domingo, 18 de janeiro de 2015

Tudo novo...


O melhor das pequenas mudanças

Em 2015, dê uma chance para a sorte

Tudo o que desejo a você em 2015 é exatamente o que quero para mim: uma vida de mudanças. Não aquelas transformações mirabolantes planejadas a cada Reveillon e esquecidas na Quarta Feira de Cinzas. Penso nas mudanças miúdas, possíveis, ao alcance da mão. Que a gente possa realizar, em 2015, grandes mudanças a partir de pequenas ações.

Se você prometeu comer melhor no ano que vem, organize-se para isso. Perca (ou ganhe) quinze minutos do sábado para planejar o cardápio da semana. Compre só o necessário. Coma só o que vale a pena.

Se deseja dormir melhor, deixe fora do quarto o smartphone, o tablet ou qualquer outro aparelho eletrônico que emita luz. Está provado que eles atrapalham o sono e acabam com a qualidade da atenção no dia seguinte. 

Se quer mais tempo para você, faça bom uso dele. Estabeleça horários para entrar nas redes sociais. Tire o melhor proveito da tecnologia em vez de ser dominado por ela. Desconecte-se mais vezes e olhe muito mais nos olhos.

Limpe as gavetas de todo tipo. Jogue fora o que não interessa mais. O emprego novo será o mesmo de sempre se você levar para ele os vícios do antigo.

Se quer encontrar o parceiro dos sonhos, dê uma chance para a sorte. Saia de casa, olhe o mundo, olhe em volta. Grandes amores e parcerias nascem do encontro de almas e interesses parecidos. Em vez de esperar pelo galope do cavalo branco, enxergue os encantos de quem está logo ali.

Fale menos. Bem menos, principalmente em lugares públicos. Esbanje emoções, economize palavras.

Consuma, mas não como uma máquina de torrar dinheiro. Valorize o belo, o relevante, o prazeroso. Aprenda, com os jovens de valor, que as melhores coisas da vida não são coisas.

Em 2015, quero para mim todos esses chavões simplórios. A vida nos leva menos a sério do que insistimos em levá-la.
Muito obrigada, queridos leitores, pela rica parceria ao longo de todo o ano. Um 2015 cheio de saúde, paz e diversão! A coluna volta a ser publicada em 16 de janeiro.


Aguardando...


O que vem por aí

O ano está tão sério que resolvi falar das coisas agradáveis que entrarão em nossa vida

O ano está tão sério, com tantas acusações, escândalos e falta de esperança que resolvi falar simplesmente das coisas agradáveis que entrarão em nossa vida. Moda e comportamento andam mais vivos do que nunca. Ainda bem.

Skeleton – Juro, sou um dos primeiros a seguir a tendência. Quando vi um relógio Skeleton, me apaixonei. A gente vê o “esqueleto” do relógio, a engrenagem se movendo. A primeira grife a lançá-lo foi a Cartier. A Roger Dubuis anuncia fantásticos modelos para este ano. Quando boto o meu, os amigos babam de inveja. Envenenar a vida alheia é um dos motivos principais de usar algo que ninguém tem. Em compensação, agora vivo rezando e fazendo novena para Nossa Senhora do Cartão de Crédito. A conta cai em janeiro, nem sei o que será.

Cores – Descobri faz algum tempo que, quanto mais se envelhece, mais cor a gente deve usar. Bobagem essa história de usar pretinho. Sei que a mítica editora e colunista da Vogue americana Diana Vreeland disse: “Toda mulher tem de ter um pretinho no armário”. Mas isso é coisa de americana que sai correndo do trabalho, pega o sapato de salto que deixa guardado no escritório, nem toma banho e enfia um pretinho que trouxe na mochila. E corre para teatro, coquetel etc. 

Até os musicais em Nova York começam às 19 horas. Sejamos sinceros: quanto mais anos a gente ganha, por melhor que sejam a genética, o Botox e a plástica, nenhum de nós competirá com quem tem 20. Mulheres que tentam fazer isso ficam parecidas com peixes, tal o tamanho da boca e a pele esticada. Senhores como eu, já depois dos 60, deveriam se conformar com trajes escuros. Mas não tenho a menor vocação para ficar com cara de guarda-chuva. 

Algumas grifes internacionais, como Ermenegildo Zegna e Louis Vuitton, já perceberam isso. Fazem roupas coloridas para nós, homens pavões. Quanto mais idade, mais cor. É meu conselho. Olhem em torno nos aeroportos. Homens de calça cor-de-rosa ou verde, da Richards provavelmente, já são vistos por aí. Tomarão conta da paisagem.

Caveiras – Aparecem em roupas, anéis e, ultimamente, no mundo das artes plásticas. Talvez a humanidade esteja tomando consciência, como Hamlet, de que o futuro não é incerto. Mas certo. Todos seremos, no máximo, um resto arqueológico, exposto nalgum museu daqui a milênios, como uma espécie desaparecida da face da Terra. Botar uma caveira em casa é seguir uma sólida tendência artística. Desde que não seja a da mulher ou do marido, mesmo que em alguns momentos desperte um desejo incrível de esganar.

Insetos gourmets – Alex Atala já lançou a formiga como um dos pratos mais festejados de seu restaurante, D.O.M., considerado um dos melhores do mundo. Formigas de vários tipos são encontradas em cardápios de outros restaurantes. Daqui a pouco tempo, outro inseto começará a competir pelo nosso paladar. ÉPOCA já até pôs um gafanhoto comestível na capa. Fritos? Devem ficar bem crocantes. 

Segundo dizem, a capacidade de fornecer proteínas é bem maior nos insetos que no gado. Falta vencer o nojo atávico. Nem consigo imaginar um espaguete ao molho de moscas. Ou ir ao supermercado e pedir 100 gramas de mosquitos. Fala-se na criação de uma farinha à base de insetos. Comeríamos sem ver. Sabendo, sem sentir. No truque.

Falsidade orgânica – Cada vez se fala mais em comida orgânica, como algo melhor para a humanidade. Há quem defenda que ela deveria substituir a que conhecemos, à base de agrotóxicos e outros mimos para a saúde. Como toda postura politicamente correta, essa também parte de uma mentira. É impossível produzir alimentos para todo o planeta sem adubos químicos, inseticidas etc. A tendência? A mesma de sempre: continuaremos comendo produtos com agrotóxicos e, de vez em quando, compraremos um pé de alface orgânico para aliviar a consciência.
Detox – Passei o ano em detox e deverei continuar assim no próximo. Cada vez mais surgem dietas, livros, empresas que fornecem marmitinhas para detox, e todo um aparato para tranquilizar nossa consciência. Aí saímos, bebemos, nos fartamos de sobremesa. E nos prometemos voltar ao detox. 

A palavra estará, portanto, mais presente em nosso vocabulário.

Arte brasileira – Ela ganha espaço no mercado internacional. Já é fato. Depois de Adriana Varejão e os gêmeos, aposto em Luiz Zerbini. Ele acontece cada vez mais. Ainda bem. Tenho duas obras dele. Se vier mesmo a crise de que se fala, já tenho onde faturar uns cobres.


domingo, 21 de dezembro de 2014

Vamos em frente...






Só rindo...

ppk

Bolsonaro

kim-jon-un-05


kim-jon-un-04

kim-jon-un-03

kim-jon-un-02
kim-jon-un-01
Bate-Bife


















Papel



 1

9

12

Estátua do Tom Jobim x Jair Bolsonaro

Pazinha

Refletindo...



"Quanto mais longa a explicação, maior a mentira."

Provérbio Chinês



Língua afiada...



Pegadinha Gramatical

Colocação pronominal entre verbos

A colocação pronominal entre dois verbos costuma gerar dúvidas. Devemos empregar o hífen nesses casos?

A colocação pronominal entre verbos é uma dúvida frequente, deixando claras as diferenças entre o português do Brasil e o português de Portugal.

A colocação pronominal entre dois verbos costuma gerar dúvidas. Devemos empregar o hífen nesses casos?

Você conhece as regras de colocação pronominal? Sabemos que existem normas a serem respeitadas, mas há um caso específico que costuma gerar muitas dúvidas: a colocação pronominal entre dois verbos. Afinal, como ela deve ser feita?

Essa dúvida acontece porque somos fortemente influenciados pela maneira como falamos, e a maneira como falamos incide em nossa escrita. Na maioria das vezes, essa influência é a grande causadora de erros, mas, nesse caso, é necessário que se faça uma análise mais abrangente do que aquela que classifica o que é certo e o que é errado. 

No Brasil, é comum usarmos construções como “vou te dizer”, “quero te avisar”, “estou te chamando” etc. Contudo, no português falado em Portugal, esse tipo de construção que permite que o pronome fique solto entre dois verbos não é admitido e, dessa maneira, alguns gramáticos mais “reacionários” abominam a falta do hífen entre pronome e verbo. Sob a ótica desses gramáticos, o correto seria “vou-te contar”, “quero-te avisar”, “estou-te chamando” etc.

Porém, é necessário que olhemos a questão com parcimônia: devemos escrever conforme o português de Portugal ou conforme o português do Brasil? Só porque “abrasileiramos” a colocação pronominal quer dizer que estamos cometendo um erro? 

Bom, contrariando os puristas da língua, alguns gramáticos brasileiros mais atentos fazem uma observação interessante sobre a colocação pronominal e suas regras: os pronomes devem seguir a condição de inteligibilidade, ou seja, se fazem sentido na oração, a colocação está correta. Os pronomes colocam-se sozinhos, ninguém precisa saber as regras para fazer uso deles. Temos aí uma questão Portugal x Brasil e, para evitar maiores aborrecimentos, muitos autores preferem seguir a norma dos críticos portugueses.

É importante que saibamos as duas versões sobre a polêmica colocação pronominal entre dois verbos e, conforme nos aconselha alguns gramáticos, para evitarmos a fadiga com os puristas da língua (mesmo porque os diversos concursos costumam seguir seus preceitos), é interessante optarmos pela colocação do hífen, embora a falta dele, nesses casos, não esteja errada. Porém, vale ressaltar que a pronúncia brasileira não é inferior à pronúncia lusitana, apenas diferente — e mais espontânea.

Mais uma etapa superada...