terça-feira, 8 de abril de 2014

Viva a sabedoria...

Pitágoras
  
Pitágoras - O Grande Mestre

O Grande Mestre, como era chamado por seus discípulos, nasceu em Samos, uma pequena ilha próxima à região da Jônia (parte asiática das colônias gregas), mas fundou sua escola (Escola Itálica) na região da Magna Grécia, atual sul da Itália. É a ele que atribuímos a invenção da palavra Filosofia. É também o criador do famoso Teorema de Pitágoras (que revela que em um triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa – maior lado – é igual à soma dos quadrados dos catetos – os outros lados que formam 90º).

Pitágoras, que viveu no séc. V a.C., é classificado na história da filosofia como um pré-socrático por também atribuir um princípio que origina toda a realidade. Sua escola desenvolveu uma linha de pensamento que se estendeu de Filolau, Árquitas e Platão até Galileu, Giordano Bruno, Leibniz, Kepler e Newton: a de que a realidade é composta por números.

Para Pitágoras e seus seguidores, a Natureza é constituída de um sistema de relações e proporções matemáticas derivadas da Unidade (que ele concebia como sendo o número 1 e a figura geométrica ponto). Desta, surgia a oposição entre números pares e ímpares que se desdobravam em figuras geométricas como superfície e volume para produzir a realidade visível. As várias combinações entre estes elementos apareciam aos nossos sentidos como qualidades contrárias, como quente-frio, seco-úmido, claro-escuro, duro-mole, etc.

Segundo Pitágoras, o pensamento alcança a realidade em sua estrutura matemática enquanto os sentidos alcançam o modo como esta estrutura aparece para nós. Os pitagóricos foram os primeiros a cultivarem as matemáticas de modo sistemático, notando que todos os fenômenos naturais são traduzíveis por relações numéricas e representáveis de modo matemático. 

Perceberam também que a música (foi Pitágoras quem descobriu as 7 notas musicais) obedecia leis de harmonia matemática e que também o universo, natural e humano, se submetia a essas leis (cada número representava uma característica ou uma qualidade, como justiça, amor, Deus, etc.).

Hoje, o número é considerado como uma abstração da mente, um ente da razão. Mas para os antigos eles eram a própria coisa, o ser real em sua unidade básica constitutiva, sendo, pois, um princípio originário.

Os ciclos da natureza, das estações do ano e etc. eram também subordinados à lei numérica. A partir disso, Pitágoras foi levado a pensar que a alma também obedece a esses ciclos, criando assim a teoria da reencarnação cíclica, da qual hoje a religião cristã espírita é seguidora, bem como a budista é semelhante. 

Nelas, a reencarnação é um processo natural que obedece uma ordem cósmica cíclica para expiação (penitência ou castigo) de uma culpa original. Há também a Metempsicose que o Grande Mestre possuía como um dom de transmigração da alma, isto é, poderia concentrar de tal modo o pensamento que a alma sairia do corpo e viajaria a qualquer lugar do universo.

É curioso notar que, apesar do pensamento pitagórico assemelhar-se a uma síntese entre filosofia e religião, a catarse ou purificação das expiações da alma em seus ciclos reencarnatórios era realizada a partir da busca do conhecimento da verdade. 

Seu misticismo vigora ainda hoje nas seitas espíritas, mas também naquelas que mais problemas criaram à Igreja Católica durante a história: a maçonaria, da qual faziam parte grandes pensadores (como Leonardo Da Vinci) que usavam o conhecimento matemático para descrever e construir a realidade do mundo, mas que permaneciam crentes na Unidade que originava todo o universo, Unidade a qual atribuíram à divindade, sendo, portanto, a clássica categorização de DEUS-UNO (fundamento do monoteísmo, ou seja, que Deus é um só).

Cultura...



Livro e filme lembram o centenário de Tarzan, o rei da selva

Edição comentada e ilustrada do clássico de Edgar Rice Burroughs chega às livrarias

A popularidade de Tarzan, o homem-macaco, continua a mesma um século após a publicação do primeiro livro sobre o personagem, criado pelo norte-americano Edgar Rice Burroughs (1875-1950). Tanto que, para comemorar a data, a editora Zahar está lançando uma edição comentada e ilustrada do mesmo livro, que traz os desenhos originais do canadense Harold Foster (1892- 1982), ou Hal Foster, criador dos clássicos quadrinhos de O Príncipe Valente.

O cinema, também apostando na atualidade de Tarzan, um homem que prefere a companhia dos macacos à selva das cidades, prepara uma nova versão – desta vez com Alexander Skarsgard no papel-título. Dirigida por David Yates, ela certamente vai explorar mais o corpo que a alma do galã sueco, como se faz na tela desde a versão de Tarzan com Johnny Weissmuller, visto na foto maior desta página.

Traduzido por grandes autores no Brasil, entre eles Manuel Bandeira e Monteiro Lobato, os livros de Tarzan começam a ser redescobertos pelas novas gerações. Thiago Lins, também autor da ótima apresentação e das notas que acompanham a edição, é o novo tradutor do livro inaugural de uma série de 24 volumes produzidos por Burroughs. O primeiro nasceu dois anos depois que Tarzan fez sua primeira aparição, em 1912, na revista All-Story, que reunia autores de um gênero popularmente conhecido como pulp fiction – ficção barata, produzida para consumo de massa.

Embora visto com desconfiança por sociólogos, antropólogos e etnólogos, que identificam no homem-macaco de Burroughs traços de racismo, Tarzan conquistou leitores como Gore Vidal, sensível ao vigor físico do personagem, mas não Rudyard Kipling, o criador de Mowgli, incomodado com a cópia de seu garoto selvagem.

Criado nas florestas da Índia Central, Mowgly apareceu na cena literária em 1893. Perdido pelos pais após o ataque de um tigre, ele é criado por lobos, como os irmãos gêmeos Rômulo e Remo da mitologia romana. Tarzan, após a morte dos pais, é adotado por uma antropoide, Kala. A história se repete com poucas variações. Burroughs, porém, pisa mais forte no determinismo darwinista.

Tarzan cresce sem saber nada de sua condição humana, achando que é também um macaco. As ilustrações de Hal Foster reforçam a sua construção como um símio esperto e autodidata, sem respeito por outros animais – ele mata por prazer. 

Além disso, Tarzan é incapaz de identificar alguns seres humanos como semelhantes – e a facada que ele desfere no coração do nativo africano Kulonga, vingando a morte da mãe adotiva, a macaca Kala, é uma prova disso. É justamente nessa sequência que os estudiosos enxergam o “racismo” de Tarzan, incapaz de ver Kulonga como homem, por ser negro, o que não acontece quando ele se encontra com Jane, sua futura mulher, e o pai dela, ambos caucasianos como ele – além de tudo descendente de lorde inglês colonialista.

No caso de Kulonga, Tarzan por pouco não pratica um ato de canibalismo – ele, faminto, ensaia comer o nativo morto, mas seu instinto hereditário, ancestral, o faz desistir da ideia. Burroughs, no capítulo seguinte, explica que Tarzan “não sabia nada da irmandade dos homens”. Todas as coisas além de sua tribo eram “inimigos mortais”. 

Caçar e matar eram seus prazeres maiores. Assim, “sendo homem, matava por diversão, algo que nenhum outro animal faz”. Burroughs evoca o confronto entre tradição oral e escrita, ao fazer de Tarzan um autodidata que aprende a ler e escrever sozinho, ao encontrar os livros deixados pelos pais mortos.

Em inglês, o som das palavras white (branco), write (escrever) e right (direito) é quase o mesmo. Mais de um analista já identificou uma incômoda conexão entre o mundo descrito nos livros de lorde Greystoke, pai de Tarzan, e a civilização branca. Burroughs insiste na importância da hereditariedade. Aceita o darwinismo. Para Tarzan, “white” é “right” e “black” não é “beautiful”, como diz o refrão. É um incivilizado. Só aceita ser domesticado porque sente que Jane não o aceita como besta selvagem.

Alan Moore, criador de Watchmen, aprendeu a lição. Inverteu a lógica de Burroughs ao criar o personagem Tom Strong, que cresce numa câmara hiperbárica e é educado por cientistas, após um naufrágio que atinge seus pais. Strong se fortalece graças a uma raiz medicinal dos nativos. Como se vê, Tarzan não morreu. Apenas mudou de nome.

Entendendo...


Teoria Crítica - estudos importantes: "Dialética do Esclarecimento" e indústria cultural

Um estudo importante - e talvez o mais representativo da vertente teórica da Escola de Frankfurt - é o que foi elaborado por Adorno e Horkhiemer em 1947, intitulado Dialética do Iluminismo, também publicado com o título de Dialética do Esclarecimento.

Nesse livro os autores denunciam as estruturas ideológicas da dominação política (referindo-se à crise da democracia e à ascensão dos regimes totalitários na Europa), a corrida armamentista, o desenvolvimento da indústria bélica, além dos conflitos armados e das injustiças sociais gerados pelo desenvolvimento do modo de produção capitalista (ou seja, pelo capitalismo industrial). Todos esses problemas são interpretados como resultado da "crise da razão" e do Iluminismo.

Conforme registram os autores, o Iluminismo inaugurou a modernidade, ao colocar a razão e a ciência como elementos potencializadores do desenvolvimento e progresso social; e, por conseguinte, da emancipação humana.

Theodor Adorno e Max Horkheimer, como de resto todos os intelectuais frankfurtianos, não renegam o projeto da modernidade - cujo núcleo é formado pela racionalidade ou reflexividade e a crença nos princípios do progresso científico -, mas argumentam que tanto a racionalidade como a ciência se transformaram em instrumentos de dominação política, social e econômica.

A crítica da "razão instrumental" é justamente a crítica dirigida contra os obstáculos e os impedimentos à concretização do projeto emancipador do homem, preconizados séculos atrás pelos ideólogos e filósofos iluministas.

Além disso, notam os autores que, no mundo moderno, o avanço da ciência e da técnica é um processo inexorável, ou seja, permanente. O progresso científico representou o domínio do homem sobre a natureza, mas se desvirtuou por completo ao ser utilizado para ampliar a dominação do homem sobre o próprio homem.

A indústria cultural

Theodor Adorno também é autor de importante estudo sobre a chamada "indústria cultural", conceito inovador que foi contraposto ao de "cultura de massa".

O conceito de indústria cultural foi elaborado por Adorno a partir da análise crítica da obra de Walter Benjamin. Partindo da utilização da "técnica" (ciência e tecnologia) na produção e reprodução das artes, em particular aquelas associadas à comunicação social (cinema, rádio, televisão, imprensa e outras mídias), Adorno demonstrou que na sociedade industrial capitalista a produção da arte é explorada como um "bem cultural".

A mercantilização da cultura, transformada em um empreendimento empresarial, tolhe a consciência dos indivíduos e os transforma em meros consumidores de bens culturais. As consequências são muitas, entre elas a homogeneização ou massificação dos gostos a partir da imposição de um estilo de consumo.

Nesse aspecto, não existe cultura de massa, pois é a indústria cultural que determina e impõe à sociedade o consumo de bens culturais. Como um empreendimento capitalista que persegue o lucro, a indústria cultural também cria necessidades de consumo de bens culturais. Assim, o suposto potencial revolucionário ou emancipador de algumas artes, como o cinema, por exemplo, conforme apontam as teses de Benjamin, é flagrantemente criticado no estudo pioneiro de Adorno.

A crítica da indústria cultural, principalmente dos chamados meios de comunicação de massa, se aprofundou nos estudos de Jürgen Habermas, cientista social alemão que integrou a segunda geração de intelectuais filiados à Escola de Frankfurt.

Movimentos sociais de esquerda

A reflexão e análise crítica envolvendo os mais variados aspectos da realidade social do século 20 - economia, política, sociedade e cultura, sobretudo os relacionados com a sociedade industrial capitalista -, aliada ao engajamento político-intelectual e ao protesto humanístico, são todas características marcantes da Teoria Crítica.

Sem dúvida, a Teoria Crítica exerceu grande influência nos movimentos sociais de esquerda e nos movimentos estudantis da Europa Ocidental e dos Estados Unidos no final da década de 1960.

Curiosidade...

Por que sentimos cócegas?
As cócegas são rápidas respostas a situações de perigo que o homem adquiriu para defender-se, são reações de pânico. Quando algum inseto tentava escalar as pernas do homem de antigamente, eram as cócegas que o faziam perceber e expulsar o bicho.

Não é possível fazer cócegas em si mesmo (propositalmente) porque o cérebro prevê os movimentos antes mesmo que aconteçam, não provocando a sensação de perigo e pânico que incita as cócegas. Quando alguém nos toca, o corpo reage, tornando-se tenso. Porém quando tocamos o próprio corpo, ele não demonstra reação.

Piada...

Mamãe, mamãe... Na escola me chamaram de mentiroso. Cale-se que você nem vai à escola ainda...

Devanear...

Leia um trecho erótico de "Obstinada"

Sylvia Day narra uma história tórrida de paixão entre Marcus e Elizabeth. Difícil de desgrudar os olhos. (Universo dos Livros)

Elizabeth estremeceu. Marcus sempre a olhava como se fosse uma refeição diante de um homem faminto. Porém agora, seu olhar parecia... desesperado. A ponta de seu pau vazava profusamente, e ela engoliu, sentindo o sabor de sua essência.

Era tão diferente do que ela esperava. Considerava a si mesma distante da inocência virginal de uma garota. Mas no momento percebia o quão pouco conhecia. Com as pulsantes veias grossas que envolviam a ereção de Marcus, ela imaginara que a sensação seria de dureza e que sentiria sua textura. Mas, em vez disso, a pele era tão macia quanto a seda mais fina, deslizando sobre sua língua num ritmo que despertava uma pulsação sincronizada entre suas pernas.

O ato não foi o que ela esperava, nem um pouco. Pensou que se sentiria usada, que não seria nada além de um receptáculo à luxúria de Marcus. Mas ele estava devastado, ela percebia e sentia isso na maneira como ele tremia. A maneira como sua voz enrouquecera. Descobriu o poder de possuir a paixão de um homem.

- Solte-me - ela ordenou sem fôlego, querendo saber o quão longe isso poderia chegar.

Ele balançou a cabeça e empurrou a cadeira até incliná-la nas pernas traseiras. Perdendo o equilíbrio, ela gritou até ele parar. Foi então que ela entendeu o que ele queria. Ao apoiar o topo do encosto da cadeira contra a parede, Marcus deixou o sexo de Elizabeth perfeitamente alinhado com seu (...). Seu sorriso malicioso a fez ofegar, cheio de promessas ousadas. Ele segurou a ereção e pressionou contra as pernas dela, dobrando seus joelhos até apoiá-lo nas nádegas de Elizabeth. Acariciando seu pênis para cima e para baixo, ele a cobriu com o sêmen que continuava a vazar da cabeça corada.

Elizabeth não conseguiu segurar um soluço causado pela antecipação. A provocação deliberada a deixou suada e sem ar. Ela ignorou a voz que implorava para que fugisse, escolhendo ficar e se aproveitar dele... ao menos desta vez.

- Seus braços estão doloridos? - ele perguntou, sem parar os movimentos, encharcando-a com a evidência de sua excitação.

- Você me deixa dolorida.

- Devo parar? - pela maneira como sua voz falhou, ela pôde ver a tortura que era esse pensamento para ele.

- Darei um tiro em você se parar.

Com um gemido, ele se posicionou e enfiou fundo, avançando lentamente. Ela se contorceu com a invasão, sentindo o tamanho dele, grande demais para sua pele tão pouco usada. Sua ponta esfregou dentro dela, alargando-a, com carícias muito melhores do que as feitas por seus dedos mágicos.

Com as duas mãos na parede, Marcus ofegou quando entrou ainda mais fundo.

- Ah, Deus ele estremeceu. - Você é quente demais e apertada como um punho.

- Marcus... - ela gemeu. Havia algo inegavelmente erótico na maneira como ele a tomava, ainda parcialmente vestido e com as botas. Isso deveria ser ofensivo. Mas não foi assim que ela se sentiu.

Passara todos esses anos consolando as mulheres descartadas por seu pai e ouvindo as fofocas de outras desiludidas pelas inconstâncias de Marcus. Como elas não puderam enxergar a própria influência? Marcus havia quase matado um homem com as próprias mãos, mas aqui estava ele, enfraquecido por sua necessidade.

Ele retirou o pênis, com a cabeça abaixada.

- Quero que me veja (...) Elizabeth suas coxas poderosas se flexionaram quando o enfiou novamente. Ela observou vidrada quando o grosso e orgulhoso membro, brilhando com seu creme, se afastou apenas para retornar deslizando com uma lentidão dolorosa.

Os braços dela doíam, as pernas se esticavam de um jeito desconfortável, e seu cóccix já estava dormente por suportar todo o peso de seu corpo, mas ela não se importava. Nada importava além do meio de suas pernas e o homem que se saciava ali.

- Isto é confiança - ele disse, impulsionando os quadris com um ritmo firme e preciso.

Confiança. Lágrimas se derramavam por seus cílios enquanto o tormento divino continuava, denunciando a inegável habilidade de Marcus. Ele sabia exatamente como entrar nela, mergulhando com as coxas dobradas, raspando no lugar perfeito para dar o deleite enlouquecedor que ela sentia. Elizabeth ofegava de prazer, e então implorou por isso. O sangue martelava nas veias, os mamilos estavam tão enrijecidos debaixo dos tecidos que até doíam.

- Por favor...

Marcus também ofegava, o peito subia e descia com tanta força que o suor em seus cabelos se desprendia e atingia o rosto dela. Elizabeth sentiu um calor no coração com essa intimidade.

- Sim - ele rugiu. - Agora - estendendo a mão entre as pernas dela, esfregou gentilmente. Como uma mola extremamente apertada, ela se liberou com um grito agudo. Suas costas se dobraram e Marcus se moveu em estocadas lentas e profundas, arrancando o prazer dela, mantendo-a excitada, sem fôlego, chorosa debaixo dele.

- Chega... - ela implorou, incapaz de suportar mais um segundo daquilo.

Ele enterrou o mais fundo que pôde e o manteve lá, deixando as últimas ondas do orgasmo dela o apertarem. Marcus inspirou profundamente e então começou a tremer com tanta força que a cadeira se debatia contra a parede. Ele gemeu longa e dolorosamente (...)
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-erotico-obstinada-778819.shtml

Nada a comentar...

A presidente reprovada
O Estado de S.Paulo

"Se a eleição fosse hoje…" Pesquisas de intenção de voto são obrigadas a partir dessa premissa para que as preferências manifestadas pelos entrevistados sejam menos abstratas do que se esperaria se lhes fosse perguntado em quem deverão votar na eleição vindoura para o Executivo. Mas, se a fórmula adotada pelos institutos é dos males o menor, também é verdade que todo levantamento anterior ao período em que o grosso do eleitorado passa a prestar atenção na disputa vale o que lhe queiram atribuir as partes interessadas e os analistas que por dever de ofício se arriscam a erguer castelos no ar.

Isso explica o aparente paradoxo que emergiu da mais recente sondagem do Datafolha, realizada na semana passada e divulgada domingo, sobre a sucessão presidencial. Consiste na redução de seis pontos no voto dilmista (de 44% em fevereiro para os atuais 38%), com a estagnação do apoio aos seus principais adversários, no cenário eleitoral mais provável. O senador tucano Aécio Neves tinha 16% e com 16% permanece. O ex-governador pernambucano Eduardo Campos, do PSB, foi de 9% para 10%, um grão de areia estatístico.

Pudera: enquanto 87% dos entrevistados disseram conhecer ou muito bem ou um pouco a presidente da República, 60% apenas ouviram falar de Aécio ou nem sequer o conhecem e 75% responderam o mesmo em relação a Eduardo Campos. Tão ou mais importante do que isso para que os dilmistas se guardem de dar por certa a vitória de sua candidata já no primeiro turno - que é o que a aritmética ainda aponta a meio ano do pleito - e os seus adversários não saiam proclamando que a queda da petista é o começo de um inevitável declínio é o fato de praticamente 30% dos eleitores ou rejeitarem os nomes que lhes foram mostrados ou não saberem escolher um deles.

Outra zona de sombra incide sobre o trio. Dilma convive com o espectro do "Volta Lula", que se adensa na razão inversa da popularidade de sua pupila, por mais que ele negue querer substituí-la na cédula eletrônica; Aécio tem em Fernando Henrique Cardoso o mais rejeitado dos cabos eleitorais (57% dos entrevistados disseram que não votariam em quem ele apoiasse); e Campos, para encorpar, depende de ter o seu nome associado ao da sua provável vice, Marina Silva - numa hipotética disputa em que a ex-ministra fosse a candidata do PSB, ela e não Aécio é quem levaria a eleição para o segundo turno. Em mais de um sentido, Marina está para Campos como Lula para Dilma.

De todo modo, o importante não é o que os eleitores ouvidos fariam "se a eleição fosse hoje", mas o que acham que tem sido o desempenho da presidente e o que esperam do próximo período presidencial. Nessa frente, a reprovação é inequívoca. A satisfação com o governo - que chegou ao recorde de 65% pouco antes dos protestos de junho passado, caiu a menos da metade disso no seu auge e vinha se recuperando gradativamente - tornou a embicar para baixo. Hoje, só 36% consideram a sua gestão ótima ou boa. Se ela não se recuperar de novo, talvez nem Lula consiga evitar a segunda rodada - e aí será o imponderável.

Por que Dilma voltou a perder prestígio? Porque - e esse é o dado singular mais importante do levantamento do Datafolha - quase 2/3 dos entrevistados (63%) acreditam que ela fez pelo País menos do que se esperava. O pior para a presidente é que a frustração vem acompanhada (ou é reforçada) por uma onda de pessimismo que parece ter dissipado de vez o feel-good factor graças ao qual Lula fez a sua sucessora em 2010. Também 2/3 (65%) preveem mais inflação; 45%, mais desemprego; e 35%, menor poder de compra dos salários. Quanto ao próximo mandato, nada menos de 72% clamam por mudanças - e identificam em Lula, com o dobro das citações a Dilma, a figura mais preparada para fazê-las.

E não se pode esquecer de que ela está em permanente campanha, desfrutando, graças ao cargo, de acesso privilegiado à mídia eletrônica. Em menor escala, os seus adversários também fazem a propaganda antecipada assim tida pelo arbitrário - e afinal hipócrita - calendário eleitoral que inibe o debate político, tutela o público e retarda a sedimentação das preferências eleitorais, como espelham as pesquisas.

Mais uma etapa superada...