Conservadorismo
- principais pensadores: Combate às ideias iluministas
Ao derrubar a mais emblemática
monarquia absolutista europeia, a Revolução Francesa (1789) rompeu com o
chamado Antigo Regime. O processo revolucionário na França perdurou por anos,
alternando-se entre diferentes tipos de radicalismos políticos: cientificismo,
racionalismo, ateísmo e progressismo (que se cristalizaram na doutrina do iluminismo)
foram alguns dos princípios básicos inerentes ao movimento revolucionário
francês.
Nesse contexto, surgiram pensadores
conservadores que sistematizaram preceitos ideológicos com o propósito de
combater as novas doutrinas iluministas.
Burke, Bonald e de Maistre
Entre os conservadores do século 18,
destaca-se o filósofo inglês Edmund Burke (1729-1797), que combateu o ateísmo,
o racionalismo e defendeu fervorosamente a ordem tradicional em declínio.
Em seu livro Reflexões sobre a
revolução em França, Burke criticou os ideólogos iluministas - como Denis
Diderot e Jean-Jacques Rousseau (que havia elaborado a doutrina contratualista,
fundamentando a coesão e ordem social no contrato social) -, além de Kant.
No século 19, o mais destacado
conservador foi Louis de Bonald (1754-1840). Bonald era um político francês e
defendeu o Antigo Regime, a Igreja Católica Romana, a restauração da tradição e
o princípio da autoridade monárquica. Ele afirmava que "Onde todos os
homens querem dominar com vontades iguais e forças desiguais, é necessário que
um único homem domine ou todos se destruam".
Outro importante ideólogo do
conservadorismo foi o filósofo e diplomata francês Joseph de Maistre
(1753-1821), defensor da monarquia hereditária e opositor do movimento revolucionário,
considerado por ele o principal responsável pelo colapso social e econômico e
pela anarquia política em que a França mergulhou.
Revolucionários tornam-se
conservadores
Em suas origens, o pensamento
conservador pode ser concebido como uma atitude reativa em oposição às rápidas
mudanças que se processavam nas sociedades europeias, entre os séculos 18 e 19,
provocadas pelos movimentos revolucionários burgueses.
As revoluções burguesas provocaram a
ruptura das tradições, dos costumes, dos hábitos e das crenças religiosas.
Nesse contexto, enquanto uma ordem social desaba e uma nova ordem social está
em construção, o conservadorismo emerge como força ideológica e política
contra-revolucionária.
Em termos históricos, no entanto, é
preciso considerar que os revolucionários progressistas também se tornaram
conservadores, quando a sociedade burguesa capitalista (ou liberal) foi
ameaçada por processos revolucionários populares.
Na atualidade,
"conservadorismo" e "conservador" tornaram-se termos
extremamente pejorativos - e por esse motivo são denominações pouco utilizadas
na esfera da política. Muitos partidos políticos, inclusive, chegaram a retirar
a palavra "conservador" de suas siglas.
Entretanto, o fato de o termo não ser
usado não significa que o pensamento conservador deixou de existir.
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