sexta-feira, 27 de abril de 2012

Faça o que quiser´; depois assuma as consequências...



Homem que postou vídeo comendo peixe vivo no YouTube pode ser preso

Após publicar um vídeo no YouTube em que aparece comendo um peixe vivo, Louis Cole, de 28 anos, foi acusado de crueldade contra os animais. A associação inglesa em prol dos animais, a RSPCA, investiga o rapaz, que já havia feito ações semelhantes. Em outros vídeos, ele come uma aranha, um escorpião e até ratos.

Louis Cole aprece em vídeo comendo peixe vivo. Mais de 120 mil pessoas viram os vídeos de Cole, que pode ser condenado a até seis meses de prisão e receber uma multa de R$ 60 mil. Uma carta de intimação da RSPCA já foi enviada ao rapaz, que mora em Roehampton, sudoeste de Londres. Os vídeos publicados por Louis Cole estão repletos de comentários enojados com a situação. Em sua defesa, ele disse que é uma pessoa boa e não quer causar nenhum sofrimento aos animais que come vivos. Boa parte dos vídeos já foi retirada do YouTube, inclusive o que Cole aparece engolindo o peixe.

http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/04/homem-que-postou-video-comendo-peixe-vivo-no-youtube-pode-ser-preso.html

Quer saber?


PERGUNTAS CURIOSAS
Quanto tempo uma pessoa consegue ficar em greve de fome?
O tempo médio em que é possível ficar em jejum é de 60 dias. No entanto, os resultados podem variar de acordo com o metabolismo do indivíduo, bem como de acordo com a estratégia utilizada durante a greve. A partir do terceiro ou quinto dia de greve, o organismo começa a consumir a gordura corporal para produzir energia. Quando o indivíduo perde cerca de 18% de seu peso inicial (geralmente a partir da terceira semana), o corpo reduz drasticamente o metabolismo. Caso a greve de fome continue, o corpo começa, literalmente, a se consumir - músculos, órgãos – a fim de adquirir a energia necessária para continuar vivo.
Qual a origem da expressão "tosse de cachorro"?
A tosse insistente e seca, típica de pessoas com coqueluche, é bastante parecida com a tosse que acomete cachorros vítimas de um determinado tipo de virose. O som estridente e o tempo de cura das duas doenças são bastante próximos, mas a tosse canina não é transmissível ao homem.
É verdade que no Hemisfério Sul a água desce pelo ralo sempre no sentido anti-horário e no hemisfério norte acontece o inverso?
Sim e não. A explicação para este fenômeno foi dada pelo matemático francês Gaspard Gustave de Coriolis (1792-1843). Ele observou que o percurso dos objetos sofre um leve desvio em sistemas de rotação uniforme, como a Terra. Nosso planeta gira do oeste para o leste, mas sua velocidade rotacional é muito mais lenta nas extremidades. Por causa disso, um objeto que se desloca dos pólos para o Equador tenderá a mudar sua trajetória um pouco para oeste. No norte, isto significa virar à direita e no sul, à esquerda.

Por isso, no Hemisfério Sul, a água desceria pelo ralo sempre no sentido anti-horário. Se estivéssemos no hemisfério norte, o turbilhão viraria para o lado oposto. Só que a influência do fenômeno é tão pequena que é muito difícil comprová-la em pias ou ralos.
Por que, nas propagandas, os relógios sempre marcam a hora 10h10?
O costume foi adotado por causa da agradável simetria gerada pelos ponteiros. Além disso, surgiu em sua discussão o fato de os ponteiros em 10h10 formarem um sorriso no relógio, enquanto a marcação também simétrica de 8h20 mostraria uma boca triste. Finalmente, são muitas as marcas que trazem o logotipo logo acima do ponto central do relógio ? Neste caso, os ponteiros em 10h10 emolduram a marca, gerando um movimento natural dos olhos das pessoas para ela.
Se o coelho não bota ovos, por que ele é o símbolo da Páscoa?
Segundo a lenda, uma mulher teria pintado e escondido alguns ovos para que os filhos procurassem num domingo de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um coelho passou correndo por elas. Os meninos imaginaram que o animal trouxera o presente. No antigo Egito, o coelho era o símbolo da fertilidade. Mas por que presentear com ovos? O ovo significa renascimento e ressurreição. Simão, o cireneu que ajudou Cristo a carregar a cruz até o Calvário, era vendedor de ovos. Depois da crucificação os ovos teriam ficado coloridos.
Se o homem evoluiu dos macacos, por que ainda existem macacos?
Hussam Zaher, professor de Zoologia do Instituto de Biociências da USP, diz que na verdade o homem não evoluiu dos macacos atuais: "viemos de um grupo mais antigo, que hoje está de fato extinto". Segundo ele, o homem, o gorila, o chimpanzé e o orangotango derivam do mesmo ancestral primata.
Qual a cidade mais antiga do mundo que ainda existe?
Ninguém sabe com certeza, mas arqueólogos consideram que Jericó, Jerusalém e Tel Aviv estejam entre as mais antigas - as cidades israelenses existem há pelo menos 6 mil anos. A cidade de Catal Huyuk, na Turquia, também está entre as mais velhas.
Como são batizados os furacões?
Atualmente, a escolha do nome é feita pela Organização Meteorológica Mundial, com sede em Genebra. Os furacões formados no Oceano Atlântico podem receber 21 nomes diferentes, de A a W, organizados em 6 listas - uma para cada ano. Caso a quantidade de furacões em um ano passe de 21, a identificação passa a ser feita com letras do alfabeto grego. No Pacífico, as 6 listas contém 23 nomes, de A a Z. Em ambos os casos, os nomes são reutilizados, obedecendo um sistema de rodízio. No entanto, caso o fenômeno meteorológico seja particularmente marcante, o nome é retirado da lista por respeito às vítimas e para facilitar seu uso em referências históricas. Nem sempre a escolha dos nomes obedeceu a critérios tão científicos. No início do século XIX, eram comum a utilização do nome do "Santo do Dia" e, na Austrália, o meteorologista Clement Wragge batizava furacões com nomes de políticos que ele detestava.
Por que as eleições dos EUA acontecem sempre na terça-feira?
A primeira terça-feira de novembro foi definida como dia de votação em 1845. O mês de novembro era tradicionalmente o fim do período da colheita, antes da chegada do inverno. Já a terça-feira foi escolhida porque a segunda-feira serviria para a viagem dos eleitores - muitos americanos viviam em áreas rurais e, como o domingo era o dia de ir à missa, sobrava a segunda. Atualmente, especialistas defendem que a tradição não faz mais sentido e que mudar a eleição para um fim de semana aumentaria as taxas de comparecimento.
Quem teve a ideia da "contagem regressiva"?
O "inventor" da contagem regressiva foi o cineasta alemão Fritz Lang. Em 1930, durante as filmagens de "A Mulher na Lua", Lang se deparou com um problema: o roteiro descrevia uma contagem de 1 a 10 antes do disparo de um foguete. O problema é que o diretor ficou com medo da cena não funcionar, já que a plateia não saberia exatamente quando seria o fim da contagem. A solução? Contar ao contrário, de 10 até zero. A ideia se popularizou e até hoje a contagem regressiva é utilizada (e não só em lançamentos de foguetes!).
Por que quando escutamos nossa voz gravada ela parece diferente?
A sensação de estranheza acontece porque nosso corpo capta sons de duas maneiras diferentes: quando falamos, nossa voz é captada principalmente pela vibração que o som provoca em nossos ossos. Já quando escutamos a voz dos outros (ou nossa própria voz gravada), o som é captado predominantemente pelas vias aéreas, ou seja, o som "entra" pelas orelhas.
Por que os anos bissextos têm esse nome?
Ao contrário do que muitos pensam, não é porque há dois números "6" na quantidade de dias do ano (366). A expressão veio lá da Roma Antiga, quando os dias tinham nomes baseados no ciclo lunar. Assim, dia 24 de fevereiro se chamava "antediem sextum calendas martii", ou seja, "sexto dia antes da lua nova de março". Antes de ser instituído o 29 de fevereiro, o dia 24 de fevereiro era duplicado de 4 em 4 anos. Portanto, nesses anos ele era chamado de "antediem bis-sextum calendas martii", algo como "duas vezes o sexto dia antes da lua nova de março".

http://www.guiadoscuriosos.com.br/perguntas/4/2/pergunta-curiosa.html

Convivendo com impunidade "geral"...


Viva o crime brasileiro


O Brasil nunca foi tão rico em toda a sua história quanto agora. A criminalidade nunca foi tão grave. É uma relação de causa e efeito? Pode ser. Não se tem ainda, no entanto, como demonstrar o nexo de causalidade. Mas pode-se chegar a uma conclusão surpreendente — e inédita: o crime se estratificou no Brasil.

O crime dito de colarinho branco se sofisticou na mesma medida em que passou a movimentar valores em dinheiro e símbolos de poder que colocam o Brasil no topo do ranking nesse segmento. Certamente numa posição mais avançada do que o 6º lugar em que o país está dentre os PIBs mundiais.

O recorde anterior era o 8º lugar, conquistado na década de 1970, com o "milagre econômico" do regime militar. Depois o Brasil regrediu quatro posições, até recomeçar a subir, superando seis países, depois do Plano Real.

Os criminosos de colarinho branco não têm mais por hábito matar. Eles liquidam moralmente, ou financeiramente, graças às armas que a mais alta tecnologia lhes fornece. Podem ter que usar o recurso extremo, mas, quase sempre, só no desespero.

Litigam a partir de suas mesas, diante de um computador, com assessorias visíveis e invisíveis (estas, as mais eficientes, principalmente as não assumidas ou não declaradas).

O exemplo mais recente e acabado desse modo de proceder é o do suposto bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ele não se enquadra no modelo de um Anísio Abrahão ou Castor de Andrade. Conta com senadores, deputados federais, governadores, empresários, jornalistas.

Está conectado a empresas muito maiores, dentro e fora do país. Mesmo alvejado por disparos verbais e ameaças materiais, se mantém calmo. Sua munição é tão vasta quanto imprevisível. Seu arquivo eletrônico é seu seguro de vida. Embora sem garantia certa ou cobertura definida.

Mas há um crime de rua, violento e sangrento, como "nunca antes", para usar o bordão do ex-presidente Lula, que muito contribuiu para esse "aperfeiçoamento" maligno com seu populismo de resultados, mais eficiente e mais inescrupuloso do que o populismo amador e romântico dos políticos da República de 1946. O do líder sindical é, et pour cause, profissional. Sublimemente (ou subliminarmente) mafioso. O Brasil dos nossos dias é uma recriação monumental da Chicago do entre guerras mundiais do século XX.

Vem do Maranhão o mais recente exemplo dessa criminalidade. Na noite do dia 23 um homem desceu de uma moto na qual era o carona, com a cobertura de uma segunda moto. Caminhou calmamente até um dos restaurantes da frequentada e admirada orla litorânea de São Luiz do Maranhão, ponto turístico nacional.

Foi até uma das mesas, tirou uma pistola calibre 40, preferência policial por sua potência e eficiência. Mirou no ocupante de uma das mesas, que estraçalhava caranguejos, como costumam noticiar as colunas sociais.

Fez seis disparos com direção certa e objetivo definido: matar sem piedade, tripudiar sobre a morte. Duas balas atingiram a cabeça da vítima. Outras duas, o pescoço. E mais duas a região do coração.

Sangue espirrou, carregado de massa encefálica, pele e osso. Os tiros não foram apenas para matar: a morte devia servir de mensagem a quem interessar pudesse.

O assassino olhou em torno, disse palavras ameaçadoras para o garçom, que testemunhara estupefato o crime, guardou a arma e saiu com a mesma calma da chegada. Não escondeu o rosto nem teve pressa em fugir.

Subiu na moto e sumiu, sempre com a cobertura do segundo veículo (inspeções constantes a motocicletas devia ser uma estratégia sagrada no Brasil). Não tinha receio em ser identificado nem, talvez, preso. Se for preso, acredita, será por pouco tempo. Tem cobertura — e da grossa.

A vítima, Décio Sá, tinha 42 anos. Era jornalista havia muito tempo. Desde 2006 escrevia um dos muitos blogs criados por maranhenses que não têm onde se manifestar, querem se informar e informar os outros. É a alternativa à grande imprensa, dominada pelos grupos políticos e empresariais que mandam no Maranhão, o Estado mais pobre (alguma relação com o fato de ser, geograficamente, Meio Norte com o Piauí, metade Amazônia e metade Nordeste?).

Décio criou a imagem de jornalista investigativo, eficiente, audacioso e corajoso, graças ao blog. Mas trabalhava havia tempo suficiente no maior grupo de comunicação do Estado. Sob essas outras vestes, suscitava dúvidas quanto à sua independência e autonomia.

Ele era um repórter político especial do Sistema Mirante de Comunicação, afiliado à Rede Globo de Televisão. e, em particular, do jornal O Estado do Maranhão, líder dos impressos maranhenses.

Esses veículos são dirigidos de perto pelo maior político do Maranhão, o ex-presidente da república e presidente do Senado, José Sarney. Nada de importante sai nos órgãos de comunicação do também ex-governador sem sua aprovação. O noticiário político, então, é criação sua. Nem sempre para reproduzir a verdade. Às vezes, também, para mandar recados.

As oligarquias no Maranhão não costumam aparecer na literatura que Sarney, igualmente imortal da Academia Brasileira de Letras, costuma cometer. Nem é preciso: a ficção do beletrista senador é acanhada demais para dar conta de realidade de tal magnitude. Tão impressionante que dispensa pitadas de invenção. Basta olhar com olhos de ver e mãos de reproduzir a cena com a fidelidade temerária de um herói. Talvez logo depois morto.

Décio Sá falava ao celular, em frente aos caranguejos cozidos, seu prato de resistência. Quando recebeu os tiros, o jornalista falava com Aristides Milhomem, mais conhecido por Tatá, vice-prefeito do município de Barra do Corda e irmão de Carlos Alberto Milhomem, deputado estadual.

Sem conseguir restabelecer a ligação, Tatá acionou Fábio Câmara, suplente de senador e amigo de Décio, que estivera em contato com outro amigo, um personal trainer, executado pouco antes, no mesmo dia, num ponto mais distante da faixa valorizada da capital maranhense. E que também iria para o bar Estrela do Mar para a caranguejada.

A última postagem de Décio no seu blog foi sobre o assassinato de Miguel Pereira de Araújo, o Miguelzinho. Ele foi morto em 1997 e o julgamento seria realizado em Barra do Corda, que forma com Presidente Dutra e Grajaú, o principal reduto de pistoleiros no Maranhão.

O problema é que das 25 pessoas sorteadas para integrar o corpo de jurados, que teria sete membros, 25 eram ligadas a Manoel Mariano de Souza. Além de ser prefeito municipal, ele é pai do empresário Pedro Teles, acusado de ser o mandante do crime. Seria represália contra o alegado invasor de suas terras. Pedro é irmão do deputado estadual Rego Teles, do PV.

O advogado Leandro Sampaio Peixoto, defensor de Miguelzinho, pediu o desaforamento do júri para São Luiz no mesmo dia da morte de Décio, a quem forneceu cópía da petição. Nela, previu que o julgamento, se realizado em Barra do Corda, terá desfecho viciado.

Ele sabe o que diz: é filho do ex-prefeito Avelar Sampaio, do PTB. Foi Avelar, quando prefeito, quem cedeu os pistoleiros Moraes Alexandre e Raimundo Pereira para proteger Manoel Mariano. Na época os dois eram amigos. Rompidos, se tornaram inimigos. Manoel interrompeu a sucessão no poder da família do seu (ex) amigo.

Para as oligarquias que comandam o interior do Brasil, isso é crime. A ser quitado com outro crime, sem os refinamentos do pessoal do andar de cima, que circula de colarinho branco por esses ambientes. O encadeamento é óbvio. O problema é segui-lo.

Um leitor, que usou um nome falso (Madureira), fez o único comentário, postado momentos antes da consumação do assassinato do blogueiro. Concluiu: "tá na cara que é jogo de cartas marcadas. precisa mais detalhes que esses?? creio que não !!"

Apesar do acesso constante ao blog, ainda mais depois do crime, ninguém voltou a se manifestar. O silêncio é a regra de ouro desses acontecimentos, cada vez mais frequentes no Brasil oculto. Quem fala muito morre com a boca cheia de formiga, ameaça uma tirada de humor negro. Muito negro.

Casar significa abrir mão de toda(s) em favor de um(a)...


A solução para as altas taxas de divórcio: poligamia


O psicólogo Satoshi Kanazawa (foto) tem uma receita polêmica para acabar com as altas taxas de divórcio: liberar a poligamia. Segundo ele, a proibição de termos vários parceiros é a responsável pelo índice crescente de separações no mundo ocidental. No Brasil, 25% dos casamentos acaba em divórcio, segundo o IBGE.

Segundo Kanazawa, nos casamos para termos mais filhos. "Muitos homens se separam se a esposa não está mais em idade reprodutiva e escolhem uma esposa mais jovem", diz Kanazawa, nesta matéria publicada no site americano Huffington Post.

O psicólogo e pesquisador associado na London School of Economics já havia causado polêmica num artigo publicado em maio de 2011, no qual ele explicava porque as mulheres negras seriam menos atraentes. Pelo visto, ele adora uma opinião polêmica, né?

SUS=SOS


Brasil soma 85 mil doentes sem radioterapia

Inca diz que faltam 155 aparelhos no Brasil. Para os que conseguem tratamento, espera é de 113 dias

Radioterapia: déficit de 155 aparelhos em todo o País

Até o final do ano, o Brasil vai acumular 85 mil pacientes com o diagnóstico de câncer, mas sem acesso ao tratamento fundamental para mudar o curso da doença. A radioterapia – indicada principalmente para tratar os tumores malignos de mama, próstata, garganta e pele (todos líderes em incidência no País) – não contempla todos os doentes brasileiros, mostra mapeamento feito pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR).

Os números – já conhecidos pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Ministério da Saúde – foram feitos com o cruzamento de três levantamentos feitos pelo Inca. O primeiro projeta os novos casos de câncer que serão acumulados no ano de 2012 (520 mil, uma média de 12 por hora). O segundo, é o número de máquinas atualmente em funcionamento (230 aparelhos). E o terceiro que contabiliza a capacidade de tratamentos desta rede de oncologia radioterápica, que não dá conta dos 320 mil doentes que precisam exclusivamente da radioterapia para combater suas doenças.

Ainda nas contas do Inca, para atender as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), seriam necessários mais 155 aparelhos de radioterapia. “O panorama que temos é horroroso”, sentencia Carlos Manoel Mendonça de Araújo, diretor de radioterapia do Inca. “São quase 90 mil brasileiros que não estão nem na fila de espera, com a esperança de serem atendidos. Esta estatística é sobre o número de pessoas que simplesmente não serão atendidas.”

Quando os algarismos pontuam o intervalo entre o diagnóstico do câncer e o acesso ao tratamento, o cenário também é ruim. Em geral, a demora é de 113 dias, de acordo com um relatório feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano passado. Os especialistas sabem que este prazo tende a ser ainda maior em Estados em que não há um único aparelho de radioterapia, como Amapá e Roraima.

“Como se não bastasse ter de lidar com o déficit de maquinário e a ausência de perspectiva de ter acesso ao tratamento perto de casa, alguns doentes viajam quilômetros para fazer radioterapia – já debilitados – e ainda esperam meses nas filas já grandes dos hospitais de câncer do Sudeste e Sul”, lamenta o presidente da SBR, Robson Ferrigno.

Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia – entidade que oferece assistência para as pessoas com câncer e seus familiares – confirma a deficiência de radioterapia até mesmo nos centros de excelência no tratamento do câncer. A instituição faz um trabalho voluntário com as mulheres vítimas de câncer de mama que chegam ao Hospital Pérola Byngton, em São Paulo, uma referência nacional em atendimento aos cânceres de mama e colo do útero.

“Mapeamos que boa parte destas mulheres, mesmo com o resultado de câncer de mama em mãos, levou um ano pulando de unidade em unidade até conseguir acesso ao tratamento”, diz Luciana. Márcia Barros, hoje com 41 anos, foi uma das que peregrinou por 7 meses até conseguir fazer radioterapia contra o câncer de mama no Hospital das Clínicas de São Paulo, cinco anos atrás.

“Primeiro, foi o plano de saúde que me deixou na mão na hora em que mais precisei, apesar de eu jamais ter atrasado o pagamento da mensalidade. Depois foi o vácuo de informação, entre um hospital público e outro, até conseguir fazer o tratamento”, lembra. “Já é uma doença que traz uma série de incertezas. Quando a gente fica condenado a não ter tratamento, o medo só aumenta”, diz ela que já está com o câncer controlado.

Pacientes invisíveis. A história de Márcia, vivenciada em São Paulo, tende a ser ainda pior para os moradores de estados como Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, onde a cobertura de radioterapia é mais deficitária, mostrou o relatório do TCU. Mas além dos casos que são detectados pelos levantamentos numéricos, o oncologista Rafael Kaliks chama a atenção para os “pacientes fantasmas” que nem chegam a virar estatísticas da dificuldade do acesso à radioterapia.

“No Brasil, os números são feitos conforme as notificações dos centros que recebem os pacientes. Pelos dados do Inca, a incidência de câncer em São Paulo chega a ser oito vezes maior do que no Tocantins, por exemplo”, afirma.  “Não há nenhum fator ambiental, nada, que justifique uma diferença tão gritante, além de uma falha em identificar e notificar os pacientes. São os casos invisíveis. As pessoas morrem de câncer e no atestado de óbito, por desconhecimento e falha do setor de saúde, a causa vem infecção generalizada.”

Cobertor curto. Se a oferta de radioterapia hoje já não dá conta dos “pacientes visíveis”, os especialistas ainda temem que um aumento da rede seja insuficiente para os doentes estão por vir.

“Em 10 anos, tivemos um aumento de 69% nas projeções de casos novos de câncer no Brasil. Hoje, os tumores malignos já são a segunda causa de morte e em 2020, serão a primeira”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Silvestrini. “Não só os maus hábitos de vida impulsionam este aumento – tabagismo e obesidade são os principais – mas o próprio envelhecimento populacional acarreta mais casos de câncer”.

Este crescimento paulatino faz com que Silvestrini não veja com otimismo o anúncio do Ministério da Saúde, feito na semana passada, sobre o aumento da oferta de radioterapia no País. Segundo o Ministério, serão investidos R$ 550 milhões na área e parte da verba será usada para comprar 80 novos aparelhos de radioterapia, que vão conseguir atender mais 28 mil doentes até 2014.

“Estes pacientes a mais que serão contemplados (28 mil) daqui três anos são 33% dos que hoje, exatamente hoje, não têm acesso à radioterapia. E a tendência é que esta demanda só aumente para um cobertor que já é curto”, contemplou o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia

http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-04-26/brasil-soma-85-mil-doentes-sem-radioterapia.html

Mais uma etapa superada...