segunda-feira, 18 de abril de 2016

Refletindo...


O medíocre discute pessoas. 

O comum discute fatos. 

O sábio discute ideias. 

(Provérbio Chinês)


http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/2/

Língua afiada...


Pegadinha gramatical


CORREÇÃO GRAMATICAL:  OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELAS DESILUSÕES ORTOGRÁFICO-AMOROSAS

A Língua Portuguesa é complexa, isso é inegável. São muitas regras (e exceções) para decorar, muitos tempos verbais para conjugar e assim por diante.

Mas alguns erros são gravíssimos e assustam por demonstrarem total desconhecimento do idioma (algo que usamos “apenas” todos os dias).

Selecionamos o Top 10 de erros gramaticais mais comuns. Eles estão nas redes sociais e, pasmem, em ambientes corporativos e acadêmicos também.

Confira cada um e preste atenção para não prejudicar sua reputação cometendo esses deslizes, seja na vida pessoal ou profissional.

Afinal, a qualidade do texto diz muito sobre a cultura geral de uma pessoa.

1. Mais ou Mas
Mais ou mas é uma dúvida bem comum e que muitas pessoas insistem em errar na hora de escrever certo.

Errado: Quero acordar cedo, mais durmo tarde todos os dias.

Correto: Quero acordar cedo, mas durmo tarde todos os dias.

Explicação: Mas, sem i, é uma palavra usada principalmente como conjunção adversativa e possui o mesmo valor que porém, contudo e todavia. Transmite uma ideia de oposição ou limitação, como no exemplo acima.

Mais, com i, é uma palavra usada principalmente como advérbio de intensidade, transmitindo uma noção de quantidade ou intensidade maiores, ou como conjunção aditiva, transmitindo uma noção de adição e acréscimo. Tem sentido oposto a menos.

Exemplos: Aquele vinho é o mais caro do mercado. / Cinco mais três são oito.

2. Porques

Porque ou Por que

Porque ou por que. Junto ou separado? Veja a resposta correta abaixo.

Errado: Não a encontrei ontem por que fui malhar em horário diferente.

Correto: Não a encontrei ontem porque fui malhar em horário diferente.

Explicação: Porque, junto e sem acento, é uma conjunção e serve para ligar duas ideias, duas orações. É usado quando a segunda parte apresenta uma explicação ou causa em relação à primeira.

Já a forma por que, separado e sem acento, é um advérbio interrogativo de causa e é usada quando pedimos por uma causa ou motivo, não necessariamente em uma frase que termine com ponto de interrogação.

Dica: Se tiver dúvida, substitua o por que da frase por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou inclua a palavra “razão” logo depois.

Exemplo: Este é o caminho por que (pelo qual) passamos. / Não sei por que (razão) ele desistiu de tudo.

Porquê ou Por quê

Porque ou por que. E agora com o acento? É junto ou separado? Veja a resposta correta abaixo.

Errado: Ela se demitiu, não sei porquê.

Correto: Ela se demitiu, não sei por quê. / Ela se demitiu, não sei o porquê.

Explicação: Porquê, junto e com acento, substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um substantivo e, como tal, tem plural e pode vir acompanhado por artigos, pronomes e adjetivos. A palavra geralmente é antecedida de artigo “o” ou “um”.

Use a expressão por quê, separado e com acento, quando ela estiver no fim da frase, seja pergunta ou não.

Exemplos: Não aprovaram a proposta e não sabemos por quê. / Não temos o resultado da concorrência. Por quê?

3. Agente ou A gente

Agente ou a gente? O serviço secreto não é o mesmo que nós. :)

Errado: Agente vai almoçar no restaurante da esquina hoje.

Correto: A gente vai almoçar no restaurante da esquina hoje.

Explicação: A gente é uma locução que equivale à palavra nós e deve ser conjugada na terceira pessoa do singular, como na frase acima.

Agente é um substantivo comum e se refere à profissão de alguém. É aquele que age, que exerce alguma ação.

Exemplo: James Bond é o agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico. /Concurso oferece vagas para agente da polícia federal.


Interessante...


Viciados se importam menos com outras pessoas

Estudo achou uma correlação entre abuso de substâncias e a incapacidade de julgar os sentimentos alheios

Jovens com dependência de álcool e outras substâncias tendem mais a colocar outras pessoas em risco: fazem mais sexo sem camisinha e dirigem mais vezes intoxicados. 

Pode parecer só falta de responsabilidade induzida por se estar... (qual seria a palavra?) doidão, mas há um lado mais sombrio nisso: esses jovens com algum tipo de vício são muito menos propensos a se dedicarem a trabalhos voluntários, ajudar aos outros.

Esses são os achados no estudo da psicóloga Maria Pagano, da Case Western Reserve University (Cleveland, EUA). Ela estudou o comportamento de 585 jovens secundaristas, classificando-os segundo seus hábitos com álcool e outras drogas e medindo essas três variáveis: dirigir bêbado (a idade para a habilitação nos EUA é 16 anos), fazer sexo desprotegido e se interessar por trabalho voluntário. 

Pagano achou, entre outras coisas, uma correlação 100% maior em jovens que abusavam de drogas ou álcool em fazer sexo desprotegido - mesmo quando eles sabiam que tinham doenças sexualmente transmissíveis - que com aqueles que não usavam.

Viciados, em outras palavras, não dão muita bola para os outros nem entendem como seu problema afeta seus entes queridos. O que explica como a doença pode destruir suas vidas sociais e também como é difícil convencê-los a se tratarem. 

"O viciado é como um tornado passando pela vida dos outros", afirma Pagano. "Mesmo quando estão se recuperando, há poucos indícios que eles entendem como suas ações impactam aqueles em sua volta. Isso é parte de sua doença."

Importante: nada disto pretende criminalizar os viciados, que também sofrem com a própria doença. Segundo Pagani, esse fator da insensibilidade é apenas algo que deve ser levado em consideração ao se planejar tratamentos. 

Ela pretende descobrir formas para diminuir essa parte do problema. Uma de suas apostas é justamente o trabalho voluntário, ressensibilizar o paciente aos problemas dos outros.


História...


Suástica e nazismo Bandeira da Alemanha nazista, com a suástica ao centro

O principal símbolo pelo qual o nazismo ficou conhecido foi a suástica, também conhecida como cruz gamada ou cruz grega de braços iguais. Entretanto, existem inúmeros vestígios de que há milhares de anos antes de os nazistas adotarem a suástica como símbolo, ela era utilizada por outros povos.

A palavra suástica é derivada do sânscrito, uma língua indiana. Sua grafia em sânscrito seria esta: sva sti ka. Seu significado seria “boa sorte”. Entretanto, a suástica foi e é utilizada como símbolo religioso por diversos povos, como celtas, etruscos, gregos, troianos e até maias. Não há uma explicação sobre o motivo de tantos povos de locais tão distintos utilizarem o mesmo símbolo.

Mesmo o desenho da suástica não segue um padrão único, sendo representado tanto com as pontas dos braços indicando um sentido horário quanto um sentido anti-horário. Em alguns casos, a suástica não é representada com linhas retas, aparecendo em formatos com mais curvas.

Imagem de Buda, com a suástica ao centro de seu peito 
Imagem de Buda, com a suástica ao centro do peito

O fato de os braços da cruz apontar para a direita ou esquerda dá a noção de um movimento de rotação em torno de um centro, que permanece sempre imóvel. Além disso, essa noção de movimento pode indicar ciclos ou mesmo um caminho do progresso, como uma ação contínua, com a sociedade sendo regenerada nesse movimento. No caso do nazismo, o povo alemão giraria em torno de Hitler, o líder que representou o centro do suposto movimento de progresso desse povo.

Mas na Alemanha não foram apenas os nazistas a utilizarem a suástica como símbolo. Durante o processo de unificação alemã, que resultou no chamado II Reich, a suástica simbolizava a unidade nacional no novo Estado. Possivelmente esse foi um dos motivos que levaram o poeta alemão Guido List a propor a suástica como símbolo do partido nazista.

Outro motivo estaria ligado às descobertas arqueológicas do alemão Heinrich Schliemann. Em escavações na região onde poderia ter existido a cidade de Troia, Schliemann encontrou artefatos com a suástica semelhantes a outros que ele próprio havia encontrado às margens do rio Oder, na Alemanha. As descobertas teriam sugerido ao arqueólogo uma ligação entre os povos da Grécia Antiga e os povos germânicos, garantindo uma ancestralidade clássica aos alemães.

Apesar dos diversos significados, foi a máquina de propaganda nazista que conferiu à suástica a ligação constante com o nazismo, como é feita atualmente. Cabe a nós pesquisar as origens do símbolo e perceber que existem outros significados.


Viva a sabedoria...


A CONCILIAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO PARA FÍLON DE ALEXANDRIA

FILOSOFIA

Fílon de Alexandria aproxima a filosofia grega do judaísmo a partir da conciliação entre fé e razão que influenciará a filosofia cristã.

As bases da filosofia cristã

A difusão do cristianismo, a partir do século I, é o pano de fundo para discussão entre fé e razão que mobilizou muitos filósofos a partir de então. Temos que considerar dois fatores que nos ajudam a entender esse processo:

1) Universalidade do cristianismo. A religião cristã, diferente de outras expressões religiosas, tinha o propósito de se tornar universal. Enquanto as religiões costumavam se referir a um povo e a uma cultura, o cristianismo queria converter todos os povos. Esse propósito tem sua expressão nas pregações de Paulo, como podemos notar em Gálatas 3, 28: “Desse modo não existe diferença entre judeus e não judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus. ”

2) Cosmopolitismo de Alexandria. É em Alexandria, no século I a.C., que encontramos uma aproximação entre o judaísmo e a cultura grega que dará origem a uma filosofia cristã. Romanos, egípcios, judeus e gregos conviviam com tolerância religiosa.

Fílon de Alexandria

É Alexandria que nasceu Fílon, conhecido como “Fílon, o judeu”, que faz uma primeira aproximação entre a filosofia grega e o judaísmo. Tudo o que se sabe sobre sua vida é aquilo que foi trazido pela obra do historiador Josefo. Embora não saibamos muito sobre sua vida, além de que era possivelmente integrante de uma rica família judaica, a obra de Fílon, cerca de quarenta tratados, trouxeram uma grande contribuição para o pensamento dos cristãos posteriores.

1) Aproximação entre judaísmo e filosofia grega

Em seus comentários sobre o Pentateuco (os cinco livros iniciais do Antigo Testamento), há uma tentativa de aproximação entre judaísmo e filosofia grega a partir de uma influência que ele considera, mas nunca comprovada por documentos históricos, ter sido exercida pelo Antigo Testamento e pela tradição mosaica sobre os filósofos. Ele não via distinção entre as preocupações filosóficas com o ser e a physis da Revelação cultivada pela tradição judaica.

O historiador Werner Jaeger salienta que não era o objetivo de Fílon converter os gregos da importância da tradição mosaica. Ele se dirigia aos judeus mostrando a importância do pensamento filosófico. Vejamos:

“Para nós, Fílon de Alexandria é, evidentemente, o protótipo do filósofo judeu que absorveu toda a tradição grega e se serve do seu rico vocabulário conceptual e dos seus meios literários para provar o seu ponto de vista, não aos gregos, mas aos seus próprios compatriotas judeus. Isso é importante, visto que demonstra que toda a compreensão, mesmo entre gente não-grega, precisava do meio intelectual do pensamento grego e das suas categorias”( JAEGER, 1991, p. 47-48).

Fé e Razão

Percebemos, a partir desse fragmento, que para Fílon já havia um esboço da tentativa de conciliar fé e razão. Para ele, a Teologia era superior à filosofia, mas a filosofia era indispensável para que não se interpretasse as escrituras de forma literal. A respeito da Bíblia, ele recorre à noção de alegoria: para Fílon, as Escrituras teriam um sentido literal e um sentido oculto.

Os personagens e situações que são compreendidos por uma leitura mais superficial escondem significados filosóficos em vários níveis. Para estar apto para essa leitura alegórica das Escrituras, a filosofia era indispensável. Por isso, Fílon considera os filósofos como inferiores aos profetas: para ele, a filosofia não consegue alcançar a perfeição de Moisés e, assim, não optava por uma filosofia em detrimento da outra, pois todas as doutrinas tendiam à imperfeição.

Ele diz:

“Como as ciências sobre as quais se baseia a cultura geral contribuem para o aprendizado da filosofia, assim também a filosofia contribui para a aquisição da sapiência. De fato, a filosofia é o esforço para alcançar a sapiência, e a sapiência é a ciência das coisas divinas e humanas e das causas destas. Portanto, como a cultura geral é serva da filosofia, assim também a filosofia é serva da sapiência” (FILON, De congressu eruditionis gratia. Apud. REALE. G., História da Filosofia Grega e Romana, p. 232).

Logos de Deus

Podemos perceber que, para Fílon, há uma distinção entre a atividade de filosofar e a “sapiência”, noção que talvez ele tenha desenvolvido a partir de Aristóteles. A sabedoria, para ele, procede do Logos Divino. O Logos, um princípio a partir do qual Deus opera no mundo, pode ser entendido como:

* Uma realidade incorpórea;

*Tem um aspecto imanente, pois o mundo sensível é criado a partir dele;

* Pode ser entendido como tendo a função de reunir os poderes de Deus, inúmeras expressões da sua atividade;

* Também pode ser entendido como a fonte dos poderes ilimitados de Deus; (Fílon cita dois: O poder criativo e o poder régio);

* Tem o sentido de “Palavra de Deus”, no sentido criador que aparece no Evangelho de João. Nesse sentido, foi apropriado pelos primeiros cristãos como uma prefiguração de Cristo, ou seja, Cristo seria o Logos de Deus;

* Tem um sentido ético como “Palavra de Deus que guia para o bem”;

* Por fim, ele entende o Logos como um cosmo inteligível que Deus cria em sua mente para, a partir dela, criar a matéria, ou seja, o mundo físico. Nesse sentido, ele concilia a noção de “mundo das ideias” de Platão ao pensamento religioso: aquilo que Platão se referiu como “ideias”, para Filon correspondia a pensamentos de Deus.

Antropologia de Fílon

Novamente, em sua concepção de humano, Fílon concilia o pensamento platônico ao pensamento religioso: se para Platão havia a distinção entre corpo, Fílon acrescenta uma terceira dimensão ao humano, a dimensão espiritual.

A alma humana corresponderia ao intelecto, material, terreno e corruptível. A alma humana não era imortal nessa concepção, como era Platão. Imortal é o Espírito (pneuma), conferido por Deus e que representa, portanto, o vínculo entre o humano e o divino. A partir dessa divisão, compreende-se que a vida humana teria três possibilidades: uma dimensão física/animal, referente ao corpo; uma dimensão racional, referente à capacidade de pensar da alma-intelecto; uma dimensão espiritual, referente à possibilidade de a alma humana viver segundo o Espírito.

Com essa terceira dimensão, a Espiritual, Fílon introduz a moral como parte da filosofia e da religião. A vida feliz, para ele, pode ser pensada a partir da figura de Abraão durante seu exílio: a ideia da realização humana está vinculada a uma espécie de “itinerário para Deus”, ideia que será desenvolvida por Santo Agostinho. O homem precisa, nesse sentido, transcender a si mesmo para se dedicar a Deus, fonte de tudo o que possui.


Cultura...


Seis hábitos culturais estranhos para os brasileiros

Se você está pensando em fazer um mochilão de volta ao mundo, conheça alguns costumes excêntricos de países como Tailândia, Austrália e Irã.

Colocar o pé na estrada e a mochila nas costas é sempre uma ótima maneira para conhecer outras culturas que são tão diferentes da nossa (brasileira) – e igualmente incríveis. Talvez seja por isso que viajar é uma das experiências mais enriquecedoras que alguém pode ter na vida. 

A oportunidade de conviver com o diferente, o desconhecido, é desafiadora e, ao mesmo tempo, maravilhosa. Mas, em algumas situações e lugares, as diferenças culturais são tão grandes que podem causar alguns constrangimentos.


Para facilitar a vida como cidadão do mundo, a UPTIME International preparou um guia cultural para você não passar vergonha em países com costumes bem estranhos para os brasileiros.


Tailândia

Ao realizar uma refeição nunca coloque o garfo na boca. Sim, é isso mesmo! Você sempre receberá um garfo e uma colher (nada de facas, a comida já vem cortada) e, seguindo os costumes locais, o instrumento é usado para colocar o alimento na colher e levá-lo a boca.


Países árabes

Em países árabes a mão esquerda é considerada impura, usada apenas para a higiene pessoal. Por isso, grande parte da população tem o hábito de comer com a mão direita. 


China

Não se assuste quando você for fazer alguma refeição ao lado de um chinês. Eles são extremamente barulhentos, leia-se, arrotam à mesa. Mas isso não é falta de educação para eles, é apenas uma forma de demonstrar que a comida estava boa.


Rússia

Apaixonados por vodka que são, os russos acham estranho quando um convidado não toma a bebida em um gole só. Para eles, é falta de educação voltar com um copo de bebida cheio depois de um brinde.


Irã

O povo iraniano é muito conhecido pela gentileza, e ela tem um nome: taarof. Por isso, em alguns estabelecimentos é considerado educado para o lojista recusar o pagamento de um cliente. Mas o cliente, naturalmente, não deve sair sem pagar. 

Austrália

Os australianos amam andar descalços. Então, se você estiver na Austrália, não se espante se encontrar uma pessoa sem sapato no shopping ou nas ruas.


Entendendo...


ADOÇÃO NO BRASIL

A adoção no Brasil está regulamentada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no qual é vista como uma medida protetiva da criança abandonada.


Os abrigos infantis estão cheios de contos trágicos, pois recebem muitas crianças e adolescentes que foram vítimas dos mais variados casos de violência e abandono. Em 2015, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contabilizou que mais de 5,6 mil crianças e adolescentes estão à espera de uma nova família nos lares adotivos em todo o país. Para resolver essa questão, os juízes das Varas da Infância e da Juventude contam com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

Segundo os dados do CNA, existem mais de 33 mil famílias cadastradas na fila de adoção. Mas se o número de pessoas que desejam adotar é quase seis vezes superior ao número de crianças e adolescentes esperando por uma nova família (5,6 mil), por que o número de crianças nos abrigos de acolhimento não para de crescer?

♦ Entraves da adoção: as exigências das famílias

A resposta para essa questão está nas exigências que as famílias possuem acerca das características da criança que desejam adotar. A grande maioria dos pais que aguardam nas filas do CNA exige que a criança seja recém-nascida, saudável e de pele clara. Todavia, ainda segundo o CNA, apenas 6% das crianças aptas a serem adotadas têm menos de um ano de idade. Enquanto isso, 87,42% são crianças com 5 anos ou mais de idade, faixa etária aceita por apenas 11% dos pais que procuram a adoção. O resultado é que algumas famílias esperam por anos até que suas exigências sejam atendidas.

O fato é que a adoção, desde a Constituição de 1988, passou a ser considerada uma medida protetiva aos interesses e ao bem-estar da criança. Isso quer dizer que ela está além dos desejos ou das exigências dos adultos que se dispõem a adotar. Trata-se de um processo em que prevalece a preservação de direitos como a educação, proteção contra maus-tratos e abusos, entre outros. Os pontos principais considerados pelos juízes que tratam dos casos de adoção são a garantia de oportunidade de pleno desenvolvimento físico, psicológico e social.

♦ Estatuto da Criança e do Adolescente

Entre os avanços para solucionar os problemas que vitimizam crianças e adolescentes, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90) foi um dos mais importantes. Nesse estatuto, estão dispostas as leis que regimentam a adoção em nosso país. Entre as várias determinações, estão:

♦ A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa (…)

♦ A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

♦ Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.

♦ os ascendentes (avós, bisavós) não podem adotar seus descendentes; irmãos também não podem;

♦ a adoção depende da concordância, perante o juiz e o promotor de justiça, dos pais biológicos, salvo quando forem desconhecidos ou destituídos do pátrio poder (muitas vezes se cumula, no mesmo processo, o pedido de adoção com o de destituição do pátrio poder dos pais biológicos. Nesse caso, deve-se comprovar que eles não zelaram pelos direitos da criança ou adolescente envolvido, de acordo com a lei);

♦ tratando-se de adolescente (maior de doze anos), a adoção depende de seu consentimento expresso;

♦ antes da sentença de adoção, a lei exige que se cumpra um estágio de convivência entre a criança ou adolescente e os adotantes, por um prazo fixado pelo juiz, o qual pode ser dispensado se a criança tiver menos de um ano de idade ou já estiver na companhia dos adotantes por tempo suficiente.

♦ Adoção por casais homoafetivos

Outra importante discussão que ainda se desenrola atualmente é a de garantir o direito de adoção para casais homoafetivos. Embora, em 2015, ainda não haja legislação que trate do tema, o direito de adoção foi concedido a alguns casais. Nesses casos, os juízes basearam-se no princípio da busca da salvaguarda dos interesses das crianças, isto é, nos casos em que as avaliações realizadas pela assistência social recomendaram a adoção.


Mais uma etapa superada...