quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Refletir...
“Cada homem deve ser inabalável e deve ser seu próprio universo. Somos
espíritos em evolução, o que explica a frase "errar é humano". Somos
espíritos imortais, o que desmente a frase "a vida é curta".”
Provérbio Chinês
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Conjunção
Definição, tipos de conjunção e
exemplos.
Conjunção
A palavra “conjunção” provém de
“conjunto”. Vejamos a definição do último termo no dicionário Aurélio:
Conjunto: adj. 1. Junto simultaneamente. sm. 2 Reunião das partes dum todo.
Já o sufixo -ção tem significado de
“resultado de uma ação”. Logo, se associarmos as duas definições, temos que:
conjunção é a ação de juntar simultaneamente as partes de um todo.
Com essa primeira definição, vejamos
essa frase composta por três verbos, ou seja, por três orações:
Os dias passam, as prestações chegam,
a vida continua.
Vamos acrescentar na frase acima as
palavras e e mas:
Os dias passam e as prestações
chegam, mas a vida continua.
Notamos o seguinte: retiramos a
vírgula e substituímos por palavras, e ao fazê-lo ligamos uma oração à outra,
criamos um vínculo, uma união. A palavra e está ligando as orações 1 e 2 e a
palavra mas está ligando as orações 2 e 3. Portanto, as palavras e e mas que
unem as frases são exemplos de conjunção.
Agora, vejamos esse outro exemplo:
Amor e carinho são sentimentos que
estão em falta no nosso dia a dia.
Observamos que as palavras amor e
carinho têm a mesma função na frase, a de sujeito da oração. O e está ligando
essas duas palavras equivalentes, ou seja, de mesma função na oração. A ação de
unir simultaneamente as partes (amor, carinho) de um todo (sujeito) foi feita a
partir da palavra e, a qual é, portanto, uma conjunção.
Podemos agora definir conjunção de
uma segunda maneira, a usada pela maioria dos gramáticos, por ser definição do
dicionário:
Conjunção é a palavra invariável que
relaciona duas orações ou dois termos que exercem a mesma função sintática.
Conjunção coordenada e subordinada
As conjunções podem ser classificadas
em coordenativas e subordinativas, o que dependerá da relação que estabelecem
entre as orações.
Vejamos essas duas frases:
Maria caiu e torceu o tornozelo.
Gostaria que você fosse sincera.
No primeiro caso temos duas orações
independentes, já que separadamente elas têm sentido completo: Maria caiu e
Maria torceu o tornozelo. O período é composto por coordenação, pois as ações
são sintaticamente completas em significado.
No segundo caso, uma oração depende
sintaticamente da outra. O verbo “gostaria” fica sem sentido se não há
complemento, o que causa o questionamento seguinte: “gostaria de quê?”. Assim,
a oração “que você fosse sincera” é complemento e, portanto, subordinada à
primeira oração “Gostaria”. A palavra que, então, é a conjunção subordinativa
que une as duas orações.
Locução conjuntiva
Há ainda a locução conjuntiva, que
acontece quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. Alguns
exemplos são: desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo que, ainda
que.
Vejamos um exemplo:
Ele irá te ajudar, desde que você
faça a sua parte.
Temos duas orações: “Ele irá te
ajudar” e “você faça a sua parte”, ligadas pela locução conjuntiva desde que.
Interessante...
5 coisas estranhas que já foram encontradas em estacionamentos
Prepare-se para conferir uma lista
bem inusitada de artefatos e seres que já foram descobertos nesses locais
Foi-se o tempo em que arqueólogos e
aventureiros tinham que sair pelo mundo em busca de relíquias históricas! De
uns tempos para cá — principalmente depois que todo mundo resolveu reformar ou
construir estacionamentos — diversos artefatos interessantes acabaram sendo
descobertos enterrados bem no meio de cidades. E você aí pensando que somente
veículos poderiam ser encontrados nesses locais, não é mesmo?
Aliás, o novo “point” sem dúvida é o
Reino Unido, onde um cemitério e até mesmo o esqueleto de um infame monarca
foram encontrado recentemente. O pessoal do Discovery News publicou uma
interessante lista de coisas inusitadas que foram descobertas recentemente em
estacionamentos, e você pode conferir algumas delas a seguir:
1 – Parlamento Viking
Fonte da imagem: Reprodução/Live
Science
Descoberto no mês passado em
Dingwall, na Escócia, o sítio datado do século 11 era um local no qual os
antigos vikings se reuniam para tomar decisões de cunho político, resolver
questões legais e definir novas leis.
2 – Igreja Medieval
Fonte da imagem: Reprodução/Live
Science
Conforme mencionamos acima, a ossada
do infame monarca britânico Ricardo III foi descoberta sob um estacionamento em
Leicester, na Inglaterra. Contudo, antes de se depararem com o esqueleto, os
arqueólogos responsáveis pelo achado encontraram uma antiga igreja medieval no
mesmo local.
3 – Cemitério romano
Fonte da imagem: Reprodução/
Discovery News
Mais uma descoberta incrível feita em
Leicester foi a de um antigo cemitério romano de 1.700 anos, também enterrado
sob um estacionamento. O sítio continha 13 sepulturas, e aparentemente era bem
liberal, já que tanto ossadas de cristãos como de pagãos foram encontradas.
4 – Cavaleiro medieval
Fonte da imagem: Reprodução/
Discovery News
Desta vez a descoberta não foi em
Leicester, mas em Edimburgo, na Escócia. Durante a construção de um novo
edifício, uma equipe de arqueólogos que acompanhava a obra encontrou uma tumba
pertencente a um cavaleiro medieval datada do século 13, decorada com uma cruz
de cavalaria e uma espada, que eram sinais que indicavam nobreza.
5 – Menções honrosas
25 mil abelhas mortas
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
Um estacionamento no Oregon se
transformou no “cemitério” de milhares de abelhas depois que um pesticida feito
à base de uma substância neonicotinoide — originária da nicotina — foi
borrifado para proteger as plantas do local do ataque de pulgões.
Jacarés
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
Acredite, dois jacarés foram
encontrados no estacionamento de um supermercado em Long Island, nos EUA, e em
duas ocasiões diferentes! Os animais foram capturados por serviços de
emergência e, felizmente, não existem registros de vítimas. Aliás, um terceiro
jacaré também foi descoberto — só que não em um estacionamento — na mesma
região, perambulando pelo jardim de uma casa.
http://www.megacurioso.com.br/Arqueologia/39968-5-coisas-estranhas-que-ja-foram-encontradas-em-estacionamentos.htm
História...
Os primeiros trinta anos
Em primeiro lugar, é importante saber
que o Brasil, no decorrer de sua História, passou sucessivamente por três períodos
políticos:
colonial: inicia-se com o
Descobrimento, por parte do navegador português Pedro Álvares Cabral. Nesse
período, o Brasil era dependente da política portuguesa, isto é, todas as
decisões relativas ao nosso país vinham da nossa Metrópole: Portugal. Esse
período termina com a proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822.
monárquico: após a independência, foi
adotada a forma monárquica de governo. Entre 1822 e 1831 temos o Primeiro
Reinado, com o governo de D. Pedro I; a partir dessa data até 1840, o Período
Regencial, devido à menoridade de D. Pedro de Alcântara; daí até 1889, o
Segundo Reinado, exercido por D. Pedro II.
republicano: inicia-se com a
proclamação da República pelo marechal Deodoro da Fonseca e vem até os dias
atuais. O período republicano também pode ser dividido em fases: a República
Velha (1889 – 1930), o período de Getúlio Vargas (1930 – 1945) e a República
Nova (de 1945 em diante).
Do longo período colonial, veremos
agora os primeiros trinta anos, que receberam a denominação de Período
Pré-Colonial, isto é, anterior ao processo de colonização.
Deve-se isto ao fato de Portugal,
mais interessado no lucrativo comércio de especiarias asiáticas, dar um mínimo
de atenção à nova colônia, que foi, assim, objeto de um tratamento secundário.
Apenas expedições de reconhecimento e defesa eram enviadas e por vezes
estabeleciam feitorias no litoral.
Colonizar significa mais do que isso:
envolve povoamento, organização da economia e da administração da colônia.
As expedições
O primeiro tipo de expedições que
Portugal enviou ao Brasil tinha por finalidade reconhecer o litoral da nova
terra descoberta, sendo, por isso, denominadas expedições exploradoras.
Primeira Expedição (1501)
Com o objetivo de fazer uma
exploração geográfica da terra, em 1501 foi enviada a primeira expedição,
comandada por Gaspar de Lemos e contando com a participação de Américo
Vespúcio. Tocou o Brasil na altura do Rio Grande do Norte e, costeando o país
denominou uma série de acidentes geográficos: Cabo de São Roque, Cabo de Santo
Agostinho, Rio São Francisco, Baía de Todos os Santos, Rio de Janeiro, entre
outros.
O arrendamento (1502)
As perspectivas de aproveitamento
econômico do Brasil não eram boas. Ausentes as especiarias, o ouro e a prata,
um único produto despertou o interesse, o pau-brasil, útil à indústria de
tintas. Desde o início, sua exploração foi considerada monopólio real, mas em
1502 Portugal resolveu arrendar sua extração a mercadores de Lisboa, os
cristãos-novos.
O prazo de arrendamento era de três
anos. Constava do contrato a obrigatoriedade do arrendatário de enviar
anualmente uma expedição de seis navios, a fim de explorar 300 léguas da costa
e estabelecer feitorias fortificadas. No ano seguinte, Fernão de Noronha
assinou o contrato e arrendamento.
Segunda Expedição (1503)
Uma nova expedição exploradora foi
organizada em 1503, sob o comando de Gonçalo Coelho. Américo Vespúcio, que já
havia participado da expedição anterior, era o comandante de uma das
embarcações.
Tocaram o Brasil na Ilha de São João,
que mais tarde foi chamada de Fernão de Noronha. Ali a nau capitânia naufragou
e a expedição se dividiu. Américo Vespúcio viajou rumo ao Sul, fundando uma
feitoria e um forte em Cabo Frio.
Organizou a primeira entrada ao
interior do Brasil. Depois de alguns meses, carregou seus navios de madeira
pau-brasil e regressou a Lisboa.
Gonçalo Coelho, ao que tudo indica,
também atingiu o Rio de Janeiro,
regressando, em seguida, a Portugal.
Pau-brasil
A fim de não deixar o Brasil
totalmente abandonado, Portugal iniciou
a exploração de vários produtos naturais da colônia: madeira, especiarias,
sementes, ervas medicinais, alguns animais, etc. Esses produtos eram muitas
vezes obtidos dos índios em troca de alguns presentes: colares, pentes,
machados. De todos os produtos naturais, o que mais significado teve foi o
pau-brasil. Contudo, sua exploração não representou atividade marcante na história da colônia, pois não
provocou a colonização da terra, nem a
fixação de povoamentos.
Sua procura se deve ao fato de
extraírem dele uma tinta de cor vermelha, muito usada como corante na indústria
de tecidos.
A exploração desse produto era
rudimentar e predatória. A madeira era cortada pelos índios e empilhada nas
praias em grandes armazéns. Os navios que aqui chegavam levavam-na para a Europa.
As florestas litorâneas de pau-brasil
se estendiam do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, sendo que Pernambuco,
Porto Seguro e Cabo Frio eram as regiões de maior concentração do produto.
O pau-brasil só podia ser explorado
com a autorização do rei de Portugal. Por isso se diz que o pau-brasil era
monopólio (link dicionário) do rei.
Esse privilégio era dado pelo rei,
que, em troca, ficava com boa parte dos lucros.
A extração do pau-brasil foi
realizada em diversas partes do território. Quando o pau-brasil acabava num
lugar os comerciantes passavam a explorá-lo em outro e, assim, iam derrubando
as florestas. Como essa atividade não exigia que os europeus se fixassem na
América, nos primeiros trinta anos não foram construídos povoados, apenas
construções fortificadas chamadas feitorias, em alguns pontos do litoral, para
defesa e armazenamento do pau-brasil ou de outras mercadorias retiradas da
terra.
As notícias sobre a grande quantidade
de pau-brasil existente no litoral, passaram a atrair outros países europeus.
Em especial a França que, sentindo-se prejudicada pelos termos do Tratado de
Tordesilhas, não reconhecia sua validade. O governo francês, então, patrocinou
grupos de corsários que começaram a percorrer a "costa do
pau-brasil", negociando a extração da madeira diretamente com os índios,
por meio do escambo.
Em conseqüência da pressão exercida
pelas freqüentes incursões de franceses e de outros europeus às suas terras, a
Coroa portuguesa organizou expedições, chamadas "guarda-costas", para
expulsar os corsários.
A primeira ocorreu em 1516 e, a
segunda, em 1526. Cristóvão Jacques comandou as duas expedições guarda-costas
organizadas pela Coroa.
Ambas mostraram-se insuficientes para
combater o contrabando e a constante ameaça de ocupação estrangeira, diante da
vasta extensão do litoral. O historiador brasileiro Capistrano de Abreu
ressaltou outra grande dificuldade: as alianças feitas entre os europeus e os
indígenas. Os Tupinambás se aliavam, com freqüência, aos franceses e os
portugueses tinham ao seu lado os Tupiniquins. E, segundo Capistrano,
"durante anos ficou indeciso se o Brasil ficaria pertencendo aos Peró
(portugueses) ou aos Mair (franceses)."
Entretanto, a existência de
sobreviventes de naufrágios, degredados e desterrados portugueses no Brasil,
além de favorecer o contato com os índios, facilitou a defesa e a ocupação da
terra. Esses homens, que teriam chegado com as primeiras viagens e permanecido
pelas mais diversas razões, já estavam adaptados às condições físicas e sociais
do território e ao modo indígena de viver. Alguns deles sucumbiram ao meio, a
ponto de furar lábios e orelhas, matar prisioneiros segundo os ritos nativos, e
alimentar-se de sua carne. Acreditavam nos mitos existentes, incorporando-os à
sua maneira de viver, como é o caso daquele homem que passou a se julgar um
tamanduá. Enfurnava-se, de quatro, em todos os buracos, à cata de formigas, seu
alimento predileto.
Outros, ao contrário, revoltaram-se e impuseram sua
vontade, como o bacharel de Cananeia Havia, ainda, tipos intermediários, que
conviviam com os nativos e com eles estabeleciam laços familiares. Casavam e
tinham filhos com as índias, constituindo, na maioria das vezes, numerosa
família, composta de várias mulheres e de um grande número de filhos mamelucos
(link dicionário).
A Colonização Acidental
Dentre os inúmeros homens que viviam
no Brasil destacaram-se Diogo Álvares Correa, o Caramuru, e João Ramalho.
Caramuru, desde o seu naufrágio, em 1510, até a sua morte, em 1557, viveu na
Bahia, sendo muito respeitado pelos Tupinambás. Tinha várias mulheres
indígenas, entre elas Paraguaçu, filha do principal chefe guerreiro da região.
Com ela teve muitos filhos e filhas, das quais duas se casaram com espanhóis,
moradores da mesma região. João Ramalho, por sua vez, não se sabe se era
náufrago, degredado, desertor ou aventureiro. Desde 1508 convivia com os índios
Guaianá, na região de São Vicente. Casou-se com Bartira, filha do maior chefe
guerreiro da região. Tiveram vários filhos e filhas, as quais se casaram com
homens importantes.
Caramuru e João Ramalho possuíam
algumas características em comum: muitas concubinas, muitos filhos, poder e
autoridade entre os indígenas. Protegiam os europeus que chegavam em busca de
riquezas e, com eles, realizavam negócios. Também socorriam os que naufragavam
em seus domínios, fornecendo-lhes escravos, alimentação, informação, pequenas
embarcações e guarida. Em troca, recebiam armamentos, moedas de ouro,
vestimentas e notícias sobre o mundo europeu. Graças à obediência que os índios
lhes tinham, os expedicionários portugueses foram recebidos de forma
hospitaleira, e obtiveram importantes informações sobre a terra.
Caramuru e João Ramalho integram um
grupo de homens fundamentais na colonização do Brasil. Além de participarem
ativamente nesse processo, ainda que de forma acidental, prepararam e
facilitaram o estabelecimento da colonização oficial das terras portuguesas na
América. A Coroa, reconhecendo o importante papel desses homens, atribuiu-lhes
funções oficiais. João Ramalho, por exemplo, em 1553, foi nomeado capitão da
vila de Santo André por Tomé de Sousa, o primeiro governador geral do Brasil.
Os jesuítas procuravam também se
aproveitar do relacionamento desses homens com os indígenas, para concretizar a
missão evangelizadora que lhes cabia. Para eles, esses portugueses aventureiros
representavam a afirmação integradora dos dois mundos: o bárbaro, dos índios, e
o civilizado, dos europeus.
Neste período de colonização
acidental, inúmeras feitorias se estabeleciam em diferentes pontos do litoral.
Alianças eram firmadas e os contatos entre portugueses e índios tornavam-se
mais sistemáticos e freqüentes. Estas estratégias, entretanto, não se mostravam
suficientes para assegurar a Portugal o domínio sobre suas terras. Não
garantiam uma forma efetiva de ocupação do litoral, em toda a sua extensão.
O rei francês, Francisco I,
insatisfeito com a situação, resolveu contestar o monopólio ibérico sobre as
terras do novo mundo, legitimado pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. A Coroa
francesa pretendia estabelecer o princípio do Uti Possidetis, pelo qual só a
ocupação efetiva do lugar assegurava sua posse.
Para solucionar esta questão de forma
definitiva, a Coroa portuguesa estabeleceu uma política de colonização efetiva
do Brasil. Dois fatos concorreram para esta decisão. Um deles foi o declínio do
comércio do Oriente, cujos investimentos passaram a pesar bastante na economia
portuguesa. Os lucros ficavam em grande parte com os financiadores de Flandres,
atual Bélgica. O outro fato a influir foi a notícia da descoberta, pelos
espanhóis, de metais preciosos nas suas terras americanas. Tal notícia
estimulou o interesse dos portugueses pelo novo território, reforçando a idéia
de um "eldorado" promissor para os negócios de Portugal.
A Expedição de Martim Afonso de Sousa
(1530-1532)
Em 1530, com o propósito de realizar
uma política de colonização efetiva, Dom João III, "O Colonizador",
organizou uma expedição ao Brasil. A esquadra de cinco embarcações, bem armada
e aparelhada, reunia quatrocentos colonos e tripulantes. Comandada por Martim
Afonso de Sousa, tinha uma tríplice missão: combater os traficantes franceses, penetrar
nas terras na direção do Rio da Prata para procurar metais preciosos e, ainda,
estabelecer núcleos de povoamento no litoral. Portanto, iniciar o povoamento do
"grande desertão", as terras brasileiras. Para isto traziam
ferramentas, sementes, mudas de plantas e animais domésticos.
Martim Afonso possuía amplos poderes.
Designado capitão - mor da esquadra e do território descoberto, deveria fundar
núcleos de povoamento, exercer justiça civil e criminal, tomar posse das terras
em nome do rei, nomear funcionários e distribuir sesmarias.
Durante dois anos o Capitão percorreu
o litoral, armazenando importantes conhecimentos geográficos. Ao chegar ao
litoral pernambucano, em 1531, conseguiu tomar três naus francesas carregadas
de pau-brasil. Dali dirigiu-se para o sul da região, indo até a foz do Rio da
Prata. Fundou a primeira vila da América portuguesa: São Vicente, localizada no
litoral paulista. Ali distribuiu lotes de terras aos novos habitantes, além de
dar início à plantação de cana-de-açúcar. Montou o primeiro engenho da Colônia,
o "Engenho do Governador", situado no centro da ilha de São Vicente,
região do atual estado de São Paulo.
Diogo Álvares Correa, o Caramuru,
João Ramalho e Antônio Rodrigues facilitaram bastante a missão colonizadora da
expedição de Martim Afonso. Eram intérpretes junto aos índios e forneciam
valiosas informações sobre a terra e seus habitantes. Antes de retornar a
Portugal, ainda em 1532, o Capitão recebeu carta do rei Dom João III. Este
falava de sua intenção de implantar o sistema de capitanias hereditárias (link
para anexo) e de designar Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes de Sousa como
donatários.
Enquanto Portugal reorganizava sua
política para estabelecer uma ocupação efetiva no litoral brasileiro, os
espanhóis impunham sua conquista na América, chegando quase à exterminação dos
grupos indígenas: os astecas, no atual México, os maias, na América Central e
os incas, no atual Peru.
Viva a sabedoria...
O mito de Sísifo e sua conotação contemporânea
Em uma das mais incríveis narrativas
míticas gregas ocorreu um episódio de punição devido à esperteza de Sísifo que
enganou os deuses e foi condenado a um trabalho sem fim.
Albert Camus propôs que a vida dos
homens era tal como o mito de Sísifo: seguir uma rotina diária e sem sentido
próprio.
Sísifo (e não Euler, ex-jogador do
Palmeiras da década de 90) é o filho do vento (o deus Éolo). Trata-se na
narrativa mítica da Grécia Antiga de um camponês que fundou a cidade de Corinto
(antes chamada de Éfira), conhecida por ser povoada de homens que brotaram de cogumelos.
Ele se casou com uma das Plêiades (conjunto de estrelas), Mérope, filha do deus
Atlas.
Como camponês, Sísifo tinha um
rebanho que ia diminuindo sem que ele notasse a razão. Era que um Autólico, um
vizinho seu, tinha a capacidade de se metamorfosear em animais e usava essa
capacidade para adentrar nas propriedades alheias sem ser notado e roubar os
animais nos quais poderia se transformar. Um dia, Sísifo resolveu marcar o seu
rebanho e conseguiu seguir as pegadas que levaram até a casa de Autólico, comprovando
que este o roubava. Assim, chamou testemunhas para atestar a ladroagem e
enquanto os vizinhos discutiam sobre o roubo, Sísifo rodeou a casa e, ao topar
com a filha de Autólico, Anticleia, uniu-se a ela e gerou o astuto Odisseu (que
tem como marca do pai a esperteza, inclusive mostrada nesse ato).
No entanto, longe dali, ocorria o
episódio da abdução de Egina por Zeus. O pai de Egina, Esopo, ao procurá-la,
encontrou-se com Sísifo que dedurou Zeus. Este ao escapar da fúria do deus
Esopo, vingou-se de Sísifo e ordenou que Hades o levasse ao Tártaro (mundo
subterrâneo onde viviam as almas condenadas). Sísifo pediu então a sua esposa,
Mérope, que não o enterrasse. Com isso, já no Tártaro, ele persuadiu Perséfone
a deixar-lhe voltar à vida para organizar seu sepultamento e se vingar dos
negligentes que não o fizeram. Ela o deixou ir por três dias, mas ele quebrou,
claro, sua promessa, até que Hermes foi indicado a trazê-lo à força novamente.
Sísifo, então, recebeu uma punição
exemplar: rolar diariamente uma pedra montanha acima até o topo. Ao chegar ao
topo, o peso e o cansaço promovidos pela fadiga fariam a pedra rolar novamente
até o chão e no outro dia ele deveria começar tudo novamente e assim para todo
o sempre. Essa punição era um modo de envergonhar Sísifo por sua esperteza e
habilidade usadas para tramar contra os deuses.
No século XX, um autor do movimento
conhecido como “existencialismo”, Albert Camus, retomou o mito para explicar a
condição humana e promover o que ficou conhecido como “A revolta metafísica”.
Explicava Camus que a vida dos homens era tal como o mito de Sísifo: seguir uma
rotina diária, sem sentido próprio, determinada por instâncias como a religião
e o sistema capitalista de produção. No mundo administrado, levantamos de
manhã, trabalhamos, comemos, reproduzimos etc., e tudo isso não faz o menor
sentido, já que se refere a modos de pensar que se impõem ao indivíduo sem que
ele participe da estruturação desse modo de vida, como se não tivéssemos
escolhas. A vida é chata, sem sentido e o mais sensato a se fazer é se matar,
como de fato, Camus o fez.
Portanto, ainda que não se precise
chegar aos extremos de Camus, o mito serve para mostrar que seguindo as
ideologias dominantes, seremos punidos com a mesmice, com o sentido heterônomo.
Fica o alerta para a compreensão sobre a liberdade e a responsabilidade humana
com relação à sua vida, ao seu mundo e aos outros.
Assinar:
Postagens (Atom)
-
Carol Celico disse que perdoaria infidelidade de Kaká e que a ‘culpa’ da traição seria dela Caroline Celico, esposa do craque Kaká...
-
Conselhos de medicina se dividem sobre primeiros registros para estrangeiros Depois de o Rio Grande do Sul liberar as 19 primeiras lic...
-
A Ausência do Zero no Sistema de Numeração dos Romanos Os números criados pelos romanos foram relacionados a letras, diferente de out...