segunda-feira, 28 de março de 2016

Entendendo...


Etiqueta

Sociologia
       
A etiqueta é um conjunto de regras de comportamento que especificam como devemos nos comportar socialmente.
A etiqueta trata de regras e normas que estabelecem o comportamento socialmente aceito em diferentes ocasiões, baseando-se no trato de formalidades em momentos cerimoniais ou na convivência comum.

A prática da etiqueta tem origem no século XVI, em um contexto europeu em que a sociedade de cortes estava em seu ápice, principalmente na França, na Alemanha, na Itália e na Inglaterra.

A história da etiqueta está relacionada ao processo civilizatório ao qual se refere Nobert Elias em seu livro intitulado “O processo civilizador”, em que Elias traça uma linha histórica dos diferentes processos que se deram no decorrer da história europeia em que surge a ideia de civilidade ou a busca pelo sujeito civilizado e o afastamento do que se considerava como barbárie.

No livro, Elias atribui a Erasmo de Rotterdam a autoria do significado da ideia de civilidade, que foi primeiro tratada no livro “Da civilidade em crianças”, que abordava os modos de comportamento a serem passados na educação infantil.

É no contexto histórico do Renascimento que Éramos de Rotterdam escreve seu manual de ensinamento de boas maneiras. Os valores humanistas estavam ligados à alta corte e àqueles que possuíam meios de ter maior instrução.

Rapidamente os ensinamentos de Éramos se alastraram entre os membros das cortes europeias que se dedicavam em diferenciar seu próprio comportamento dos da plebe. A etiqueta passava a ser um indicador de status social atribuída à nobreza e à corte.

Nesse sentido, a etiqueta e a busca pelo ideal de civilidade são características das mudanças pelas quais passavam a sociedade europeia, que saía da idade média para a modernidade.

A busca pela civilidade, ou o processo civilizador, é visto por Norbert Elias como um ponto de quebra entre dois momentos sociais distintos. É, no entanto, importante ressaltar que Elias o faz sem atribuir juízos de valores entre a ideia de “civilidade” como forma superior de uma educação.

Ele a trata de forma analítica, vendo o processo civilizador como característica sintomática de um momento de mudança social. Para exemplificar, Elias no faz pensar em como nos sentiríamos se de uma hora para outra fôssemos transportados para o período da idade média, em que muitos dos costumes, que tem origem neste período de exaltação à civilidade, que temos hoje não existiam.

A etiqueta é ainda hoje vista socialmente como sinal de boa educação e possui carga de status social, que é atribuída tanto àquele que não a tem quanto àquele que a possui.

Curiosidade...



A Eficácia do Riso

Curiosidades



Piada...




Como dar um primeiro beijo


Uma menina de sete anos admitiu, calmamente para seus pais, que Joãozinho havia lhe dado um beijo depois da aula.


- E como aconteceu isso? - perguntou a mãe assustada.


- Não foi fácil, - admitiu a pequena garotinha - mas três meninas me ajudaram a segurá-lo.




Devanear...

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Opção de comportamento...





Os quatro tipos de mentiras: branca, benéfica, enganosa e maliciosa
Tipos de mentiras

Existem quatro tipos de mentiras – A mentira branca, a Mentira Benéfica, a Mentira maliciosa e a mentira enganosa.


 


A mentira branca faz parte do nosso tecido social. É o que nos impede de ferir emocionalmente ou insultar uns aos outros com a verdade fria, dura e dolorosa. Todo mundo busca viver uma vida sem violência e agressão, de modo a não ferir as pessoas. Se você ver alguém vestindo uma roupa nova que não lhe agrada, você vai dizer que está ótimo, de modo a não magoar.


 


A Mentira Benéfica é usada por uma pessoa que tem a intenção de ajudar os outros. Por exemplo, os médicos que vão até o paciente em seu leito de morte para levantar ânimos ou prescrever uma falsa medicação, um agricultor que esconde Judeus dos nazistas nega que está mantendo eles em sua casa ou quando o homem fala para mulher que ela não está gorda, tecnicamente todos estão mentindo.


 


O perigo está na mentira enganosa, porque nesse caso, o mentiroso pretende prejudicar ou tirar vantagem da vítima para seu próprio benefício.


 


A mentira enganosa tem duas variáveis: Ocultação e Falsificação.


 


Na ocultação, o mentiroso realmente não diz uma mentira, mas oculta a informação. Ou seja, Glória pode dizer a sua amiga Beti que viu seu ex-namorado em uma festa na noite passada. Mas não revela que na verdade voltou para casa com ele.


 


Na falsificação, falsas informações são apresentadas como se fossem verdadeiras, intencionalmente. Então Glória pode dizer a Beti que não curtiu a festa e acabou indo para casa cedo, sozinha.


 


Mentiras maliciosas (fofocas), muitas vezes são usadas como armas em uma situação de concorrência. Mentirosos maliciosos começam a destruir o caráter e a reputação de suas vítimas, geralmente com resultados duradouros e devastadores. Uma empresa pode, por exemplo, espalhar a falsa informação de que seu principal concorrente está com dificuldades financeiras. Da mesma forma, é perfeitamente normal para os partidos políticos iniciar rumores de comportamentos sexuais impróprios contra um adversário.


 
Tipos de mentirosos


Um mentiroso "natural" é alguém que tem consciência da mentira, mas está confiante em sua capacidade de enganar, e tem feito isso desde a infância. Muitas vezes, eles aprenderam a mentir para seus pais para evitar terríveis punições que poderiam acontecer se dissessem a verdade. Muitos mentirosos naturais quando adultos, tornam-se advogados, vendedores, negociadores, atores, políticos e espiões.


 


Um mentiroso "não natural" é uma pessoa que, quando uma criança, foi convencida por seus pais, que era impossível mentir, sem que eles pudessem detectar. Esses passam a vida dizendo a todos a verdade sobre tudo, insistindo que "Nunca pôde dizer uma mentira" o que pode ser um problema.


 


http://www.mundointerpessoal.com/2013/03/tipos-de-mentiras-e-mentirosos.html

Diversidade amorosa...






"Namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"


Como na novela "Eta Mundo Bom", mulher de 57 anos vive dois relacionamentos secretos ao mesmo tempo




Diana, vivida por Priscila Fantin na novela das seis da Globo, "Eta Mundo Bom", é uma golpista que tenta se dar bem de qualquer jeito. Foi amante de Severo, interpretado por Tarcísio Filho, e, agora, vive outro romance secreto com o filho dele, Braz, vivido por Rômulo Neto. 


Mas, será que só na ficção ser amante é uma escolha? Tudo bem que o motivo da dançarina da ficção é vil, ela quer se dar bem, mas tem quem ache que ser "a outra" é algo que nenhuma mulher que não queria tirar vantagens quer; e se não for bem assim?


 Juliana*, de 57 anos, garante que ser amante não é um problema. "Namoro há 25 anos um homem casado. É bom porque nos vemos todos os dias, mas, à noite, ele vai embora. O sexo é bom e não tem nenhuma chatice do casamento", diz a aposentada ao Delas.


“Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão. Tinha casado virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se esforçava nada. Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim"


Antes de ser "a outra", Juliana foi casada por dez anos e tem um filho. "Sei o que é ser casada, trabalhar fora, lavar, passar e criar um filho.


 Não quero mais passar por isso. Hoje, vivo na minha casa sozinha, tenho a minha vida e gosto dessa independência", diz ela, que passou por uma separação conturbada. "Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão. Tinha casado virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se esforçava nada. Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim", lembra. 


 Ser 'a outra' pode ser vontade de algumas mulheres


 "Ele se aproximou". O romance de Juliana com um homem casado começou exatamente após sua separação.


 "Trabalhávamos juntos e ele se aproximou na tentativa de me ajudar a superar aquela fase. Foi aí que me apaixonei de verdade. Nunca quis que ele deixasse a mulher e viesse morar comigo e, pelo que sei, a mulher dele também não se importa. Parece que eles não querem se separar por questões financeiras e divisão de posses. Mas, na verdade, isso não me interessa muito", explica.


“Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como é a vida: namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"


 Outro amante


Apesar de manter esse relacionamento com o segundo homem com quem transou na vida, há um ano, a aposentada se surpreendeu com um novo romance.




"Ele se aproximou de mim no curso que frequentamos. Flertamos e, no início, não achei que fosse passar disso. Afinal, já não sou mais nenhuma garotinha, nunca achei que outra pessoa fosse me desejar, sabe?", diz. Mas, para sua surpresa, o relacionamento evoluiu. "Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como é a vida: namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante", comenta.




De acordo com especialistas, quem nunca se viu como amante está sujeito à armadilha do apaixonamento. “O encontro é sempre fortuito, a realidade fica escamoteada e a fantasia predomina, até que a realidade se impõe”, afirma ao Delas o psiquiatra Paulo Quinet, membro da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, sobre o tema.


 Vários motivos


 Consultada pelo Delas, Clarissa Corrêa Menezes, psicóloga e doutora em psicologia de desenvolvimento humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, comentou sobre o tema há algum tempo e, segundo ela, são muitos os motivos que podem levar uma pessoa a ser o terceiro em uma relação.


“Não existe acaso. Acredito que dois tipos de pessoas entram nessa relação: os que começam despretensiosamente, sem levar a sério, e os que têm autoestima baixa e aceitam um ‘pedacinho’ do outro. Muitas vezes o casamento está sem graça, e entra o sexo, a aventura. Há também pessoas que têm dificuldade de se vincular. Se relacionar com alguém que já tem uma esposa te protege de um envolvimento”, afirma a especialista.


 A condição de amante geralmente é encarada como temporária. E muita gente passa a vida sendo iludida, diz psicóloga.



Muito bem explicado, nos mínimos detalhes. Discordar, faz parte da democracia.






‘As pessoas diziam que eu estava louca’, diz autora do pedido de impeachment


Advogada diz ter a esperança de mudar o mundo e que é hora de "passar o país a limpo"


Aos 41 anos, a advogada Janaína Paschoal vive momentos de celebridade: "Me param muito para tirar selfies na rua. No mercado, na feira, no elevador, em todo lugar. Recebi muitas cartas, até de brasileiros que vivem no exterior", conta.


Professora livre docente da Faculdade de Direito da USP, onde entrou como aluna aos 17 anos, ela é uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff em tramitação na Câmara. A recepção calorosa pelos defensores do afastamento da presidente, opina, tem motivo: "Acho que as pessoas estavam com isso engasgado".


Com um perfil conservador, Janaína se define como uma "canceriana romântica" que espera poder "mudar o mundo". Diz ser politicamente liberal, mas contra a legalização do aborto e das drogas, e a favor das cotas para negros nas universidades.


Em entrevista à BBC Brasil, ela falou sobre a crise política, o relacionamento com petistas e o que vê como o desfecho ideal para o atual impasse. "É um momento de passar o país a limpo, caia quem tiver que cair, doa a quem doer, inclusive se for do PSDB, do PMDB e de todos os outros partidos", afirma.


Ela defende todos os argumentos do pedido de impeachment, assinado com os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. Confira os principais trechos da entrevista:


BBC Brasil - O que a levou a redigir o pedido de impeachment?


Janaína Paschoal - Foi uma ideia que passou por um processo demorado de maturação. Entre a primeira intenção e a conversa com o Hélio Bicudo foram três meses, depois de falar com muita gente. Falei sobre o tema na OAB de São Paulo, onde sou conselheira, e também com professores de direito e colegas advogados. Até o PSDB eu procurei, mas ninguém se habilitava. Muitos temiam que suas carreiras ou escritórios fossem prejudicados.


Nas manifestações antigoverno eu via uma frustração muito grande. Ficava muito triste ao ver que não davam em nada, e comecei a perceber a população desanimada. Em agosto do ano passado houve um protesto em que me convidaram a subir num carro do (movimento) Vem Pra Rua, e acabei fazendo um discurso. E aí tudo aconteceu em uma semana.


Me apresentaram ao Hélio Bicudo dias depois e ele foi o primeiro a realmente acreditar em mim. Quando penso neste dia tenho vontade de chorar, porque os outros me olhavam como se eu fosse louca, mas com ele foi um encontro de almas. O Miguel Reale Jr. já tinha feito pareceres a respeito, havia sido meu orientador na USP, e também nos ajudou.


BBC Brasil - A senhora entrou na Faculdade de Direito da USP, a tradicional São Francisco, com 17 anos. Como tem sido a convivência com professores e alunos com perfil de esquerda na instituição?


Paschoal - O Largo São Francisco é a minha casa. Na graduação não tive problemas, mas assim que eu entrei como professora, sim. Me sinto como um peixe fora d’água, e não só nas questões político-partidárias. É uma mentalidade muito diferente, como um todo.


É quase verdade absoluta lá que você tem que legalizar todas as drogas. Também acham que temos que legalizar o aborto e a exploração da prostituição. Eu não concordo com nada disso. Sou o que a gente pode chamar de liberal, no sentido inglês, e lá é um espaço muito marxista.


BBC Brasil - A senhora diz ter muitos amigos petistas. Como tem sido a convivência com eles?


Paschoal - Tenho vários amigos petistas. Não toco no assunto com eles, porque não aguentam. Muitos falam "e o PSDB?". E aí eu digo: o que eu tenho a ver com isso? Eu não sou do PSDB. Se eles devem, que paguem. Até agora não houve rompimento de relações com ninguém, mas no começo foi muito difícil. Tive dificuldades com alguns parentes, mas acho que agora já conseguimos superar.


A verdade é que o petista não tem liberdade de pensamento. Para eles o Lula é Deus. É intocável e está acima da lei. Não vou endeusar ninguém. Eles acreditam que, pela história dele, ele pode tudo, e infelizmente ele também acreditou nisso, e a presidente também.


BBC Brasil - Como vê as acusações de que o governo está sendo vítima de um golpe, que o impeachment é mais baseado em posições políticas do que em evidências de irregularidades?


Paschoal - Estou tão cansada de repetir a mesma coisa. Está tudo escrito no pedido. Os documentos estão lá, todo o processo do Tribunal de Contas da União, todas as delações do petrolão. Perto do que vemos hoje, o Collor era brincadeira. Essa acusação de golpe é chavão, é discurso de petista.


BBC Brasil - Por essa lógica, podemos dizer então que os gritos de "Fora Dilma, Fora PT" também são chavões? Não seria a mesma coisa?


Paschoal - Não gosto de chavão, mas é "Fora PT" mesmo, eu quero que saia mesmo. Agora, por que é golpe? Por que eles não explicam? Por que não entram no mérito, nos detalhes das coisas?

BBC Brasil - Como avalia a participação de grupos que defendem a intervenção militar nos protestos antigoverno?


Paschoal - Acho que é falta de perceber que, de todos os regimes, o melhor é a democracia, e que defender uma ditadura é uma visão estreita.


Não gosto de ditadura, nem de direita e nem de esquerda, nem militar nem civil. Não é um discurso que me agrada, assim como não me agrada o discurso marxista de querer também fechar aqui, e virar uma Cuba. Defendo o direito de as pessoas falarem o que quiserem. Não é porque não concordo que vou condenar.


BBC Brasil - Grupos e até juristas que apoiam o governo dizem que não houve comprovação de crime de responsabilidade em nenhum dos elementos elencados no pedido de impeachment e na Lava Jato. Como a senhora responde?


Paschoal - Ou as pessoas não estão acompanhando o que está acontecendo no país, ou não sei mais o que é necessário, porque ter responsabilidade implica em tomar providências para fazer a situação cessar e responsabilizar subalternos pelas irregularidades, mas a presidente simplesmente nega os fatos com relação a isso.


Todo esse pessoal que está preso ou esteve preso era próximo a ela. Ela era avisada de que as coisas não estavam bem. E o que ela fazia? Subia no palanque e dizia que era tudo armação, que era golpe, que era mentira, e que a Petrobras estava maravilhosa. Isso não é um comportamento condigno com o cargo de presidente.


As pessoas confundem corrupção com crime de responsabilidade. Em nenhum lugar eu escrevi que a presidente pegou dinheiro para ela. O que eu escrevi é que ela não tomou as providências inerentes ao cargo. Disseram que Edinho Silva fez negociações e abrem um inquérito. Ela põe o homem como ministro (da Secretaria de Comunicação Social). O Lula está sendo investigado, e ela põe o homem como ministro.


O Nestor Cerveró foi ela quem indicou e todo mundo sabe que ele operava tudo aquilo ali. O Paulo Roberto Costa foi até no casamento da filha dela, e, apesar de todos os indícios vindo à tona, ela seguia negando e não afastava as pessoas.


Crime de responsabilidade não está ligado necessariamente a pegar dinheiro para si. Ela tem responsabilidade de zelar pela gestão, pela coisa pública, e afastar quem está sendo investigado, ou quando já há elementos suficientes, mudar diretores. Ela não fez nada disso. Não é negligência, é dolo mesmo. Houve intenção. Ela se omitiu dolosamente. Ela sabia, e o senador Delcídio do Amaral acabou de falar na delação premiada que ela sabia.


BBC Brasil - Como vê o fato de a Comissão Especial ter retirado a delação do Delcídio do pedido de impeachment?


Paschoal - A delação confirmou tudo que a gente escreveu no pedido. É apenas uma prova a mais de que a gente estava com a razão lá atrás. Acho que estão sobrando elementos para esse impeachment. Se ele vai ocorrer ou não, é outra história. Mas, do ponto de vista técnico jurídico, digo que tem que sair.


Anexei a delação do Delcídio como prova, mas ela foi desanexada a pedido dos deputados, inclusive da oposição. Não consigo entender.


BBC Brasil - Também há críticas quanto às pedaladas fiscais. A imprensa relatou que elas foram utilizadas nos municípios e Estados, e que se o Brasil destituir uma presidente com base nisso, ao menos 16 governadores também poderiam ter o mesmo fim.


Paschoal - Sobre isso há documento que não acaba mais. Foram muitos anos. Isso ocorreu em 2013, 2014 e 2015, pegando dinheiro dos bancos públicos sem contabilizar, e não só para programas sociais, mas também para passar para empresários, quebrando os bancos públicos, fazendo uma contabilidade fictícia, de fachada, dizendo que nós tínhamos superávit quando na verdade estávamos com um rombo bilionário.


Sobre os governadores, que tirem, que saiam todos, chega.


BBC Brasil - A senhora diz que outro motivo forte para a queda do governo são os indícios de uma corrupção sistemática, que permeia o Executivo, congressistas e estatais. Como avalia as acusações, em delações premiadas, de que a República vem funcionando assim há décadas, incluindo governos anteriores?


Paschoal - Eu acho que o PT abraçou a corrupção como um método de governo. Vejo uma diferença entre o PT e os governos anteriores. Isso significa que as corrupções anteriores tenham que ficar impunes? Não. Todos devem ser punidos. Mas houve um salto no PT em termos de valores. Não vou pôr a mão no fogo e dizer que não aconteceu (antes), mas não acho que era um método, como os petistas têm, com esquemas desenhados e estruturados.

BBC Brasil - Como a senhora avalia a decisão, do juiz Sergio Moro de divulgar o grampo da conversa entre Lula e Dilma? Na sua visão, o diálogo configura tentativa de obstrução da Justiça?


Paschoal - O Moro não é da oposição. Ele é um juiz independente e sério, que está fazendo um trabalho pelo país merecedor de uma medalha, e não esse monte de pedidos para ele ser preso.


Sobre a retirada do sigilo, eu particularmente não vejo nenhuma ilegalidade. Ninguém está falando, por enquanto, que a presidente cometeu um crime ali, naquele fato. Ele poderia ter sido mais cauteloso e perguntar (ao Supremo Tribunal Federal)? Talvez. Mas talvez tenha pensado que, se demorasse, o fato iria se concretizar e Lula viraria ministro.


Sobre o diálogo, entendi a mesma coisa que todo mundo entendeu. Vai ter que ter uma investigação, claro, mas para mim ela estava dando um salvo-conduto para que, se viessem prendê-lo, ele pudesse dizer que já era ministro. Não quero entrar no mérito se trata-se de obstrução da Justiça, mas creio que no mínimo é uma imoralidade.


BBC Brasil - Como vê a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer ser implicado devido ao processo que tramita no TSE, relacionado ao financiamento da campanha de 2014, e as acusações e o pedido de cassação que pairam sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, respectivamente segundo e terceiro na linha de sucessão?


Paschoal - Veja, a situação do país é complicada. Mas agora por isso vou deixar no cargo alguém que não tem condições de permanecer? Acho que a gente precisa começa a enfrentar essa situação, porque não dá mais para jogar a sujeira para baixo do tapete.


BBC Brasil - Como imagina um Brasil pós-impeachment, e como acha que seu nome será lembrado no futuro?


Paschoal - Imagino um Brasil onde as crianças realmente vejam que vale a pena ser correto, ser honesto e fazer o bem.


Preferiria que o vice assumisse e terminasse o mandato e que a eleição acontecesse no momento adequado, que é 2018. Acho que para o país isso é melhor. E não é porque eu ame o Temer, é porque é questão institucional, acho que é melhor que a eleição aconteça na data certa.


Sobre o meu nome, não sei. De verdade eu não sei. A história pertence aos homens, e o meu compromisso é com Deus, apesar de não ter uma religião específica. O meu compromisso é com o que eu acho que é justo. Como a história vai escrever, se é que vai escrever, não me pertence.


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Mais uma etapa superada...