sexta-feira, 6 de setembro de 2013

História...

Arqueólogos descobrem salão de banquetes giratório de Nero
Arqueólogos descobrem em Roma salão giratório usado pelo imperador romano Nero para servir banquetes.
Arqueólogos em Roma descobriram na última terça-feira, dia 29, o que acreditam ser as ruínas de um salão giratório para banquetes do imperador romano Nero.
Acredita-se que a estrutura girava em torno de um pilar central, noite e dia, para imitar o movimento da Terra e impressionar convidados.
Os cientistas acreditam que o salão era movimentado por um mecanismo sob o chão, provavelmente impulsionado por uma corrente de água constante.
O salão teria sido parte do Palácio Dourado, construído por Nero no século 1 da era cristã.
A equipe de arqueólogos também acredita que o teto do salão tinha painéis de marfim que se abriam, espalhando perfume e flores sobre os convidados.
O imperador cometeu suicídio no ano em que o local terminou de ser construído.
Fonte: BBC Brasil
http://www.sohistoria.com.br/atualidades/tx/17.php

Viva a sabedoria...

Hobbes e o estado de natureza
Hobbes afirma que no estado de natureza os homens podem todas as coisas. Por isso, eles utilizam todos os meios disponíveis para consegui-las.
Para Hobbes os homens são maus por natureza.
No estado de natureza, segundo Hobbes, os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. Conforme esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado.

Um homem só se impõe a outro homem pela força; a posse de algum objeto não pode ser dividida ou compartilhada. Num primeiro momento, quando se dá a disputa, a competição e a obtenção de algum bem, a força é usada para conquistar. Não sendo suficiente, já que nada lhe garante assegurar o bom usufruto do bem, o conquistador utiliza-se da força para manter este bem (recorre à violência em prol da segurança desse bem).

Em decorrência desse bom uso das faculdades naturais (para a conquista de algum bem é feito o bom uso da razão, da paixão, da experiência e da força física), forma-se uma reputação que nada mais é do que ver expresso pelos outros aquele reconhecimento valorativo que se autoconfere (vanglória). Esse reconhecimento é também causa da discórdia, porque nenhum homem se vê inferior aos outros e, por isso, impõe-se violentamente sobre os outros como superior.

Assim, e por causa da pouca diferença física ou intelectual entre os homens no estado natural, Hobbes percebe que nessa condição tudo é possível, já que não há regras que impeçam os homens de tomar o que é de outrem, nem que os impeçam de infligir sofrimento ao outro. Todo homem é potencialmente uma ameaça a outro homem e esta é aceita passiva ou ativamente. As paixões são subjetivas e inumeráveis, mas todas tendem a um fim máximo: a preservação da vida e a supressão da dor. Isso permite um convívio com os outros numa relação de ajuda mútua para a manutenção desse fim. Mas ainda assim há outras relações que têm fins diferentes. Mesmo promovendo uma regulação que mantenha o respeito e a ordem, cabe decidir quem promoverá essa regulação. Essa disputa que transcende o indivíduo e engloba grupos de indivíduos, e que também vê nessa dominação uma defesa contra a dominação de outrem, é o que caracteriza a sociedade civil. Aqui há um direcionamento do poder de violência de cada um para um corpo representativo que vai utilizá-lo para a manutenção do princípio de preservação e paz.

Vê-se, então, que o convívio não é de boa vontade, nem é agradável, mas sim convencional, aceitável e tolerável, em que os homens se abrigam, fugindo daquele estado de guerra generalizada de todos contra todos, evidenciando a necessidade de criação do Estado, a partir de um contrato social que visa a abdicação do poder ilimitado de cada um e um redirecionamento desse poder (poder de polícia) para a manutenção da ordem e da estabilidade.

Portanto, para Hobbes, a liberdade absoluta e a evidência da potência das faculdades naturais do homem desencadeiam essa desconfiança recíproca e contínua, gerando medo, o que justificaria a criação de um artifício para solucionar as desordens internas de uma sociedade. O grande Leviatã, o Estado, é esse artifício humano capaz de sanar essas desordens. É assim também que entendemos a criação de leis. O que se denomina juspositivismo nada mais é do que a compreensão de que a lei natural deve ser abolida, suprimida pela ordem convencional, artificial, inventada pelos homens tendo em vista um bem comum que é a preservação da vida.

Arte...

Mona Lisa

Mona Lisa (ou La Gioconda) é uma famosíssima obra de arte feita pelo italiano Leonardo da Vinci. O quadro, no qual foi utilizada a técnica do sfumato, retrata a figura de uma mulher com um sorriso tímido e uma expressão introspectiva.

Em 1516, Leonardo da Vinci levou a obra da Itália para a França, quando foi trabalhar na corte do rei Francisco I, o qual teria comprado o quadro. Depois disso, a obra passou por várias mãos, chegando até mesmo a ser roubada. Napoleão Bonaparte, por exemplo, tomou a obra para si. Em 1911, a obra de arte foi roubada pelo italiano Vincenzo Peruggia, que a levou novamente para a Itália. Peruggia pensava que Napoleão havia tomado o quadro da Itália e levado para a França, assim desejou levar novamente a obra para sua terra natal.

Uma das grandes discussões no meio artístico é sobre a mulher representada no quadro. Muitos historiadores acreditam que o modelo usado no quadro seja a esposa de Francesco del Giocondo, um comerciante de Florença. Outros afirmam que seja Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para a qual da Vinci trabalhou alguns anos. Para Lillian Schwartz, cientista dos Laboratórios Bell, Mona Lisa é um autorretrato de Leonardo da Vinci.

Atualmente, o quadro fica exposto no Museu do Louvre, em Paris, França. Mona Lisa é, quase que certamente, a mais famosa e importante obra de arte da história, sendo avaliada, na década de 1960, em cerca de 100 milhões de dólares americanos, lhe conferindo, também, o título de objeto mais valioso, segundo o Guinness Book.
http://www.brasilescola.com/artes/mona-lisa.htm

Entendendo...

Pena de Morte
Também conhecida como pena capital, é a condenação à morte daquele que tenha cometido crimes como traição à pátria e assassinato, a sentença é dada pelo poder judiciário.

Este tipo de sentença já foi abolida em vários lugares do mundo, porém ainda existem países os quais praticam a pena de morte, à exemplo os Estados Unidos, China, Afeganistão, etc.

No Brasil a pena de morte foi abolida parcialmente, atualmente só pode ser aplicada em tempo de guerra. A aplicação da sentença poderiam ser das seguintes formas;

• Injeção Letal (aplica-se por via intravenosa, e de forma continua, barbitúricos de ação rápida de quantidade letal, combinados com produtos químicos paralisantes-muscular.
• Fuzilamento (é disparado vários tiros simultaneamente sobre indivíduos condenados a morte)
• Estrangulamento (pressiona o pescoço interrompido o fluxo de oxigênio para o cérebro)
• Câmera de Gás
• Eletrocussão (cadeira elétrica)
• Asfixia (insuficiência de oxigenação sistêmica)
• Crucificação (era uma espécie de ritual, primeiro o individuo era flagelado e depois crucificado)
• Fogueira (o individuo era amarrado e em torno dele ascendiam as lenhas e ele morria queimado).
http://www.brasilescola.com/sociologia/pena-de-morte.htm

Curioso...

O Pesadelo dos Ursos Dançarinos da Índia
Urso submetido a dominação humana para dançar para turistas.
Existe na Índia uma prática lamentável, que acontece com uma espécie de urso denominada ursos beiçudos, são animais capturados ainda filhotes, a partir daí são “treinados” a dançar, com intuito de ganhar dinheiro dos turistas, geralmente algumas moedas, preço alto é o que esses ursos pagam, é praticamente tortura.

 Eles são amarrados pelo focinho, muitas vezes os seus donos arrancam seus dentes para que não ofereçam riscos de ataques, devido aos maus tratos muitos animais se encontram com infecções, não ingerem alimentos suficientes, por causa da subnutrição muitos ficam cegos, além de ficar com o sistema imunológico comprometido, adquirindo doenças facilmente.

Essa atitude é comum há muito tempo e por causa delas surgiu uma organização protetora chamada wildLife SOS, que junto ao Governo Indiano criou centros de reabilitação para os ursos beiçudos. A medida atinge os animais e também seus donos, que por falta de trabalho, ganham o sustento dessa forma, para esses foram adotadas medidas que oferecem qualificação profissional e acesso a educação.

A partir dessa atitude alguns resultados foram obtidos, pois mais de 380 ursos foram resgatados, no entanto ainda tem muito que fazer, pois existem outros 600 ursos na mesma situação de maltrato e tortura, sem contar os filhotes que correm o risco de ser capturados para mais tarde se tornar dançarinos.

Essa situação possui dois agravantes, o primeiro é o ambiental, com a preservação da fauna e da integridade física dos animais, e o segundo agravante é o fator social, fatores que levam as pessoas a cometer tais atos (desemprego, falta de oportunidade, educação, desigualdades sociais etc.), tornando assim polêmico o contexto.

Piada...

Um eletricista vai até a UTI de um hospital, olha para os pacientes ligados a diversos tipos de aparelhos e diz-lhes: Respirem fundo: vou trocar o fusível.

Devanear...

O Exército de Cavalaria (Red Cavalry/Konármia), de Isaac Bábel
por Christian von Koenig em 26/08/2011
“O horror então é duplo: sentimos que a descrição nos choca, porém ignoramos o choque para seguir adiante. Assim, tornamo-nos também soldados; somos agora mais do que leitores, somos personagens da história.”

Não poderia falar sobre este livro sem antes recorrer à citação de Maiakovski, quando escreve: “Sem forma revolucionária não há arte revolucionária.” Bábel, posto que partidário do Comunismo e escritor engajado, fez levou a máxima à maestria.

Nascido em 1984, em Odessa, Ucrânia, e originário de uma família judaica, Isaac Bábel teve de lidar desde cedo com as perseguições aos sectários de sua fé, por meio de pogroms, e com o dilema estabelecido entra a ideologia e a crença, como conferimos nesta passagem do conto O filho do Rabino:

“Tudo estava amontoado ali, as credenciais de agitador e as anotações de um poeta judeu. Retratos de Lênin e de Maimônides jaziam lado a lado. O ferro nodoso do crânio de Lênin e a seda opaca dos retratos de Maimônides. Uma mecha de cabelos femininos servia de marcador num livro com as deliberações do Sexto Congresso do Partido, e nas margens das páginas comunistas apertavam-se as linhas tortuosas de antigos versos hebraicos. Qual chuva rala e triste, caíam sobre mim páginas do Cântico dos Cânticos e cartuchos de revólver.” – Na tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade para a Cosac Naify.

Judeu e comunista, via-se dividido, pois se para os judeus o Comunismo era uma ameaça, para os comunistas o Judaísmo, bem como as demais religiões, era uma instituição ultrapassada, portanto desnecessária e até malévola. Vale aqui ressaltar que o Império Russo teve a maior população judaica da Diáspora e que o Comunismo pregava tanto o ateísmo quanto o internacionalismo.


Essa e outras ambiguidades de caráter estão impressas ao longo dos 36 contos que compõem O Exército de Cavalaria. São textos narrados por muitas vozes, com predominância de certo Kirill Vassílievitch Liútov, alterego do autor, e com uma fascinante reincidência de personagens, tal o filho do Rabino e Sachka. Escritos entre as décadas de 20 e 30 do século passado, todos eles giram em torno da Guerra Polaco-Soviética (1919-1921), da qual o próprio Bábel participou.

O conflito antepunha a Polônia e a República da Ucrânia contra a Rússia e Ucrânia Soviéticas, primeiramente como uma disputa por território iniciada pelos poloneses, para então ganhar uma conotação política nas mãos de Lênin e Trotsky, pois com a derrota da Polônia os soviéticos teriam o caminho livre para espalhar a “Revolução permanente” pela Europa. Essa guerra, no entanto, teve como vitoriosos os poloneses, com o sucesso em batalhas históricas como a de Varsóvia.

Bábel, mirrado e míope, além de judeu, foi destacado para a divisão de cavalaria do Exército Vermelho. Enquanto lutava pela Revolução Comunista, outra, mais íntima, ocorria em seus cadernos de anotações, infelizmente hoje perdidos. Neles surgia uma literatura a par com os novos tempos. O Exército de Cavalaria surpreende em várias esferas: é o retrato das contradições de um pensador, é o terror e a frieza de um soldado, é a impressão de um homem do século XX e é a tentativa de conciliação de todos esses lados por parte do escritor.

Estes contos são a consciência da Modernidade, são as vísceras da guerra. Neles não há espaço para julgamentos, o próprio cenário e a rápida sucessão de acontecimentos não permitem a reflexão do acontecido. O horror então é duplo: sentimos que a descrição nos choca, porém ignoramos o choque para seguir adiante. Assim, tornamo-nos também soldados; somos agora mais do que leitores, somos personagens da história.

E o autor não nos poupa dos detalhes sórdidos, chega a agir mesmo com indiferença diante das atrocidades do campo de batalha, segundo o velho lema de escolher a demência para não perder a sanidade. Disso resultou homens com os órgãos expostos ainda vivos, inocentes fuzilados sem porquê, cavalos ensanguentados a marchar, cidadãos famintos e maltratados, tudo descrito sem o menor apelo sentimental, como se a insensibilidade integrara um hábito, conforme lemos neste diálogo em Zámostie:

“Ficamos reduzidos a um cavalo. A montaria mal deu conta de nos tirar de Sitanietz. Eu ia na sela; Vólkov, na garupa.
Os comboios corriam, rangiam e atolavam na lama. A manhã evaporava-se de nós como o clorofórmio da mesa do hospital.
- Você é casado, Liútov? – perguntou Vólkov à queima-roupa, montado na garupa.
- Minha mulher me abandonou – respondi; cochilando por alguns instantes, sonhei que estava dormindo numa cama.
Silêncio.
Nosso cavalo cambaleava.
- Esta égua não vai aguentar mais de duas verstas – diz Vólkov, montado na garupa.
Silêncio.
- Perdemos a campanha – resmunga Vólkov, e começa a roncar.
- É – digo eu.”

Até porque Bábel não teve a mínima intenção de fazer uma literatura sentimental, abstrata. Ao contrário, seus escritos são imagéticos, reais, concretos. Daí nascem expressões tais: “um sol alaranjado rola pelo céu como uma cabeça decepada” e “o cheiro de sangue e dos cavalos mortos pinga no frescor da tarde” (do conto A travessia de Zbrutch); ou “uma lua desamparada vagava pela cidade” (Pan Apolek), “sentado à parte, eu tirava uma pestana, os sonhos pulavam ao meu redor feito gatos” (O sol da Itália) e “inchadas de tinta, as nuvens apagavam as estrelas” (Zámstie).

Apenas não o tomemos por um partidário acrítico do Comunismo. Sua visão da Revolução sempre foi bastante lúcida, ao contrário dos discursos inflamados de seus líderes, exageros estes ironizados em diversos momentos das narrativas. Chegou mesmo a ser considerado contrarrevolucionário por não compartilhar de uma opinião tão otimista a respeito do movimento. Preso e condenado, sua morte ainda é um mistério. Teria sido executado entre 1940 e 1941, mas não se sabe exatamente quando.

Em Guedáli, um dos contos emblemáticos desta reunião, ao lado de Uma carta e O sal, encontramos o seguinte questionamento do personagem-título, para o qual Bábel nos parece também não ter descoberto a resposta:

“- Mas o polonês estava atirando, meu caro pan, porque ele era a contrarrevolução. E vocês atiram porque são a Revolução. Mas a Revolução é alegria. E a alegria não gosta de ter órfãos pela casa. O homem bom faz boas obras. A Revolução é uma boa obra de homens bons. Mas homens bons não matam. Então, quer dizer que quem faz a Revolução são os homens maus. Mas os poloneses também são homens maus. Quem dirá a Guedáli de que lado está a Revolução e de que lado está a contrarrevolução?”

Terminemos com o trecho mais conhecido – e provavelmente mais importante – de O Exército de Cavalaria. O sal sintetiza toda a cegueira humana, toda a descrença e todo o desespero de um homem que luta por um ideal do qual não se convence por completo e que por ele pode morrer a qualquer instante, enquanto vê sua terra e seu povo definharem:

“Confesso que realmente atirei a tal cidadã para fora do trem em movimento, num declive, mas ela, de tão ordinária, ficou um tempo ali sentada, sacudiu as saias e seguiu seu caminho de sordidez. E, ao ver aquela mulher intacta e a indescritível Rússia que a rodeava, e os campos dos camponeses sem uma só espiga, e as moças ultrajadas, os muitos camaradas que vão para o front e os poucos que voltam, me deu vontade de pular do vagão para dar um fim na minha vida, ou na dela. Mas os cossacos ficaram com pena de mim e disseram:
- Passa fogo nela.
E, apanhando minha fiel arma na parede, varri aquela vergonha da face da terra trabalhadora e da República.”

Sugestão:
O Exército de Cavalaria, Editora Casac Naify, 2006, Tradução e apresentação de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade, Posfácios de Boris Schnaiderman e Otto Maria Carpeaux, 256 pp. Aliás, a coleção Prosa do Mundo, pela qual este livro foi publicado, conta ainda com outras maravilhas pouco conhecidas no Brasil, como Jacobsen, Breton e outros.

Mais uma etapa superada...