domingo, 11 de maio de 2014

História...


Aventuras na História

As gigantes rivais: Atenas e Esparta
Conhecidas como arqui-inimigas, não teriam o mesmo impacto na história se não estivessem ligadas por séculos. Suas rivalidades - e alianças - ajudaram a desenhar o mundo como o conhecemos


Nunca um rei espartano tinha sido tão humilhado. Depois de passar fome e sede e aguentar um calor dos diabos por quase três dias, o soberano Cleômenes e sua guarda pessoal tiveram de pôr o rabo entre as pernas, entregar suas armas e deixar Atenas. Não seria exagero dizer que essa era a primeira grande vitória de uma invenção ateniense que ainda ia dar muito trabalho aos espartanos, a democracia – e, que ironia, o próprio rei de Esparta é que tinha tornado isso possível.

Até aí você não deve estar surpreso. Afinal, todo mundo aprende que as duas cidades-estados mais poderosas da antiga Grécia eram inimigas, e não podiam ser mais diferentes entre si. Os atenienses valorizavam a arte e a literatura, brigavam por participação popular no governo e eram grandes navegantes. Os espartanos achavam que homem que é homem fala pouco, louvavam a obediência acima de tudo e ficavam de perna bamba só de ver um navio.

Acontece, porém, que as relações entre Atenas e Esparta estão longe de ter sido tão simples. Que o digam os filósofos, escritores e políticos atenienses que não escondiam sua admiração pelos rivais do sul. Durante a guerra dos gregos contra os persas, a partir de 480 a.C., as duas cidades comandaram lado a lado a resistência ao invasor, Esparta em terra e Atenas no mar. Sob certos aspectos, pode-se mesmo afirmar que os espartanos foram pioneiros nas reformas políticas que depois fariam a fama de Atenas, aumentando a participação dos cidadãos comuns nas decisões do governo. 

Foram primeiro os conflitos de interesse (a supremacia sobre as outras cidades gregas e o controle do comércio com a Ásia), e só depois as diferenças ideológicas entre democracia ateniense e rigidez espartana, que acabaram levando a uma baita briga entre as cidades, na qual a Grécia inteira afundou.

Separadas no nascimento
Embora a origem de ambas seja misteriosa, parece certo que os atenienses chegaram primeiro. Eles já ocupavam a península de Ática desde o período micênico (antes do século 13 a.C.). Não é à toa que eles costumavam se considerar autóctones, isto é, eles achavam que seus antepassados haviam nascido por ali mesmo. 

Por volta de 700 a.C., pelo menos, toda a região, composta por assentamentos rurais relativamente distantes uns dos outros, já se constituía numa unidade política comandada por Atenas. O solo pobre produzia trigo, uva e azeitona e fornecia a argila para produzir a boa cerâmica, que logo se tornou um dos principais artigos de exportação.

Já em Esparta todo mundo sabia que era recém-chegado. Os espartanos eram dórios, um dos quatro principais grupos étnicos em que se dividiam os gregos (aqueus, jônios e eólios eram os outros) e chegaram ao Peloponeso (sul da península grega) vindos do noroeste, depois do fim do período micênico. Eles derrotaram os antigos habitantes e transformaram alguns em vassalos. 

Outros, os hilotas, não tiveram tanta sorte: viraram escravos e tinham de cultivar as terras dos cidadãos espartanos. Até por volta de 700 a.C., o domínio se estendia apenas pela Lacônia (onde ficava a própria Esparta), mas uma bem-sucedida expansão para o oeste acabou lhes dando também a fértil Messênia.

Por muito tempo, acreditou-se que o subproduto dessa conquista foi a primeira e única revolução da história de Esparta. Uma minoria de nobres teria abocanhado a maioria das terras da Messênia. Os cidadãos mais pobres se revoltaram e conseguiram redistribuir a terra e obtiveram o direito a vetar as decisões dos dois reis (sim, havia dois deles em Esparta) e da Gerúsia, ou Senado. “Mas uma equipe inglesa que publicou seus achados sobre a Lacônia no ano passado sugere que essa Esparta austera talvez tenha surgido mais tarde, por volta de 540 a.C.”, diz o historiador José Francisco Moura, da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.

Apesar da incerteza quanto à data, o fato é que as mudanças em Esparta brotaram dos mesmos problemas que atormentavam Atenas nos séculos 7 e 6 a.C. Ali também só uma minoria de cidadãos, de origem nobre, podia exercer os principais cargos públicos. 

Os homens livres, mas pobres, tendo de se virar com pedaços de terra que mal davam para o seu sustento, viviam sob a ameaça da escravidão por dívidas. As reformas do político e poeta Sólon (por volta de 590 a.C.) acabaram com essa prática e permitiram que pessoas ricas de origem plebeia entrassem na política, mas não foram suficientes para acabar com as tensões sociais. Quem se aproveitou disso foi Pisístrato, que assumiu o poder na cidade.

O governo do tirano até que conseguiu trazer um pouco de paz às terras atenienses, mas bastou que ele morresse para que a cidade voltasse às turras, com seus filhos Hípias e Hiparco brigando juntos para se manter no poder. É aí que entra Cleômenes, um dos reis de Esparta. “Até então, parece que havia pouco contato entre as cidades. 

Nem mesmo cerâmica ateniense foi encontrada em Esparta, ou vice-versa”, afirma Moura. A cerâmica era uma espécie de saquinho plástico do mundo antigo, que transportava de azeitonas a lixo e, na época, peças atenienses já podiam ser encontradas na Itália e nas cidades gregas da Ásia. No entanto, por volta de 520 a.C., Esparta havia se tornado a potência dominante do sul da Grécia, à frente da chamada Liga do Peloponeso. 

Os espartanos passaram a ter interesses mais amplos e, além do mais, tinham fama de não tolerar tiranos. Que tal unir o útil ao agradável e restaurar o governo legítimo em Atenas – um governo que seria eternamente agradecido (e, talvez, subordinado) a Esparta?

Foi o que Cleômenes fez em 510 a.C., botando Hípias para correr. Porém, as lutas na cidade não cessaram. Em meio a uma guerra civil, quem estava levando a melhor era Clístenes, um membro da nobreza, que propunha uma lista de reformas que, na prática, criava uma democracia. 

O rei de Esparta não gostou da idéia e se dispôs a derrubar o novo regime em favor de um amigo ateniense, Iságoras. Mas a flecha saiu para o lado errado: embora conseguisse tomar a Acrópole, sede do poder ateniense, Cleômenes não contava com a resistência do povo comum, que o cercou e acabou forçando-o à rendição.

Inimigo comum
Vinte anos depois da ascensão da democracia em Atenas e da derrota de Cleômenes, as duas potências tiveram de colocar as diferenças de lado, para enfrentar um problema maior. Liderado pelo rei Xerxes, o Império Persa – provavelmente a primeira superpotência da história – lançou um ataque maciço contra a Grécia, e Atenas e Esparta decidiram resistir. Graças a sua aliança com quase todas as cidades do Peloponeso, os espartanos ainda eram os mais poderosos dos gregos, mas sua força só era realmente respeitável em terra. 

Os persas, no entanto, atacavam por terra e por mar, e no oceano a frota ateniense foi fundamental. Mesmo assim, a influência espartana era tamanha que o comando da frota grega também ficou nas mãos deles, ao menos no nome.

Por alguns anos, a parceria foi um sucesso. Em 480 a.C., a frota unida dos gregos esmagou as forças persas perto da ilha de Salamina, na Ática, e um ano depois o regente espartano Pausânias completou o serviço em terra, na batalha de Platéia. 

A caça virou caçador: os atenienses e o rei espartano Leutiquides avançaram para as cidades gregas da Ásia e lá venceram a frota persa outra vez, em 478 a.C. Nesse momento, porém, os espartanos, desacostumados ao papel de potência marítima, deixaram que Atenas continuasse a missão de libertar os gregos asiáticos da Pérsia. 

“No fim das contas, os gregos deveram sua libertação não apenas a Esparta, mas principalmente a uma Atenas que Cleômenes tinha criado por engano, e que fizera de tudo para destruir”, afirma W.G. Forrest, historiador da Universidade de Oxford e autor do livro A History of Sparta (“Uma História de Esparta”, inédito em português).

Cada um para o seu lado
Ao longo do século 5 a.C., Atenas se transformou na principal potência marítima da região. A princípio, muitas das cidades gregas aceitaram se aliar a ela, mas, aos poucos, o que era uma liga de alianças acabou virando um império. Para José Francisco Moura, cidades como Corinto, que fazia parte da Liga do Peloponeso e também tinha interesses marítimos, acabaram levando Esparta a entrar em conflito com Atenas.

As duas gigantes ficaram frente a frente na chamada Guerra do Peloponeso, em 432 a.C. A princípio, os atenienses conseguiram escapar do pior dominando os mares e se refugiando atrás de suas muralhas. 

A captura de centenas de soldados espartanos no próprio Peloponeso chegou até a instaurar uma paz passageira entre os rivais. Mas Atenas perdeu a maior parte da frota num ataque desastrado na costa da atual Itália, e os espartanos aproveitaram para contra-atacar. Dessa vez financiados por um inusitado aliado, os persas, eles possuíam uma frota respeitável.

O conflito terminou com a vitória de Esparta em 404 a.C. Mas nenhum dos dois lados saiu realmente vencedor. Atenas perdeu os navios que lhe tinham restado e as muralhas que defendiam a cidade e, em Esparta, o impacto da guerra foi ainda maior. Apesar da vitória, a sociedade espartana desmoronou – as riquezas vindas do ex-império ateniense exacerbaram as diferenças sociais entre os espartanos. 

Na cidade, a concentração de terras voltou com tudo, e o número de homens com direitos de cidadania, que formavam o coração do Exército espartano, diminuiu muito. É que só os homens que podiam contribuir financeiramente para as refeições comunais do Exército eram considerados cidadãos plenos, e muitos espartanos tinham se tornado pobres demais para isso. Ao ser esmagado em Leuctra pelos soldados da cidade de Tebas, em 370 a.C., o Exército de Esparta não contava com muito mais que mil soldados.

Por algum tempo, até a metade do século 4, Tebas se tornou o poder dominante da Grécia, ao lado de uma Atenas recuperada da guerra e ainda democrática. Esparta tinha virado carta fora do baralho, para todos os efeitos: perdeu até a Messênia (os tebanos proclamaram a independência da região). Mas uma nova força estava surgindo no tabuleiro: o rei Filipe, da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande. Em 338 a.C., ele exterminou as forças combinadas de Atenas e Tebas, submetendo-as e acabando com a independência helênica.


Viva a sabedoria...

Platão e o mundo das idéias
 Possível fisionomia de Platão
Possível fisionomia de Platão

Entre todos os discípulos de Sócrates, o mais importante continuador de sua obra e que viria a superar os passos do próprio mestre, ao fazer a primeira sistematização do pensamento filosófico, foi Platão (428 a.C. - 347 a.C.).

Nascido em Atenas ou na localidade próxima de Egina, Arístocles (seu nome de batismo) veio ao mundo em uma família politicamente importante. Seu pai era descendente de Codro, o último rei de Atenas, e sua mãe teve entre seus antepassados o famoso legislador ateniense Sólon e possuía parentesco com Crítias e Cármides, dois dos Trinta Tiranos que governaram a cidade após a guerra do Peloponeso.

Em suas primeiras décadas de vida, os interesses de Platão ainda não eram filosóficos. Inicialmente ganhou fama como um exímio lutador, advindo daí o apelido pelo qual o conhecemos até hoje (Platão, do grego plato, significa plano, mas também “largo” e “amplo”; ao que consta, era uma referência ao seu porte físico). Conseguiu alguma fama ao vencer os Jogos Ístmicos, embora não tenha conseguido chegar aos Jogos de Olímpia. Pouco depois tentou investir em carreira literária, mas seu sucesso foi limitado. Por fim, decidiu estudar a filosofia de Sócrates.

Após a morte de seu mestre, Platão partiu em longas viagens, nas quais seu pensamento filosófico se tornou mais maduro e refinado. Prova disso foram as ideias que desenvolveu em suas obras, as quais foram escritas em forma de diálogos, quase sempre tendo Sócrates como personagem principal.

Dentre todos os diálogos platônicos, aquele que talvez sintetize com mais clareza o ponto central de sua filosofia tenha sido Timeu. Nesta obra, Platão estabelece a famosa diferença entre o mundo sensível (o mundo concreto no qual vivemos) e o mundo das ideias — eidos, em grego.

Segundo sua descrição, no início dos tempos, havia apenas as ideias — o Bem, a Verdade, o Humano, etc — até que um ser supremo, chamado Demiurgo, decidiu criar coisas a partir das mesmas. Essa teria sido a origem do mundo e de tudo que há nele (as pessoas, as sociedades, os costumes, e assim por diante). Para Platão, as obras do Demiurgo foram ricas, porém imperfeitas: baseavam-se em ideias perfeitas, mas eram apenas cópias.

A partir daí, segundo o filósofo, qualquer compreensão adequada sobre as coisas do mundo sensível deveria abstrair as suas imperfeições e chegar até a sua essência, chegar até o seu ideal. Por exemplo: no mundo existem diversos tipos de cães – grandes, pequenos, claros, escuros, etc — mas apesar das diferenças, todos eles são cães, ou seja, todos têm em si a essência do que é um cão.

O mesmo raciocínio vale para os valores humanos. Enquanto os sofistas afirmavam, por exemplo, que justiça e injustiça eram meras convenções, Platão dizia que na verdade elas pareciam convenções porque havia muitas concepções diferentes de justiça; mas, se comparássemos todas elas e deixássemos de lado suas diferenças para olhar apenas o que nelas havia em comum, surgiria daí a essência do que era a Justiça.

Essa noção platônica de mundo sensível e mundo inteligível marcou época em toda a filosofia posterior e além, influenciando até mesmo muitos pensadores do cristianismo como Santo Agostinho. Porém, como nada em filosofia é isolado, cabe dizer que Platão teve duas grandes inspirações: Sócrates, através de seu método dialético e Pitágoras, através da sua noção de que além das aparências havia sempre uma essência simétrica, perfeita e harmoniosa (no caso pitagórico essa essência eram os números).

No fim de sua vida, Platão criou a primeira instituição filosófica da história. Comprou, nos arredores de Atenas, uma propriedade onde recebia discípulos para debates. Situada num lugar chamado Jardins de Academos, passaria à história como a Academia.

Cultura...


Diversidade cultural no Brasil

Desde o início de sua história, após a colonização europeia, o Brasil é marcado pela extensa diversidade cultural.

O Brasil é um país que possui uma rica diversidade cultural entre os habitantes.


Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.

O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de um povo.

As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades culturais.

No Nordeste, a cultura é representada através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária típica é representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A cultura nordestina também está presente no artesanato de rendas.

 
Capoeira

O Centro-Oeste brasileiro tem sua cultura representada pelas cavalhadas e procissão do fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária é de origem indígena e recebe forte influência da culinária mineira e paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e guariroba, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e dourado.

 
Cavalhadas em Pirenópolis (GO)

As representações culturais no Norte do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e festival de Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como otacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré e mussarela de búfala são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá, graviola, buriti.

 
Festival de Parintins (AM)*

No Sudeste, várias festas populares de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação a Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu boi, carnaval e peão de boiadeiro. A culinária é muito diversificada, os principais pratos são: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão, etc.

 
Feijoada

O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. Algumas cidades ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a festa da uva (cultura italiana) e a oktoberfest (cultura alemã), o fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de fita e congada. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro) e vinho.

 
Chimarrão


Entendendo...

Conservadorismo - principais pensadores: Combate às ideias iluministas

Ao derrubar a mais emblemática monarquia absolutista europeia, a Revolução Francesa (1789) rompeu com o chamado Antigo Regime. O processo revolucionário na França perdurou por anos, alternando-se entre diferentes tipos de radicalismos políticos: cientificismo, racionalismo, ateísmo e progressismo (que se cristalizaram na doutrina do iluminismo) foram alguns dos princípios básicos inerentes ao movimento revolucionário francês.

Nesse contexto, surgiram pensadores conservadores que sistematizaram preceitos ideológicos com o propósito de combater as novas doutrinas iluministas.

Burke, Bonald e de Maistre

Entre os conservadores do século 18, destaca-se o filósofo inglês Edmund Burke (1729-1797), que combateu o ateísmo, o racionalismo e defendeu fervorosamente a ordem tradicional em declínio.


Em seu livro Reflexões sobre a revolução em França, Burke criticou os ideólogos iluministas - como Denis Diderot e Jean-Jacques Rousseau (que havia elaborado a doutrina contratualista, fundamentando a coesão e ordem social no contrato social) -, além de Kant.


No século 19, o mais destacado conservador foi Louis de Bonald (1754-1840). Bonald era um político francês e defendeu o Antigo Regime, a Igreja Católica Romana, a restauração da tradição e o princípio da autoridade monárquica. Ele afirmava que "Onde todos os homens querem dominar com vontades iguais e forças desiguais, é necessário que um único homem domine ou todos se destruam".


Outro importante ideólogo do conservadorismo foi o filósofo e diplomata francês Joseph de Maistre (1753-1821), defensor da monarquia hereditária e opositor do movimento revolucionário, considerado por ele o principal responsável pelo colapso social e econômico e pela anarquia política em que a França mergulhou.

Revolucionários tornam-se conservadores

Em suas origens, o pensamento conservador pode ser concebido como uma atitude reativa em oposição às rápidas mudanças que se processavam nas sociedades europeias, entre os séculos 18 e 19, provocadas pelos movimentos revolucionários burgueses.


As revoluções burguesas provocaram a ruptura das tradições, dos costumes, dos hábitos e das crenças religiosas. Nesse contexto, enquanto uma ordem social desaba e uma nova ordem social está em construção, o conservadorismo emerge como força ideológica e política contra-revolucionária.


Em termos históricos, no entanto, é preciso considerar que os revolucionários progressistas também se tornaram conservadores, quando a sociedade burguesa capitalista (ou liberal) foi ameaçada por processos revolucionários populares.
Na atualidade, "conservadorismo" e "conservador" tornaram-se termos extremamente pejorativos - e por esse motivo são denominações pouco utilizadas na esfera da política. Muitos partidos políticos, inclusive, chegaram a retirar a palavra "conservador" de suas siglas.

Entretanto, o fato de o termo não ser usado não significa que o pensamento conservador deixou de existir.

Curiosidade...


Por um triz
A “espada de Dâmocles” explica a origem da expressão “por um triz”.

Muitas vezes, enfrentamos situações que nos revelam que os detalhes são determinantes para uma vitória ou um tremendo fracasso. A vitória em uma competição esportiva, a aprovação em um concurso público ou a conquista de uma vaga de emprego, podem ser decididas por questões que parecem ser mínimas. Em muitas situações, acabamos dizendo que a vitória (ou o fracasso) foram incrivelmente consumados “por um triz”. Mas afinal, qual o significado dessa expressão tão antiga em nosso cotidiano?

Por volta do século V a.C., Dionísio, o Velho, empreendeu a conquista da cidade de Siracusa, na Sícilia, onde veio a ocupar o posto de monarca. Por meio de várias ações, este grande estadista consolidou e ampliou seus poderes por toda a Itália Grega. Tornando-se senhor de muitas terras, acabou cercado por diversos interesseiros que invejavam a sua posição. Entre tantos outros, Dâmocles era figura comum do palácio real e desfrutava várias das regalias e banquetes ali realizados.

Mesmo sendo um amigo do rei, Dâmocles acreditava que o cargo real era cercado por vários privilégios que nem se comparavam aos que ele aproveitava por meio da proximidade com Dionísio. Preocupado em apagar essa errônea impressão, o rei decidiu organizar um grande banquete, onde Dâmocles ocuparia a cadeira real. Entretanto, uma pesada lâmina presa a um fio da crina de um cavalo foi colocada sob a cabeça. Por meio dessa incômoda situação, o imaturo amigo compreendeu que a vida no poder é algo bastante delicado.

É interessante notar que thrichos seja justamente a palavra que em grego, significa cabelo. Além do termo grego ter uma sonoridade próxima à palavra “triz”, temos uma possível explicação para o fato de “por um fio” ser sinônimo da expressão aqui investigada. Desse modo, podemos notar que a história dessa expressão cotidiana reafirma aquilo que dissemos no início do texto: um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença!

Piada...

Um baiano deitado na rede pergunta pro amigo: Meu rei... tem aí remédio pra picada de cobra? Tem não, meu lindo. Por que, você foi picado? Não, mas tem uma cobra vindo na minha direção.

Devanear...

Encontrar um estranho pelos corredores de um aeroporto nunca foi tão sexy. Pelo menos até esse momento...

Leia um trecho do livro "Um Toque de Vermelho"

Ele zanzava de um lado para outro num canto mais afastado da área de espera, com uma passada precisa e controlada, demarcada pelas longas pernas vestidas num jeans claro. Os cabelos grossos e escuros ligeiramente compridos, emoldurando seu rosto másculo. Uma camiseta creme com gola em V escondia seus ombros fortes, um sinal de que as partes que as roupas ocultavam faziam jus às que deixavam expostas.

Lindsay afastou da testa uma mecha dos cabelos molhados para apreciar melhor os detalhes. Sex appeal da cabeça aos pés, era o que aquele cara tinha. Do tipo que é impossível de fingir ou imitar - do tipo que transformava a beleza física num simples bônus. 

Ele se movia por entre a multidão sem nem levantar os olhos, e mesmo assim foi capaz de se desviar de um homem que cruzou seu caminho. Sua atenção estava toda concentrada num BlackBerry, demonstrando tamanha habilidade na digitação que o ventre de Lindsay se contraiu. Uma gota de chuva desceu por sua nuca. O contato suave com água fria fez com que a experiência de observá-lo se tornasse fisicamente mais intensa. 

Atrás dele, os vidros transparentes revelavam o céu cinzento do fim da tarde. A chuva escorria pelas janelas do terminal. Aquele mau tempo era inesperado, e não apenas porque o relatório meteorológico não previa chuva. Ela sempre tinha sido capaz de sentir a proximidade das chuvas com uma precisão incomum, mas essa tempestade lhe havia passado despercebida. Fazia sol quando ela aterrissou, e pouco depois o céu desabou.

Ela adorava chuva, e em outra ocasião qualquer não se importaria de sair no meio do aguaceiro para pegar o ônibus que a levaria até o avião. Naquele dia, porém, o mau tempo parecia carregar consigo um mau agouro. Uma sensação de melancolia, ou de luto. E ela havia se deixado levar por isso.

Desde que era capaz de se lembrar, Lindsay sentia que o vento se comunicava com ela. Fosse gritando em meio a uma tempestade ou sussurrando através de uma brisa, ela sempre conseguia decifrar a mensagem. Não por meio de palavras, mas de sensações. Seu pai chamava isso de sexto sentido e fez de tudo para demonstrar que era uma coisa exótica e interessante, e não alguma espécie de aberração grotesca.

Esse radar interior era o que direcionava seu olhar para aquele homem no portão de embarque, mais ainda que a beleza dele. Em sua aparência, havia algo de melancólico que a fazia lembrar a tempestade que tomava força atrás da janela. Era aquela qualidade que a atraía... além da ausência de uma aliança no dedo dele.

Lindsay se virou, ficou de frente para o homem e desejou que ele a olhasse. Ele ergueu a cabeça. Seus olhares se encontraram. Foi como se ela tivesse recebido uma rajada de vento no rosto, fazendo com que seus cabeços se arrepiassem. Mas a sensação não era de frieza, e sim de um calor úmido e sedutor. Lindsay manteve os olhos fixos nele por um instante que pareceu infinito, hipnotizada por seus olhos azuis cintilantes, que demonstravam sintonia com a fúria ancestral da tempestade lá fora.


Ela respirou fundo e tomou o caminho de uma lojinha de pretzels ali ao lado, dando a ele a oportunidade de retribuir o óbvio interesse manifestado por ela... ou não. Meio que por instinto, ela sabia que ele não era o tipo de homem que corria atrás de mulher. Lindsay foi até o balcão e olhou o cardápio. 

O cheiro da massa quentinha e macia e da manteiga derretida era de dar água na boca. A última coisa de que ela precisava antes de ficar sentada por mais uma hora num avião era uma bomba calórica como um pretzel gigante. Por outro lado, talvez uma boa dose de serotonina fosse capaz de acalmar seus nervos exaltados pela sensação de estar espremida numa multidão.

Ela fez o pedido. "Palitinhos de pretzel, por favor. Com molho marinara e um refrigerante diet." A moça do caixa informou o valor. Ela remexeu na bolsa em busca da carteira.

"Pode deixar."

Minha nossa... aquela voz. Sedutoramente sonora. Lindsay tinha certeza de que era ele. Ele se inclinou em sua direção, e ela sentiu o perfume exótico dele. Não era colônia. Era um cheiro de homem. Natural e viril. Puro e límpido, como o ar depois de uma tempestade. Ele fez a nota de vinte dólares deslizar pelo balcão. Ela sorriu e deixou que ele pagasse.

Era uma pena que estivesse vestida com um jeans velho, uma camiseta larga e coturnos. Nada poderia ser mais confortável, mas para aquele homem ela preferia estar bonita e arrumada. Ele evidentemente pertencia a um outro mundo, o que ficava claro pela beleza de astro de cinema e pelo relógio Vacheron Constantin que ostentava no pulso. Ela se virou e estendeu a mão para ele. "Obrigada, senhor...?"

"Adrian Mitchell." Ele aceitou o cumprimento e aproveitou para acariciar seus dedos com os polegares. Lindsay sentiu uma reação visceral ao toque dele. Ficou quase sem fôlego, e seu coração disparou. Visto de perto, ele era irresistível. Ferozmente masculino e terrivelmente lindo. Impecável. "Olá, Adrian Mitchell."

Ele se agachou e pegou a etiqueta da mala dela com seus dedos longos e masculinos. "Prazer em conhecê-la, Lindsay Gibson... de Raleigh? Ou está voltando de viagem?" "Estou indo para o mesmo lugar que você. No mesmo avião." Os olhos dele tinham um tom de azul muito pouco habitual. Como a coloração cerúlea que se vê no coração das chamas. Combinados com a pele morena e emoldurados pelos cílios compridos, eram simplesmente deslumbrantes.

E estavam concentrados nela como se não houvesse mais nada no mundo para se ver.

Ele a observou da cabeça aos pés com um olhar intenso. Lindsay se sentiu exposta e envergonhada, como se ele a tivesse despido em pensamento. Seu corpo reagiu à provocação.  Os seios incharam, a tensão nos músculos foi se dissipando.

Qualquer mulher teria amolecido toda diante dele, porque não havia nada naquele corpo que denunciasse um sinal qualquer de insegurança. Dos ombros largos e os bíceps delineados até as feições milimetricamente esculpidas do rosto, cada ângulo do corpo dele parecia afiado e preciso.

Ele se inclinou sobre ela para pegar o troco, movimentando-se de maneira ágil e naturalmente elegante. Aposto que ele deve ser um animal na cama. Excitada pelo próprio pensamento, Lindsay apanhou a mala pela alça. "Então você mora no Orange County? Ou está viajando a negócios?"

"Estou indo para casa. Para Anaheim. E você?"

Ela foi até o outro balcão, para pegar seu pedido. Ele a seguiu com uma passada mais comedida, mas que não escondia a determinação de ir atrás dela. Essa característica um tanto predatória fez com que ela ficasse ansiosa. Sua sorte enfim havia mudado - seu destino final também era Anaheim.

"O Orange County é o meu futuro lar. Estou me mudando para lá, a trabalho." Ela preferiu não entrar em detalhes, como a cidade em que ia morar. Sabia bem como se proteger quando era necessário, mas não estava disposta a arrumar mais problemas além dos que já tinha.

"É uma grande mudança. Para o outro lado do país."

 "Estava na hora de mudar."

Ele abriu um leve sorriso. "Vamos jantar juntos."

O tom aveludado da voz dele fez o interesse dela crescer ainda mais. Ele era carismático e tinha uma personalidade magnética, duas qualidades capazes de produzir relacionamentos memoráveis, ainda que de curta duração. Ela pegou o saquinho de papel e o refrigerante que a atendente entregou.

"Você vai direto ao ponto. Eu gosto disso."

A chamada para o voo fez com que sua atenção se voltasse para o portão de embarque. Na verdade era o anúncio de um pequeno atraso, o que deixou os passageiros um tanto inquietos. Adrian não tirava os olhos dela. Ele apontou para uma fileira de assentos logo adiante. "Ainda temos tempo para nos conhecer melhor."

Lindsay o acompanhou até lá. Deu outra espiada ao redor, e viu que não eram poucas as mulheres com os olhos vidrados em Adrian. A sensação de que ele era como uma tempestade em pleno curso não parecia mais tão intensa, e a chuva lá fora se tornou pouco mais que uma garoa forte. 

A correlação entre os dois eventos era intrigante  A reação feroz que sentiu ao ver Adrian Mitchell e aquela capacidade sem igual de despertar seu radar meteorológico interior foram determinantes para a decisão de deixá-lo se aproximar. As anomalias de sua vida sempre mereciam uma maior investigação.

Ele esperou que ela se sentasse antes de perguntar: "Algum amigo vai buscar você no aeroporto? Ou algum parente?." Não havia ninguém à espera dela, apenas uma van reservada para levá-la ao hotel onde se hospedaria até encontrar um apartamento. "Não é aconselhável fornecer esse tipo de informação a um estranho."

"Então vamos amenizar os riscos." Ele se inclinou com um gesto fluido, levando a mão ao banco de trás para pegar a carteira. Tirou um cartão de visita e entregou para ela. "Ligue para quem estiver à sua espera e diga quem eu sou e como entrar em contato comigo."

"Você é bastante determinado." E claramente está acostumado a dar ordens. Ela não se importou. Lindsay tinha a personalidade forte e, se não encontrasse resistência, acabava ela mesma assumindo o comando. Homens dóceis e gentis eram desejáveis em certas situações, mas não em sua vida pessoal.

"Sou mesmo", ele concordou, sem hesitação.

Lindsay apanhou o cartão. Seus dedos se tocaram, e a eletricidade subiu pelo braço dela.

Ele respirou fundo, pegou a mão dela e acariciou a palma com os dedos. Parecia que estava mexendo entre suas pernas, porque o nível de excitação foi o mesmo. Ele a olhava com um desejo sexual quase palpável, intenso e implacável. Como se soubesse exatamente o que fazer para deixá-la toda entregue... ou estivesse prestes a descobrir.

"Você está me parecendo encrenca certa", ela murmurou, fechando a mão para que ele não tirasse os dedos.

"Vamos jantar. E conversar. Prometo que vou me comportar." Sem largá-lo nem por um minuto, ela pegou o cartão de visita com a outra mão. O sangue pulsava com força em suas veias por causa daquela excitação tão imediata e imprevista. Mitchell Aeronáutica, ela leu. "E você está viajando num voo regular."

"Eu tinha outros planos." O tom de voz dele ficou sério. "Mas meu piloto me deixou na mão."

O piloto dele. Ela abriu um sorrisinho. "Você não odeia quando isso acontece?"

"Geralmente, sim... Mas aí apareceu você." Ele sacou o Black- Berry do bolso. "Use o meu telefone, assim quem atender já vai ter o número."

Não sem alguma relutância, Lindsay o soltou e pegou o celular, apesar de poder muito bem usar o seu. Deixou o refrigerante no chão acarpetado e levantou. Adrian fez o mesmo. Ele era rico, elegante, educado, solícito e lindo de morrer. 

Apesar de parecer um sujeito civilizado, havia um quê de perigo pairando sobre ele, algo que apelava para os instintos mais elementares de uma mulher. Talvez o aeroporto lotado tivesse aguçado seus sentidos. Ou talvez fosse o indicativo de uma química sexual volátil entre os dois. Fosse o que fosse, ela não estava achando nada ruim.

Deixando o saquinho com os pretzels no assento, ela se afastou um pouco e digitou o número da oficina mecânica de seu pai. Enquanto isso, Adrian foi até o balcão do portão de embarque.

"Linds. Você já chegou?"

Ela ficou surpresa com o modo como ele atendeu. "Como você sabia que era eu?"

"Eu vi o número que estava ligando. O código é da Califórnia."

"Ainda estou em Phoenix, na conexão. Estou ligando de um celular emprestado."

"O que aconteceu com o seu? E por que ainda está em Phoenix?"

Eddie Gibson criou sozinho a filha durante vinte anos, e era um pai superprotetor, o que não era de se estranhar ao levar em conta as circunstâncias terríveis da morte de Regina Gibson.

"Não aconteceu nada com o meu, e eu perdi a conexão. É que conheci uma pessoa." Lindsay explicou quem era Adrian e passou as informações contidas no cartão de visita. "Não estou com medo. É que ele é o tipo de cara que parece estar precisando de um freio. Acho que não está acostumado a ouvir a palavra 'não' com muita frequência."

"Acho que não mesmo. Mitchell é uma espécie de Howard Hughes."

Ela levantou as sobrancelhas. "É mesmo? Dinheiro, filmes, estrelas de cinema? Ele está metido com tudo isso?"

Lindsay observou Adrian por trás, aproveitando a chance de estudá-lo melhor enquanto estava distraído. Era tão atraente como de frente, tinha as costas largas e um traseiro apetitoso.

"Se você conseguisse se concentrar em alguma coisa por mais de cinco minutos, saberia disso", respondeu seu pai.

De fato, ela não era capaz de se lembrar da última vez que tinha lido uma revista, e havia desistido de assinar a tevê a cabo fazia muitos anos. Alugava filmes e temporadas inteiras de seriados, porque não queria perder tempo com os intervalos. "Não estou conseguindo dar conta nem da minha vida, pai. Onde é que vou arrumar tempo para cuidar da vida dos outros?"

"Da minha você está sempre cuidando", ele provocou.

"Você eu conheço. E amo. Mas celebridades? Não é a minha praia."

"Ele não é uma celebridade. Na verdade sabe proteger muito bem sua privacidade. Vive numa propriedade enorme no Orange County. Eu vi na tevê uma vez. É tipo uma maravilha da arquitetura. 

Mitchell parece o Hughes porque é um zilionário recluso que adora aviões. A mídia fica em cima dele porque o pessoal adora aviadores. Isso sempre foi assim. E dizem que ele é bonitão também, mas isso eu não sei julgar."

E ela o havia distinguido no meio de uma multidão. "Obrigada pela informação. Eu ligo quando chegar."

"Eu sei que você pode muito bem se cuidar sozinha, mas juízo."

"Claro. E você, nada de porcaria no jantar. Faça uma comida de verdade. Ou melhor, arrume uma gata para cozinhar para você."

"Linds...", ele começou, fingindo irritação.

Aos risos, ela encerrou a ligação, depois acessou o histórico de chamadas do celular e apagou o número. Adrian apareceu com um resto de sorriso ainda nos lábios. Seus movimentos eram tão fluidos, demonstravam de tal forma sua força e sua confiança, que ela os considerava ainda mais atraentes que sua aparência. "Tudo certo?"

"Certíssimo."

Ele estava segurando um cartão de embarque. Lindsay viu seu nome nele e franziu a testa. "Eu tomei a liberdade", ele explicou, "de pegar assentos vizinhos para nós."


Mais uma etapa superada...