quarta-feira, 20 de junho de 2012

Piadas...



Túnel do trem
Um homem e uma mulher estavam viajando de trem, de repente, um túnel escureceu todo o trem. A mulher sentiu algo em sua camisa "Amor, aqui não". Depois veio outro túnel gigantesco, parecia que não acabava mais. Depois o homem sussurrou para a mulher: "se eu soubesse que esse túnel era tão grande, teria te comido aqui mesmo". A mulher, assustada, disse: "Quer dizer que não foi você?!"
http://www.humorbabaca.com/piadas/charadas/tunel-do-trem

Devanear...


SONETO DE NATAL – MACHADO DE ASSIS
Um homem, - era aquela noite amiga, 
Noite cristã, berço do Nazareno, - 
Ao relembrar os dias de pequeno, 
E a viva dança, e a lépida cantiga, 

Quis transportar ao verso doce e ameno 
As sensações da sua idade antiga, 
Naquela mesma velha noite amiga, 
Noite cristã, berço do Nazareno. 

Escolheu o soneto... A folha branca 
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca, 
A pena não acode ao gesto seu. 

E, em vão lutando contra o metro adverso, 
Só lhe saiu este pequeno verso: 
"Mudaria o Natal ou mudei eu?" 

Pensamentos...


F A R M Á C I A D E P E N S A M E N T O S
“Deixe a liberdade reinar. O sol nunca brilha tão glorioso como diante de uma conquista humana”. 
Nelson Mandela (Rolihlahla Dalibhunga), passou 27 anos como preso político e em 1994 se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, AFS, 1918

Quarta-feira, 20 de junho de 2012

Anjo do dia: Pahliah.
Dia de Santo Adalberto.
Dia do Refúgio Africano.
Dia do Revendedor.
Dia Mundial do Refugiado.
Início do Inverno.

1952 Criação do BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e Roberto Campos é o diretor.
1990 Nelson Mandela, líder sul-africano é aclamado por cerca de 800 mil pessoas nas ruas de Manhattan, Nova Iorque (EUA).
2007 Lei nº 11.489 determina que 6 de dezembro seja o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, em razão do Massacre de Montreal, quando 14 mulheres foram brutalmente assassinadas.
2007 Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, é escolhida em votação feita pelo site norte-americano AskMen, como a praia mais bonita do mundo. 
2008 Nova lei do trânsito entra em vigor, apelidada de ‘Lei Seca’, que proíbe pessoas que consumiram álcool possam dirigir.

1819 Nascimento: Jacques Offenbach, compositor franco-alemão, autor da ópera “Os Contos de Hoffman”.
1946 Nascimento: Alexandre Kay Rala "Xanana" Gusmão, político timorense e um dos principais ativistas pela independência de seu país, tendo sido por muitos anos chefe da resistência timorense, durante a ocupação indonésia.

www.farmaciadepensamentos.com

Unidos pelo interesse de...


Lula malufou para Maluf lular

Há nos afagos entre o ex-governador Paulo Maluf (PP-SP) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), sob os olhares embevecidos de Fernando Haddad, mais filustria do que possa perceber nossa vã filosofia. Mas, por incrível que pareça, há também muita sintonia. Ou, como reza o título do romance famoso de Goethe, Afinidades eletivas. Como? - perguntará o leigo desabituado aos vaivéns da política, que o ex-governador de Minas e banqueiro Magalhães Pinto comparava com a mutação das imagens formadas pelas nuvens no céu. Ele mesmo comprovou sua metáfora fundando o PP com seu principal adversário mineiro, Tancredo Neves - um, ex-UDN, outro, ex-PSD -, aparentemente inconciliáveis. Os mais ingênuos dirão que não há traços ideológicos comuns entre o PT de Lula e o PP atual, que conta entre seus mais fortes dirigentes com um sobrinho do presidente que foi sem nunca ter sido, como a Viúva Porcina, Francisco Dornelles, também aparentado do caudilho gaúcho Getúlio Dornelles Vargas. Ora, ora, mas quem está interessado em ideias? Na política contemporânea contam cargos na máquina administrativa pública e segundos no horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. O PP ficou com um cargo; o PT, com mais 95 segundos para vender seu peixe fora d'água ao eleitorado escaldado, como sempre o foi o paulistano.
Maluf nunca deixou de ser o que dele dizia Lula nos tempos em que encarnava o furibundo João Ferrador, personagem das greves do ABC lideradas por ele nos jornais dos metalúrgicos nos anos 70 e 80 do século 20: um "filhote da ditadura". Prefeito nomeado pelos militares para administrar a maior cidade do País, o ricaço descendente de libaneses ganhou de seus admiradores a imagem do realizador, tocador de obras. O símbolo desse gestor que faz mais é o horrendo Minhocão, sem o qual hoje o trânsito paulistano não fluiria. Seus detratores, entre os quais os petistas que estão no poder federal e os tucanos que governam o maior Estado da Federação, o rotularam como símbolo da malversação do ensebado dinheiro do Zé Mané, que paga impostos e quase nada recebe em troca do Estado. Essa moeda de duas faces, não necessariamente excludentes nem sequer opostas, poderia ter a inscrição "rouba, mas faz" do velho Adhemar.
Mas Lula está longe de ser o demônio execrado pelos malufistas de antanho como um perigoso inimigo do mercado e da democracia, um sindicalista subversivo que liderava grevistas furiosos no ABC e se deixou, depois, politizar por antigos guerrilheiros que queriam mudar o sinal de uma ditadura de direita por outra de esquerda. Mais longe ainda está o PT, que o sindicalista fundou, de sua imagem original de partido ideológico comprometido com a mudança de "tudo o que está aí". Atolado até o pescoço num pântano de corrupção e desmandos em administrações municipais, estaduais e federal, o partido se deixou levar pelo canto da sereia da conciliação de seu principal líder e ocupou o bote salva-vidas ao lado de Jader Barbalho, Severino Cavalcanti e... Maluf.
Para sobreviver no campo minado da política partidária brasileira, Lula trocou os piquetes do ABC pelo toma lá dá cá franciscano, superando os aliados que combateu antes de cingir a faixa presidencial. Para tanto adotou, sem pejo, a retórica dos cultores da velha realpolitik tupiniquim. Nisso o milionário da madeireira foi um mestre valioso para o aplicado estudante egresso do miserável semiárido nordestino. Se não o superou em cinismo, tarefa reconhecidamente hercúlea, cultiva a caradura com eficiência ainda maior. Pilhado em algum passo em falso, aplica fintas que nem Mané Garrincha foi capaz de incluir em seu amplo repertório. E com muito mais credibilidade do que as tentativas de drible que seu mais recente aliado tem repetido para tirar o pé das armadilhas dos repórteres maledicentes e dos promotores incansáveis que vasculham as contabilidades de suas gestões. O dono do PP já foi muitas vezes alcançado pelos braços longos da lei, mas nessas ocasiões, até agora, escapou desse abraço escorregando como bagre ensaboado para o amplo território da impunidade do país da Justiça lerda e vesga. O senhor do PT lança mão de súditos que assumiram bandalheiras que chegaram pertinho de seu gabinete palaciano e se tem saído com habilidade de invejar Arsène Lupin, protagonista de populares folhetins policiais. Posto diante das evidências de que, no mínimo, não ignorava o que faziam seus auxiliares na fraude dita "mensalão", saiu-se com a patacoada tornada dogma de fé de que tudo não passara de "intriga da oposição".
É notório - e não deixa de ser ridículo - o truque chinfrim de marketing de Maluf de se apropriar de quase tudo o que pareça plausível de ter sido obra dele desde a posse de Tomé de Souza como governador-geral. Lula foi adiante em esperteza e criatividade ao criar o próprio slogan, "nunca antes na história deste país". Maluf sabia que nunca precisaria comprovar afirmações duvidosas. Lula construiu o próprio mito de forma a nem sequer ser questionado a respeito.
Maluf foi beneficiário do arbítrio. E Lula tornou-se dirigente sindical atendendo ao anseio de parte dos militares que topavam tudo para impedir a influência de Leonel Brizola, herdeiro presuntivo do inimigo número um das casernas, Getúlio Vargas, no aparelho sindicalista que o caudilho de São Borja forjou. Com as greves, o esperto sobrevivente da pobreza do semiárido passou a simbolizar o ideal do povo brasileiro cultivado pela esquerda que ganharia nas urnas a guerra perdida na tentativa de tomar o poder com as armas. Maluf foi escorraçado dos palácios e virou uma aposta perdida de volta da direita ao topo.
Neste ambiente em que governabilidade justifica barganha e pouca vergonha se confunde com pragmatismo, Lula malufou para Maluf lular, enfurecendo os tucanos que perderam a chance de preceder o PT no afã.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,lula-malufou-para-maluf-lular-,888758,0.htm

Farinha do mesmo...


A vingança maligna de Maluf

Perto das imagens que estavam ontem na primeira página dos principais jornais do País, o fato de o PT de Lula ter ido buscar o apoio do PP de Paulo Maluf à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo chega a ser uma trivialidade. O chocante, pela abjeção, foi o líder petista se dobrar à exigência de quem ele já chamou de "ave de rapina" e "símbolo da pouca-vergonha nacional", indo à sua casa em companhia de Haddad, e posar em obscena confraternização, para que se consumasse o apalavrado negócio eleitoral.
Contrafeito de início, Lula logo silenciou os vagidos íntimos de desconforto que poderiam estragar os registros de sua rendição e cumpriu o seu papel com a naturalidade necessária, diante dos fotógrafos chamados a documentar o momento humilhante: ria e gesticulava como se estivesse com um velho amigo, enquanto o anfitrião, paternal, afagava o candidato com cara de tacho. Da mesma vez em que, já lá se vão quase 20 anos, colocou Maluf nas "nuvens de ladrões" que ameaçavam o Brasil, Lula disse que ele não passava de "um bobo alegre, um bobo da corte, um bufão". Nunca antes - e talvez nunca depois - o petista terá errado tanto numa avaliação.
Criatura do regime militar, desde então com uma falta de escrúpulos que o capacitaria a fazer o diabo para satisfazer as suas ambições de poder, prestígio e riqueza, Maluf aprendeu a esconder sob um histrionismo não raro grotesco a sua verdadeira identidade de homem que calculava. As voltas que o País deu o empurraram para fora do proscênio - menos, evidentemente, no palco policial -, mas ele soube esperar a ocasião de mostrar ao petista quem era o bobo alegre. A sua vingança, como diria o inesquecível Chico Anísio, foi maligna. Colocou de joelhos não o Lula que desceu do Planalto para se jogar nos braços do povo embevecido, deixando lá em cima a sucessora que tirara do nada eleitoral, mas o Lula recém-saído de um câncer e cuja proverbial intuição política parece ter-se esvanecido.
Nos jardins malufistas da seleta Rua Costa Rica, anteontem, o campeão brasileiro de popularidade capitulava diante não só de sua bête noire de tempos idos, mas principalmente da patologia da sua maior obsessão: desmantelar o reduto tucano em São Paulo, primeiro na capital, na disputa deste ano, depois no Estado, em 2014, para impor a hegemonia petista ao País com a reeleição da presidente Dilma ou - por que não? - a volta dele próprio ao Planalto, "se a Dilma não quiser". Lula não é o único a acreditar que, em política, pecado é perder. Mas foi o único a dizer, em defesa das alianças profanas que fechou na Presidência, que, se viesse a fazer política no Brasil, Jesus teria de se aliar a Judas.
Não se trata, portanto, de ficar espantado com a disposição de Lula de levar a limites extravagantes o credo de que os fins justificam os meios. O que chama a atenção é a sua confiança nos superpoderes de que se acha detentor, graças aos quais, imagina, conseguirá dar a volta por cima na hora da verdade, elegendo Haddad e sufocando a memória da indecência a que se submeteu. Não parece passar por sua cabeça que um número talvez decisivo de eleitores possa preferir outros candidatos, não pelo confronto de méritos com o petista, mas por repulsa à genuflexão de seu patrono perante a figura que representa o que a política brasileira tem de pior.
Lula talvez não se dê conta de que a maioria das pessoas não é como ele: respeita quem se respeita e despreza os que se aviltam, ainda mais para ganhar uma eleição. Ele tampouco se lembrou de que, em São Paulo - berço do PT -, curvar-se a Maluf tem uma carga simbólica incomparavelmente mais pesada do que adular até mesmo um Sarney, por exemplo. Não se iluda o ex-presidente com o recuo da companheira de chapa do candidato, a ex-prefeita Luiza Erundina, do PSB. Ontem ela desistiu da candidatura a vice, como dera a entender na véspera ao dizer que "não aceitava" a aliança com Maluf. Razões outras que não o zelo pela própria biografia podem tê-la compelido, no entanto, a continuar apoiando Haddad. Já os eleitores de esquerda são livres para recusar-lhe o voto pela intolerável companhia.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-vinganca-maligna-de-maluf-,888760,0.htm

terça-feira, 19 de junho de 2012

Só rindo...
















Viva a sabedoria...


Ensaio Sobre o Homem. Uma Introdução a uma Filosofia da Cultura. Cassirer, Ernst.
DAS REAÇÕES ANIMAIS ÀS RESPOSTAS HUMANAS
Com nossa definição do homem como um animal symbolicum, chegamos ao nosso primeiro ponto de partida para o prosseguimento das investigações. Agora, porém, torna-se imperativo que desenvolvamos um pouco essa definição para dar-lhe maior precisão. É inegável que o pensamento simbólico e o comportamento simbólico estão entre os traços mais característicos da vida humana e que todo o progresso da cultura humana está baseada nessas condições. Teremos, porém, o direito de considerá-las como um dom especial do homem, com exclusão de todos os outros seres orgânicos? Não seria o simbolismo um princípio cujas origens podemos encontrar em fontes muito mais profundas, e com um campo de aplicabilidade muito mais vasto? Se respondermos a essa pergunta pela negativa deveremos, aparentemente, confessar nossa ignorância acerca de muitas questões fundamentais que tem sido perenemente o centro das atenções na filosofia da cultura humana. A questão da origem da linguagem, da arte e da religião torna-se irrespondível, e somos deixados com a cultura humana como um fato dado que permanece, de certo modo, isolado e portanto ininteligível. É compreensível que os cientistas sempre se tenham reusado a aceitar tal solução. Fizeram um grande esforço para ligar o fato do simbolismo a outros fatos conhecidos e mais elementares. Sentiu-se que o problema era de fundamental importância, mas , infelizmente, raras foram as vezes em que foi abordado com uma mente inteiramente aberta. Desde o início, ele tem sido obscurecido e confundido por outras questões, pertencentes a um campo de discurso totalmente diferente. Em vez de proporcionar-nos uma descrição e uma análise sem preconceitos dos próprios fenômenos, a discussão deste problema foi convertida em disputa metafísica. Tornou-se o pomo da discórdia entre diferentes sistemas metafísicos: entre idealismo e materialismo, espiritualismo e naturalismo. Para todos esses sistemas, a questão do simbolismo tornou-se um problema crucial, do qual parecia depender a forma futura da ciência.
Não estamos aqui preocupados com esses aspectos do problema, tendo-nos proposto uma tarefa bem mais modesta e concreta. Tentaremos descrever a atitude simbólica do homem de maneira mais precisa, para podermos contrapô-la a outros modos de comportamento simbólico encontrados em todo o reino animal. Não se questiona, evidentemente, que os animais nem sempre reagem aos estímulos de maneira direta, que são capazes de uma reação indireta. As famosas experiências de Pavlov proporcionam-nos um abundante corpo de provas empíricas relativas aos chamados estímulos representativos. No caso dos macacos antropóides, um estudo experimental muito interessante de Wolfe demonstrou a eficácia das ?recompensas por fichas?. Os animais aprenderam a reagir às fichas como substitutos para as recompensas em alimentos da mesma maneira que reagiam ao próprio alimento. Segundo Wolfe, os resultados das longas e variadas experiências mostraram que processos simbólicos ocorrem no comportamento dos macacos antropóides. Robert M. Yerkes, que descreve estas experiências em seu último livro, tira delas uma importante conclusão geral.

Cassirer, Ernst. Ensaio Sobre o Homem. Uma Introdução a uma Filosofia da Cultura Humana. Ed: Martins Fontes, São Paulo. 1994. 

Mais uma etapa superada...