domingo, 14 de setembro de 2014

SOBERBA INGÊNUA E INÓCUA...


"Você é trouxa". Por Juliana Doretto

Na 'Visita' de hoje, Juliana, que mora em Lisboa, se encontra com jovens de boa família e péssima educação

O bumbo da discórdia

Domingo, 6h50. Da manhã. Eu dormia meu justo sono do fim de semana quando batidas de bumbo e outros mais me acordaram em sobressalto. Estava em São Paulo.

Olho pela janela: na praça, em frente ao meu prédio, um grupo de jovens, com gravatas afrouxadas, camisas desabotoadas e vestidos justos, é responsável pela balbúrdia.

Saíram de alguma festa de formatura e acharam por bem acordar os moradores da rua perto de sua grande universidade privada. Barulho ali é comum de madrugada, mas antes das 7 da manhã de um domingo pareceu-me um pouco demais.

Enfurecida, visto um roupão sobre o pijama e saio de casa, com chinelo de quarto e cara amassada. O porteiro me olha assustado. Atravesso a rua, e chamo a atenção, muito educadamente, dos jovens rebeldes sem causa. “Minha gente, não são nem sete da manhã. Eu trabalhei ontem, estou cansada...”

Eles estavam revoltados porque algum vizinho enfurecido como eu resolveu jogar ovos nos moços barulhentos. Acharam que tinha sido eu. Não, meus queridos: eu seria muito idiota se tivesse lançado ovos primeiro e conversado depois...

Tudo ia razoavelmente bem até que um dos fulanos pede, dentro de sua embriaguez matinal, para falar comigo: “Você quer mudar o sistema? Chama a polícia”. Ao que respondo: “Eu já cansei de chamar a polícia para conter a bagunça dessa universidade”.

(Parêntesis: há casos absurdos, em que os estudantes ocupam a rua -- uma via que dá acesso a um importante hospital --, e não deixam mais nenhum carro passar. Um PM já me disse que eles "não mexem com os estudantes, porque ali tem muito filho de juiz e advogado”)

Pois bem: estávamos na parte em que disse que já tinha tentado a polícia inúmeras vezes. E ele então me diz: “Você é trouxa”.

Sabe, caro leitor, paciência tem limite. Mas, em vez de falar “trouxa é você”, ainda me dispus a falar: “Trouxa é quem acha que o sistema não pode ser mudado”.

E a coisa esquentou. O menino quis dizer que ele podia fazer barulho, porque estudava “naquela faculdade grande ali, ó” e que fazia “pós- graduação”.

Quando respondi que tinha cursado uma universidade maior que a dele, e pública (o que pouca diferença fazia, porque ninguém é melhor que ninguém por ter estudado aqui ou ali, mas na hora foi o que saiu...), choveram vaias e gritos de “Vai casar, seu problema é falta de homem”.

Nenhum respeito pelo espaço público e pelo direito do outro. Zero bom senso. Arrogância. Machismo. E, convenhamos, certo anacronismo, porque “vai casar” foi um pouco demais.

Pela camiseta que alguns traziam por cima das camisas sociais, via-se que eles serão engenheiros civis. Que projetos farão esses profissionais? Pensarão nos danos que causarão quando arquitetarem um shopping center? Tratarão com respeito mulheres que forem suas colegas de trabalho? Tratarão com respeito os operários, que, ao contrário deles, não estudaram naquela universidade e não têm pós-graduação?

Pode-se pensar que eles ainda são crianças, imaturos, que com o tempo entenderão. Posso ser trouxa, mas acho que milagres não acontecem – pelo menos não assim. Acho que eles continuarão a achar que os outros – os que querem retidão, os que pedem consideração, os que acolhem o bom senso -- são os trouxas. E não eles mesmos. Mas, enfim, o que uma trouxa como eu pode saber, não é?

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2014/09/voce-be-trouxab-por-juliana-doretto.html

Convivência a longo prazo...



Muitas visões, uma família

Um episódio terá tantas interpretações quanto o número de integrantes da casa

Filho: Eu acordei muito rápido, mas minha mãe não parava de dizer que eu estava atrasado. Eu precisava arrumar minha mochila e tinha que levar as figurinhas repetidas para trocar. Eram muitas figurinhas. Tinha mais de mil. Peguei emprestado um saco de brinquedos da minha irmã. Coube tudo. Eu liguei a televisão porque, logo de manhã, passa um dos meus desenhos favoritos e eu nunca tinha visto aquele episódio! Nunca! Mas minha mãe deu um ataque do nada. Não deixou eu assistir até o final nem tomar o café da manhã na sala. 

Ela é muito chata. Disse que eu não ia começar logo segunda-feira assistindo TV o dia todo, porque eu tinha visto TV demais no domingo. Quando ela falou "domingo", eu lembrei que devia ter feito o dever com meu pai, mas a gente ficou assistindo futebol. Aí eu abri meu livro rapidinho e comecei a fazer a lição de Matemática, sem ela ver. Mamãe ficou nervosa comigo, porque a TV estava ligada e a lição não estava feita. Ela ficou chateada com o papai também. Daí veio minha irmã pequena e fez um desenho no meu livro de Matemática enquanto eu escovava os dentes. 

Eu não acredito que ela fez isso. Minha irmã é muito chata. E minha mãe brigou com ela também, mas não sei por quê. No  caminho para a escola, minha mãe botou a mão na minha testa e disse assim: eu não acredito que esse menino está com febre! A mão da minha mãe parece um termômetro. Só não apita. Daí ela disse "você não vai à escola", e eu respondi "legal, posso ver televisão então?" Daí minha irmã começou a chorar, dizendo que queria ver televisão também. Ela é muito engraçada, porque ainda não consegue falar televisão. Eu sempre ensino,  mas não adianta nada. A gente deixou minha irmã chorando na escola e, enquanto minha mãe não parava de mexer no celular, eu vomitei. Eca. É muito nojento vomitar, mas eu queria muito ver o fim do meu desenho favorito.

Filha:  A minha mãe me acorda rindo. Ela faz cosquinha e massagem. A minha mãe faz o meu mamá. Eu gosto quando ela bota chocolate. Eu queria todo dia, mas ela diz que tem dia de sabor de fruta. O meu pai foi trabalhar cedo, aí a minha mãe leva a gente na escola. Eu gosto de brincar de manhã com minha mãe. Ela deixa eu ajudar a fazer meu mamá. Quando ela manda a gente se arrumar, eu vou pro banheiro. Sei fazer muita coisa sozinha. Eu sou uma cientista e gosto de brincar de laboratório. Foi o meu irmão que me ensinou. Eu boto num potinho xampu, condicionador, pasta de dente, hidratante, perfume Alfazema e também algum creminho da minha mãe. Eu pego lá no banheiro dela sem ela ver. E misturo tudo. Esse creminho deixa meu cabelo penteadinho. Todo lisinho. É muito especial. Eu fico muito cheirosa para ir à escola. Hoje meu irmão não foi, só eu. Queria ver televisão com meu irmão, mas minha mãe não deixou.


Mãe: Eu gosto de acordar meus filhos fazendo massagem, cosquinha e carinho. Eles acordam bem dispostos, felizes e de alto astral. Mas tem dia que não adianta. Por mais massagem que eu faça, e por mais que eu me esforce, ninguém colabora. Hoje, por exemplo, a  gente estava sem diarista. Eu levantei mais cedo para fazer o café, preparar tudo, mas meu marido já tinha saído. Eu gosto que todo mundo se sente junto à mesa mas tem dia que não rola. Daí, enquanto eu preparava o café da manha, ia no quarto das crianças chamá-las. Massageava a perna de um, a perna da outra, o braço de um, o braço da outra. 

Coçava as costas de um, as costas da outra. O menino nem se mexia. A menor abria o olho, sorria, mas mudava de ideia em seguida, dizendo que precisava dormir.  E chorava. Como era inútil continuar chamando, fui tomar meu café sozinha até ela aparecer, querendo fazer a vitamina comigo. A pia fica toda suja, mas, mesmo com pressa não tenho coragem de dizer não. Ela adora. Enquanto Bia terminava de beber, avisei o mais velho para correr. Fui no quarto deles buscar o uniforme e encontrei um monte de brinquedos da Bia espalhados no chão. "Biaaaa!", gritei, "por que você espalhou seus brinquedos!??"


Quando dei por mim, estávamos atrasados. Catei aquela bagunça porque detesto voltar para casa e ter a impressão de que um furacão passou ali na nossa ausência. Eu queria que, ao bater a porta, todas as coisas voltassem para seus lugares, automaticamente. Gabriel estava vendo desenho na TV! Desliguei e mandei agilizar, entregando o uniforme a ele, enquanto eu penteava e escovava os dentes da pequena. Avisei Gabriel que era só o tempo de eu ficar pronta pra gente sair. Ele tem que colaborar mais, não é possível. Meu cabelo estava um horror mas não dava mais tempo de lavar e secar. Dei um jeito. Quando terminei, flagrei Gabriel fazendo o dever de casa! Na hora de sair! Meu marido tinha ficado de ver isso ontem à noite. Com raiva, mandei o primeiro torpedo do dia:

“Ótimo você não ter feito o dever com o Gabriel. Consegue imaginar a confusão agora?”
Resposta:    : /

Eu disse "Gabriel, agora não dá, vai sem fazer, estamos atrasados e eu tenho uma reunião importante". Da porta, com mochilas na mão, chamei Bia. Ela apareceu com o cabelo colado no couro cabeludo, cheirando a alfazema com menta, ou algo assim, e eu perguntei “Bia, o que aconteceu com seu cabelo?” Aí ela me diz “eu me arrumei também, mamãe. Meu cabelinho fica mais bonito com os creminhos que eu passei não fica?”. Por um instante, pensei em entrar no banho com ela, daí eu lavaria o meu cabelo também. Mas tive que me contentar com a pia para tentar tirar aquele grude, enquanto ela chorava e Gabriel me perguntava quanto era sete vezes sete.

 "Gabriel, você já devia ter decorado isso, meu filho! Não é possível". Depois ele me perguntou quanto era oito vezes sete e, enquanto Bia chorava como se eu a estivesse torturando, gritei 54, 52, aí tive que ouvir dele “Você já devia ter decorado isso, mamãe, é 56”. No caminho, enquanto Bia andava saltando obstáculos imaginários, achei Gabriel muito parado. Botei a mão na testa e, bingo, estava com febre. Genial, pensei, genial essa segunda-feira. Enquanto tentava bolar um plano, avisei que ele não poderia ir à escola, daí ele gritou “eba, vou ver televisão!” e Bia disse “eu também não quero ir” e chorou. Mandei um torpedo rápido para meu marido com o mau humor de quem não sabe o que faz e não tem ajuda de ninguém:

“Gabriel com febre. Não sei o que fazer. “
Resposta dele: “Caramba.”
“Caramba não resolve”, escrevi de volta.  “Tenho reunião”.
Bia chorando, Gabriel me perguntando se podia ver televisão, e eu pensando “esse menino está doente mesmo?
“O que você vai fazer”, me pergunta o marido, por torpedo.
“Não sei”, respondi. “E você, o que você vai fazer?”, retruquei, exalando irritação.
“Sou eu que vou dizer no trabalho de novo que tive um problema com a família ou será que você já contou para o seu chefe que você tem filhos?”. Mandei.
Deixei Bia chorando na sala de aula. Voltei.
“Você está irritada”, diz o último torpedo dele.

Foi quando Gabriel vomitou. Vi o brilho daquele olhar infantil sempre cheio de energia evaporar. “Estou enjoado, mamãe”. "Vai passar", eu disse, "vamos para casa". “Tá ruim...quero ir ao banheiro”. Então eu parei de brigar com meu marido e liguei para o pediatra. "Ele nos receberá mais tarde", aviso ao Gabriel. "Também podemos ver desenho juntos", sugeri, mas o esboço de um sorriso não me convenceu. Mandei uma mensagem. “Amor, Gabriel não tá bem”. Ele respondeu: “Vou sair mais cedo. A culpa não é minha”. Esqueci da reunião.

Pai: Eu saio bem cedo de casa, antes de todo mundo levantar, para não pegar engarrafamento. Meu trajeto é infernal. Tenho também a esperança de chegar mais cedo em casa, mas minha mulher tem razão: a gente só tem hora de entrar. Eu e minha mulher nos revezamos. Tem dias que é tudo comigo, tem dias que é tudo com ela, e tem dias que temos ajuda da empregada. Mas tem dias que a empregada falta, eu tenho reunião, ela também e um filho aparece com febre. Hoje ela acordou da pá virada. 

Ficou irritada porque esqueci o dever. Eu faço sempre. Foi só hoje. A gente assistiu ao jogo juntos, ontem, depois todos jantamos reunidos e quando acabou já era hora das crianças dormirem. De manhã ela me ligou da rua desesperada, porque não podia se atrasar e quase me xingou por que eu perguntei o que ela ia fazer. 

O que eu podia fazer de longe, no exato momento em que o torpedo dela chegou? Nada. A gente não tinha com quem deixá-lo e nem sabia o que havia por trás da febre. Era um rotavírus. Gabriel teve que tomar soro e ficou dois dias internado. Perdeu três quilos. Nosso filho nunca tinha passado por isso. Dormi com ele no hospital e não fui trabalhar. Tem dias que tudo dá errado.

ALERTA AOS PRETENDENTES...

Urologista condenada por cortar pênis de ex-noivo volta a clinicar em MG

A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, 34, foi condenada por mandar corta o pênis do ex-noivo

A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, 34, foi condenada por mandar corta o pênis do ex-noivo

A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, 34, condenada a seis anos de prisão no regime semiaberto por ter mandado cortar o pênis do ex-noivo, que desistiu do casamento três dias antes da cerimônia, está clinicando em hospital da região metropolitana de Belo Horizonte há dois meses.

A especialidade da médica é a urologia, que trata do aparelho urinário de homens e mulheres e do aparelho genital masculino. Ela foi condenada por lesão corporal gravíssima.

De acordo com a Seds (Secretária de Defesa Social de Minas Gerais), Myriam cumpre sua sentença na penitenciária feminina Estevão Pinto, no Horto, em Belo Horizonte, desde abril deste ano, e teve permissão da Justiça para sair para trabalhar no início de junho. O nome do hospital não foi divulgado pela secretaria.

O UOL não localizou os advogados da médica para confirmar o seu trabalho na clínica. À época de sua condenação pelo crime, ocorrido há 12 anos, ela não sofreu sanções profissionais.

O crime ocorreu em Juiz de Fora (a 278 km de Belo Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos seus advogados.

Ela só veio a ser presa em abril deste ano, em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.

De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a médica se revoltou com o ex-noivo e passou a ameaçá-lo. Ele teve sua casa e um automóvel incendiados.

Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do pai, que também foi condenado, teria contratou dois homens para mutilar o ex-noivo. Devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar.

Segundo o Ministério Público, no dia do crime, a vítima foi dominada por dois homens dentro do apartamento onde morava. Conforme a denúncia, os autores da agressão se passaram por técnicos de uma empresa de telefonia. O irmão da vítima também foi agredido.

O MP disse que os dois foram dominados, amarrados e ainda teriam sido obrigados a cheirar éter. Parte do pênis da vítima foi cortada e levada como prova da execução do serviço. Um dos executores está preso.

"Os executores usaram uma faca para cortar o pênis do rapaz e fizeram questão de dizer que estavam agindo a manda da ex-noiva e do pai dela na ocasião", informou a PC (Polícia Civil) de Minas Gerais à época da prisão da médica.

O ex-noivo sobreviveu e vive de maneira anônima. No processo que condenou a médica, não houve a participação de advogados que atuassem em seu nome.


http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/08/30/urologista-condenada-por-cortar-penis-de-ex-noivo-volta-a-clinicar-em-mg.htm

domingo, 24 de agosto de 2014

Vamos em frente...










Só rindo...























Refletindo...


“Aquele que não sabe e não sabe que não sabe. Ele é tolo. Evite-o.

Aquele que sabe e não sabe que sabe. Ele está adormecido. Desperte-o.

Aquele que não sabe e sabe que não sabe. Ele é humilde. Ensine-o.

Aquele que sabe e sabe que sabe. Ele é sábio. Siga-o.”

Provérbio Chinês

Língua afiada...



PEGADINHA GRAMATICAL
Colocação Pronominal

Sobre os pronomes:

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:

1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de complemento, e consequentemente é do caso oblíquo.

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).

Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado antes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio.

Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo.  
Eu estou perguntando-lhe algo.

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.

Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

Colocação pronominal

De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.

São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.

O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:

1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo

Próclise

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:

• Palavras com sentido negativo:

Nada me faz querer sair dessa cama.
Não se trata de nenhuma novidade. 

• Advérbios:

Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.


• Pronomes relativos:

A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

• Pronomes indefinidos:

Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.

• Pronomes demonstrativos:

Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

• Preposição seguida de gerúndio:

Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar.

• Conjunção subordinativa:

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

Ênclise

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:

• O verbo estiver no imperativo afirmativo:

Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas.

• O verbo iniciar a oração:

Diga-lhe que está tudo bem.
Chamaram-me para ser sócio.

• O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição "a":


Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

• O verbo estiver no gerúndio:

Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.
Despediu-se, beijando-me a face.

• Houver vírgula ou pausa antes do verbo:

Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.

Mesóclise

A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito:

A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.


Mais uma etapa superada...