quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Por que / Por quê / Porque ou Porquê?
Existem
várias formas de diferenciar a forma exata de utilizar os porquês, entenda em
quais situações utilizar cada um.
O
uso dos porquês
O
uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a
análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não
haja mais imprecisão a respeito desse assunto.
Por
que
O
por que tem dois empregos diferenciados:
Quando
for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que,
possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:
Exemplos:
Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não
sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Quando
for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado
de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.
Exemplo:
Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)
Por
quê
Quando
vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá
vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual
razão”.
Exemplos:
Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar
cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Porque
É
conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”,
“para que”.
Exemplos:
Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não
vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)
Porquê
É
substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de
artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos:
O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me
um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
http://www.brasilescola.com/gramatica/por-que.htmHistória...
Salvador - A Primeira Capital do Brasil
Um
antigo mapa da Bahia de Todos os Santos, região da primeira capital do Brasil.
Assim
que passou a colonizar o Brasil de forma definitiva, o governo de Portugal se
viu obrigado a tomar uma série de medidas. Afinal de contas, para que a colônia
desse retorno financeiro, era de fundamental importância que as atividades aqui
desenvolvidas fossem fiscalizadas e tributadas. Além disso, era importante promover
a criação de leis que garantissem os interesses dos portugueses junto à
população colonial.
Nos
primeiros cinquenta anos da colonização do Brasil, observamos uma série de
problemas a serem resolvidos. Os colonos estavam espalhados de forma
desordenada pelo território brasileiro, a resistência de certas comunidades
indígenas impedia a dominação de vários territórios e havia uma série de
relatos da ação pirata promovida por embarcações estrangeiras.
Entre
os anos de 1530 e 1549, o Brasil foi administrado pela ação de particulares que
controlavam as chamadas capitanias hereditárias. Muitas vezes, a administração
exercida por essas pessoas não era muito eficiente e acabava exigindo que o
governo português tomasse providências mais sérias para que não perdesse o
controle da situação.
A
primeira ação tomada foi designar o português Tomé de Souza como governador-geral
do Brasil. Com ele chegou um grupo de aproximadamente quinhentas pessoas que
iriam auxiliá-lo a representar a Coroa Portuguesa no Brasil. Chegando ao
litoral da Bahia, o primeiro governador-geral do Brasil fez com que a cidade de
Salvador fosse criada como primeira capital do território colonial.
Essa
opção foi, na verdade, o cumprimento de uma das várias ordens entregues pelo
rei de Portugal, através de um documento chamado “regimento real”. Para alguns
historiadores, esse documento, que determinou a fundação da capital Salvador,
pode ser visto como a primeira “constituição” feita para o Brasil. Ao anunciar
a ordem do rei, Tomé de Souza teve uma enorme tarefa para cumprir.
Chegando
à região da capital, planejou o traçado da cidade com base no modelo de algumas
cidades italianas daquele mesmo período. Além disso, ordenou a construção de
uma muralha para realizar a proteção do espaço reservado à cidade. Mas não
pense numa muralha de tijolos. Com os poucos recursos do local, Tomé de Souza
encomendou uma muralha de taipa – uma mistura de barro, com palha e estacas de
madeira.
Dali
para frente, outras obras e ações seriam realizadas em Salvador. Na condição de
capital, essa cidade foi o centro das mais importantes decisões que vinham de
Portugal e deveriam ser aqui cumpridas. Além disso, várias questões políticas e
jurídicas a serem resolvidas passavam pelo olhar das autoridades que ali
ficavam.
A
escolha de Salvador como capital tinha também uma relação com a economia
açucareira. O Nordeste era o maior centro produtor de açúcar, que durante muito
tempo foi uma das mais importantes e mais rentáveis riquezas exploradas pelos
colonizadores. Desse modo, Salvador tinha uma posição estratégica para que a
comunicação com os grandes polos produtores de açúcar fosse facilitada.
Contudo,
no século XVIII, a crise do açúcar no mercado internacional – com a queda dos
preços e a concorrência de outros produtores – e a descoberta de metais
preciosos ao centro-sul do território brasileiro mudaram as coisas. No ano de
1763, a capital do Brasil foi repassada para o Rio de Janeiro. Desde então, a
importância econômica e política de Salvador nunca mais foi a mesma. Contudo,
ainda hoje, a cidade é um dos mais belos patrimônios arquitetônicos do nosso
país.
Viva a sabedoria...
Era dos Heráclitos
Heráclito
Heráclito
era uma figura e tanto, filho de nobres fundadores da cidade de Éfeso, tinha
uma personalidade conhecidamente melancólica. Publicamente desprezava os
poetas, filósofos, religiosos e cientistas de sua época.
Deixou-nos
duas lições que considero de grande importância, a primeira tem a ver com sua
obra. Mesmo sem ter sido mestre, escreveu um livro sobre a Natureza, todo em
prosa e no dialeto jônico, livro este, de extrema concisão, e graças a ele
recebeu o nome de Skoteinós, que significa o Obscuro. Heráclito era o filósofo
do movimento, da mudança. Dizia ele que tudo flui, nada permanece o mesmo. E
que não poderíamos nos banhar duas vezes no mesmo rio, por que ao entrarmos
novamente nele, é certo que o rio não será mais o mesmo e nem nós o seremos.
A
segunda lição tem a ver com sua vida, pois, era extremamente orgulhoso e
ridicularizava os médicos, vivia fazendo charadas para os outros como forma de
expor suas fragilidades intelectuais. Comportamento este pouco sociável, não é
à toa que vivia isolado nas montanhas se alimentando de plantas e ervas.
Conta-se que no final de sua vida, adquiriu uma doença na pele e foi à cidade
na tentativa de tratá-la com um médico. Mas, em todas as consultas que fez com
todos os médicos que tentou, ele só dizia charadas e frases enigmáticas, a
ponto de nenhum deles tê-lo entendido. Frustrado, enterrou-se num monte de
estrume acreditando que assim seria curado. Morreu ali mesmo. Seu corpo ficou
em estado tão deplorável, que foi enterrado no mesmo local, nas mesmas
condições que fora encontrado.
Hoje,
em nossa vida, nos deparamos com muitos Heráclitos, seja no ambiente pessoal,
seja no ambiente corporativo. Isso, quando nós mesmos não o somos. Sempre tem
aquela pessoa que nos enche de perguntas e quando são questionadas, rebatem com
uma pergunta que geralmente dispersa o foco da conversa, ainda que na cabeça
dela, isso tenha algum sentido.
Um
amigo de trabalho me falava há pouco tempo, sobre responsividade. Pois para
mim, responsividade é isso, é não ser “heraclitiano”, pois se ele tivesse sido
responsivo, não teria acabado do jeito que acabou. Heráclito era
reconhecidamente inteligente, mas na falta de importantes qualidades pessoais,
toda a sua inteligência não foi suficiente para impedir que ele acabasse,
literalmente, na m... (com o perdão da grosseria).
Arte...
Desenhos em Quadrinhos
História
em quadrinhos da Turma da Mônica, criação do Maurício de Sousa.
O
desenho em quadrinhos é uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o
intuito de narrar histórias dos mais diversos gêneros e estilos. São publicadas
em sua maioria no formato de revistas, livros ou em tiras de jornais e
revistas.
A
publicação de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX.
O estilo comics dos super-heróis americanos que predomina no país, tem perdido
espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses. Os dois estilos
têm sido empregados pelos artistas brasileiros.
A
tira é o único formato que desenvolveu um conjunto de características
profundamente nacionais. Apesar de não ser oriunda do Brasil, no país ela
desenvolveu características peculiares. Recebeu influências da ditadura durante
os anos 1960 e posteriormente de grandes nomes dos quadrinhos underground.
Em
1960, teve início a publicação da revista "O pererê", com texto e
ilustrações de Ziraldo. Nessa mesma década, o cartunista Henfil iniciou a
tradição do formato “tira”. Foi nesse formato de tira que estrearam os
personagens de Maurício de Sousa, criador da turma da Mônica. Suas histórias
passaram a ser publicadas em revistas, primeiramente pela revista Abril, em
1987 pela Editora Globo e a partir de 2007 pela Editora Panini.
Durante
a década de 1960, o golpe militar e seu moralismo travaram confronto com os
quadrinhos. Por outro lado, inspiraram publicações cheias de charges, como, por
exemplo, O Pasquim.
A
História em Quadrinhos no Brasil ganhou impulso na década de 1990, com a
realização da primeira e segunda Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro, em
1991 e 1993, e a terceira em Belo Horizonte, em 1997.
Entendendo...
Onze anos dos ataques às Torres Gêmeas
Para
compreender os ataques às Torres Gêmeas, realizados no dia 11 de setembro de
2001, é preciso primeiro entender a antiga e conturbada relação entre Ocidente
e Oriente.
Osama
Bin Laden, o responsável pelo ataque às Torres Gêmeas.
Há
exatamente onze anos o mundo assistia de forma perplexa o desabamento das famosas
Torres Gêmeas, o Word Trade Center, após os choques consecutivos de dois aviões
comerciais. Não se tratava de um mero acidente aéreo – o que muitos podem ter
pensado após o choque do primeiro avião – mas sim da execução de um plano
encabeçado por Osama Bin Laden. Somando-se os dois ataques às Torres, ao ataque
ao Pentágono e ao avião que caiu na Pensilvânia no mesmo dia, quase três mil
pessoas morreram. Desde aquela manhã de 11 de setembro de 2001, não apenas a
história dos Estados Unidos, mas a de todo o mundo, nunca mais seria a mesma.
Mas
para compreender um pouco melhor o que foi o “Onze de Setembro” é preciso
considerar, pelo menos em linhas gerais, o tipo de relação construída décadas
antes entre Oriente e Ocidente, fato que fomentaria o ódio de grupos radicais e
fundamentalistas. Como se sabe, o século XX foi marcado pelo pleno
desenvolvimento do capitalismo no mundo com seu coroamento como sistema
econômico dominante com o fim da Guerra Fria entre os anos 80 e 90. Dessa
forma, historicamente, as grandes potências mundiais localizadas no Ocidente
empreenderam cada vez mais o projeto de expansão de seus poderes econômico,
político e ideológico no mundo, vendo no Oriente uma oportunidade de
exploração, principalmente pelas características regionais: rica em reservas de
petróleo, além de uma posição estratégica geograficamente. Tanto pela luta
contra a expansão do bloco socialista no Oriente Médio (em plena Guerra Fria),
bem como pelo pretexto de proporcionar e financiar o desenvolvimento econômico,
a presença das potências ocidentais – em especial dos Estados Unidos – foi se
tornando uma realidade nessa região.
Contudo,
é preciso que se diga que se esse objetivo dos países capitalistas ocidentais
em poder explorar o Oriente não é algo novo, da mesma forma não é novidade o
repúdio e a contestação da presença ocidental por parcelas da população de
vários países dessa região. Obviamente, a presença de outros países deixa
patente o enfraquecimento e a perda de autonomia e soberania de uma nação. Em
outras palavras, ficaria sugerido que a presença ocidental prejudicaria os
países do Oriente, uma vez que estes (assim como outros países da chamada
periferia do capitalismo) deveriam submeter seus interesses aos do capital
estrangeiro, ocidental. Além disso, naturalmente, no bojo do capitalismo vem
sua indústria cultural, assim como seus valores, os quais certamente iriam na
contramão da cultura e da tradição religiosa do Oriente, acirrando um
estranhamento do ponto de vista étnico.
Em
meados da década de 1990, a Guerra do Golfo Pérsico, empreendida pelos Estados
Unidos, seria uma prova desse seu interesse em se fazer presente. Da mesma
forma, a tentativa de mediar um acordo nas questões do Oriente Médio entre
palestinos e israelenses seria outro exemplo. Contudo, a maior aproximação e
apoio a países como Israel não passaria despercebida. Segundo o site do Jornal
Estadão (O Estado de São Paulo), em notícia publicada em setembro de 2009, Bin
Laden afirmava que um dos fatores que teriam motivado o ataque às Torres Gêmeas
seria o apoio (não apenas político, mas também financeiro) dos EUA à Israel.
País de tradição judaica, Israel é historicamente inimigo do povo palestino
(islâmico em sua grande maioria), fato que o colocaria como nação inimiga do
Islã.
Porém,
essas questões são bem mais complexas do que aqui se expõe, mas em linhas
gerais apontam o que seria a matéria-prima para o fortalecimento de um ódio ao
Ocidente que encontraria suas bases num fundamentalismo religioso de natureza
islâmica, fundamentalismo este que declararia uma guerra santa. Vale destacar
que esta não traduziria, necessariamente, a opinião de todo o povo do Oriente
de maneira geral, mas sim de grupos extremistas como AL-Qaeda, Hezbolah, entre
outros mais radicais. Estas seriam as bases de um pensamento que, em 2001,
materializar-se-ia com os ataques ao Word Trade Center. O representante maior
dessa cultura ocidental e de seu sistema econômico gerador de exploração e
miséria eram os Estados Unidos e, dessa forma, a suntuosidade e a imponência das
duas torres seriam os símbolos do inimigo.
A
reação dos Estados Unidos aos ataques foi rápida, resultando nas Guerras do
Afeganistão e do Iraque, embora a efetividade dos motivos e dos resultados
desses empreendimentos seja discutida até hoje. Quase que de forma
esquizofrênica, os Estados Unidos declararam uma guerra permanente contra o
terror, contra os países que pudessem fazer parte do chamado “eixo do mal”, e
que poderiam estar envolvidos direta ou indiretamente com o terrorismo,
apoiando Osama Bin Laden. O que se seguiu foi a disseminação de um medo
internacional de possíveis ataques, além do preconceito e intolerância contra a
comunidade islâmica, uma das consequências mais negativas de todo esse
episódio.
Esse
rompante contra o terrorismo e a luta contra um inimigo do Ocidente,
personificado na figura de Osama Bin Laden – ao ponto do governo Bush
desconsiderar as opiniões e os tratados existentes entre a comunidade
internacional, declarando guerras e invasões como no caso do Iraque – se resume
em uma década de guerras e mortes de civis e soldados (também americanos) em
nome de uma paz que ainda não está garantida. As ações eram em nome de um
ataque preventivo às possíveis ações terroristas (às quais em tempo deveriam
ser desarticuladas) e, dessa forma, seria interessante a criação de uma
coalizão de países. Assim, nações europeias a exemplo da Inglaterra aderiram
aos planos de guerra do governo Bush. Tal adesão ganhou mais sentido quando, ao
longo desse período de dez anos, alguns ataques (de menores proporções)
ocorreram em cidades importantes como Madri (em 2004) e Londres (2005).
Num
primeiro momento, os esforços se concentraram no Afeganistão para a
desarticulação do regime talibã (apoiadores de Bin Laden, logo da Al Qaeda),
com um projeto, no mínimo contraditório, de impor a democracia como regime
político para aquele país. Em seguida, os Estados Unidos redirecionaram sua
estratégia de guerra, atacando o Iraque do ditador Sadam Hussein com o
propósito de também levar a democracia. Pelo menos em tese, a guerra contra o
Iraque se deu por conta do possível apoio de Sadam às organizações terroristas,
além de sua suposta propriedade e produção de armas nucleares (para destruição
em massa), acusação esta mais tarde desmentida. Assim, eram países que
compunham o eixo do mal.
Contudo,
olhando criticamente não apenas o resultado, mas as condições do
desenvolvimento dessas ações dos Estados Unidos, especialistas afirmam que nas
entrelinhas desses empreendimentos contra o terror estava um projeto de
expansão e fortalecimento da hegemonia norte-americana no mundo e que tinha a
questão do combate ao terrorismo mais como pretexto do que como objetivo.
Passados
dez anos, é possível fazer um breve balanço das transformações ocorridas na
ordem mundial, relacionando-as com esses famigerados ataques em uma manhã de
setembro em Nova York. Apesar de Osama Bin Laden estar morto desde maio de
2011, e apesar de os Estados Unidos terem ocupado com relativo sucesso o
Afeganistão e o Iraque (aliás, com a captura de Sadam e sua condenação à morte,
posteriormente), a vitória americana não necessariamente se configurou a
contento.
Alguns
trilhões de dólares foram (e ainda serão) desembolsados pelo governo
norte-americano em nome da guerra, o que, se somado à política econômica
nacional nos últimos anos, fez com que os Estados Unidos aumentassem
substancialmente sua dívida. As crises econômicas, como as de 2008 e 2011,
enfrentadas pelo país (e, obviamente, pelo mundo) contribuiriam para o
enfraquecimento da hegemonia americana, que agora divide espaço com países em
forte crescimento econômico como a China (isso sem falar no fortalecimento de
outros que compõem o BRICS, como o Brasil). Assim, o desvario por uma caça aos
terroristas, mas que tinha como real objetivo realçar o poder norte-americano
no mundo, resultou em um grande fracasso. De tal modo, os Estados Unidos saíram
diminuídos, menores do que quando entraram nas guerras. Em outras palavras,
ocorreu uma fragilização do imperialismo norte-americano (embora seja
incontestável que os EUA são e serão poderosos por um bom tempo, dado seu poder
bélico, tecnológico e financeiro no mundo), e uma consequente rearticulação dos
atores internacionais, com o surgimento de novos blocos e da reorientação das
relações entre os países.
Além
disso, a luta contra o terror promoveu a exacerbação do xenofobismo, da
intolerância, da perseguição ao islamismo, assim como práticas polêmicas pelas
forças de Estado em nome de uma segurança e defesa nacionais. Prova disso seria
o lamentável equívoco cometido pelo governo inglês ao matar um brasileiro (Jean
Charles de Menezes) em 2005, por confundi-lo com um suspeito de terrorismo.
De
fato, alguns pontos merecem destaque: não houve outro ataque de mesmas
proporções que as do 11 de Setembro, e a Al-Qaeda realmente se fragilizou com a
morte de Bin Laden. Porém, isso não significa, infelizmente, que outros eventos
de cunho terrorista não venham a ocorrer. Afinal de contas, a forma como os
Estado Unidos intervieram apenas ampliou sua imagem negativa para o Oriente, o
que pode permitir que, para alguns, o discurso de grupos radicais e fundamentalistas
faça mais sentido do que nunca. Mesmo assim, pode-se pensar numa avaliação
menos pessimista quando se olha para a “Primavera Árabe” (Revolução Política
que tem transformado regimes como o Egito e a Líbia), uma vez que os jovens do
Oriente estariam percebendo a importância da luta política, desinteressando-se
por medidas radicais e de violência tão características dos extremismos
religiosos, fato que poderia diminuir adeptos aos grupos fundamentalistas.
Assim, menos jovens poderiam estar interessados em se tornar pilotos suicidas
em nome de Alá e do nacionalismo, mas sim compreendendo outras possibilidades
de luta.
http://www.brasilescola.com/sociologia/dez-anos-dos-ataques-as-torres-gemeas.htmCurioso...
Navegar é preciso, viver não é preciso
A
frase afamada por Fernando Pessoa foi originalmente proferida pelo general
romano Pompeu.
No
mundo das letras, sabemos que o processo criativo nem sempre se encerra na
mente geniosa de um escritor capaz de gerar um mundo completamente isento da
realidade que o cerca. Cada vez mais, estudiosos vem detectando que vários
romances, contos, poemas e canções se mostram ricamente contaminados pelos
valores de seu tempo. Em alguns casos, ainda é possível ver que o processo
criativo também abraça referências históricas bastante remotas em relação ao
tempo em que vive o autor.
Ao
falarmos que “navegar é preciso, viver não é preciso”, alguns logo citam a
genialidade do escritor português, Fernando Pessoa. Indo um pouco mais adiante
sobre o estudo dessa frase, aponta este que, o poeta ao mesmo tempo em que
lançava uma sentença sobre a condição do homem, dialogava ricamente com a
tradição histórica dos portugueses na exploração dos mares. Contudo, devemos
saber que essa interpretação está longe de remontar as origens da afamada
frase.
No
século I a.C., os romanos viviam ativamente o seu processo de expansão
econômica e territorial. Na medida em que Roma se transformava em um império de
dimensões gigantescas, a necessidade de desbravar os mares, se colocava como
elemento fundamental para o fortalecimento de uma das mais importantes
potências de toda a Antiguidade. Foi nesse contexto que o general Pompeu, por
volta de 70 a.C., foi incumbido da missão de transportar o trigo das províncias
para a cidade de Roma.
Naqueles
tempos, os riscos de navegação eram grandes, em virtude das limitações
tecnológicas e dos vários ataques piratas que aconteciam com relativa
frequência. Sendo assim, os tripulantes daquela viagem viviam um grave dilema:
salvar a cidade de Roma da grave crise de abastecimento causada por uma
rebelião de escravos, ou fugir dos riscos da viagem mantendo-se confortáveis na
cidade de Sicília. Foi então que, de acordo com o historiador Plutarco, o
general Pompeu proferiu essa lendária frase.
De
fato, a afirmação do general Pompeu surtiu bons frutos. A viagem foi realizada
com sucesso e o militar ascendeu ao posto de cônsul com amplo apoio das camadas
populares romanas. Pouco tempo depois, esse mesmo prestígio o fez ser um dos
integrantes do Primeiro Triunvirato que governou todo o território romano.
Afinal, será que foi a vitória da história de Pompeu que levou o lendário
escritor português a tomar empréstimo dessa instigante sentença? Quem sabe!
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