quarta-feira, 7 de agosto de 2013

História...

Salvador - A Primeira Capital do Brasil
Um antigo mapa da Bahia de Todos os Santos, região da primeira capital do Brasil.
Assim que passou a colonizar o Brasil de forma definitiva, o governo de Portugal se viu obrigado a tomar uma série de medidas. Afinal de contas, para que a colônia desse retorno financeiro, era de fundamental importância que as atividades aqui desenvolvidas fossem fiscalizadas e tributadas. Além disso, era importante promover a criação de leis que garantissem os interesses dos portugueses junto à população colonial.

Nos primeiros cinquenta anos da colonização do Brasil, observamos uma série de problemas a serem resolvidos. Os colonos estavam espalhados de forma desordenada pelo território brasileiro, a resistência de certas comunidades indígenas impedia a dominação de vários territórios e havia uma série de relatos da ação pirata promovida por embarcações estrangeiras.

Entre os anos de 1530 e 1549, o Brasil foi administrado pela ação de particulares que controlavam as chamadas capitanias hereditárias. Muitas vezes, a administração exercida por essas pessoas não era muito eficiente e acabava exigindo que o governo português tomasse providências mais sérias para que não perdesse o controle da situação.

A primeira ação tomada foi designar o português Tomé de Souza como governador-geral do Brasil. Com ele chegou um grupo de aproximadamente quinhentas pessoas que iriam auxiliá-lo a representar a Coroa Portuguesa no Brasil. Chegando ao litoral da Bahia, o primeiro governador-geral do Brasil fez com que a cidade de Salvador fosse criada como primeira capital do território colonial.

Essa opção foi, na verdade, o cumprimento de uma das várias ordens entregues pelo rei de Portugal, através de um documento chamado “regimento real”. Para alguns historiadores, esse documento, que determinou a fundação da capital Salvador, pode ser visto como a primeira “constituição” feita para o Brasil. Ao anunciar a ordem do rei, Tomé de Souza teve uma enorme tarefa para cumprir.

Chegando à região da capital, planejou o traçado da cidade com base no modelo de algumas cidades italianas daquele mesmo período. Além disso, ordenou a construção de uma muralha para realizar a proteção do espaço reservado à cidade. Mas não pense numa muralha de tijolos. Com os poucos recursos do local, Tomé de Souza encomendou uma muralha de taipa – uma mistura de barro, com palha e estacas de madeira.

Dali para frente, outras obras e ações seriam realizadas em Salvador. Na condição de capital, essa cidade foi o centro das mais importantes decisões que vinham de Portugal e deveriam ser aqui cumpridas. Além disso, várias questões políticas e jurídicas a serem resolvidas passavam pelo olhar das autoridades que ali ficavam.

A escolha de Salvador como capital tinha também uma relação com a economia açucareira. O Nordeste era o maior centro produtor de açúcar, que durante muito tempo foi uma das mais importantes e mais rentáveis riquezas exploradas pelos colonizadores. Desse modo, Salvador tinha uma posição estratégica para que a comunicação com os grandes polos produtores de açúcar fosse facilitada.

Contudo, no século XVIII, a crise do açúcar no mercado internacional – com a queda dos preços e a concorrência de outros produtores – e a descoberta de metais preciosos ao centro-sul do território brasileiro mudaram as coisas. No ano de 1763, a capital do Brasil foi repassada para o Rio de Janeiro. Desde então, a importância econômica e política de Salvador nunca mais foi a mesma. Contudo, ainda hoje, a cidade é um dos mais belos patrimônios arquitetônicos do nosso país.

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