MULHER: Se eu morresse você casava
outra vez? MARIDO: Claro que não! MULHER: Não?! Não por que?! Não gosta de
estar casado? MARIDO: Claro que gosto!!! MULHER: Então por que é que não casava
de novo? MARIDO: Está bem, casava... MULHER (com um olhar magoado): Casava?
MARIDO: Casava. Só porque foi bom com você... MULHER: E dormiria com ela na
nossa cama? MARIDO: Onde é que você queria que nós dormíssemos? MULHER: E
substituiria as minhas fotografias por fotografias dela? MARIDO: é natural que
sim... MULHER: E ela ia usar o meu carro? MARIDO: Não. Ela não dirige...
MULHER: !!!! (silêncio) MARIDO: F*deu!
domingo, 7 de julho de 2013
Devanear...
Amor - Edson Nelson Soares Botelho
Amor não é se envolver com a pessoa
perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas Encare
a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo
também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos
transforme no melhor que podemos ser.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão, que o AMOR
existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela
sim, e que eu sempre dei o melhor de mim e que valeu a pena.
Com ou sem sal?
Rejuvenescer com sangue? Saiba o que é o polêmico Vampire Facelift,
tratamento que virou hit com Kim Kardashian
Depois que Kim Kardashian fez e
televisionou e Gisele Bündchen "adotou" em editorial na Vogue Itália,
o Vampire Facelift ganhou fama e despertou a curiosidade de entusiastas de
tratamentos estéticos. Mas se de um lado o uso de material humano para
rejuvenescer parece o melhor dos mundos, do outro ainda restam muitas dúvidas
sobre o procedimento que garante, no mínimo, uma figura bem aflitiva com o rosto
“suando sangue” durante o tratamento. Para entender:
O QUE É
Há dois procedimentos parecidos que
utilizam o sangue da pessoa para o rejuvenescimento facial. No Vampire
Facelift, o sangue é colhido do braço do paciente e depois vai para uma
centrífuga, que separa as plaquetas - componente do sangue responsável pela
coagulação. Primeiro o rosto é preenchido com ácido hialurônico, substância já
veterana no preenchimento de rugas e linhas de expressão, e só depois o sangue
é aplicado com injeções no rosto da paciente.
No Vampire Facial, aplica-se apenas
as plaquetas, sem combiná-las a outras substâncias, e por isso seria
recomendado para pessoas com sulcos mais leves. Apesar de serem utilizadas
agulhas pequenas para minimizar a dor, depoimentos na Internet descrevem como
algo bem doloroso. Nos dois casos, o procedimento todo dura cerca de 45 minutos
e custa por volta de 1.200 dólares (R$ 2.640).
RESULTADOS
Segundo os adeptos da técnica, a
utilização do próprio sangue da pessoa estimula a produção de colágeno e
criação de uma nova pele, removendo linhas finas e cicatrizes de acne e
diminuindo olheiras. Segundo o site oficial do Vampire Facelift, os resultados
duram entre um e dois anos, mas o discurso entre os médicos (daqui e do
exterior) é de que ainda falta comprovação científica do tratamento.
POLÊMICA
No Brasil, a ANVISA já não reconhece
procedimento similar chamado de auto-hemoterapia, e os estabelecimentos que
fizerem estes tipos de tratamentos podem ser multados e até interditados.
"O Vampire Facelift não oferece nada de comprovação científica às
pacientes a ele submetidos. Pelo contrário, oferece riscos a pessoas que
eventualmente manipulem de forma inadequada este sangue”, afirma Dr. Jayme de
Olivera, dermatologista e coordenador do Departamento de Cosmiatria
Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que lista entre estes
riscos hematomas, problemas de cicatrização e anestésicos, lesões de nervos e
infecções.
"Conheço pessoas que fizeram e
os resultados não foram tão bons. Por ser nova, a técnica ainda está confusa, a
eficácia do método deixa a desejar. Aqui no Brasil ainda está restrito para
estudos, só depois poderemos ter certeza”, comenta Edilson Pinheiro, cirurgião
plástico de Fortaleza especializado em dermocosmeatria.
Impulsionada pela recente propaganda
feita pelas celebridades, o rejuvenescimento vampire já aparece nas rodas
médicas há cerca de dois anos. "Mas ninguém deu muita bola para isso, não
é assim uma prioridade”, diz Edilson. Para quem quiser testar o tratamento com
segurança aqui no Brasil, resta aguardar os estudos – ou então deixar para
embarcar na próxima novidade estética de Hollywood.
http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/rejuvenescer-com-sangue-saiba-o-que-e-o-polemico-vampire-facelift-tratamento-que-virou-hit-com-kim-kardashianSem referenciais e expectativas...
Jovens traficantes, com até 22 anos e perfis com fotos de armas no
Facebook, querem tomar o Morro da Covanca, em Jacarepaguá
A cúpula de uma das maiores facções
da cidade investe numa nova geração de traficantes para fazer da Covanca seu
novo quartel general
Eles nasceram nos arredores do Largo
do Tanque. Muitos deles, há poucos anos, passavam seu tempo livre soltando pipa
e jogando bola pelas vielas do Morro da Covanca, em Jacarepaguá. O passatempo,
hoje, é outro: ostentando fuzis a céu aberto, eles ameaçam moradores, enfrentam
a polícia e tentam tomar a favela da milícia que ainda domina o local.
Investigações da 41 DP (Tanque)
revelam que a cúpula de uma das maiores facções da cidade investe numa nova
geração de traficantes para fazer da Covanca seu novo quartel general, após ter
perdido áreas como o Complexo do Alemão para as Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs).
O inquérito já conseguiu identificar
25 bandidos, a maioria com idades entre 16 e 22 anos. Ao todo, seis maiores,
que ocupam posições de destaque na hierarquia, já tem prisão preventiva
decretada pela Justiça. O responsável por abastecer essa tropa com armas e
munição é um velho conhecido da polícia: Luís Claudio Machado, o Marreta, que
fugiu pela tubulação do Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, no ano
passado e, hoje, vive no Complexo do Lins. De lá, ele manda reforços para a
"tropa" em caso de ataques da facção adversária, que ocupa o Morro do
Dezoito, em Água Santa.
Perfil de traficante tem foto com
fuzil e luneta de 30 cm Foto: Terceiro / Divulgação Polícia Civil
A "caixa baixa" tem, em seu
rol de atividades, práticas pouco usuais do tráfico. Alguns integrantes, como
William Thiago Arruda, o Baby, e Luiz Félix de Paula, o Dois, praticam roubos
de carro em série para abastecer financeiramente o grupo, que ainda não lucra
com a venda de drogas. Sem contar a cobrança de taxas para gás e transporte
alternativo, atividades tradicionalmente exploradas pela milícia local.
— A milícia da Covanca se contraiu e
o tráfico cresceu o olho para tomar esse espaço — conta o delegado titular da
41ª DP, Marcus Neves.
A quadrilha já faz suas primeiras
vítimas e já sinaliza que quer, pelo medo, tomar as rédeas da comunidade: a
Divisão de Homicídios investiga se os motoristas Marcelo Souza Costa e Mário
César Lopes da Silva foram queimados, há duas semanas, dentro de seus carros
por se recusarem a pagar o pedágio de R$ 30 para o tráfico.
Antonio Marcos Guimarães, o
Antoninho, tem apenas 18 anos, mas já carrega armas de gente grande. O perfil
do jovem bandido foragido no Facebook — já investigado pela polícia — deixa
claro o paradoxo entre a despedida da infância e a entrada para a vida do
crime: entre fotos da namorada e de beijos na mãe, o bandido exibe armamento
pesado, como um fuzil 762 com alcance de 3 mil metros equipado com uma luneta
de 30 cm.
Outra imagem homenageia seus ídolos:
Aleksandro e Anderson Rocha da Silva, respectivamente Sam da Caíco e Russão,
traficantes expulsos da Covanca pela milícia que foram presos em maio do ano
passado tentando retomar o controle da favela. "Patrão Sam e Russo vai
voltar, é nós", diz a legenda.
Além de fãs, Sam deixou herdeiros na
favela: segundo investigação da 41ª DP, seus dois filhos, Thiago Silva de
Souza, o Shrek, e um menor, de 16 anos, fazem parte da quadrilha. Os laços
familiares, aliás, são característica do grupo: o irmão mais velho de
Antoninho, Bruno Guimarães, o Malandrinho, também está foragido.
Para polícia, revólveres estão em
"excelente estado". Histórico
sangrento
No início de 2012, a polícia começou
a perceber que moradores da Covanca estavam sendo expulsos de lá. Os
responsáveis pelas ameaças eram traficantes nascidos na favela e expulsos pela
milícia. Refugiados no Jacaré, o grupo chefiado por Sam se preparava para
retomar o local em 2012, quando uma operação da Core prendeu os líderes do
grupo.
Após a prisão de Sam, a área voltou a
ser dominada por milicianos até 30 de abril, quando PMs prenderam um homem
conhecido como Japão, o líder do grupo. Desde então, a milícia ficou
enfraquecida. Atualmente, há um inquérito na 41ª DP para investigar o grupo que
permaneceu na favela: segundo agentes, há PMs, agentes penitenciários e
bombeiros envolvidos.
As investigações da polícia revelam
que criminosos do Bateau Mouche, Jacarezinho e do Complexo do Lins já estiveram
na Covanca nos últimos meses para apoiar o grupo local. Há duas semanas, PMs
encontraram um acampamento do tráfico no morro. Na sexta-feira, Diego Ribeiro,
o Maldade, chefe do tráfico do Bateau Mouche, que já foi visto na Covanca, foi
preso por PMs.
Engana mais uma vez...
Plebiscito é só embromação!
JOSÉ NÊUMANNE *
A presidente Dilma Rousseff tem feito
o possível para fazer do limão das multidões contra tudo nas ruas das cidades
brasileiras a mesma limonada envenenada com que seu Partido dos Trabalhadores
(PT) tenta em vão engabelar o País desde 2007. Há seis anos os petistas querem
moldar as instituições republicanas a seus interesses específicos e impor a
suas bases no Congresso Nacional uma reforma política que favoreça, se não uma
imitação tupiniquim do bolivarianismo chavista, pelo menos a garantia de sua
permanência no poder. Mas a acachapante maioria no Legislativo não bastou para
aprovar o que os maiorais do socialismo caboclo consideram fundamental para
manter suas "boquinhas". Agora o povo foi para a rua e a chefe do
governo tentou incontinenti surrupiar suas palavras de ordem para convocar uma
Constituinte exclusiva, capaz de satisfazer os caprichos que a reforma constitucional
não possibilitou. O óbvio golpe sujo não colou, mas ela mantém idêntica
embromação em forma de consulta popular, o plebiscito.
Acontece que as multidões ocuparam as
ruas para reclamar, primeiro, da elevação da tarifa do transporte público. E
daí em diante, sem oposição à altura que os represente na democracia, os
manifestantes passaram a protestar contra o óbvio: a inflação, a impunidade, a
violência, a corrupção e, sobretudo, a péssima prestação de serviços por um
Estado que cobra um absurdo de impostos. A Central Única dos Trabalhadores
(CUT), braço sindical do PT (ou será o contrário?), foi rechaçada a pauladas de
manifestação no Rio. E ninguém no País ouviu os gritos de "fascistas"
com que militantes esquerdistas tentaram abafar o clamor apartidário que
abortou a tentativa de infiltrar bandeiras do partido e camisas vermelhas numa
passeata na Avenida Paulista. Esses invasores obedeciam à palavra de ordem do
presidente nacional petista, Rui Falcão, que queria reverter a onda contra
políticos numa manifestação a favor de Dilma e seus correligionários, alvos
prioritários da insatisfação generalizada.
A resposta do governo foi de um
cinismo atroz. Com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante Oliva, no papel
de Richelieu do Cerrado, dona Dilma pediu ao povo na rua o aval para uma
reforma política de interesse exclusivo de sua grei. O PT quer lista fechada de
candidatos indicados pela oligarquia partidária para furtar do eleitor o
direito de escolher seu parlamentar preferido. E financiamento público
exclusivo para campanha eleitoral para extorquir do bolso do contribuinte
despesas de propaganda de candidatos, cada vez mais altas. O cidadão já
contribui para o tal Fundo Partidário e está com as finanças exauridas de tanto
patrocinar vantagens e benesses dos "pais da Pátria".
Ao fazê-lo, ela diz que está ouvindo
a "voz rouca das ruas". Mas o povo quer mudar tudo e ela só dará mais
do mesmo. Enquanto seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava que
aumentará a carga tributária, com que o brasileiro não suporta mais arcar, para
pagar promessas feitas para dissolver as passeatas das massas, ela reuniu 37 de
seus 39 ministros, quase todos recrutados das bancadas dos partidos que alicia
para seu palanque para a reeleição.
Talvez ela não tenha nomeado um
ministro para cuidar das redes sociais porque o 40.º à mesa lembrará certo
conto das 2.001 noites. Tal referência certamente não é nada agradável enquanto
Rosemary Noronha, amiguinha íntima de seu padrinho e antecessor, Luiz Inácio
Lula da Silva, protagoniza um escândalo em que é acusada pela Polícia Federal
(PF) de fazer parte de uma quadrilha que traficava influência na cúpula
federal. Por que Dilma não aproveita a capacidade auditiva que nunca tinha
demonstrado antes para dispensar seu ministro da Justiça, José Eduardo Martins
Cardozo, da condição de Maquiavel do Planalto para que ele solucione este caso
e descubra quem lucrou com a tenebrosa transação da compra da refinaria de
Pasadena pela Petrobrás?
Mas ela preferiu foi se aproveitar
com desfaçatez oportunista da conquista da Copa das Confederações, definindo a
própria gestão, contestada em praça pública, como "padrão Felipão".
Mesmo tendo o Datafolha revelado na véspera sua queda de 27 pontos porcentuais
e a constatação de que já não ganharia a reeleição no primeiro turno. Em vez de
reunir o Ministério, cujo número a incapacita de conversar com um por um, ela
deveria tê-lo reduzido a 12, número fixado por Jesus Cristo como ideal para uma
equipe administrável. Mas como esperar isso de quem convoca governadores,
prefeitos, sindicalistas, gays e lésbicas para que a escutem, e não para
ouvi-los?
Pelos decibéis de suas broncas em
subordinados, que contrastam com o papel de boneco de Olinda (só que falante!)
que ela desempenha em pronunciamentos públicos convocados para embromar os
cidadãos, que trata como súditos, Dilma deve ter muita dificuldade em ouvir a
própria voz. Quanto mais a dos interlocutores que convoca para... escutá-la!
Seus berros de "otoridade", porém, não impedirão que os clamores da rua
cheguem às casas dos brasileiros. A queda vertiginosa nas pesquisas deixa claro
que as favas para a reeleição já não são contadas e, se ainda é cedo para
prever sua eventual derrota no pleito, não custa lembrar que a galáxia de
adesões obtidas com a barganha de cargos por apoio parlamentar pode encolher
com os índices de prestígio.
De fato, seu antecessor e padrinho
Lula caiu para 28 pontos (dois menos do que ela agora) na pesquisa Datafolha
feita à época em que o mensalão foi denunciado e, ainda assim, se reelegeu. Só
que agora o julgamento desse escândalo no Supremo Tribunal Federal STF) e a
condenação de seus companheiros Dirceu e Genoino deram à Nação a certeza de que
seu partido em nada contribuiu para reduzir a corrupção no País. E se ela
continuar condescendendo com a inflação e a impunidade, os cidadãos poderão
sair de suas casas e das ruas para votar contra a perenização do status quo que
os deixa indignados.
* JOSÉ NÊUMANNE É JORNALISTA, POETA E
ESCRITOR.
Escondidinho...
A Copa de Lula
A ‘verdade técnica’ da presidente não
passa de um véu destinado a esconder o significado financeiro da festa macabra
promovida pela Fifa
Todos podem protestar em todos os
lugares — exceto nas imediações das sagradas arenas da Copa das Confederações.
Essa foi a mensagem enviada pelas autoridades na “semana quente” das
manifestações populares. Sem intervenção policial, manifestantes cercaram
palácios e interromperam vias expressas. Em São Paulo, o eixo sensível da
Avenida Paulista, onde se concentram os hospitais, foi liberado para os
protestos. Contudo, nas cidades-sede do evento, batalhões de choque delimitaram
um “perímetro de segurança nacional” e atacaram manifestantes pacíficos que
tentavam ultrapassá-lo. A regra do protesto ilimitado excluiu os “territórios
internacionais” sob controle efetivo da Fifa. Nunca, numa democracia, um
governo nacional se curvou tão completamente a uma potência externa desarmada.
A bolha policial de isolamento dos
estádios estendeu-se por dois a três quilômetros. Não se tratava de assegurar o
acesso de torcedores às arenas, mas de impedir que as marcas dos protestos
ficassem impressas sobre as marcas da Fifa e das empresas patrocinadoras. “A
condição prévia para a Copa é a cessão temporária da soberania nacional à Fifa,
que assume funções de governo interventor por meio do seu Comitê Local.” Nesse
espaço, dois anos atrás, Adriano Lucchesi e eu definimos a Copa do Mundo de
2014 como uma “festa macabra” justificada pela “lógica perversa do
neopatriotismo”.
Não fomos os únicos, nem os
primeiros. O jornalista Juca Kfouri deplorou o triunfo dos bons companheiros
Lula da Silva e Ricardo Teixeira na hora da escolha do Brasil como sede do
megaevento de negócios travestido de competição esportiva. O ex-jogador Romário
honrou seu mandato parlamentar denunciando sistematicamente a farra de desvio
de dinheiro público, que ainda faz seu curso. “A Fifa é o verdadeiro presidente
do Brasil hoje”, explicou com a precisão e simplicidade de que carecem tantos
doutos cientistas políticos. Mas a rapinagem dos piratas ficou longe da mira
dos partidos de oposição, que preferiram ocupar assentos periféricos na nave da
Copa, compartilhando dos brindes erguidos em convescotes de autoridades,
empresários e cartolas. Alguém aí está surpreso com a aversão dos manifestantes
ao conjunto de nossa elite política?
3 x 0. No domingo, encerrou-se o
ensaio geral para o que será a Copa mais cara da história. A festa macabra
custará, no mínimo, R$ 28 bilhões, quase quatro vezes mais que a realizada na
África do Sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões) e perto de três vezes mais que as Copas
na Alemanha em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e no Japão/Coreia em 2002 (R$ 10,1
bilhões). “Com o dinheiro gasto para construir o Mané Garrincha poderiam ter
sido construídas 150 mil casas populares”, calculou Romário. Ele tem razão: a
arena de Brasília, a mais cara de todos os tempos, custou R$ 1,7 bilhão.
Obedecendo a uma compulsão
automatizada, o ministro Gilberto Carvalho apontou um dedo acusador para a
imprensa, que “teve um papel no moralismo, no sentido despolitizado” das
manifestações populares. No mundo ideal desse senhor “politizado”, uma imprensa
chapa-branca monopolista, financiada pelas empresas estatais, desempenharia a
função de explicar aos saqueados que o saque é parte da ordem natural das
coisas. “Sem a imprensa, não somos nada”, concluiu Jérôme Valcke, o zagueiro de
várzea da Fifa, que também gostaria de ter um “controle social da mídia”.
Um séquito de analistas
especializados na arte da empulhação dedica-se, agora, a criticar os cartazes
dos manifestantes que contrapõem a Copa à “saúde” e à “educação”. No seu
pronunciamento desesperado do fim da “semana quente”, Dilma Rousseff recorreu
aos sofismas desses analistas para exercitar o ilusionismo. Os recursos
queimados na fogueira das arenas “padrão Fifa”, disse a presidente, são “fruto
de financiamento”, não dinheiro do Orçamento. Mas ela não disse que a fonte dos
financiamentos concedidos pelo BNDES são títulos de dívida pública emitidos
pelo Tesouro, nem que a a diferença entre os juros reais pagos pelo Tesouro e
os juros subsidiados cobrados pelo BNDES é coberta pelos impostos de todos os
brasileiros, da geração atual e da próxima.
A “verdade técnica” da presidente não
passa de um véu destinado a esconder o significado financeiro da festa macabra
promovida pela Fifa e pelo governo brasileiro. No seu conjunto, a operação Copa
2014 é uma vasta transferência de renda da população para a Fifa, as empresas
patrocinadoras do megaevento e as empreiteiras contratadas nas obras civis. Uma
CPI da Copa revelaria as minúcias da rapinagem, destruindo no caminho
governantes em todos os níveis que se engajaram na edificação de elefantes
brancos com recursos públicos. É com a finalidade de evitá-la a qualquer custo
que uma corrente de parlamentares resolveu aderir à ideia de uma CPI da CBF.
Sob a pressão das ruas, cogita-se a hipótese de entregar os escalpos de José Maria
Marin e Ricardo Teixeira numa bandeja de prata para salvar a reputação das
autoridades políticas cujas assinaturas estão impressas nas leis e contratos da
Copa.
“O Brasil nos pediu para sediar a
Copa do Mundo. Nós não impusemos a Copa do Mundo ao Brasil.” Joseph Blatter, o
poderoso chefão da “família Fifa”, não mente quando repete seu mantra
preferido. O “Brasil”, na frase, significa “Lula da Silva”. A Copa mais cara da
história é a síntese perfeita do legado político do presidente honorífico. À
entrada do Mineirão, no jogo entre México e Japão, funcionários a serviço da
Fifa arrancaram das mãos de dois torcedores cartazes onde estavam escritas as
palavras proibidas “escola” e “saúde”. Os batalhões de choque em postura de
batalha no perímetro de “segurança nacional” da Copa e os agentes da censura
política em ação nos portões das arenas protegem mais que a imagem da Fifa e
das marcas associadas. Eles protegem, sobretudo, a imagem de Lula, o regente da
festa macabra.
Demétrio Magnoli é sociólogo.
Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/opiniao/a-copa-de-lula-8906887#ixzz2Y6thKAvK
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terça-feira, 2 de julho de 2013
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