domingo, 7 de julho de 2013

Entendendo...

O fim da sacola plástica em nome do meio ambiente
Na luta contra a poluição do meio ambiente, uma das medidas adotadas foi o fim da sacola plástica distribuída por supermercados. Sua substituição já começou em algumas cidades.
O Fim da sacola plástica é uma das medidas adotadas para a diminuição da poluição do meio ambiente
Nos últimos meses, a mídia nacional trouxe à tona uma discussão acerca de uma temática muito próxima ao dia a dia dos milhares de clientes das redes de supermercados de grandes centros urbanos (como na cidade de São Paulo): a substituição das sacolas plásticas. A medida adotada também por outras cidades no país, até mesmo como cumprimento de recentes legislações municipais, dividiu a opinião pública, configurando uma forte polêmica em torno de uma possível pergunta: até que ponto o não fornecimento de sacolinhas por redes de supermercado e outros estabelecimentos contribui, de forma relevante, na luta contra a poluição do meio ambiente?

O intuito deste breve artigo não é, obviamente, responder a questão, mas sim propor uma reflexão em torno dela. Do ponto de vista sociológico, a sacolinha talvez possa deixar de ser um mero objeto presente em nosso cotidiano para tornar-se protagonista, quando se destaca o fato de estar associada à prática do consumismo desmedido tão comum em nossos dias atuais. De forma muito objetiva, a existência e a utilidade prática das sacolas estão ligadas à necessidade do transporte das centenas de milhares de compras que são realizadas todos os dias. Os apelos promocionais que invadem os horários comerciais na televisão e no rádio, além é claro do papel fundamental atualmente assumido pela internet como veículo de comunicação, contribuem para estimular e incutir na sociedade um desejo pelo consumo. Isso não significa, necessariamente, que consumiríamos por conta da publicidade, mas é razoável afirmar que esta última instiga ainda mais um consumo já frenético, fruto do contexto da sociedade capitalista.

Nesse sentido, o que se sugere como aspecto importante para a ampliação do debate é considerar que o uso das sacolas plásticas está diretamente ligado ao consumo, não podendo dele se desvincular. Se realmente devemos considerar que a diminuição do uso das sacolinhas pode contribuir na luta contra a poluição e a degradação ambiental (uma vez que são compostas de polietileno, produto derivado do petróleo), talvez seja válido considerar que para além delas estão também, sem dúvida alguma, as inúmeras embalagens dos mais diversos produtos que consumimos diariamente. Como se sabe, comidas industrializadas, cosméticos, produtos de limpeza, e tantos outros, possuem embalagens de plástico, papel, isopor, enfim, todos são poluentes.

Outro aspecto relevante à discussão trata-se da forma de substituição das sacolas promovida atualmente pelos estabelecimentos. A proposta (que chegou a ser implantada por um período em algumas localidades) pautava-se na seguinte ideia: a sacola plástica “tradicional” seria substituída por uma classificada como compostável ou 100% biodegradável, mas agora cobrando-se um valor específico para sua aquisição, uma vez que não seria fornecida. Assim, supõe-se que a cobrança desse valor não apenas desestimularia as pessoas ao uso da sacolinhas, mas, ao mesmo tempo, ao que parece, representaria a contenção de gastos pelos estabelecimentos comerciais. Porém, ainda que recicláveis, ao que consta, tais sacolas necessitam de um tratamento específico, pois, do contrário, podem poluir assim como a convencional. Dessa forma, a outra opção, talvez a mais adequada ecologicamente falando, seria a sacola retornável feita de pano, por exemplo, ou outros materiais.

Logo, um dos pontos da polêmica não está apenas na efetiva contribuição (ou não) à questão ambiental pela substituição das sacolas, uma vez que se sabe que são realmente poluentes. O que se questiona é a maneira de substituição, propondo-se o ônus desse processo ao consumidor com o pagamento de taxas para a aquisição de sacolinhas ou com a compra de uma sacola retornável. Assim, por conta da polêmica, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e a Fundação Procon-SP determinou que os supermercados disponibilizassem embalagens gratuitas por pelo menos mais 60 dias a contar do dia 3 de fevereiro de 2012.

O despontar de uma preocupação cada vez mais presente com relação às questões ambientais (as quais abarcam outras questões como o problema do acondicionamento do lixo produzido pelos centros urbanos), assim como discussões acerca do que hoje se chama de desenvolvimento sustentável, estão na ordem do dia, isto é, são fundamentais. Porém, também se faz necessário que a sociedade civil, o Estado e a iniciativa privada estejam abertos e dispostos a discutir temáticas como essas. A despeito do aspecto ecológico, a discussão em torno das sacolas plásticas perpassa por outras esferas, seja no tocante à necessidade do consumo consciente, seja no que diz respeito à garantia dos diretos do consumidor. Logo, um olhar crítico sobre temáticas como essa de interesse público é algo fundamental, pois isso tem a ver com a compreensão de nosso papel dentro da sociedade civil, isto é, envolve nossa participação política e exercício da cidadania.

Curioso...

Laconismo: o falar em poucas palavras
Originário da Lacônia, o laconismo está ligado à rigidez da educação militar espartana.

O laconismo se originou em Esparta e está relacionado à capacidade de expressar ideias em poucas palavras.
  
O laconismo remete à capacidade de ser breve e conciso na comunicação, usando poucas palavras para expressar as ideias ou mensagens a se expor.

A origem do termo remete à Lacônia, região da Península do Peloponeso, onde se localizava Esparta. Os espartanos eram conhecidos por usarem poucas palavras para se expressar. Isto possivelmente estava relacionado à subalternidade dada pelos espartanos às artes. Retórica e filosofia eram artes que necessitavam de longas exposições verbais para debater e convencer interlocutores através de argumentações.

A rigidez militar dos habitantes da Lacônia contribuiu, pois a disciplina, neste caso, mantinha-se através da obediência, e não da contestação. Essa forma de comunicação era ensinada desde cedo às crianças espartanas. Era também um meio de impedir que o inimigo conseguisse muitas informações.

Há uma história que exemplifica bem a postura dos lacônicos espartanos.

Quando Alexandre Magno, rei da Macedônia, estava invadindo a Grécia, ao cercar a cidade de Esparta, enviou uma carta com os seguintes dizeres aos habitantes:

“Se não se renderem imediatamente, invadirei as vossas terras. Se os meus exércitos as invadirem, irão pilhar e queimar tudo o que vocês mais prezam. Se eu marchar sobre a Lacônia, arrasarei as vossas cidades.”

A resposta veio dias depois. Quando Alexandre abriu a carta, surpreendeu-se. Estava escrito: “Se”.

Piada...

MULHER: Se eu morresse você casava outra vez? MARIDO: Claro que não! MULHER: Não?! Não por que?! Não gosta de estar casado? MARIDO: Claro que gosto!!! MULHER: Então por que é que não casava de novo? MARIDO: Está bem, casava... MULHER (com um olhar magoado): Casava? MARIDO: Casava. Só porque foi bom com você... MULHER: E dormiria com ela na nossa cama? MARIDO: Onde é que você queria que nós dormíssemos? MULHER: E substituiria as minhas fotografias por fotografias dela? MARIDO: é natural que sim... MULHER: E ela ia usar o meu carro? MARIDO: Não. Ela não dirige... MULHER: !!!! (silêncio) MARIDO: F*deu!

Devanear...

Amor - Edson Nelson Soares Botelho
Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.  Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão, que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim e que valeu a pena.

Com ou sem sal?

Rejuvenescer com sangue? Saiba o que é o polêmico Vampire Facelift, tratamento que virou hit com Kim Kardashian

Depois que Kim Kardashian fez e televisionou e Gisele Bündchen "adotou" em editorial na Vogue Itália, o Vampire Facelift ganhou fama e despertou a curiosidade de entusiastas de tratamentos estéticos. Mas se de um lado o uso de material humano para rejuvenescer parece o melhor dos mundos, do outro ainda restam muitas dúvidas sobre o procedimento que garante, no mínimo, uma figura bem aflitiva com o rosto “suando sangue” durante o tratamento. Para entender:

O QUE É
Há dois procedimentos parecidos que utilizam o sangue da pessoa para o rejuvenescimento facial. No Vampire Facelift, o sangue é colhido do braço do paciente e depois vai para uma centrífuga, que separa as plaquetas - componente do sangue responsável pela coagulação. Primeiro o rosto é preenchido com ácido hialurônico, substância já veterana no preenchimento de rugas e linhas de expressão, e só depois o sangue é aplicado com injeções no rosto da paciente.

No Vampire Facial, aplica-se apenas as plaquetas, sem combiná-las a outras substâncias, e por isso seria recomendado para pessoas com sulcos mais leves. Apesar de serem utilizadas agulhas pequenas para minimizar a dor, depoimentos na Internet descrevem como algo bem doloroso. Nos dois casos, o procedimento todo dura cerca de 45 minutos e custa por volta de 1.200 dólares (R$ 2.640).

RESULTADOS
Segundo os adeptos da técnica, a utilização do próprio sangue da pessoa estimula a produção de colágeno e criação de uma nova pele, removendo linhas finas e cicatrizes de acne e diminuindo olheiras. Segundo o site oficial do Vampire Facelift, os resultados duram entre um e dois anos, mas o discurso entre os médicos (daqui e do exterior) é de que ainda falta comprovação científica do tratamento.

POLÊMICA
No Brasil, a ANVISA já não reconhece procedimento similar chamado de auto-hemoterapia, e os estabelecimentos que fizerem estes tipos de tratamentos podem ser multados e até interditados. "O Vampire Facelift não oferece nada de comprovação científica às pacientes a ele submetidos. Pelo contrário, oferece riscos a pessoas que eventualmente manipulem de forma inadequada este sangue”, afirma Dr. Jayme de Olivera, dermatologista e coordenador do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que lista entre estes riscos hematomas, problemas de cicatrização e anestésicos, lesões de nervos e infecções.

"Conheço pessoas que fizeram e os resultados não foram tão bons. Por ser nova, a técnica ainda está confusa, a eficácia do método deixa a desejar. Aqui no Brasil ainda está restrito para estudos, só depois poderemos ter certeza”, comenta Edilson Pinheiro, cirurgião plástico de Fortaleza especializado em dermocosmeatria.

Impulsionada pela recente propaganda feita pelas celebridades, o rejuvenescimento vampire já aparece nas rodas médicas há cerca de dois anos. "Mas ninguém deu muita bola para isso, não é assim uma prioridade”, diz Edilson. Para quem quiser testar o tratamento com segurança aqui no Brasil, resta aguardar os estudos – ou então deixar para embarcar na próxima novidade estética de Hollywood.
http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/rejuvenescer-com-sangue-saiba-o-que-e-o-polemico-vampire-facelift-tratamento-que-virou-hit-com-kim-kardashian

Sem referenciais e expectativas...

Antoninho: 18 anos e já temido na favela
Jovens traficantes, com até 22 anos e perfis com fotos de armas no Facebook, querem tomar o Morro da Covanca, em Jacarepaguá

A cúpula de uma das maiores facções da cidade investe numa nova geração de traficantes para fazer da Covanca seu novo quartel general
Eles nasceram nos arredores do Largo do Tanque. Muitos deles, há poucos anos, passavam seu tempo livre soltando pipa e jogando bola pelas vielas do Morro da Covanca, em Jacarepaguá. O passatempo, hoje, é outro: ostentando fuzis a céu aberto, eles ameaçam moradores, enfrentam a polícia e tentam tomar a favela da milícia que ainda domina o local.
Investigações da 41 DP (Tanque) revelam que a cúpula de uma das maiores facções da cidade investe numa nova geração de traficantes para fazer da Covanca seu novo quartel general, após ter perdido áreas como o Complexo do Alemão para as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O inquérito já conseguiu identificar 25 bandidos, a maioria com idades entre 16 e 22 anos. Ao todo, seis maiores, que ocupam posições de destaque na hierarquia, já tem prisão preventiva decretada pela Justiça. O responsável por abastecer essa tropa com armas e munição é um velho conhecido da polícia: Luís Claudio Machado, o Marreta, que fugiu pela tubulação do Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, no ano passado e, hoje, vive no Complexo do Lins. De lá, ele manda reforços para a "tropa" em caso de ataques da facção adversária, que ocupa o Morro do Dezoito, em Água Santa.

Perfil de traficante tem foto com fuzil e luneta de 30 cm Foto: Terceiro / Divulgação Polícia Civil
A "caixa baixa" tem, em seu rol de atividades, práticas pouco usuais do tráfico. Alguns integrantes, como William Thiago Arruda, o Baby, e Luiz Félix de Paula, o Dois, praticam roubos de carro em série para abastecer financeiramente o grupo, que ainda não lucra com a venda de drogas. Sem contar a cobrança de taxas para gás e transporte alternativo, atividades tradicionalmente exploradas pela milícia local.
— A milícia da Covanca se contraiu e o tráfico cresceu o olho para tomar esse espaço — conta o delegado titular da 41ª DP, Marcus Neves.
A quadrilha já faz suas primeiras vítimas e já sinaliza que quer, pelo medo, tomar as rédeas da comunidade: a Divisão de Homicídios investiga se os motoristas Marcelo Souza Costa e Mário César Lopes da Silva foram queimados, há duas semanas, dentro de seus carros por se recusarem a pagar o pedágio de R$ 30 para o tráfico.
Antonio Marcos Guimarães, o Antoninho, tem apenas 18 anos, mas já carrega armas de gente grande. O perfil do jovem bandido foragido no Facebook — já investigado pela polícia — deixa claro o paradoxo entre a despedida da infância e a entrada para a vida do crime: entre fotos da namorada e de beijos na mãe, o bandido exibe armamento pesado, como um fuzil 762 com alcance de 3 mil metros equipado com uma luneta de 30 cm.
Outra imagem homenageia seus ídolos: Aleksandro e Anderson Rocha da Silva, respectivamente Sam da Caíco e Russão, traficantes expulsos da Covanca pela milícia que foram presos em maio do ano passado tentando retomar o controle da favela. "Patrão Sam e Russo vai voltar, é nós", diz a legenda.
Além de fãs, Sam deixou herdeiros na favela: segundo investigação da 41ª DP, seus dois filhos, Thiago Silva de Souza, o Shrek, e um menor, de 16 anos, fazem parte da quadrilha. Os laços familiares, aliás, são característica do grupo: o irmão mais velho de Antoninho, Bruno Guimarães, o Malandrinho, também está foragido.

Para polícia, revólveres estão em "excelente estado". Histórico sangrento
No início de 2012, a polícia começou a perceber que moradores da Covanca estavam sendo expulsos de lá. Os responsáveis pelas ameaças eram traficantes nascidos na favela e expulsos pela milícia. Refugiados no Jacaré, o grupo chefiado por Sam se preparava para retomar o local em 2012, quando uma operação da Core prendeu os líderes do grupo.
Após a prisão de Sam, a área voltou a ser dominada por milicianos até 30 de abril, quando PMs prenderam um homem conhecido como Japão, o líder do grupo. Desde então, a milícia ficou enfraquecida. Atualmente, há um inquérito na 41ª DP para investigar o grupo que permaneceu na favela: segundo agentes, há PMs, agentes penitenciários e bombeiros envolvidos.
As investigações da polícia revelam que criminosos do Bateau Mouche, Jacarezinho e do Complexo do Lins já estiveram na Covanca nos últimos meses para apoiar o grupo local. Há duas semanas, PMs encontraram um acampamento do tráfico no morro. Na sexta-feira, Diego Ribeiro, o Maldade, chefe do tráfico do Bateau Mouche, que já foi visto na Covanca, foi preso por PMs.



Engana mais uma vez...

Plebiscito é só embromação!
JOSÉ NÊUMANNE *
A presidente Dilma Rousseff tem feito o possível para fazer do limão das multidões contra tudo nas ruas das cidades brasileiras a mesma limonada envenenada com que seu Partido dos Trabalhadores (PT) tenta em vão engabelar o País desde 2007. Há seis anos os petistas querem moldar as instituições republicanas a seus interesses específicos e impor a suas bases no Congresso Nacional uma reforma política que favoreça, se não uma imitação tupiniquim do bolivarianismo chavista, pelo menos a garantia de sua permanência no poder. Mas a acachapante maioria no Legislativo não bastou para aprovar o que os maiorais do socialismo caboclo consideram fundamental para manter suas "boquinhas". Agora o povo foi para a rua e a chefe do governo tentou incontinenti surrupiar suas palavras de ordem para convocar uma Constituinte exclusiva, capaz de satisfazer os caprichos que a reforma constitucional não possibilitou. O óbvio golpe sujo não colou, mas ela mantém idêntica embromação em forma de consulta popular, o plebiscito.

Acontece que as multidões ocuparam as ruas para reclamar, primeiro, da elevação da tarifa do transporte público. E daí em diante, sem oposição à altura que os represente na democracia, os manifestantes passaram a protestar contra o óbvio: a inflação, a impunidade, a violência, a corrupção e, sobretudo, a péssima prestação de serviços por um Estado que cobra um absurdo de impostos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT (ou será o contrário?), foi rechaçada a pauladas de manifestação no Rio. E ninguém no País ouviu os gritos de "fascistas" com que militantes esquerdistas tentaram abafar o clamor apartidário que abortou a tentativa de infiltrar bandeiras do partido e camisas vermelhas numa passeata na Avenida Paulista. Esses invasores obedeciam à palavra de ordem do presidente nacional petista, Rui Falcão, que queria reverter a onda contra políticos numa manifestação a favor de Dilma e seus correligionários, alvos prioritários da insatisfação generalizada.

A resposta do governo foi de um cinismo atroz. Com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante Oliva, no papel de Richelieu do Cerrado, dona Dilma pediu ao povo na rua o aval para uma reforma política de interesse exclusivo de sua grei. O PT quer lista fechada de candidatos indicados pela oligarquia partidária para furtar do eleitor o direito de escolher seu parlamentar preferido. E financiamento público exclusivo para campanha eleitoral para extorquir do bolso do contribuinte despesas de propaganda de candidatos, cada vez mais altas. O cidadão já contribui para o tal Fundo Partidário e está com as finanças exauridas de tanto patrocinar vantagens e benesses dos "pais da Pátria".

Ao fazê-lo, ela diz que está ouvindo a "voz rouca das ruas". Mas o povo quer mudar tudo e ela só dará mais do mesmo. Enquanto seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava que aumentará a carga tributária, com que o brasileiro não suporta mais arcar, para pagar promessas feitas para dissolver as passeatas das massas, ela reuniu 37 de seus 39 ministros, quase todos recrutados das bancadas dos partidos que alicia para seu palanque para a reeleição.

Talvez ela não tenha nomeado um ministro para cuidar das redes sociais porque o 40.º à mesa lembrará certo conto das 2.001 noites. Tal referência certamente não é nada agradável enquanto Rosemary Noronha, amiguinha íntima de seu padrinho e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, protagoniza um escândalo em que é acusada pela Polícia Federal (PF) de fazer parte de uma quadrilha que traficava influência na cúpula federal. Por que Dilma não aproveita a capacidade auditiva que nunca tinha demonstrado antes para dispensar seu ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, da condição de Maquiavel do Planalto para que ele solucione este caso e descubra quem lucrou com a tenebrosa transação da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás?

Mas ela preferiu foi se aproveitar com desfaçatez oportunista da conquista da Copa das Confederações, definindo a própria gestão, contestada em praça pública, como "padrão Felipão". Mesmo tendo o Datafolha revelado na véspera sua queda de 27 pontos porcentuais e a constatação de que já não ganharia a reeleição no primeiro turno. Em vez de reunir o Ministério, cujo número a incapacita de conversar com um por um, ela deveria tê-lo reduzido a 12, número fixado por Jesus Cristo como ideal para uma equipe administrável. Mas como esperar isso de quem convoca governadores, prefeitos, sindicalistas, gays e lésbicas para que a escutem, e não para ouvi-los?

Pelos decibéis de suas broncas em subordinados, que contrastam com o papel de boneco de Olinda (só que falante!) que ela desempenha em pronunciamentos públicos convocados para embromar os cidadãos, que trata como súditos, Dilma deve ter muita dificuldade em ouvir a própria voz. Quanto mais a dos interlocutores que convoca para... escutá-la! Seus berros de "otoridade", porém, não impedirão que os clamores da rua cheguem às casas dos brasileiros. A queda vertiginosa nas pesquisas deixa claro que as favas para a reeleição já não são contadas e, se ainda é cedo para prever sua eventual derrota no pleito, não custa lembrar que a galáxia de adesões obtidas com a barganha de cargos por apoio parlamentar pode encolher com os índices de prestígio.

De fato, seu antecessor e padrinho Lula caiu para 28 pontos (dois menos do que ela agora) na pesquisa Datafolha feita à época em que o mensalão foi denunciado e, ainda assim, se reelegeu. Só que agora o julgamento desse escândalo no Supremo Tribunal Federal STF) e a condenação de seus companheiros Dirceu e Genoino deram à Nação a certeza de que seu partido em nada contribuiu para reduzir a corrupção no País. E se ela continuar condescendendo com a inflação e a impunidade, os cidadãos poderão sair de suas casas e das ruas para votar contra a perenização do status quo que os deixa indignados.

* JOSÉ NÊUMANNE É JORNALISTA, POETA E ESCRITOR.

Mais uma etapa superada...