"Namoro um homem
casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"
Como na novela "Eta Mundo Bom", mulher de 57 anos vive
dois relacionamentos secretos ao mesmo tempo
Diana, vivida por Priscila Fantin na novela das seis da Globo,
"Eta Mundo Bom", é uma golpista que tenta se dar bem de qualquer
jeito. Foi amante de Severo, interpretado por Tarcísio Filho, e, agora, vive
outro romance secreto com o filho dele, Braz, vivido por Rômulo
Neto.
Mas, será que só na ficção ser amante é uma escolha? Tudo
bem que o motivo da dançarina da ficção é vil, ela quer se dar bem, mas tem
quem ache que ser "a outra" é algo que nenhuma mulher que não
queria tirar vantagens quer; e se não for bem assim?
Juliana*, de 57 anos, garante que ser amante não é um problema.
"Namoro há 25 anos um homem casado. É bom porque nos vemos todos os dias,
mas, à noite, ele vai embora. O sexo é bom e não tem nenhuma chatice do
casamento", diz a aposentada ao Delas.
“Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão. Tinha casado
virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se esforçava nada.
Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim"
Antes de ser "a outra", Juliana foi casada por dez
anos e tem um filho. "Sei o que é ser casada, trabalhar fora, lavar,
passar e criar um filho.
Não quero mais passar por isso. Hoje, vivo na minha casa sozinha,
tenho a minha vida e gosto dessa independência", diz ela, que passou por
uma separação conturbada. "Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão.
Tinha casado virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se
esforçava nada. Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim",
lembra.
Ser 'a outra' pode ser
vontade de algumas mulheres
"Ele se aproximou". O romance de Juliana com um homem
casado começou exatamente após sua separação.
"Trabalhávamos juntos e ele se aproximou na tentativa de me
ajudar a superar aquela fase. Foi aí que me apaixonei de verdade. Nunca quis
que ele deixasse a mulher e viesse morar comigo e, pelo que sei, a mulher dele
também não se importa. Parece que eles não querem se separar por questões
financeiras e divisão de posses. Mas, na verdade, isso não me interessa
muito", explica.
“Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como
é a vida: namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"
Outro amante
Apesar de manter esse relacionamento com o segundo homem com
quem transou na vida, há um ano, a aposentada se surpreendeu com um novo
romance.
"Ele se aproximou de mim no curso que frequentamos.
Flertamos e, no início, não achei que fosse passar disso. Afinal, já não sou
mais nenhuma garotinha, nunca achei que outra pessoa fosse me desejar,
sabe?", diz. Mas, para sua surpresa, o relacionamento evoluiu.
"Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como é a vida:
namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante", comenta.
De acordo com especialistas, quem nunca se viu como amante está
sujeito à armadilha do apaixonamento. “O encontro é sempre fortuito, a
realidade fica escamoteada e a fantasia predomina, até que a realidade se
impõe”, afirma ao Delas o psiquiatra Paulo Quinet, membro da Sociedade
Psicanalítica do Rio de Janeiro, sobre o tema.
Vários motivos
Consultada pelo Delas, Clarissa Corrêa Menezes, psicóloga e
doutora em psicologia de desenvolvimento humano pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, comentou sobre o tema há algum tempo e, segundo ela, são
muitos os motivos que podem levar uma pessoa a ser o terceiro em uma relação.
“Não existe acaso. Acredito que dois tipos de pessoas entram
nessa relação: os que começam despretensiosamente, sem levar a sério, e os que
têm autoestima baixa e aceitam um ‘pedacinho’ do outro. Muitas vezes o
casamento está sem graça, e entra o sexo, a aventura. Há também pessoas que têm
dificuldade de se vincular. Se relacionar com alguém que já tem uma esposa te
protege de um envolvimento”, afirma a especialista.
A condição de amante geralmente é encarada como temporária. E
muita gente passa a vida sendo iludida, diz psicóloga.
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