produzir a realidade visível.
As várias combinações entre estes elementos apareciam aos nossos sentidos como
qualidades contrárias, como quente-frio, seco-úmido, claro-escuro, duro-mole,
etc.
Segundo Pitágoras, o pensamento alcança a realidade
em sua estrutura matemática enquanto os sentidos alcançam o modo como esta
estrutura aparece para nós. Os pitagóricos foram os primeiros a cultivarem as
matemáticas de modo sistemático, notando que todos os fenômenos naturais são
traduzíveis por relações numéricas e representáveis de modo matemático.
Perceberam também que a música (foi Pitágoras quem descobriu as 7 notas
musicais) obedecia leis de harmonia matemática e que também o universo, natural
e humano, se submetia a essas leis (cada número representava uma característica
ou uma qualidade, como justiça, amor, Deus, etc.).
Hoje, o número é considerado como uma abstração da
mente, um ente da razão. Mas para os antigos eles eram a própria coisa, o ser real
em sua unidade básica constitutiva, sendo, pois, um princípio originário.
Os ciclos da natureza, das estações do ano e etc.
eram também subordinados à lei numérica. A partir disso, Pitágoras foi levado a
pensar que a alma também obedece a esses ciclos, criando assim a teoria da
reencarnação cíclica, da qual hoje a religião cristã espírita é seguidora, bem
como a budista é semelhante.
Nelas, a reencarnação é um processo natural que
obedece uma ordem cósmica cíclica para expiação (penitência ou castigo) de uma
culpa original. Há também a Metempsicose que o Grande Mestre possuía como um
dom de transmigração da alma, isto é, poderia concentrar de tal modo o
pensamento que a alma sairia do corpo e viajaria a qualquer lugar do universo.
É curioso notar que, apesar do pensamento
pitagórico assemelhar-se a uma síntese entre filosofia e religião, a catarse ou
purificação das expiações da alma em seus ciclos reencarnatórios era realizada
a partir da busca do conhecimento da verdade.
Seu misticismo vigora ainda hoje
nas seitas espíritas, mas também naquelas que mais problemas criaram à Igreja
Católica durante a história: a maçonaria, da qual faziam parte grandes
pensadores (como Leonardo Da Vinci) que usavam o conhecimento matemático para
descrever e construir a realidade do mundo, mas que permaneciam crentes na
Unidade que originava todo o universo, Unidade a qual atribuíram à divindade,
sendo, portanto, a clássica categorização de DEUS-UNO (fundamento do
monoteísmo, ou seja, que Deus é um só).
Cultura...
Livro e filme lembram o centenário de Tarzan, o rei da selva
Edição comentada e ilustrada do clássico de Edgar
Rice Burroughs chega às livrarias
A popularidade de Tarzan, o homem-macaco, continua
a mesma um século após a publicação do primeiro livro sobre o personagem,
criado pelo norte-americano Edgar Rice Burroughs (1875-1950). Tanto que, para
comemorar a data, a editora Zahar está lançando uma edição comentada e
ilustrada do mesmo livro, que traz os desenhos originais do canadense Harold
Foster (1892- 1982), ou Hal Foster, criador dos clássicos quadrinhos de O
Príncipe Valente.
O cinema, também apostando na atualidade de Tarzan,
um homem que prefere a companhia dos macacos à selva das cidades, prepara uma
nova versão – desta vez com Alexander Skarsgard no papel-título. Dirigida por
David Yates, ela certamente vai explorar mais o corpo que a alma do galã sueco,
como se faz na tela desde a versão de Tarzan com Johnny Weissmuller, visto na
foto maior desta página.
Traduzido por grandes autores no Brasil, entre eles
Manuel Bandeira e Monteiro Lobato, os livros de Tarzan começam a ser
redescobertos pelas novas gerações. Thiago Lins, também autor da ótima
apresentação e das notas que acompanham a edição, é o novo tradutor do livro
inaugural de uma série de 24 volumes produzidos por Burroughs. O primeiro
nasceu dois anos depois que Tarzan fez sua primeira aparição, em 1912, na
revista All-Story, que reunia autores de um gênero popularmente conhecido como
pulp fiction – ficção barata, produzida para consumo de massa.
Embora visto com desconfiança por sociólogos,
antropólogos e etnólogos, que identificam no homem-macaco de Burroughs traços
de racismo, Tarzan conquistou leitores como Gore Vidal, sensível ao vigor
físico do personagem, mas não Rudyard Kipling, o criador de Mowgli, incomodado
com a cópia de seu garoto selvagem.
Criado nas florestas da Índia Central, Mowgly
apareceu na cena literária em 1893. Perdido pelos pais após o ataque de um
tigre, ele é criado por lobos, como os irmãos gêmeos Rômulo e Remo da mitologia
romana. Tarzan, após a morte dos pais, é adotado por uma antropoide, Kala. A
história se repete com poucas variações. Burroughs, porém, pisa mais forte no
determinismo darwinista.
Tarzan cresce sem saber nada de sua condição
humana, achando que é também um macaco. As ilustrações de Hal Foster reforçam a
sua construção como um símio esperto e autodidata, sem respeito por outros
animais – ele mata por prazer.
Além disso, Tarzan é incapaz de identificar
alguns seres humanos como semelhantes – e a facada que ele desfere no coração
do nativo africano Kulonga, vingando a morte da mãe adotiva, a macaca Kala, é
uma prova disso. É justamente nessa sequência que os estudiosos enxergam o
“racismo” de Tarzan, incapaz de ver Kulonga como homem, por ser negro, o que
não acontece quando ele se encontra com Jane, sua futura mulher, e o pai dela,
ambos caucasianos como ele – além de tudo descendente de lorde inglês
colonialista.
No caso de Kulonga, Tarzan por pouco não pratica um
ato de canibalismo – ele, faminto, ensaia comer o nativo morto, mas seu
instinto hereditário, ancestral, o faz desistir da ideia. Burroughs, no
capítulo seguinte, explica que Tarzan “não sabia nada da irmandade dos homens”.
Todas as coisas além de sua tribo eram “inimigos mortais”.
Caçar e matar eram
seus prazeres maiores. Assim, “sendo homem, matava por diversão, algo que
nenhum outro animal faz”. Burroughs evoca o confronto entre tradição oral e
escrita, ao fazer de Tarzan um autodidata que aprende a ler e escrever sozinho,
ao encontrar os livros deixados pelos pais mortos.
Em inglês, o som das palavras white (branco), write
(escrever) e right (direito) é quase o mesmo. Mais de um analista já
identificou uma incômoda conexão entre o mundo descrito nos livros de lorde
Greystoke, pai de Tarzan, e a civilização branca. Burroughs insiste na
importância da hereditariedade. Aceita o darwinismo. Para Tarzan, “white” é
“right” e “black” não é “beautiful”, como diz o refrão. É um incivilizado. Só
aceita ser domesticado porque sente que Jane não o aceita como besta selvagem.
Alan Moore, criador de Watchmen, aprendeu a lição. Inverteu
a lógica de Burroughs ao criar o personagem Tom Strong, que cresce numa câmara
hiperbárica e é educado por cientistas, após um naufrágio que atinge seus pais.
Strong se fortalece graças a uma raiz medicinal dos nativos. Como se vê, Tarzan
não morreu. Apenas mudou de nome.
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