DE ARAQUE
A mentira é algo que permeia o
nosso cotidiano de uma forma impressionante. Apesar de ser condenada como
pecado e figurar grandes casos de corrupção, a mentira, por menor que seja,
acaba sendo quase inevitável.
No dia a dia, o hábito acaba tendo tamanha
relevância, que pode ser vista nas várias expressões que denunciam a consumação
do ato. Entre outros tantos, o termo “de araque” aparece sempre junto a algo
que parece ser uma coisa, mas não é.
Para explicar a origem dessa
expressão tão cotidiana, temos que primeiramente derrubar um antigo mito ligado
à bebedeira. Nos vários botequins e festas, é comum ouvirmos que, sempre quando
a bebida alcoólica é ingerida, o consumidor acaba deixando escapar algumas
verdades escondidas.
Esse parece não ser o caso do “arak”, uma bebida destilada
árabe, fabricada a partir da seiva da palmeira ou do arroz e dotada de um
altíssimo teor alcoólico.
Trazida ao Brasil pelos
imigrantes árabes de origem não muçulmana, essa bebida logo foi conhecida pelo
seu potencial em causar uma grande sensação de embriaguez.
Como todos sabem, o
bebum, além de deixar escapar muitas verdades, também confessa o estado
tétrico quando começa a falar uma série de histórias “de araque”.
E foi dessa
forma que, a partir do aportuguesamento do termo “arak”, que a expressão aqui
explicada, saiu dos copos para incorporar-se à linguagem usual.
Ao verificar a inesperada origem
árabe do termo “de araque”, comprovamos a existência do grande mosaico que
figura a cultura brasileira.
Além de negros, índios e brancos, temos uma outra
leva de civilizações que trouxeram consigo hábitos que determinam a construção
dos nossos costumes. Sendo assim, temos mais uma lição para os pensadores “de
araque” que negam ou criticam a multiplicidade que constrói a identidade do
povo brasileiro.
http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/de-araque.htm
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