quinta-feira, 7 de junho de 2012

Será que agora vai?


Supremo marca julgamento do mensalão para o dia 1º de agosto

O STF (Supremo Tribunal Federal) bateu o martelo nesta quarta-feira e decidiu que o julgamento do mensalão começará no dia 1º de agosto deste ano. A expectativa é que o caso deverá se estender pelo mês de setembro.
Com isso, ministros descartaram definitivamente a possibilidade de realizar sessões extraordinárias em julho para analisar o caso. A decisão de condenar ou absolver os 38 réus, por sua vez, deverá sair, na melhor das hipóteses, em meados de setembro, semanas antes do primeiro turno das eleições municipais deste ano.
Durante reunião administrativa realizada no gabinete do presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, os ministros decidiram, por unanimidade, estabelecer o calendário começando em agosto, mas afirmaram que isso somente acontecerá se o revisor da ação penal do mensalão (AP 470), Ricardo Lewandowski, liberar seu voto até o final de junho. O gabinete de Lewandowski comunicou oficialmente que sua revisão será, sim, liberada ainda neste mês, mas não definiu a data exata para que isso aconteça.
APOSENTADORIA. A intenção de realizar o julgamento ainda neste ano visa possibilitar a participação de dois ministros que estão prestes a se aposentar: o próprio Ayres Britto, que completa 70 anos em novembro, e Cezar Peluso, que terá de deixar a Corte na metade do julgamento, no início de setembro, pela mesma razão do colega. Apesar de o calendário permitir que Peluso ainda participe da análise do mensalão, na prática será difícil de isso acontecer.
Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, o ministro tem comentado que sua participação não é certa. Peluso já afirmou que existe uma vantagem financeira no valor da aposentadoria para o ministro que deixa a Corte antes da data limite. Por conta disso, é quase uma tradição que os integrantes deixem o tribunal semanas antes de completar 70 anos.
Sua saída, porém, não inviabiliza o julgamento, mas poderia beneficiar os réus, caso seu voto seja pela condenação, pois com 10 ministros em plenário, o julgamento poderia terminar empatado. No direito penal, empates sempre contam a favor dos acusados. Mesmo se ele quiser participar, terá que proferir seu voto praticamente na véspera de deixar o tribunal, no dia 3 de setembro.
CALENDÁRIO. Prevaleceu nesta quarta-feira o calendário proposto pelo integrante mais antigo do Supremo, ministro Celso de Mello.
O julgamento começará no dia 1º de agosto, uma quarta-feira, com um curto relatório elaborado por Joaquim Barbosa e a apresentação da denúncia por parte do procurador geral da República. A partir do dia 2 de agosto e até o dia 14 do mesmo mês ocorrerão sessões diárias com as sustentações orais dos advogados dos réus.
O voto de Joaquim Barbosa, portanto, só começará no dia 15 de agosto, a partir de quando o tribunal deixa de realizar sessões diárias, e julgará o caso nas segundas, quartas e quintas-feiras. O ministro já informou que seu voto tem mais de mil páginas. Questionado sobre quanto tempo precisaria para a leitura, o ministro disse que não sabe ao certo, mas, no mínimo, entre três e quatro sessões.
Se quatro dias forem necessários, Barbosa votará até o dia 23 de agosto, uma quarta-feira. É neste dia que começa o voto do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, que também deverá levar pelo menos dois dias. Ele, portanto, deverá terminar de votar no dia 28 de agosto, uma segunda-feira. Somente a partir de então, mais exatamente na sessão seguinte, marcada para o dia 30 de agosto, é que os outros ministros poderão começar a se posicionar sobre o mensalão.
Apesar de ter data para começar, os ministros não estipularam uma data exata para que o julgamento seja concluído. Barbosa, no entanto, avalia que a discussão deverá demorar ainda mais, por conta do que ele chamou de "incidentes processuais". Em outras palavras, ele aguarda uma série de questionamento por parte das defesas dos réus, que deverão ser feitas já no plenário do Supremo, atrasando seu final.
Uma delas já é certa. Márcio Thomaz Bastos deverá levar a plenário a questão que apresentou sobre o desmembramento da ação e que foi negada pelo relator. Bastos, no entanto, deverá levar aos demais ministros a discussão sobre a possibilidade de enviar à primeira instância todos os réus que não têm foro no Supremo.
Apenas os ministros Ricardo Lewandowski e José Antonio Dias Toffoli não participaram do encontro, porque já tinham viagem marcada. A participação de Dias Toffoli no julgamento também ainda é uma dúvida. Por ter trabalhado para o PT e ter uma namorada que já defendeu um dos réus no processo, o ministro diz que ainda estuda a possibilidade de se declarar suspeito e não participar da análise do caso.

Nem tanto transparente...


Órgãos públicos demonstram despreparo para Lei de Acesso

A maior parte dos órgãos públicos não se mostrou preparada, nesse primeiro momento, para cumprir integralmente a nova Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no mês passado, informa reportagem da Folha publicada nesta quinta-feira.
Do total de 127 requerimentos protocolados pela Folha no dia em que a lei entrou em vigor, em apenas 26 casos (20%) a informação solicitada de fato foi entregue.
Em outros 28 casos houve pedido de prorrogação por parte do órgão público, o que está previsto na lei.
Pela norma, os órgãos públicos têm o prazo inicial de 20 dias, prorrogáveis por mais dez, para apresentar uma resposta. O prazo inicial dos pedidos feitos pela Folha venceu na terça-feira (5).

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Divirtam-se...

Ditos populares...

Só rindo...














Viva a sabedoria...


A morte feliz, de Albert Camus
... A manhã que despontou estava cheia de pássaros e de ar fresco. O sol subiu rapidamente e de um salto ficou acima do horizonte. A terra cobriu-se de ouro e de calor. Na manhã, o céu e o mar se salpicavam de luzes azuis e amarelas, com grandes manchas que saltavam. Um vento leve erguera-se, e pelas janelas um ar com gosto de sal vinha refrescar as mãos de Mersault. Ao meio-dia o vento cessou, o dia explodiu como um fruto maduro e sobre toda a extensão do mundo escorreu como um suco morno e sufocante, ao som de um repentino concerto de cigarras. O mar cobriu-se deste suco dourado como um óleo e devolveu à terra esmagada pelo sol um sopro quente, que a impregnou, exalando cheiros de absinto, de alecrim e de pedra quente. Da cama, Mersault captou esse choque e essa oferenda e abriu os olhos sobre o mar imenso e curvo, reluzente, povoado de sorrisos de seus deuses. Deu-se conta, de repente, de que estava sentado na cama e que o rosto de Lucienne estava bem perto do seu. Lentamente subia dentro dele, como que desde o ventre, uma pedra que se encaminhava para a garganta. Respirava cada vez mais rápido, aproveitando as passagens. A coisa continuava a subir. Olhou para Lucienne. Sorriu sem uma crispação, e também esse sorriso vinha do interior. Recostou-se na cama, sentindo a lenta subida que havia em si. Olhou para os lábios inchados de Lucienne e, por trás dele, o sorriso da terra. Ele os via com o mesmo olhar e com o mesmo desejo. "Daqui a um minuto, daqui a um segundo", pensou. A subida terminara. E, pedra entre as pedras, ele retornou, na alegria de seu coração, à verdade dos mundos imóveis.

Trecho do livro A morte feliz, de Albert Camus, da Editora Record. Este romance não foi publicado em vida. Escrito entre 1936 e 1938, pode ser considerado uma espécie de preâmbulo de O estrangeiro

Curioso...


Como se mede o teor alcoólico nas bebidas?
O teor alcoólico de uma bebida é calculado com base na porcentagem de álcool puro presente na mesma. Uma bebida que possui teor alcoólico 10% vol., por exemplo, tem 10% de álcool em seu volume. Esta mesma medida pode ser expressa em ºGL, com a mesma significação. A sigla é a abreviação de Gay Lussac, o nome de um químico francês responsável por diversas constatações relativas ao comportamento dos líquidos. Em geral, as cervejas se enquadram entre as bebidas de baixo teor alcoólico (menor ou igual a 6º GL), os vinhos e licores são de médio teor (não ultrapassando os 20º GL) e os uísques, vodcas e aguardentes têm alto teor alcoólico (chegando às vezes aos 40 ou até 50º GL).

A ressaca depende da quantidade de bebida?
A ressaca sempre é provocada por uma grande quantidade de álcool, mas é o próprio organismo que determina os limites. Para quem nunca bebe, o excesso pode ser apenas uma dose - de qualquer bebida. As pessoas habituadas a beber são bem mais resistentes. O fígado já está treinado, ou seja, produz facilmente as enzimas necessárias à metabolização do álcool que, assim, é absorvido com menos traumas. Mas, mesmo quando bebem além do que o organismo considera como limite, não escapam da ressaca. Além disso, a resistência não é igual todos os dias. Em períodos de maior estresse, a tendência é diminuir a capacidade de absorção do álcool.

O que é ressaca?
O álcool é metabolizado e distribuído pela corrente sanguínea para todas as células do corpo. A sensação de embriaguez e relaxamento ocorre quando ele chega ao cérebro, sistema nervoso central e periférico. É o momento da intoxicação. Doses excessivas provocam também um grande esforço do organismo para metabolizá-las. Quem mais trabalha é o fígado, que precisa entrar num processo de superprodução de enzimas para absorver esse álcool, transformá-lo em gordura e secretá-lo pela bile. Quando o trabalho acaba, o fígado, cheio de enzimas e bile, quer mais. Na ausência do poderoso aditivo, ele entra numa espécie de depressão, desorganizando todo o metabolismo. O sistema nervoso central, que também foi acelerado, acompanha a depressão. O resultado é uma queda de tônus, dor de cabeça, enjôo, diarréia, fotofobia (horror à luz) e extremo cansaço.

Ardência no estômago é sintoma de ressaca?
Essas dores também estão associadas ao excesso de bebida, em especial os destilados, como cachaça, uísque, conhaque e vodca. O álcool em demasia agride as paredes do estômago e do esôfago, provocando gastrites e esofagias. No entanto, diferentemente da ressaca, que passa com o tempo, dependendo da gravidade essas lesões precisam ser tratadas com medicamentos.

A ressaca de algumas bebidas é maior do que a de outras?
Quanto maior o teor alcoólico, maior a probabilidade de intoxicação e ressaca. Além disso, as bebidas destiladas, com maior teor alcoólico, tendem a entrar mais rapidamente na corrente sanguínea do que as fermentadas. Em sua composição, as cervejas têm, em média, de 3% a 4% de álcool; o vinho, 12%; e os destilados, acima de 45%.

É possível evitar a ressaca?
A única forma garantida é não beber além dos próprios limites. Mas é possível aumentar a tolerância fazendo o álcool entrar mais lentamente na corrente sanguínea. A melhor maneira de fazer isso é comer bem, antes e durante o tempo em que estiver bebendo. A ingestão de vitaminas do complexo B também pode ajudar. Um comprimido de 100 mg antes, um durante e outro depois contribuem para que o fígado não proteste tanto no dia seguinte.

Algumas pessoas recomendam uma colher de azeite de oliva antes de começar a beber. Isso tem fundamento?
O azeite também é um alimento e, portanto, ajuda a evitar a rápida entrada do álcool no sangue. Mas tomado puro pode provocar enjoo. O melhor é usá-lo como tempero de uma salada, de preferência de batatas, um carboidrato que ajuda a processar as bebidas alcoólicas.

Água ajuda a combater a ressaca?
Quanto mais água, melhor. Antes, durante e depois. A água dilui o álcool e reduz as chances de intoxicação. Facilita o trabalho do fígado e dos rins, que eliminam mais rapidamente os resíduos tóxicos do organismo. O metabolismo funciona bem melhor. Você demora um tempo maior para ficar embriagado e recupera-se com mais facilidade.

Um copo de cerveja pode rebater os sintomas da ressaca?
Como a ressaca é uma síndrome de abstinência de álcool, "aquela cervejinha para rebater" e outras receitas do gênero, como o blood mary (vodca com suco de tomate) ou gim-tônica, podem ajudar o fígado a se recompor. É como recuperar um drogado ministrando doses cada vez menores da mesma droga. A cerveja ainda tem a vantagem adicional de estimular o funcionamento dos rins, acelerando a expulsão dos resíduos tóxicos pela urina. Mas isso também depende de reações individuais. Certas pessoas não suportam sentir cheiro de álcool por algum tempo.

Fumar piora a ressaca?
Sim. Álcool e fumo formam uma dobradinha imbatível. Mesmo quem fuma moderadamente aumenta a quantidade de cigarros quando está bebendo. E, quanto mais nicotina, menos oxigênio no sangue. O processo de intoxicação é mais rápido e complexo. Além do fígado, o pulmão também fica sobrecarregado, exigindo mais do metabolismo.

Qual a melhor forma de superar uma ressaca?
Para começar, não se deve exigir demais do organismo, que já está bem estressado. Se possível, faça apenas o que o corpo pede. Fique em casa, no silêncio e no escuro, descansando. E tome muito líquido: água e sucos de frutas para repor as vitaminas e os sais minerais perdidos na batalha contra o álcool. Comida, só quando sentir fome. A primeira refeição deve ser leve. Purê de batatas, canja de galinha ou chazinho - boldo, de preferência - caem bem num estômago em crise.


http://www.guiadoscuriosos.com.br/perguntas/158/1/ressaca.html

Mais uma etapa superada...