sábado, 7 de março de 2015

Entendendo...















Sobre o suicídio na sociologia de Èmile Durkheim

O suicídio, na sociologia de Durkheim, é visto como um ato executado pela vítima, conscientemente, que resulta em sua morte.

A causa para todos os tipos de suicídios é social, de acordo com Durkheim


O suicídio é, segundo Durkheim, “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”. Conforme o sociólogo, cada sociedade está predisposta a fornecer um contingente determinado de mortes voluntárias, e o que interessa à sociologia sobre o suicídio é a análise de todo o processo social, dos fatores sociais que agem não sobre os indivíduos isolados, mas sobre o grupo, sobre o conjunto da sociedade. Cada sociedade possui, a cada momento da sua história, uma atitude definida em relação ao suicídio.

Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de Èmile Durkheim, a saber:

• Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização desmesurada. As relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver;

• Suicídio Altruísta: é aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-se com outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em um dos grupos a que o indivíduo pertence. Temos como exemplo os kamikazes japoneses, os muçulmanos que colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque, em 2001, etc.;

• Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida. Em uma situação de crise econômica, por exemplo, na qual há uma completa desregulação das regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam em uma situação inferior a que ocupavam anteriormente. Assim, há uma perda brusca de riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo, os índices desse tipo de suicídio aumentem. É importante ressaltar que as taxas de suicídio altruísta são maiores em países ricos, pois os pobres conseguem lidar melhor com as situações.

Desse modo, ficam especificados os tipos de suicídios e as causas, que são, segundo Durkheim, sempre sociais.


Cultura...















Sobre a Cultura de Paz

O uso de combinados e a promoção da cultura da paz

No dia a dia das escolas, é muito comum que os profissionais da educação manifestem várias queixas, como: "não consigo dar nenhuma aula sem perder muito tempo resolvendo questões de indisciplina", "os alunos conversam demais", "os alunos são agressivos, xingam-se um ao outro o tempo todo", "os alunos não fazem as tarefas", "os alunos depredam a escola", "os alunos não trazem o material pedido, não fazem trabalhos". 

Por outro lado, a equipe de direção das escolas também costuma fazer queixas com relação ao corpo docente, como faltas de professores, atrasos, não cumprimento de prazos, aulas não planejadas ou de má qualidade, falta de respeito às regras coletivas da instituição. E para completar o quadro, os professores muitas vezes manifestam insatisfação com relação ao trabalho dos seus líderes, reclamando da ausência, de falta de "pulso firme" ou de excesso de autoritarismo.

Tendo em vista esta realidade, o uso de combinados (pactos de convivência ou acordos coletivos) tem sido uma das soluções mais destacadas pelo Projeto Não-Violência para suprir as necessidades mais urgentes das escolas. 

Na literatura encontramos o livro Tá Combinado - Construindo um pacto de convivência na escola, de Feizi Milani, que constitui uma obra de referência no assunto e tem sido o nosso guia para reflexão e implantação destes acordos coletivos.

Sabemos que as escolas atualmente encontram muitas dificuldades de estabelecer um padrão de autoridade com relação ao cumprimento das normas. A tradição do autoritarismo presente na escola antiga e muito acentuada no regime militar, ainda permanece nas instituições de ensino atuais, ainda que de forma mais amena. 

A visão autoritária tende a utilizar o medo como forma de manter o controle. As regras são impostas aos alunos, que precisam obedecer cegamente. Quando a obediência não ocorre, estabelece-se uma punição. E não há praticamente diferenciação entre crianças e adolescentes, alunos do ensino fundamental ou do ensino médio, no sentido de que todos devem acatar as normas sem questionamentos.

Porém, o que percebemos é que esta autoridade baseada no medo não tem se sustentado na realidade atual. As crianças e adolescentes da nova geração estão recebendo um tipo de educação muitos menos rígida do que a educação militar dos anos da ditadura. Em função disso, não é possível simplesmente querer controlar os alunos através do medo, mas sim encontrar alternativas para lidar com estas crianças de maneira mais efetiva.

A ideia de fazer combinados entra como uma solução não repressiva para o problema da indisciplina e da crise de autoridade do professor. Sua proposta fundamental é construir coletivamente os "acordos" necessários para criar e manter um convívio de respeito e solidariedade entre profissionais, alunos e pais e, com isso, prevenir os problemas de violência e indisciplina na escola.

O pressuposto que fundamenta o uso de combinados é muito simples: quando participamos da construção das regras que regem um determinado ambiente temos muito mais facilidade de aceitar e cumprir o que é decidido. 

Quando recebemos as regras prontas, quando alguém nos impõe uma determinada norma, automaticamente surge um sentimento de rebeldia, de revolta. Por exemplo: se o (a) seu (sua) companheiro (a) se dirigir a você de forma imperativa, falando o seguinte "eu lavo a louça e você passa a roupa" - como é sua tendência de reagir? Normalmente sentimos que o outro está "dando ordens" e nos sentimos desrespeitados. 

Porém, se seu (sua) companheiro (a) propor uma conversa do tipo "vamos combinar uma divisão de tarefas domésticas em casa" - a reação não tende a ser diferente? Quando sentimos que nossa opinião é respeitada e podemos participar das decisões, tendemos a acolher e respeitar mais efetivamente as regras de convivência. Neste exemplo, através da conversa, o casal pode até chegar à mesma decisão que seria proposta de forma autoritária, porém independentemente do resultado é muito mais importante o processo, a forma como as coisas foram combinadas.

Assim, dentro de uma escola, os alunos certamente se sentirão mais respeitados e ouvidos se puderem participar da construção das regras de convivência em sala de aula. É claro que cada faixa etária possui um nível de maturidade e a capacidade de participação vai aumentando na medida em que o aluno fica mais velho. 

Crianças menores podem participar da construção de regras escolhendo frases ou figuras representando comportamentos que são importantes para um bom convívio em sala de aula. A partir da qinta série, os alunos podem escrever suas próprias frases e, com a ajuda do professor, construir um combinado próprio para a sala de aula. Adolescentes a partir da oitava série podem construir combinados mais específicos, participar de algumas decisões da escola, atuar em grêmios e projetos extraclasses.

Fazer combinados não significa apenas captar a opinião dos alunos e construir um cartaz bonito com as responsabilidades do grupo. Significa também uma mudança de postura por parte do educador. O professor precisa abandonar os velhos métodos autoritários e se propor a construir uma relação afetiva com sua turma. 

Precisa estar disposto a ouvir, a respeitar cada criança, a conquistar a confiança da turma. Precisa estabelecer limites justos, que ajudem a criança a se desenvolver moralmente, em vez de causar apenas humilhação e revolta. Agindo assim, normalmente o professor leva mais tempo para conquistar o respeito da turma, porém, quando essa conquista ocorre ela é permanente, pois o professor atinge uma autoridade que não se baseia apenas no medo, mas numa verdadeira relação de confiança e admiração pelo mestre. 

Quando educamos as crianças para se comportar bem em função do medo de receber punição, corremos o risco de formar pessoas capazes de obedecer quando são vigiadas, mas que agem de forma antiética quando "ninguém está olhando". Os combinados ajudam a criar uma cidadania autêntica e não apenas um jogo de hipocrisia social onde o que vale é a aparência de bondade.

A prática de construir combinados tem sido realizada por diversos educadores e instituições de ensino, com sucesso. As teorias mais recentes sobre educação costumam apoiar esta ideia, defendendo um panorama mais democrático em sala de aula. 

Como não podemos voltar no tempo e ao mesmo tempo precisamos mudar para garantir uma relação de respeito entre educadores e educandos, acreditamos que investir na construção de combinados e lutar para mudar a concepção vigente sobre autoridade são condições essenciais para o fortalecimento da cultura da paz - tão almejada - na sociedade.

Construção de Combinados: relato de uma experiência

Os trabalhos iniciaram no Colégio Estadual Cecília Meireles no segundo semestre de 2005. Inicialmente um pequeno grupo de lideranças da escola estudou o livro 'Tá Combinado', recebendo orientação da equipe do PNV. No início do ano de 2006, durante a semana pedagógica - período de planejamento e capacitação dos professores - construímos o pacto de convivência dos profissionais da escola, um combinado voltado para ajudar a manter um ambiente de convívio pacífico entre os adultos da instituição.

Quando as aulas iniciaram, a primeira semana foi utilizada para construir os pactos de convivência entre os alunos. Ao invés dos professores iniciarem com suas disciplinas e conteúdos específicos, dedicaram-se a construir um bom vínculo com os alunos e um combinado que pudesse balizar a relação não só entre os alunos, mas também entre alunos e professores. 

Cada professor representante coordenou uma série de atividades destinadas a sensibilizar os alunos para a importância dos combinados, estimular os alunos a darem sua opinião e construir um cartaz com direitos e deveres de estudantes e professores.

Apesar da construção de combinados ter sido efetuada de maneira relativamente tranquila, sabemos que nenhum trabalho novo na área de educação costuma trazer resultados imediatos, pois naturalmente surgem problemas e dificuldades... Os alunos não estavam acostumados a opinar, por isso receberam a ideia sem tanto comprometimento e acabaram não aproveitando o espaço que tiveram. 

Os professores, por sua vez, acostumados a uma cultura de entregar tudo pronto aos alunos, tiveram dificuldade de manter as salas organizadas durante a construção e, mais tarde, também tiveram problemas para estimular os alunos a cumprirem os combinados. Muitos professores esqueceram ou deixaram de lado o acordo coletivo e continuaram impondo as regras como sempre fizeram... Em compensação, muitos professores também relataram que conseguiram trabalhar melhor com suas turmas, que o convívio e o respeito melhoraram.

Tão importante quando a construção do pacto é também a manutenção do pacto, ou seja, o trabalho diário com o combinado para que ele não seja apenas mais um cartaz grudado na parede, mas uma autêntica expressão das necessidades dos alunos e professores. 

Assim surgiu o "espaço permanente de diálogo", uma reunião quinzenal realizada pelos profissionais com o intuito de discutir as dificuldades de manutenção do pacto, compartilhar experiências e casos de sucesso. A criação desse espaço foi excelente para a integração da escola, pois os profissionais tornaram-se mais unidos, mais aptos e seguros para lidar com as dificuldades do cotidiano escolar, mais cientes do seu papel de educador e mais comprometidos com a escola.

Os conselhos de classe no Colégio Cecília Meireles também mudaram. Os critérios estabelecidos pelos combinados são usados como forma de avaliar profissionais e alunos. Tanto os professores avaliam suas turmas como as turmas avaliam os professores. 

E todos também realizam a autoavaliação. As avaliações não têm o objetivo de gerar alguma nota ou conceito, mas de promover diretrizes para mudanças, para melhorar os comportamentos e tornar o convívio melhor.

Se a punição é algo que temos que reduzir numa cultura baseada no diálogo e no respeito, a recompensa, ao contrário, deve ser estimulada. Desta forma a escola passou a utilizar mais o reconhecimento como forma de estimular bons comportamentos. 

Alunos são reconhecidos não apenas pela nota, mas por serem participativos, bons ouvintes, respeitosos, criativos e por pequenas melhoras no comportamento. Os profissionais também são reconhecidos pelo seu trabalho, pela relação positiva que têm com os alunos, pelo seu respeito aos combinados. Isso contribui para um aperfeiçoamento crescente da prática pedagógica e para o comprometimento cada vez maior com a escola.

Enfim, com este trabalho, percebemos que os combinados constituem uma forma muito interessante de promover o espírito coletivo, fazendo com que a linguagem dos profissionais da escola seja mais uniforme - não no sentido de padronizada - mas de sintonizada. 

Ou seja, cada vez mais os profissionais tendem a compartilhar e praticar os mesmos princípios, potencializando o efeito da educação na vida dos alunos. Esperamos que os educadores possam cada vez mais compreender que sem uma mudança na maneira como pensamos a educação, a prática dificilmente se consolida, pois precisamos romper com as velhas amarras do tradicionalismo e buscar novos modelos para construir uma educação que tenha sentido e significado e que seja transformadora na vida dos alunos e gratificante para os profissionais.


Curiosidade...










Quebrar um galho
 
“Quebrar um galho”: um termo com uma história bastante curiosa.

A capacidade de interpretação que o homem tem diante dos símbolos pode assumir as mais variadas formas possíveis. Mesmo não partilhando dos códigos e tradições de uma cultura, podemos reinterpretá-los ao nosso modo, e assim consolidar algum tipo de significado. Quando estudamos algumas expressões idiomáticas, temos um claro exemplo de que o uso da língua pode transformar-se de forma muitas vezes imprevisível.

Uma vez questionadas sobre o significado da expressão “quebrar um galho”, muitas pessoas prontamente explicarão que o termo é utilizado para as situações em que alguém nos auxilia com algum problema ou dificuldade. Para essas mesmas pessoas, o galho (de árvore) representa o obstáculo a ser superado com a ajuda alheia. De tal forma, poderíamos naturalizar essa explicação para a origem do termo. Mesmo sendo lógica, existem outras explicações para o surgimento dessa mesma expressão cotidiana.

Uma primeira explicação sobre a origem do termo tem relação com uma pequena particularidade dos conhecimentos hidrográficos. Além de designar o segmento de um tronco, a palavra “galho” também serve para nomear um conjunto de riachos que se unem para transformar em um mesmo rio. De tal modo, muitos viajantes têm o antigo costume de dizer que “quebram um galho” ao navegarem por um riacho que dá acesso ao rio principal.

A segunda teoria sobre a gênese dessa expressão recupera uma das várias divindades que povoam o panteão das religiões afro-brasileiras. Costumeiramente, vários praticantes da umbanda recorrem aos poderes do chamado “Exu Quebra-Galho” quando precisam conquistar ou recuperar o amor de uma mulher. Sendo assim, o termo que designava tal entidade, foi paulatinamente popularizando-se até ser empregado para outros problemas que vão além da esfera afetiva.

Ao lermos essas explicações, podemos ter a certeza de que muitas pessoas desconheciam a historicidade dessa forma coloquial, usada com tanta frequência. Nem de longe se desconfia do labirinto que a fala pode percorrer ao longo do tempo! Agora, se alguém procurava por uma explicação mais detalhada sobre o tema, esperamos ter “quebrado um galho” para ela também.


Piada...


Um homem chega na balada e encontra uma mulher e então dá um garfo a ela. E ela pergunta: para quê o garfo, e ele responde: é por que eu to dando sopa, e ela diz: mas sopa se come de colher, e ele responde: é que eu sou difícil...


Devanear...














A Realidade - Parte 1

Olá como vão todos vocês?

Eu vim aqui para contar a todos um pouquinho da minha vida!

Não sou um cara completamente feliz, mas também não posso reclamar da minha vida.

Sou moreno, tenho vinte e cinco anos, corpo normal, nem gordo e nem magro.

Olhos e cabelos castanhos bem clarinho.

Sou gay, até meus dezoito anos eu não me aceitava, eu queria entender, queria saber, queria de alguma forma que a vida, Deus ou sei lá quem, me mostrasse, explicasse o porque de eu ser gay?

Ainda não entendo isso.

Ser gay:

Você tem quer forte, ainda mais forte que qualquer outro homem, já que na maioria das vezes você não é aceito, é excluído, ofendido e apontado.

Mesmo não devendo nada a  ninguém, mesmo não prejudicando ou ofendendo ninguém, ainda assim algumas pessoas ficam ou se sentem incomodadas com a presença de nós.

Você é mais franco que qualquer mulher, pois nem todas as pessoas ouvem, entendem ou podem te compreender, aconselhar sobre seus sentimentos.

Sentimentos esses que em muitas ocasiões nos o guardamos conosco, sem poder coloca lo para fora verdadeiramente.

Temos que pensar duas, três, várias vezes antes de qualquer decisão, uma constante vida pisando em ovos com todo mundo.

Abrir os olhos todas as manhãs e perceber que aquilo não foi um sonho ou pesadelo, que tudo isso é real, sua vida, suas coisas, seus trejeitos é tudo real.

Era engraçado porque meu objetivo era crescer, me formar homem de bem e ser feliz.

Lembro também que eu dizia que no dia da minha morte eu sentaria ao lado de Deus e exigiria uma explicação da parte dele sobre o porque de eu ter nascido diferente, qual o valor disso, qual o peso e qual a finalidade, ele queria provar o que com tudo isso?

Desde de então eu exclui esse ser da minha vida, eu deixei de acreditar, de orar e passei a aceitar que eu era diferente e ponto.

Na minha infância eu apanhei muito do meu pai, dos garotos do colégio e dos meninos da minha rua.

Se eu tinha dois amigos de verdade isso era muito.

Já fui violentado por um homem quando eu tinha treze anos, e quando eu falei sobre isso com meus pais eles me ignoraram.

O fato é que eu poderia ser a pessoa mais rancorosa, infeliz e magoada do mundo, mas não, ser assim não valeria a pena, não me faria nenhum bem.

Decidi lutar, correr atrás e escrever algumas linhas do meu destino, eu decidi mudar algumas coisas para meu próprio bem.

Estudei até onde pude, me informei sobre todas as coisas, eu não ficaria mais atrás de ninguém e ninguém zombaria mais da minha até então fragilidade.

O gay é visto como oferecido, dado, é visto como ser sem vergonha alguma, que dá em cima na cara dura, e não é bem assim que as coisas funcionam.

Porque um homem casado me violentou?

Porque nas brincadeiras de pique esconde da rua os moleques maiores me assediavam enquanto nos escondíamos?

Eu sou reservado, ninguém sabe nada da minha vida a não ser as coisas que eu próprio falo.

Já teve vários homens que me ofereceram dinheiro para um "boquetinho rápido" ou uma "furadinha".

Era assim que eles diziam ou dizem até hoje.

Nunca consegui namorar, isso não quer dizer que eu não tenha saído com alguém!

Não gente eu não sou um virgem ingênuo e inseguro, mas posso contar nos dedos as poucas mas boas transas que eu tive.

Muitos querem ser ricos, famosos, bonitos, populares e de alguma forma chamar a atenção para si.

Eu só queria ser tratado como os demais, eu só queria ser normal, queria poder sentar numa mesa rodeada de amigos e que todos ali falassem a mesma língua.

Sei que o preconceito comigo mesmo sobre a minha orientação era maior que o da própria sociedade.

Mas qual a graça de viver em sociedade quando as pessoas te olham, cochicham coisas a seu respeito que nem você próprio sabe rs.

Minha vida não é e nunca foi fácil.

Claro a vida de ninguém é fácil, todos tendem a correr atrás de seus objetivos.

A alguns anos atrás eu conheci um cara lindo, hoje mais lindo ainda.

Era brincalhão, engraçado e muito dependente dos outros.
Nos conhecemos no trabalho, eu o ajudei o ensinei e com isso desenvolvi um sentimento por ele.

Sabe aquele negócio de você deixar a sua vida de lado e viver a do outro?

Já aconteceu isso com algum de vocês?

Ele morava apenas com a mãe e os dois apesar de serem somente os dois.

Passavam por muitas dificuldades, moravam nunca casa ruim, não tinham grana para se manterem e por diversas vezes nem o que comer.

Me lembro que ele reclamava muito de dores de cabeça, e eram sempre após o almoço.

Um dia eu perguntei o que ele almoçara.

Ele respondeu muito sem graça, eu não comi nada pois estava sem fome.

Naquele dia eu entendi o porque das dores de cabeça.

Eu passei a levar algo de manhã para ele comer no horário do café e no almoço eu sempre o convidava para ir almoçar na minha casa.

Certo dia eu fui na casa dele e o chamei para ir em algum lugar.

Aquele dia ele não saiu pra fora por vergonha da casa onde morava e aquele dia eu conheci sua mãe.

Uma senhora boa, humilde e muito alegre, ela me convidou a entrar e eu o fiz.

Sentei na única cadeira do local enquanto ela vinha com um copo de água.

Perguntei do filho e naquele dia ela abriu o coração para mim.

Tínhamos acabado de nos conhecer e ela me falou de todos os seus medos, anseios, dificuldades entre outras coisas.

Descobri também que por uma grave doença na coluna ela era impossibilitada de trabalhar, de fazer esforços físicos muito exaustivos e que o pouco que recebia do auxílio doença era metade para pagar os remédios que ela era obrigada a comprar pois na farmácia popular não tinha.

Eu me lembro que conversa vai e conversa vem, me deu uma enorme vontade de ir ao banheiro.

Quando entrei eu vi que o vaso estava solto pois era quebrado e não tinha uma pia para a higiene das mãos.

Meu coração ficou tão apertado que na mesma hora eu voltei e perguntei a ela se ela se sentiria ofendida se eu contratasse um pedreiro e colocasse piso, azulejos, pia, vaso sanitário e um box em seu banheiro.

Ela se levantou muito contente e disse que não, que eu não precisava fazer nada disso, que eu era uma pessoa boa e o fato de eu estar ajudando o filho dela já era mais que suficiente.

Eu insisti até que ela deixou e na mesma hora a levei para escolher as coisas para o banheiro novo.

Não sou rico, mas eu tenho uma vida mais ou menos e se eu posso eu ajudo sem pensar.

Naquele dia eu a levei de volta e não vi a cara do filho, ele é até hoje muito orgulhoso e não dá o braço a torcer.

Ele me evitava, falava muito pouco comigo, tudo por orgulho e vergonha.

Ele não queria que eu fosse na casa dele, mas eu fui no dia que o pedreiro me ligou para receber pelo serviço e antes de fazer o pagamento eu fui ver como estava depois de pronto.

Achei muito engraçado pois ela (mãe), estava sentada no vaso toda sorridente, admirando o novo espaço.

Me recebeu com beijos, abraços fortes e muitos agradecimentos.

Ele também veio me agradecer.

Como eu disse.

Eu poderia ser a pessoa mais infeliz do mundo por todas as coisas ruins que me aconteceram na infância e adolescência, mas minha vida tomou outro rumo quando eu o conheci.

Posso pedir que comente?

Obrigado e até mais!!!


Assalto ao estado brasileiro...


O Brasil não pode parar

O petrolão, de dimensões e importância maiores que o mensalão, tem, como este, poder de afetar a vida do país. É preciso evitar isso a todo custo

A chegada ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, da lista de implicados no escândalo do petrolão, feita pelo procurador-geral Rodrigo Janot, serve de marco zero na tramitação de um processo com semelhanças e diferenças em relação ao do mensalão. Entre os pontos em comum está a capacidade de o caso mexer com a vida política e administrativa do país.

Ninguém poderia imaginar que, dois anos depois de encerrada a fase de definição de penas para os condenados do mensalão, até aquele momento “o mais sério escândalo” da República, surgiria um novo caso, o petrolão, de dimensões mais estonteantes, e tendo no centro os de sempre — lulopetistas e aliados.

O assalto ao caixa da maior empresa brasileira, a Petrobras, excedeu em zeros à direita as cifras bombeadas por mensaleiros para o sistema de lavagem de dinheiro de Marcos Valério, operador daquela “organização criminosa” cujo “chefe” denunciado foi o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. 

Grande contribuinte das finanças do mensalão, o petista do sindicato dos bancários Henrique Pizzolato, autor de desfalque no Banco do Brasil para ajudar os companheiros, espera detido na Itália, para onde fugiu, decisão sobre a repatriação. Enquanto isso, companheiros do PT se beneficiam do regime de progressão de penas e do perdão judicial para voltar a circular. A carga pesada do castigo ficou para o núcleo de não políticos do mensalão, presos em regime fechado.

O mensalão, desde o surgimento do escândalo, levou sete anos para chegar ao veredicto final e cálculo de penas — sem considerar os recursos. Na realidade brasileira, foi um julgamento exemplar, pois o comando do esquema era de petistas, partido inquilino do Palácio do Planalto, e de onde havia partido a indicação da maioria dos ministros daquele Supremo de 2012.

O petrolão também deverá consumir um tempo razoável, por vários motivos. Um deles é que começa no Supremo num estágio anterior ao do mensalão. Neste, a Procuradoria-Geral da República já remeteu ao relator do processo, o então ministro Joaquim Barbosa, denúncias. Enquanto que, agora, o MP federal encaminha a Teori Zavaski, da 2ª Turma do STF — não haverá julgamento no Pleno, dividido em turmas para apressar processos — apenas pedidos de abertura de inquéritos. 

E se no mensalão acusados sem foro privilegiado também foram julgados no plenário — devido às características de unidade da “organização criminosa” —, agora há um grande front do julgamento na primeira instância, na Justiça Federal do Paraná, sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, sede da Operação Lava-Jato.

Em Brasília, serão decididos os destinos de deputados, senadores e governadores (STJ). Em Curitiba, o futuro de um contingente também de peso: operadores financeiros como Alberto Youssef, ex-diretores da estatal (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró etc), donos de empreiteiras e executivos, outro segmento de grande importância no esquema. 

Mesmo que os processos tramitem com rapidez em Curitiba, condenados poderão recorrer até a ação chegar em Brasília, na última instância. Esse aspecto do petrolão justifica previsões pessimistas para o tempo da tramitação integral dos processos de todos os acusados.

É importante que, apesar do impacto do petrolão no Congresso e governo, as diversas instâncias judiciais, o Ministério Público e a Polícia Federal tenham tranquilidade para trabalhar com independência e de maneira transparente. O mensalão já vacinou as instituições contra efeitos das atribulações decorrentes de um escândalo dessa magnitude.

O que não pode é o país parar. Há um quadro grave na economia cujo enfrentamento depende muito do Congresso. Assim como o governo federal tem de se manter ativo, o Legislativo precisa ter a consciência das responsabilidades no debate e aprovação de medidas corretivas de política econômica, sem qualquer interferência do desenrolar dos inúmeros processos do petrolão.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-brasil-nao-pode-parar-15528002#ixzz3TjTqB7cn

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Fim da violência, inclusive conta a mulher...


Exército da Salvação: Campanha 'por que é tão difícil enxergar preto e azul?' pede fim da violência contra a mulher

Tanto faz: você amando ou odiando o debate que quebrou a internet semana passada sobre #OVestido (é preto e azul ou branco e dourado?), é preciso prestar atenção nisso:


Agora responda: por que é tão difícil enxergar preto e azul na imagem acima?

A sucursal do Exército da Salvação, na África do Sul, publicou um tweet com a imagem acima que rapidamente se tornou viral - chamando a atenção para um assunto que, de início, pode parecer secundário nesta campanha, mas não é: violência contra a mulher.

A imagem mostra uma mulher com hematomas aparentes vestindo a versão branca e dourada do vestido - para passar uma mensagem importante. O anúncio diz: "Por que é tão difícil enxergar preto e azul?". Em seguida, estão as outras duas frases que explicam: "A única ilusão que existe aqui é pensar que ela escolheu apanhar". "Uma em seis mulheres é vítima de violência. Pelo fim da violência contra a mulher", diz o texto da ação.

Em entrevista ao The Washington Post, Carin A. Holmes, representante do Exército da Salvação, disse: "A agência [de publicidade] chamou atenção para o trabalho que fazemos com as mulheres, crianças vítimas de abuso e mulheres traficadas". Na África do Sul, um dos objetivos da entidade é divulgar e criar consciência para este problema.

As marcas, agências ou instituições nem sempre acertam em anúncios. Mas, desta vez, o Exército da Salvação mandou bem! :)


Mais uma etapa superada...