terça-feira, 2 de julho de 2013

Entendendo...

O Estado de direito e a divisão constitucional dos poderes

A divisão constitucional dos poderes é dada da seguinte forma: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. O Estado de direito, por sua vez, é o Estado regulado por leis, normas.

República Federativa do Brasil constitui-se em um Estado de direito.

Para discutirmos a ideia de Estado de direito e a divisão constitucional dos poderes, partimos aqui do posicionamento de um dos principais cientistas políticos do século XX: Norberto Bobbio. Por Estado de direito deve-se entender um Estado no qual os poderes públicos são regulados por normas, por leis. A sociedade deve ser governada sob as leis, e os poderes (executivo, legislativo e judiciário) devem ser regulados também por uma constituição. 

O Estado de direito seria caracterizado pela transformação dos direitos naturais em leis do Estado, isto é, pela constitucionalização dos direitos naturais. Segundo Norberto Bobbio, “na doutrina liberal, Estado de direito significa não só a subordinação dos poderes públicos de qualquer grau às leis gerais do país, limite que é puramente formal, mas também subordinação das leis ao limite material do reconhecimento de alguns direitos fundamentais considerados constitucionalmente, e, portanto, em linha de princípio ‘invioláveis’ [...]” (BOBBIO, 1995, p. 18). 

Dessa forma, cabe ao Estado de direito uma preocupação permanente (pelo menos do ponto de vista teórico) com a promoção e preservação da cidadania plena, a qual seria constituída pelos direitos civis, políticos e sociais.

Assim, a divisão constitucional dos poderes (dada pela Constituição) é feita entre o Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, cada qual com sua respectiva função na organização da sociedade. Em linhas gerais, ao Poder Executivo cabe a administração do Estado propriamente dita, naquilo que diz respeito ao governo da máquina pública. 

Ao Poder Legislativo cabe a formulação, discussão e aprovação de leis, as quais são pensadas conforme as demandas e anseios da sociedade por ele representada. E, por final, ao Poder Judiciário cabe o julgamento dos possíveis conflitos, agindo de forma imparcial, pautando pela obrigatoriedade do cumprimento das leis.

Do Estado de direito nascem mecanismos constitucionais para impedir os abusos de poder ou o seu exercício ilegal. Nas palavras de Norberto Bobbio, tais mecanismos são garantias da liberdade dos indivíduos, no sentido de que estes não devem estar presos aos “desmandos” de qualquer um que assuma o poder. 

Estes mecanismos nascem da interação desses poderes públicos (na interdependência destes), e na visão de Bobbio, os mais importantes são: 1° - o controle do Poder Executivo por parte do Poder Legislativo (ou controle do próprio governo – representado pelo poder executivo – pelas assembleias de vereadores, deputados, e senadores); 2° – o eventual controle do parlamento no exercício do Poder Legislativo por parte de uma corte jurisdicional, isto é, pelo Poder Judiciário; 3° – uma relativa autonomia do governo local em todas as suas formas e em seus graus com respeito ao governo central; (pensemos na relação Governo Municipal, Governo Estadual e Governo Federal); 4° uma magistratura independente do poder político.

Assim, a República Federativa do Brasil constitui-se em um Estado de direito e, dessa forma, todas essas características descritas acima se aplicam ao caso brasileiro. No entanto, como convite à reflexão, basta sabermos até que ponto as definições teóricas dos papéis e funções de cada poder aqui colocado – principalmente no tocante à imparcialidade, ao controle do abuso de poder e à autonomia de cada um – de fato são coerentes com nossa realidade política e governamental.

Curioso...

Jurar de pés juntos
O jurar de pés juntos advém de um antigo hábito da Santa Inquisição.

Em diversas situações do nosso dia a dia, somos forçados a utilizar de uma mentira ou omitir a verdade por questões de interesse próprio. Apesar de fazer parte do nosso cotidiano, sabemos que uma mentira pode ser crucial para que tenhamos a nossa credibilidade ameaçada junto a um terceiro. Muitas vezes, aqueles que não são muito dignos de crédito, acabam se valendo de súplicas diversas para serem levados a sério. Não raro, atestam o valor de suas palavras “jurando de pés juntos”.

Para nós, a origem dessa palavra nos parece incógnita. Afinal, qual a relação existente entre o fato de dizer a verdade e ficar com os pés juntos? Seria isso algum tipo de superstição antiga? Ou esse termo faria referência a uma posição que pode ser entendida como sinal de respeito e verdade? Nem uma coisa, nem outra! Para saber de onde vem esse tipo de juramento, devemos nos reportar aos tempos medievais, mais especificamente no período da Inquisição.

Durante a Baixa Idade Média, observamos que o desenvolvimento das heresias se constituía como uma séria ameaça à hegemonia dos dogmas pregados pela Igreja Católica. Afinal de contas, o aparecimento de outras compreensões de fé poderia abrir caminho para a fundação de novas religiões ou de outros movimentos que abalariam a imagem da Igreja como detentora do saber religioso. Foi daí que, no século XIII, foi criado o Tribunal do Santo Ofício, fundado para punir os crimes contra a fé católica.

Quando acusada de um crime religioso, a pessoa investigada passava pela prisão e tinha a sua casa toda revistada. Nesse tempo de reclusão, os membros da Igreja abriam espaço para que o investigado realizasse a confissão de seus mais graves pecados. Caso isso não acontecesse, os clérigos utilizavam de métodos de tortura que deveriam forçar o pobre cristão a admitir suas falhas. Foi daí que surgiu a expressão “jurar de pés juntos”.

Entre as várias torturas empregadas, os suspeitos tinham, muitas vezes, os pés e as mãos amarrados ou terrivelmente pregados em postes de madeira. Em muitas situações, o inconfesso era colocado de ponta cabeça, o que só aumentava o seu desconforto. Logo, não suportando as dores daquele tipo de agressão, acabavam confessando qualquer tipo de crime religioso. Eles literalmente acabavam “jurando de pés juntos” a prática dos delitos que os levaram àquele tormento.

Com o passar do tempo, a tortura inquisitória acabou se transformando em expressão popular na Península Ibérica, coincidentemente, uma das regiões mais atingidas pela Inquisição Católica. Em terras portuguesas, além do uso aqui exposto, os portugueses também empregam o seu antônimo dizendo “negar de pés juntos”. Já entre os vizinhos espanhóis presenciamos a variação “crer com os pés juntos”, que significa acreditar incondicionalmente em algo.


Piada...

O marido e a mulher foram ao hospital para terem um bebê. Chegando lá, o médico disse que tinha inventado uma máquina que dividiria as dores do parto com o pai da criança. Perguntando se eles queriam experimentar o novo invento, de pronto obteve aceitação do casal. 

O médico regulou a máquina para transferir somente 10% da dor para o pai, dizendo que seria o bastante, porque sendo um homem, não poderia suportar mais do que isso. A mulher começou o trabalho de parto e o marido estava se sentindo muito bem. Assim resolveram aumentar a taxa da dor para 20%. 

O marido continuava bem. O médico intrigado mediu a pressão conferiu o coração e tudo estava normal. Assim, resolveu ir aos 50%. Depois de um tempo, o bebê estava quase nascendo, e como o marido continuava bem, resolveram transferir a dor do parto 100% para o marido e proporcionar à mulher um parto sem dor. 

A mulher teve o bebê sem dor. Ela e o marido estavam sentindo-se muito bem. Ao chegarem em casa, encontraram o carteiro morto na varanda!


Devanear...


Valsa para uma menininha - Vinicius de Moraes

Menininha do meu coração Eu só quero você A três palmos do chão Menininha, não cresça mais não Fique pequenininha na minha canção Senhorinha levada Batendo palminha Fingindo assustada Do bicho-papão  Menininha, que graça é você Uma coisinha assim Começando a viver Fique assim, meu amor Sem crescer Porque o mundo é ruim, é ruim E você vai sofrer de repente Uma desilusão Porque a vida é somente Teu bicho-papão  Fique assim, fique assim Sempre assim E se lembre de mim Pelas coisas que eu dei E também não se esqueça de mim Quando você souber enfim De tudo o que eu amei.


Em nome do Senhor tudo pode...

À Justiça, vítima confirma abuso sexual e diz que temeu ser morta por pastor Marcos

O pastor Marcos Pereira da Silva durante culto.

Uma das supostas vítimas do pastor Marcos Pereira da Silva confirmou, em depoimento nesta segunda-feira (1º) à 2ª Vara Criminal de São João de Meriti (Grande Rio), ter sofrido abuso sexual pelo pastor Marcos Pereira da Silva, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, segundo informações da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

A depoente disse que não o denunciou por ter medo de ser morta a mando dele e também por temer deixar a igreja e ir para o inferno.

Além dela, foram ouvidas três testemunhas de acusação, que afirmaram ter sofrido abuso por parte do pastor quando ainda eram membros da igreja. Duas eram menores de idade na época dos crimes e algumas relataram terem sido obrigadas a participar de orgias.

A defesa ouviu duas testemunhas: a secretária da igreja e uma frequentadora. Segundo o TJ-RJ, a secretária afirmou que a vítima do processo parecia viver bem e feliz quando morava na igreja e ambas declararam desconhecer qualquer fato que desabonasse a conduta do pastor.

No interrogatório, Marcos Pereira voltou a responsabilizar os membros do ONG Afro-Reggae de convencerem as testemunhas a depor contra ele, negando todas as acusações de abuso sexual. Agora o processo entrará na fase de alegações finais e depois de sentença.


Demência no auge...

Diego Rocha Freitas Campos é suspeito de matar
o menino (Foto: Reprodução/TV Globo)

Suspeito de matar garoto boliviano deixou cadeia no Dia das Mães

Suspeito teve benefício da saída temporária, mas não voltou a presídio.

Condenado por roubo é apontado como assassino de boliviano de 5 anos.

Um presidiário que recebeu da Justiça o benefício da saída temporada no Dia das Mães é o principal suspeito de ter atirado e matado o garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, durante um assalto à residência da família da vítima, em São Mateus, na Zona Leste da capital, na madrugada de sexta-feira (28).

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, cumpria pena no presídio de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, após ter sido condenado por roubo. Ele deveria ter voltado à unidade prisional após o benefício, mas não retornou e passou a ser considerado foragido desde o dia 13 de maio.

Quem tiver informações sobre o suspeito deve ligar para o Disque-Denúncia (telefone 181). O sigilo é garantido.

Além de Campos, as polícias Civil e Militar procuram Wesley Soares Pedroso, de 19 anos. Eles são suspeitos de envolvimento na morte da criança. A polícia retomou na manhã desta segunda-feira (1º) as buscas a esses homens que integrariam a quadrilha que participou do latrocínio.


Outros três já haviam sido detidos pelo mesmo crime neste fim de semana: Paulo Ricardo Martins, 19, e Felipe dos Santos Lima, 18, e um adolescente de 17 anos. O G1 não conseguiu localizar os advogados dos investigados para comentarem as acusações.

Segundo as investigações, foi o menor de 18 anos de idade quem confessou a participação da quadrilha no latrocínio. Num vídeo gravado por policiais civis, ele declarou ainda que Campos atirou contra a cabeça de Brayan porque o menino não parava de chorar nos braços da mãe e porque os bolivianos não tinham mais dinheiro aos criminosos. O retrato do suposto executor do boliviano foi divulgado no domingo pela Polícia Civil.

Segundo os pais de Brayan, ele entregou duas moedas a um dos bandidos e também pediu a quadrilha para não morrer. Após roubar e matar, o bando fugiu com R$ 4.500 dos seis bolivianos que moram e trabalham como costureiros no local. Veronica Capcha Mamani, 24, e Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, disseram que querem deixar o Brasil após a morte do filho e voltar à Bolívia.

Após ter sido velado simbolicamente pelos bolivianos em Guarulhos, na região metropolitana o corpo de Brayan deverá seguir nesta tarde para La Paz, na Bolívia.

Além do 49º Distrito Policial, São Mateus, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ajudam nas apurações para tentar localizar o restante do bando que participou da morte de Brayan.

O crime
Os cinco criminosos usavam máscaras para não ser identificados e estavam armados com revólveres e facas. O grupo rendeu o tio da vítima que chegava com o carro na garagem, na madrugada de sexta.  De acordo com as vítimas, os bandidos eram brasileiros.

Os pais contaram ter dado R$ 3,5 mil aos assaltantes, mas eles exigiam mais. Em seguida, o tio entregou R$ 1 mil à quadrilha, que não se deu por satisfeita e passou a ameaçar matar Brayan com uma faca caso não recebesse mais dinheiro. Veronica relatou que ainda abriu a carteira vazia. "Não tinha mais nada", disse ela, que está há seis meses no Brasil, depois de vir com o marido e filho da Bolívia.

A costureira disse ainda que segurou o menino no colo durante o assalto, se ajoelhou e implorou que os criminosos não matassem a criança. Porém, assustado com a situação, o garoto chorava muito, o que irritou os bandidos. Ela relatou que o criminoso gritava para o menino "parar de chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos. Irritado com o choro da criança, um dos criminosos atirou na cabeça do menino, que completaria 6 anos em 6 de julho.

Desculpe-nos pelo engano...


Tribunal de SC inocenta homem internado em manicômio após quase 7 anos preso 

Após quase sete anos, a faxineira Alcionei Barbosa, 57, conseguiu tirar o filho Liferson, 26, do manicômio judiciário de Florianópolis. Ele foi absolvido pelo Tribunal do Júri da acusação de assassinato que lhe valeu a internação como louco.

Os jurados inocentaram Liferson depois que vários erros processuais o mantiveram por seis anos e quatro meses no manicômio, esperando pelo julgamento. A sentença já foi publicada no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. A promotoria tem até terça-feira (2) para recorrer.

Sem condições de dar entrevistas, Liferson é mantido isolado pela família. Alcionei, faxineira terceirizada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disse que o filho "é um inocente que só ficou tanto tempo preso porque sou pobre e não tinha como pagar advogado".

Liferson foi acusado de matar Ciro Carvalho, 22, durante a cobrança de uma dívida de R$ 240 pela venda de dois relógios, no morro da Macumba. A polícia usou contra ele apenas depoimentos de criminosos protegidos pela lei de proteção às testemunhas.

Depois de um ano e meio no presídio do bairro da Trindade aguardando julgamento, Liferson foi diagnosticado com um "transtorno psiquiátrico paranoide", segundo laudo médico incluído no processo. Na ocasião, os demais presos acharam que ele estava fingindo e o espancaram. Então ele foi internado no manicômio.

Segundo o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, "lá ele foi dopado e nunca mais conseguiu se recuperar". "Imagine ser acusado de um crime que não cometeu e internado num hospício, qualquer um iria pirar."

Segundo laudo dos psiquiatras forenses, Liferson adquiriu esquizofrenia depois de internado. O caso ficou parado no Judiciário.

Seis anos se passaram. Em outubro de 2012, Alcionei contou a história do filho para o professor de enfermagem Jorge Lorenzetti, durante faxina na copa da faculdade: "Ele foi visitar meu filho no manicômio e contratou o advogado [Gastão da Rosa Filho] sem que eu lhe pedisse nada".

Lorenzetti é notável por ser o churrasqueiro preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e réu no processo do "dossiê dos aloprados".

A promotoria não quis falar sobre o caso. A juíza Mônica Paulo não quis comentar a decisão dos jurados. A polícia retomou investigações para esclarecer o assassinato de Ciro Carvalho. O advogado Gastão Rosa disse que seu cliente vai pedir uma indenização, que ainda não foi calculada, ao Estado.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/01/tribunal-de-sc-inocenta-homem-internado-em-manicomio-apos-quase-7-anos-preso.htm

Mais uma etapa superada...