domingo, 11 de maio de 2014
Refletindo...
“A adversidade é um espelho que reflete
o verdadeiro eu”.
(Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/7/
Língua afiada...
PECADINHA GRAMATICAL
A falta de clareza textual... o
emprego inadequado de alguns pronomes pode nela resultar?
A ocorrência de casos ambíguos é,
muitas vezes, resultante dessa prática
Quando nos atemos aos requisitos da
linguagem escrita, um que primeiramente ressurge e, talvez, o principal deles,
é a clareza textual. Toda e qualquer interlocução, seja no plano da fala, seja
no da escrita, somente se torna materializada se estiver clara, objetiva e
precisa.
Caso isso não ocorra, podemos dizer
que alguns entraves desempenharam sua cota de participação, e acredite: são
vários os que se manifestam nesse sentido. Um deles, representando literalmente
tal aspecto, é expresso pela ambiguidade ocasionada pelo emprego inadequado de
alguns pronomes, mais especificamente os possessivos. Assim sendo, como fator
resultante dessa (a ambiguidade) temos tão somente uma dupla interpretação
daquilo que ora é proferido, dificultando, pois, o entendimento da mensagem.
De modo a verificarmos como se dá, na
prática, tal ocorrência, apoiemo-nos no exemplo em voga:
Tão
logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca de seus excelentes
resultados nas provas finais.
A falta de clareza na mensagem tem
origem no uso do pronome possessivo “seus”, haja vista que os comentários
feitos por Paulo podem estar se referindo aos resultados de Marcela, aos
resultados dele ou até mesmo aos resultados de ambos.
Como então decifrar do que se trata?
Parece um pouco confuso, não?
Nesse sentido, para evitarmos
manifestações como essa, a língua portuguesa oferece-nos vários recursos para
que possamos construir nosso discurso com eficácia e precisão, permitindo assim
que a interlocução seja materializada de forma plausível. Para tanto, em vez de
empregarmos o referido pronome, podemos utilizar outros, que também são
possessivos, representados por dele(s) e dela(s). Dessa forma, só nos resta
fazer as devidas alterações nos enunciados que nos serviram de exemplos, uma
vez manifestadas por:
Tão
logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca dos excelentes
resultados dele nas provas finais.
Tão
logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca dos excelentes
resultados dela nas provas finais.
Tão
logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca dos excelentes
resultados deles nas provas finais.
http://www.brasilescola.com/gramatica/a-falta-clareza-textual-emprego-inadequado-alguns.htm
Interessante...
Saiba quais são os 10 piores alimentos de todos e aprenda a substituí-los
Não adianta: quando o assunto é
saúde, tem coisas que é melhor deixar de comer de uma vez por todas
Saiba
quais são os 10 piores alimentos de todos e aprenda a substituí-los
Se você é do tipo que morre de
preguiça de cozinhar, não sabe que mercados também vendem frutas e acha que
todo dia é dia de pizza, cuidado: você está fazendo tudo errado no sentido
alimentício da coisa. A gente sabe que nada no mundo parece matar sua sede
melhor do que aquele copo de Coca-Cola. A gente sabe também que Coca-Cola
combina com salgadinho e bacon e batata frita e sorvete e todas as outras
coisas do mundo. Mas e a saúde, como fica no meio disso tudo?
A lista que você vai ver a seguir
mostra os 10 piores alimentos que você pode consumir – e provavelmente consome.
Ela foi feita pela nutricionista Michelle Schoffro Cook, e as dicas para
substituir ou melhorar a qualidade desses itens foram elaboradas pela Nadia
Cozzi, consultora de Alimentação Consciente e Desenvolvimento Pessoal. Saiba a
seguir quais são esses itens malévolos e depois nos conte: quantos deles você
consome regularmente?
10 – Sorvete
Você já parou para pensar a respeito
dos ingredientes do sorvete? Do que ele é feito? É uma massa gelada doce e cheia
de gordura. E que todo mundo adora. O problema é que esses produtos contêm
altos níveis de açúcar e gorduras trans. Sem falar, é claro, na artificialidade
dos corantes e saborizantes, que fazem muito mal ao nosso organismo. Além disso
tudo, alguns sorvetes têm neurotoxinas, que são substâncias capazes de
prejudicar o cérebro e o sistema nervoso de um modo geral.
É possível, porém, preparar um
sorvete saudável, sabia? A Nadia Cozzi ensinou uma receita que parece bem
atraente. Detalhe: estamos falando de um sorvete feito à base de inhame!
Sorvete de Inhame. Ingredientes:
500 g de inhame cozido e descascado
01 lata de leite condensado e 1 l de
leite fresco
01 garrafinha de creme de leite
fresco
01 colher de chá de baunilha
Modo de Preparar: Bater tudo no
liquidificador; a base do sorvete está pronta.
Colocando o sabor:
Baunilha: Acrescente no
liquidificador 1 colher de café de baunilha
Chocolate: Acrescente no
liquidificador 2 colheres de sopa de cacau em pó. Se quiser fazer o gênero
Chocolate Chique, coloque amêndoas picadinhas, nozes, pedacinhos de chocolate
amargo ou o que preferir.
Frutas: acrescente à mistura do
liquidificador 1 copo do suco da fruta de sua preferência.
9 – Salgadinho de milho
Se você se preocupa um pouco com o
consumo de alimentos transgênicos, saiba que está na hora de deixar de lado os
salgadinhos de milho. Eles são capazes de alterar os níveis de açúcar no
sangue, ocasionando aumento de peso e alterações de humor. Imagine também que os
salgadinhos que você come como se não houvesse amanhã são, na verdade, fritos
em óleo. Essa mistura de milho transgênico e gordura é capaz de provocar
inflamações em seu corpo – se você sofre com espinhas, por exemplo, é uma
péssima ideia comer salgadinho.
Para substituir a guloseima, que tal
fazer uma pipoca old school, aquela de panela, de vez em quando? É fritura? É.
Mas, se o milho for orgânico, um problema a menos.
8 – Pizza
O problema, nesse caso, é para quem
tem o costume de comer pizza dessas congeladas, vendidas em supermercados. Elas
são feitas com condicionadores de massa artificiais e muitos conservantes. Você
acha que está comendo pizza, mas seu corpo entende que você está engolindo
potes de açúcar, pois é nisso que esses alimentos se transformam assim que você
os ingere. Péssima ideia para quem quer emagrecer.
Você não precisa deixar de comer
pizza, uma das coisas mais deliciosas desse mundo, mas é sempre melhor ligar
para a pizzaria e pedir uma fresquinha do que consumir aquelas vendidas no
supermercado. Se você é do tipo que gosta de cozinhar, faça a sua própria
massa, seja criativo na hora de escolher um recheio e pronto!
7 – Batata frita
O problema aqui não está só na conta
da fritura e das grandes quantidades de gorduras trans, mas também na
substância mais cancerígena de todas: a acrilamida, que se forma quando batatas
brancas são superaquecidas.
Além disso, a presença do óleo aqui
causa o mesmo efeito que o salgadinho, causando inflamações, agravando
problemas cardíacos, câncer e artrite.
O segredo é usar batatas orgânicas
cozinhadas ligeiramente e cortadas em cubinhos. Depois, basta escorrer, salpicar
sal marinho e jogar tudo em óleo de girassol bem quente apenas para dourar.
Continua sendo fritura, mas é um pouco mais saudável.
6 – Salgadinhos de batata
São tão ruins quanto as batatas
fritas e, para piorar, contêm altos índices de acrilamida, mais uma substância
cancerígena. Quanto menos você comer, melhor.
5 – Bacon
O queridinho de muita gente é, sem
dúvida, um vilão e tanto. O consumo diário desse tipo de alimento eleva a 42% o
risco de doenças cardíacas e a 19% as chances de desenvolver diabetes. Um
estudo feito pela Universidade de Columbia, nos EUA, constatou que ingerir 14
porções de bacon por mês pode prejudicar o funcionamento do pulmão e aumentar a
incidência de doenças pulmonares.
4 – Cachorro-quente
Quem nunca parou em um daqueles
carrinhos de rua e pediu o cachorro-quente mais monstruoso possível depois de
sair da balada? Ou, ainda, quem nunca escolheu fazer cachorro-quente em casa em
vez de preparar algo mais elaborado para o jantar?
O problema é que esse lanche popular
está associado ao aumento de câncer no pâncreas. Um estudo analisado por
Michelle revelou que esse aumento chega a ser de 67%. O nome do vilão em
questão é nitrito de sódio. Ele está presente em carnes processadas, salsicha,
bacon, salame... E essa substância do mal é altamente cancerígena, tendo
relação com leucemia em crianças e tumores cerebrais em bebês. Há também
estudos que comprovam que a substância pode causar câncer colorretal.
Para substituir o cachorro-quente, a
dica é escolher um pão caseiro feito com linhaça e gergelim, aberto ao meio,
onde você pode colocar um ovo caipira frito na manteiga, pedaços de tomate, sal
marinho, orégano, mussarela ou queijo branco. Se você levar essa mistura ao
forno, vai ter um lanche delicioso e muito mais saudável. Melhor ainda se
acrescentar algumas folhas de alface depois de retirar do forno.
3 – Rosquinhas
Os donuts, mais populares nos EUA,
mas também consumidos aqui no Brasil, são ricos em gorduras trans. Esse tipo de
gordura tem relação com doenças cardíacas, cerebrais e com o câncer. Como se
não bastasse, rosquinhas fritas são cheias de açúcar, condicionadores de massa
artificiais e outros aditivos que vão transformar cada rosquinha em uma
verdadeira bomba calórica. Na dúvida, deixe a preguiça de lado e prepare um
belo bolo caseiro saudável e saboroso.
2 – Refrigerante
Você até sabia que essa bebida fazia
mal, mas sabia que ela era o segundo pior item de todos? O problema aqui é
grande mesmo e, para começar, saiba que uma latinha de refrigerante tem pelo
menos 10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína
e, claro, corantes artificiais e sulfitos.
São necessários 30 copos de água para
neutralizar a acidez do refrigerante. Imagine o trabalho que seus rins têm
quando você consome esse tipo de bebida... E não são só os rins que sofrem! Os
ossos também ficam prejudicados, já que perdem muitos minerais e cálcio cada
vez que você abre uma latinha – os ossos liberam essas substâncias para o
sangue para ajudar a acabar com a acidez do refrigerante.
A dica é consumir água e sucos
naturais (que não sejam os de caixinha, hein!) – faça você mesmo!
1 – Refrigerante Diet
Se refrigerante normal já é um
veneno, o diet é ainda pior. Além de ser tão ruim quanto qualquer refrigerante,
o diet tem aspartame – ou AminoSweet. Essa substância está relacionada com o
aparecimento de muitas doenças, como ataques de ansiedade, compulsão alimentar,
defeitos de nascimento, cegueira, tumores cerebrais, dor torácica, depressão,
tontura, epilepsia, fadiga, dores de cabeça, perda auditiva, hiperatividade,
insônia, dor nas articulações e muitos – muitos mesmo! – outros problemas.
Cortar o aspartame da sua vida é uma
medida inteligente e que, com certeza, vai melhorar a sua saúde. Vale também
para outros produtos dietéticos adoçados à base de aspartame. Quanto menos você
consumir, mais saudável vai ser o seu organismo. Como no item anterior, a dica
é tomar água, sucos naturais e também vitaminas feitas à base de leite ou água.
Você só tem a ganhar!
História...
Aventuras
na História
As
gigantes rivais: Atenas e Esparta
Conhecidas como arqui-inimigas, não
teriam o mesmo impacto na história se não estivessem ligadas por séculos. Suas
rivalidades - e alianças - ajudaram a desenhar o mundo como o conhecemos
Nunca um rei espartano tinha sido tão
humilhado. Depois de passar fome e sede e aguentar um calor dos diabos por
quase três dias, o soberano Cleômenes e sua guarda pessoal tiveram de pôr o
rabo entre as pernas, entregar suas armas e deixar Atenas. Não seria exagero
dizer que essa era a primeira grande vitória de uma invenção ateniense que
ainda ia dar muito trabalho aos espartanos, a democracia – e, que ironia, o
próprio rei de Esparta é que tinha tornado isso possível.
Até aí você não deve estar surpreso.
Afinal, todo mundo aprende que as duas cidades-estados mais poderosas da antiga
Grécia eram inimigas, e não podiam ser mais diferentes entre si. Os atenienses
valorizavam a arte e a literatura, brigavam por participação popular no governo
e eram grandes navegantes. Os espartanos achavam que homem que é homem fala
pouco, louvavam a obediência acima de tudo e ficavam de perna bamba só de ver
um navio.
Acontece, porém, que as relações
entre Atenas e Esparta estão longe de ter sido tão simples. Que o digam os
filósofos, escritores e políticos atenienses que não escondiam sua admiração
pelos rivais do sul. Durante a guerra dos gregos contra os persas, a partir de
480 a.C., as duas cidades comandaram lado a lado a resistência ao invasor,
Esparta em terra e Atenas no mar. Sob certos aspectos, pode-se mesmo afirmar
que os espartanos foram pioneiros nas reformas políticas que depois fariam a
fama de Atenas, aumentando a participação dos cidadãos comuns nas decisões do
governo.
Foram primeiro os conflitos de interesse (a supremacia sobre as outras
cidades gregas e o controle do comércio com a Ásia), e só depois as diferenças
ideológicas entre democracia ateniense e rigidez espartana, que acabaram
levando a uma baita briga entre as cidades, na qual a Grécia inteira afundou.
Separadas
no nascimento
Embora a origem de ambas seja misteriosa,
parece certo que os atenienses chegaram primeiro. Eles já ocupavam a península
de Ática desde o período micênico (antes do século 13 a.C.). Não é à toa que
eles costumavam se considerar autóctones, isto é, eles achavam que seus
antepassados haviam nascido por ali mesmo.
Por volta de 700 a.C., pelo menos,
toda a região, composta por assentamentos rurais relativamente distantes uns
dos outros, já se constituía numa unidade política comandada por Atenas. O solo
pobre produzia trigo, uva e azeitona e fornecia a argila para produzir a boa
cerâmica, que logo se tornou um dos principais artigos de exportação.
Já em Esparta todo mundo sabia que
era recém-chegado. Os espartanos eram dórios, um dos quatro principais grupos
étnicos em que se dividiam os gregos (aqueus, jônios e eólios eram os outros) e
chegaram ao Peloponeso (sul da península grega) vindos do noroeste, depois do
fim do período micênico. Eles derrotaram os antigos habitantes e transformaram
alguns em vassalos.
Outros, os hilotas, não tiveram tanta sorte: viraram
escravos e tinham de cultivar as terras dos cidadãos espartanos. Até por volta
de 700 a.C., o domínio se estendia apenas pela Lacônia (onde ficava a própria
Esparta), mas uma bem-sucedida expansão para o oeste acabou lhes dando também a
fértil Messênia.
Por muito tempo, acreditou-se que o
subproduto dessa conquista foi a primeira e única revolução da história de
Esparta. Uma minoria de nobres teria abocanhado a maioria das terras da
Messênia. Os cidadãos mais pobres se revoltaram e conseguiram redistribuir a
terra e obtiveram o direito a vetar as decisões dos dois reis (sim, havia dois
deles em Esparta) e da Gerúsia, ou Senado. “Mas uma equipe inglesa que publicou
seus achados sobre a Lacônia no ano passado sugere que essa Esparta austera
talvez tenha surgido mais tarde, por volta de 540 a.C.”, diz o historiador José
Francisco Moura, da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.
Apesar da incerteza quanto à data, o
fato é que as mudanças em Esparta brotaram dos mesmos problemas que
atormentavam Atenas nos séculos 7 e 6 a.C. Ali também só uma minoria de
cidadãos, de origem nobre, podia exercer os principais cargos públicos.
Os
homens livres, mas pobres, tendo de se virar com pedaços de terra que mal davam
para o seu sustento, viviam sob a ameaça da escravidão por dívidas. As reformas
do político e poeta Sólon (por volta de 590 a.C.) acabaram com essa prática e
permitiram que pessoas ricas de origem plebeia entrassem na política, mas não
foram suficientes para acabar com as tensões sociais. Quem se aproveitou disso
foi Pisístrato, que assumiu o poder na cidade.
O governo do tirano até que conseguiu
trazer um pouco de paz às terras atenienses, mas bastou que ele morresse para
que a cidade voltasse às turras, com seus filhos Hípias e Hiparco brigando
juntos para se manter no poder. É aí que entra Cleômenes, um dos reis de
Esparta. “Até então, parece que havia pouco contato entre as cidades.
Nem mesmo
cerâmica ateniense foi encontrada em Esparta, ou vice-versa”, afirma Moura. A
cerâmica era uma espécie de saquinho plástico do mundo antigo, que transportava
de azeitonas a lixo e, na época, peças atenienses já podiam ser encontradas na
Itália e nas cidades gregas da Ásia. No entanto, por volta de 520 a.C., Esparta
havia se tornado a potência dominante do sul da Grécia, à frente da chamada
Liga do Peloponeso.
Os espartanos passaram a ter interesses mais amplos e, além
do mais, tinham fama de não tolerar tiranos. Que tal unir o útil ao agradável e
restaurar o governo legítimo em Atenas – um governo que seria eternamente
agradecido (e, talvez, subordinado) a Esparta?
Foi o que Cleômenes fez em 510 a.C.,
botando Hípias para correr. Porém, as lutas na cidade não cessaram. Em meio a
uma guerra civil, quem estava levando a melhor era Clístenes, um membro da
nobreza, que propunha uma lista de reformas que, na prática, criava uma democracia.
O rei de Esparta não gostou da idéia e se dispôs a derrubar o novo regime em
favor de um amigo ateniense, Iságoras. Mas a flecha saiu para o lado errado:
embora conseguisse tomar a Acrópole, sede do poder ateniense, Cleômenes não
contava com a resistência do povo comum, que o cercou e acabou forçando-o à
rendição.
Inimigo
comum
Vinte anos depois da ascensão da
democracia em Atenas e da derrota de Cleômenes, as duas potências tiveram de
colocar as diferenças de lado, para enfrentar um problema maior. Liderado pelo
rei Xerxes, o Império Persa – provavelmente a primeira superpotência da
história – lançou um ataque maciço contra a Grécia, e Atenas e Esparta
decidiram resistir. Graças a sua aliança com quase todas as cidades do
Peloponeso, os espartanos ainda eram os mais poderosos dos gregos, mas sua
força só era realmente respeitável em terra.
Os persas, no entanto, atacavam
por terra e por mar, e no oceano a frota ateniense foi fundamental. Mesmo
assim, a influência espartana era tamanha que o comando da frota grega também
ficou nas mãos deles, ao menos no nome.
Por alguns anos, a parceria foi um
sucesso. Em 480 a.C., a frota unida dos gregos esmagou as forças persas perto
da ilha de Salamina, na Ática, e um ano depois o regente espartano Pausânias completou
o serviço em terra, na batalha de Platéia.
A caça virou caçador: os atenienses
e o rei espartano Leutiquides avançaram para as cidades gregas da Ásia e lá
venceram a frota persa outra vez, em 478 a.C. Nesse momento, porém, os
espartanos, desacostumados ao papel de potência marítima, deixaram que Atenas
continuasse a missão de libertar os gregos asiáticos da Pérsia.
“No fim das
contas, os gregos deveram sua libertação não apenas a Esparta, mas
principalmente a uma Atenas que Cleômenes tinha criado por engano, e que fizera
de tudo para destruir”, afirma W.G. Forrest, historiador da Universidade de
Oxford e autor do livro A History of Sparta (“Uma História de Esparta”, inédito
em português).
Cada
um para o seu lado
Ao longo do século 5 a.C., Atenas se transformou
na principal potência marítima da região. A princípio, muitas das cidades
gregas aceitaram se aliar a ela, mas, aos poucos, o que era uma liga de
alianças acabou virando um império. Para José Francisco Moura, cidades como
Corinto, que fazia parte da Liga do Peloponeso e também tinha interesses
marítimos, acabaram levando Esparta a entrar em conflito com Atenas.
As duas gigantes ficaram frente a
frente na chamada Guerra do Peloponeso, em 432 a.C. A princípio, os atenienses
conseguiram escapar do pior dominando os mares e se refugiando atrás de suas
muralhas.
A captura de centenas de soldados espartanos no próprio Peloponeso
chegou até a instaurar uma paz passageira entre os rivais. Mas Atenas perdeu a
maior parte da frota num ataque desastrado na costa da atual Itália, e os
espartanos aproveitaram para contra-atacar. Dessa vez financiados por um
inusitado aliado, os persas, eles possuíam uma frota respeitável.
O conflito terminou com a vitória de
Esparta em 404 a.C. Mas nenhum dos dois lados saiu realmente vencedor. Atenas
perdeu os navios que lhe tinham restado e as muralhas que defendiam a cidade e,
em Esparta, o impacto da guerra foi ainda maior. Apesar da vitória, a sociedade
espartana desmoronou – as riquezas vindas do ex-império ateniense exacerbaram
as diferenças sociais entre os espartanos.
Na cidade, a concentração de terras
voltou com tudo, e o número de homens com direitos de cidadania, que formavam o
coração do Exército espartano, diminuiu muito. É que só os homens que podiam
contribuir financeiramente para as refeições comunais do Exército eram
considerados cidadãos plenos, e muitos espartanos tinham se tornado pobres
demais para isso. Ao ser esmagado em Leuctra pelos soldados da cidade de Tebas,
em 370 a.C., o Exército de Esparta não contava com muito mais que mil soldados.
Por algum tempo, até a metade do
século 4, Tebas se tornou o poder dominante da Grécia, ao lado de uma Atenas
recuperada da guerra e ainda democrática. Esparta tinha virado carta fora do
baralho, para todos os efeitos: perdeu até a Messênia (os tebanos proclamaram a
independência da região). Mas uma nova força estava surgindo no tabuleiro: o
rei Filipe, da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande. Em 338 a.C., ele
exterminou as forças combinadas de Atenas e Tebas, submetendo-as e acabando com
a independência helênica.
Viva a sabedoria...
Platão e o mundo das idéias
Possível fisionomia de Platão
Entre todos os discípulos de
Sócrates, o mais importante continuador de sua obra e que viria a superar os
passos do próprio mestre, ao fazer a primeira sistematização do pensamento
filosófico, foi Platão (428 a.C. - 347 a.C.).
Nascido em Atenas ou na localidade
próxima de Egina, Arístocles (seu nome de batismo) veio ao mundo em uma família
politicamente importante. Seu pai era descendente de Codro, o último rei de
Atenas, e sua mãe teve entre seus antepassados o famoso legislador ateniense
Sólon e possuía parentesco com Crítias e Cármides, dois dos Trinta Tiranos que
governaram a cidade após a guerra do Peloponeso.
Em suas primeiras décadas de vida, os
interesses de Platão ainda não eram filosóficos. Inicialmente ganhou fama como
um exímio lutador, advindo daí o apelido pelo qual o conhecemos até hoje
(Platão, do grego plato, significa plano, mas também “largo” e “amplo”; ao que
consta, era uma referência ao seu porte físico). Conseguiu alguma fama ao
vencer os Jogos Ístmicos, embora não tenha conseguido chegar aos Jogos de
Olímpia. Pouco depois tentou investir em carreira literária, mas seu sucesso
foi limitado. Por fim, decidiu estudar a filosofia de Sócrates.
Após a morte de seu mestre, Platão
partiu em longas viagens, nas quais seu pensamento filosófico se tornou mais
maduro e refinado. Prova disso foram as ideias que desenvolveu em suas obras,
as quais foram escritas em forma de diálogos, quase sempre tendo Sócrates como
personagem principal.
Dentre todos os diálogos platônicos,
aquele que talvez sintetize com mais clareza o ponto central de sua filosofia
tenha sido Timeu. Nesta obra, Platão estabelece a famosa diferença entre o
mundo sensível (o mundo concreto no qual vivemos) e o mundo das ideias — eidos,
em grego.
Segundo sua descrição, no início dos
tempos, havia apenas as ideias — o Bem, a Verdade, o Humano, etc — até que um
ser supremo, chamado Demiurgo, decidiu criar coisas a partir das mesmas. Essa
teria sido a origem do mundo e de tudo que há nele (as pessoas, as sociedades,
os costumes, e assim por diante). Para Platão, as obras do Demiurgo foram
ricas, porém imperfeitas: baseavam-se em ideias perfeitas, mas eram apenas
cópias.
A partir daí, segundo o filósofo,
qualquer compreensão adequada sobre as coisas do mundo sensível deveria
abstrair as suas imperfeições e chegar até a sua essência, chegar até o seu
ideal. Por exemplo: no mundo existem diversos tipos de cães – grandes,
pequenos, claros, escuros, etc — mas apesar das diferenças, todos eles são
cães, ou seja, todos têm em si a essência do que é um cão.
O mesmo raciocínio vale para os
valores humanos. Enquanto os sofistas afirmavam, por exemplo, que justiça e
injustiça eram meras convenções, Platão dizia que na verdade elas pareciam
convenções porque havia muitas concepções diferentes de justiça; mas, se
comparássemos todas elas e deixássemos de lado suas diferenças para olhar
apenas o que nelas havia em comum, surgiria daí a essência do que era a
Justiça.
Essa noção platônica de mundo
sensível e mundo inteligível marcou época em toda a filosofia posterior e além,
influenciando até mesmo muitos pensadores do cristianismo como Santo Agostinho.
Porém, como nada em filosofia é isolado, cabe dizer que Platão teve duas
grandes inspirações: Sócrates, através de seu método dialético e Pitágoras,
através da sua noção de que além das aparências havia sempre uma essência
simétrica, perfeita e harmoniosa (no caso pitagórico essa essência eram os
números).
No fim de sua vida, Platão criou a
primeira instituição filosófica da história. Comprou, nos arredores de Atenas,
uma propriedade onde recebia discípulos para debates. Situada num lugar chamado
Jardins de Academos, passaria à história como a Academia.
Cultura...
Diversidade
cultural no Brasil
Desde o início de sua história, após
a colonização europeia, o Brasil é marcado pela extensa diversidade cultural.
O Brasil é um país que possui uma
rica diversidade cultural entre os habitantes.
Apesar do processo de globalização,
que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de
comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam
fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades
continuam mantendo seus costumes e tradições.
O Brasil, por apresentar uma grande
dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores
europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros
responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes
italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a
diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são
elementos que integram a cultura de um povo.
As regiões brasileiras apresentam
diferentes peculiaridades culturais.
No Nordeste, a cultura é representada
através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos,
carnaval, ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária
típica é representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do mar,
arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho
verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A cultura
nordestina também está presente no artesanato de rendas.
Capoeira
O Centro-Oeste brasileiro tem sua
cultura representada pelas cavalhadas e procissão do fogaréu, no estado de
Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária é de origem
indígena e recebe forte influência da culinária mineira e paulista. Os pratos
principais são: galinhada com pequi e guariroba, empadão goiano, pamonha, angu,
cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e dourado.
Cavalhadas em Pirenópolis (GO)
As representações culturais no Norte
do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e festival de
Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande
herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como otacacá,
pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré e mussarela de búfala
são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá,
graviola, buriti.
Festival de Parintins (AM)*
No Sudeste, várias festas populares
de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa do divino,
festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação a
Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu boi, carnaval e
peão de boiadeiro. A culinária é muito diversificada, os principais pratos são:
queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba,
feijoada, farofa, pirão, etc.
Feijoada
O Sul apresenta aspectos culturais
dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos.
Algumas cidades ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas,
como a festa da uva (cultura italiana) e a oktoberfest (cultura alemã), o
fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de fita e congada. Na culinária
estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado,
barreado (cozido de carne em uma panela de barro) e vinho.
Chimarrão
Entendendo...
Conservadorismo
- principais pensadores: Combate às ideias iluministas
Ao derrubar a mais emblemática
monarquia absolutista europeia, a Revolução Francesa (1789) rompeu com o
chamado Antigo Regime. O processo revolucionário na França perdurou por anos,
alternando-se entre diferentes tipos de radicalismos políticos: cientificismo,
racionalismo, ateísmo e progressismo (que se cristalizaram na doutrina do iluminismo)
foram alguns dos princípios básicos inerentes ao movimento revolucionário
francês.
Nesse contexto, surgiram pensadores
conservadores que sistematizaram preceitos ideológicos com o propósito de
combater as novas doutrinas iluministas.
Burke, Bonald e de Maistre
Entre os conservadores do século 18,
destaca-se o filósofo inglês Edmund Burke (1729-1797), que combateu o ateísmo,
o racionalismo e defendeu fervorosamente a ordem tradicional em declínio.
Em seu livro Reflexões sobre a
revolução em França, Burke criticou os ideólogos iluministas - como Denis
Diderot e Jean-Jacques Rousseau (que havia elaborado a doutrina contratualista,
fundamentando a coesão e ordem social no contrato social) -, além de Kant.
No século 19, o mais destacado
conservador foi Louis de Bonald (1754-1840). Bonald era um político francês e
defendeu o Antigo Regime, a Igreja Católica Romana, a restauração da tradição e
o princípio da autoridade monárquica. Ele afirmava que "Onde todos os
homens querem dominar com vontades iguais e forças desiguais, é necessário que
um único homem domine ou todos se destruam".
Outro importante ideólogo do
conservadorismo foi o filósofo e diplomata francês Joseph de Maistre
(1753-1821), defensor da monarquia hereditária e opositor do movimento revolucionário,
considerado por ele o principal responsável pelo colapso social e econômico e
pela anarquia política em que a França mergulhou.
Revolucionários tornam-se
conservadores
Em suas origens, o pensamento
conservador pode ser concebido como uma atitude reativa em oposição às rápidas
mudanças que se processavam nas sociedades europeias, entre os séculos 18 e 19,
provocadas pelos movimentos revolucionários burgueses.
As revoluções burguesas provocaram a
ruptura das tradições, dos costumes, dos hábitos e das crenças religiosas.
Nesse contexto, enquanto uma ordem social desaba e uma nova ordem social está
em construção, o conservadorismo emerge como força ideológica e política
contra-revolucionária.
Em termos históricos, no entanto, é
preciso considerar que os revolucionários progressistas também se tornaram
conservadores, quando a sociedade burguesa capitalista (ou liberal) foi
ameaçada por processos revolucionários populares.
Na atualidade,
"conservadorismo" e "conservador" tornaram-se termos
extremamente pejorativos - e por esse motivo são denominações pouco utilizadas
na esfera da política. Muitos partidos políticos, inclusive, chegaram a retirar
a palavra "conservador" de suas siglas.
Entretanto, o fato de o termo não ser
usado não significa que o pensamento conservador deixou de existir.
Curiosidade...
Por
um triz
A “espada de Dâmocles” explica a
origem da expressão “por um triz”.
Muitas vezes, enfrentamos situações
que nos revelam que os detalhes são determinantes para uma vitória ou um
tremendo fracasso. A vitória em uma competição esportiva, a aprovação em um
concurso público ou a conquista de uma vaga de emprego, podem ser decididas por
questões que parecem ser mínimas. Em muitas situações, acabamos dizendo que a
vitória (ou o fracasso) foram incrivelmente consumados “por um triz”. Mas
afinal, qual o significado dessa expressão tão antiga em nosso cotidiano?
Por volta do século V a.C., Dionísio,
o Velho, empreendeu a conquista da cidade de Siracusa, na Sícilia, onde veio a
ocupar o posto de monarca. Por meio de várias ações, este grande estadista
consolidou e ampliou seus poderes por toda a Itália Grega. Tornando-se senhor de
muitas terras, acabou cercado por diversos interesseiros que invejavam a sua
posição. Entre tantos outros, Dâmocles era figura comum do palácio real e
desfrutava várias das regalias e banquetes ali realizados.
Mesmo sendo um amigo do rei, Dâmocles
acreditava que o cargo real era cercado por vários privilégios que nem se
comparavam aos que ele aproveitava por meio da proximidade com Dionísio.
Preocupado em apagar essa errônea impressão, o rei decidiu organizar um grande
banquete, onde Dâmocles ocuparia a cadeira real. Entretanto, uma pesada lâmina
presa a um fio da crina de um cavalo foi colocada sob a cabeça. Por meio dessa
incômoda situação, o imaturo amigo compreendeu que a vida no poder é algo
bastante delicado.
É interessante notar que thrichos
seja justamente a palavra que em grego, significa cabelo. Além do termo grego
ter uma sonoridade próxima à palavra “triz”, temos uma possível explicação para
o fato de “por um fio” ser sinônimo da expressão aqui investigada. Desse modo,
podemos notar que a história dessa expressão cotidiana reafirma aquilo que
dissemos no início do texto: um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença!
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