"Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda." (Provérbio Chinês)
segunda-feira, 28 de março de 2016
Língua afiada...
Pegadinha gramatical
Gramática Online: Concordância Verbal
Seu objetivo: estudar os principais casos de concordância verbal.
Concordância Verbal: é a concordância estabelecida entre o verbo e o seu sujeito ou predicativo.
1) Sujeito Composto: com o sujeito composto (aquele que tem mais de um núcleo), a concordância é feita no plural.
Exemplo: O professor e os alunos estão em férias. Nesse caso, o sujeito é composto (tem dois núcleos: “professor” e “alunos”) e, portanto, a concordância é feita no plural (estão).
Observação 1: caso o sujeito composto apareça depois do verbo, a concordância, além do plural, também pode ser por aproximação (o verbo pode concordar com a palavra mais próxima). Exemplos: “fui eu e ela ao teatro”, “foi ela e eu ao teatro” ou ”fomos eu e ela ao teatro”.
Observação 2: caso o sujeito composto tenha núcleos semelhantes, sinônimos ou em gradação, a concordância poderá ser no singular. Exemplo: “a alegria e a felicidade faz bem”.
2) “Que”: o verbo concorda com o termo que aparece antes do pronome “que”.
Exemplo: Fui eu que quebrei a janela.
Observação: cuidado para não falar “foi eu que quebrei”. A conjugação correta é “eu fui” (e não “eu foi”). Portanto, devemos dizer “fui eu”.
3) “Quem”: o verbo poderá concordar com o pronome “quem” ou com o termo que aparece antes do pronome “quem”.
Exemplos: “fui eu quem quebrou a janela” ou “fui eu quem quebrei a janela”.
4) Verbo “Haver”: o verbo “haver” é invariável se estiver significando “tempo decorrido” ou “existência”. Nesses caso, ele também é considerado um verbo impessoal.
Exemplo 1: Eu viajei para a Europa há dois anos. Eu viajei para a Europa há um ano. Nesse caso, o verbo “haver” expressa tempo decorrido e, portanto, permanece invariável (tanto para palavras no plural quanto para palavras no singular).
Exemplo 2: Há uma pessoa na sala. Há duas pessoas na sala. Nesse caso, o verbo “haver” expressa existência (existem duas pessoas na sala) e, por isso, permanece invariável, independentemente se houver apenas uma ou mais pessoas na sala.
Observação: se o verbo “haver” for o verbo principal de uma locução verbal e estiver em um desses casos de invariabilidade (tempo decorrido ou existência), o verbo auxiliar também será invariável. Exemplo: “deve haver muitas pessoas na sala”. Nesse caso, o verbo “deve”, que acompanha o verbo “haver”, também não varia.
5) Verbo “Fazer”: o verbo “fazer” é invariável quando ele indica tempo. Nesse caso, ele é considerado um verbo impessoal.
Exemplo: Faz um ano que eu viajei. Faz dois anos que eu viajei. Nesses casos, o verbo “fazer” indica tempo e, por causa disso, permanece no singular (é errado dizer “fazem dois anos”).
Observação: do mesmo modo do verbo “haver”, o verbo “fazer”, se estiver numa locução, também deixa o verbo auxiliar invariável. Exemplo: “deve fazer vinte dias que eu não viajo”.
6) Verbo “Ser” (tempo ou data): o verbo “ser”, quando for usado para expressar tempo ou data, deve concordar com o numeral.
Exemplos: É uma hora. São duas horas. Hoje são dois de janeiro.
Observação: para indicar o horário, os verbos “dar”, “bater”, “tocar” e “soar” também concordam com o numeral. Exemplos: já deram duas horas da tarde. Porém, tome cuidado: “o relógio deu duas horas” (o sujeito é “o relógio”, logo é errado dizer “o relógio deram duas horas”)
7) Verbo “Ser” (concordância com o predicativo): o verbo “ser” concorda com o predicativo se o sujeito for os pronomes interrogativos (“quem”, “que”, “qual”) ou então os pronomes “isso”, “isso”, “aquilo”, “o” ou “tudo”.
Exemplos: Quem era o vendedor? Quem eram os vendedores? Tudo é difícil. Tudo são flores. Isso é errado. Isso são casos de polícia.
8) Verbo “Ser” (concordância com o sujeito): se o sujeito do verbo “ser” for um substantivo ou um pronome pessoal, então o verbo concorda com o sujeito.
Exemplos: Os professores são o segredo daquela escola.
9) Verbo “Ser” (invariável): o verbo “ser” é invariável em expressões do tipo “é pouco”, “é muito”, “é o suficiente”, “é o preço”, etc.
Exemplos: Gritar com elas é pouco. Seis horas de prova é muito.
10) “Se” (partícula apassivadora): o “se” é uma partícula apassivadora quando ela se liga a um verbo transitivo direto (verbo que não exige preposição), característica da oração que se encontra na voz passiva (veja mais sobre vozes verbais clicando aqui). Quando isso acontece, o verbo faz a concordância normalmente, flexionando-se no singular ou no plural.
Exemplos: Alugam-se apartamentos. Aluga-se apartamento. Observe que o verbo “alugar” concorda normalmente com “apartamento”, concordando com ele no plural ou no singular.
11) “Se” (índice de indeterminação do sujeito): o “se” é um índice de indeterminação do sujeito quando ele se liga a um verbo que não seja transitivo direto. Nesse caso, o verbo não concorda com ninguém: ele fica invariável, sempre flexionado na terceira pessoa do singular.
Exemplos: Precisa-se de um voluntário. Precisa-se de vários voluntários. Observe que, nesse caso, o verbo não é transitivo direto (o verbo “precisar” exige a preposição “de”). Portanto, o “se” que se liga a esse verbo é um índice de indeterminação do sujeito. Logo, o verbo “precisar” permanece na terceira pessoa do singular (“ele” precisa), independente de “voluntário” estar no singular ou no plural.
12) Fração: quando o sujeito for expresso por fração, a concordância será feita com o número que indica a parte inteira da fração.
Exemplos: Um centésimo dos políticos é honesto. Dois centésimos dos políticos são honestos.
13) Porcentagem: a concordância com porcentagens é feita com o termo expresso pela porcentagem. Caso contrário, a concordância será feita com o número da porcentagem.
Exemplo 1: Noventa por cento da turma está aprovada. Nesse caso, devemos concordar o verbo com “turma”.
Exemplo 2: Noventa por cento dos alunos estão aprovados. Nesse caso, devemos concordar o verbo com “alunos”.
Exemplo 3: Noventa por cento estão aprovados. Nesse caso, como não há nenhum termo definido pela porcentagem, nós devemos fazer a concordância com o número da porcentagem (noventa estão aprovados).
14) Expressões de dupla concordância: algumas expressões podem ter duas concordâncias (no singular ou no plural). São elas: a maioria, a minoria, grande parte, a maior parte (e outras expressões semelhantes a essas).
Exemplo 1: A maioria dos alunos faltou ou a maioria dos alunos faltaram.
Exemplo 2: A maior parte dos políticos é corrupta ou a maior parte dos políticos são corruptos. Observe que, nesse exemplo, nós devemos escrever “é corrupta” (concordando com “a maior parte”) ou “são corruptos” (concordando com “políticos”). Na verdade, o mais ideal seria escrever que os políticos são honestos, mas isso é uma mentira.
15) Expressões Aproximadas: em expressões que expressam aproximações (do tipo “cerca de”, “perto de”, “mais de”, “menos de”), os verbos concordam com o numeral.
Exemplos: Mais de um aluno reprovou. Mais de dois alunos reprovaram. Cerca de oitenta pessoas foram à festa.
16) Nomes Próprios no Plural: se um nome próprio aparecer no plural, o verbo concordará no plural caso esse nome apareça com um artigo no plural.
Exemplo 1: Os Estados Unidos assinaram o novo decreto. Nesse caso, o verbo vai para o plural por causa do artigo “os” (que está no plural).
Exemplo 2: Estados Unidos fica na América do Norte. Nesse caso, o verbo permanece no singular porque não foi usado nenhum artigo no plural antes do nome próprio.
Observação 1: o professor Evanildo Bechara considera essa regra facultativa se usarmos o verbo “ser” (podemos usar o verbo “ser” tanto no singular quanto no plural, independente de ter artigo ou não). Portanto, podemos dizer: “Estados Unidos ficam na América do Norte” ou “Estados Unidos fica na América do Norte”.
Observação 2: em se tratando do nome de alguma obra (livro, pintura, etc), podemos fazer sempre a concordância no singular por causa da palavra “obra” (que fica omitida). Exemplo: (a obra) Memórias Póstumas de Brás Cubas marcou a literatura brasileira.
17) Coletivos: a concordância é feita com o coletivo.
Exemplos: O grupo de alunos ficou perdido no passeio. Os grupos de alunos ficaram perdidos no passeio.
18) Pronome de Tratamento: quando usamos os pronomes de tratamento, o verbo é conjugado na terceira pessoa (ele).
Exemplos: Vossa Excelência precisa assinar o documento. O senhor pode me dar um aumento? Você anda muito estressado.
19) Pessoas do Discurso: se as três pessoas do discurso (eu, tu, ele) se misturarem no sujeito, o verbo concordará com a pessoa mais adiantada (eu = primeira pessoa, tu = segunda pessoa, ele = terceira pessoa). A primeira pessoa (eu) é mais adiantada que a segunda (tu), que é mais adiantada que a terceira (ele). Como a concordância é estabelecida com duas ou mais pessoas, a concordância será feita no plural.
Exemplo 1: Em “ele e eu”, a pessoa mais adiantada é a primeira pessoa (“eu”), já que “ele” é terceira pessoa. Então, o verbo concordará com a primeira pessoa do plural, ou seja: “ele e eu = nós”. Portanto, devemos concordar o verbo com “nós”, como por exemplo: “ele e eu fizemos o trabalho da escola (nós fizemos)”.
Exemplo 2: Em “tu e ela”, a pessoa mais adianta entre as duas é a segunda pessoa (“tu”), já que “ela” é terceira pessoa. Então, a concordância será com a segunda pessoa do plural (“vós”), como por exemplo: “Tu e ela ireis à reunião (vós ireis)”. Observação: como o uso do “vós” é pouco usual em nossa língua, nós podemos usar a terceira pessoa do plural (eles). Ou seja: “Tu e ela irão à reunião (eles irão)”.
Exemplo 3: Em “nós e eles”, a pessoa mais adiantada entre as duas é a segunda pessoa (“nós”), já que “eles” é terceira pessoa (do plural). Então, a concordância será com a segunda pessoa (“nós”), como por exemplo: “Nós e eles iremos à reunião (nós iremos à reunião)”.
Exemplo 4: Em “ela e eles”, o pronome “ela” é terceira pessoa e o pronome “eles” também é terceira pessoa (do plural). Então, a concordância será com a terceira pessoa, como por exemplo: “ela e eles irão à reunião (eles foram)”.
Interessante...
As leis mais misóginas do mundo
Pelo menos 44 países desfavorecem as mulheres em suas constituições; conheça as leis mais sexistas do mundo.
Muita gente diz que a desigualdade de gênero não existe mais, que machismo é coisa do passado. Seria bom se fosse assim, mas isso não é verdade. No mundo inteiro, ainda existem leis que discriminam mulheres das mais diversas formas - desde a culpabilização da vítima em casos de estupro e abuso até a proibição de ações simples, como dirigir ou usar calças compridas.
Era mesmo para ser um papo ultrapassado. Há 20 anos, 189 países assinaram uma plataforma das Nações Unidas chamada Beijing Platform for Action, com o objetivo de discutir e revogar leis que se baseassem em gênero.
No entanto, desde então, só metade deles conseguiu diminuir parcialmente o sexismo de suas constituições. Para lutar contra isso, a ONG Equality Now criou uma lista das leis mais absurdas que estão em vigor até hoje. Conheça alguns dos países que perpetuam o machismo de forma constitucional.
Onde quem manda é o marido
Casamento no Sudão só se um guardião legal permitir. Sem a permissão dele, mulher nenhuma pode se casar. Depois do casório, a "guarda" da mulher passa ao marido - e deve obediência a ele.
Assim como as esposas do Yêmen. A lei por lá obriga as mulheres a satisfazer seu marido na cama, quer ela queira ou não, quando ele desejar. É ele também quem decide qual o caminho professional sua esposa vai seguir.
A coisa complica ainda mais em outros países. Na Nigéria, o marido pode bater na esposa para "corrigi-la". No Afeganistão, as mulheres só saem de casa se o marido permitir. Na República do Congo, elas só podem assinar contratos, seja para contratar um serviço telefônico ou alugar uma casa, se o marido estiver presente. O mesmo acontece na Nicarágua, em Guiné e em Mali.
Em Mali, aliás, a mulher precisa esperar três meses para se casar após o divórcio ou falecimento do marido. Já os homens podem se casar outra vez quando quiserem. No Japão, esse espaço obrigatório entre um casamento e outro é de seis meses.
Por falar em divórcio, em alguns lugares, como Israel, esse direito é garantido apenas aos homens. Na Argélia elas até conseguem pedir a separação, desde que paguem uma grana a eles.
Onde a lei define o emprego das mulheres
Existem até constituições que definem quais empregos uma mulher pode ou não aceitar. Na China, elas não podem trabalhar na mineração - é proibido a elas fazer muito esforço físico. A Rússia tem uma lista com 456 tipos de trabalho que as mulheres não podem realizar, também ligados à capacidade física. Em Madagascar, as mulheres não podem trabalhar à noite, só em "estabelecimentos familiares".
Onde feminicídio tem pena menor
"Crimes de honra" são aqueles realizados para "limpar a honra" de um homem traído. Pode até parecer uma coisa medieval, mas ainda existe - e com pena relativamente branda em alguns países.
Na Síria, um homem que mata a sua esposa, mãe ou irmã por ter descoberto um "ato ilícito" ou imoral pode pegar, no máximo, sete anos de prisão. No Egito, homens recebem penas menores quando os assassinatos são pela honra do que por qualquer outro crime grave.
Onde a palavra da mulher vale menos que a do homem
No Irã, assim como no Paquistão, o testemunho de uma mulher vale pelo menos do que o do homem. Qualquer crime deve ter pelo menos duas testemunhas masculinas para que o testemunho seja válido. Em casos de zina (crime de sexo fora do casamento), livat, tafkhiz, ou musaheqeh (formas criminosas de relação homossexual), deve haver quatro homens testemunhas.
Onde a mulher não pode dirigir ou usar determinadas roupas
Na Arábia Saudita, mulheres não podem nem sequer tirar licença para dirigir. É que, assim, com essa liberdade toda, seria mais fácil para elas se encontrarem com homens de forma privada (um crime chamado de "khilwa") ou abandonarem o hijab (véu islâmico). E se isso acontecesse, o número de estupros poderia aumentar - por culpa delas, claro.
No Sudão, o problema é outro: as mulheres muçulmanas podem ser condenadas ao chicote por usarem calças, que são consideradas roupas indecentes. Esses tipos de proibição são formas de culpabilizar a mulher, e não o homem, por abusos e até por estupros.
Onde o estupro é aceitável
Em vários países, o estupro não é punido em algumas situações. Em geral, isso acontece quando o marido é o agressor. Nas Bahamas, por exemplo, um homem pode ter relações sexuais sem consentimento com sua esposa, se ela for maior de 14 anos - em Singapura e na Índia, a lei é similar, mas as idades mínimas são 13 e 15 anos, respectivamente.
Outra situação comum é a punição ser revogada ou minimizada se o estuprador se casar com a vítima após o ato: no Líbano, a lei simplesmente ignora o crime quando o agressor pede a mulher em casamento, mesmo em casos em que o estupro vem combinado com sequestro.
Em Malta, assim como na Palestina, a pena do estuprador é diminuída se ele tiver a intenção de se casar com a vítima, e anulada se o casamento for realizado.
História...
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco – foi criada em 1945, no mesmo contexto e em conjunto à Organização das Nações Unidas (ONU). Seu objetivo, enquanto entidade de caráter global, é “garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações”. O idealizador e primeiro presidente da Unesco foi o biólogo Julian Huxley, irmão do escritor Aldouls Huxley.
O contexto da criação da Unesco, isto é, o fim da II Guerra Mundial, exigia uma nova forma de mediação entre as potências que emergiam da guerra e os países que haviam sido arruinados pelo conflito.
Uma das estratégias pensadas para essa mediação foi o entrelaçamento intelectual entre as mais diversas nações para que problemas de ordem cultural ou científica não resultassem mais em conflitos militares, tal como aconteceu na Segunda Guerra Mundial.
Uma das estratégias pensadas para essa mediação foi o entrelaçamento intelectual entre as mais diversas nações para que problemas de ordem cultural ou científica não resultassem mais em conflitos militares, tal como aconteceu na Segunda Guerra Mundial.
Uns dos traços mais marcantes do nazismo, antes e durante a Segunda Guerra, foram o racismo e a política de superioridade cultural da raça ariana.
Para debelar qualquer retorno a essa nefasta ideologia, a Unesco passou a organizar, ainda na década de 1940, vários congressos com pesquisadores do mundo inteiro para demonstrar que o conceito de raça era mais complexo do que pensavam os racistas das décadas anteriores e que cada nação possuía uma riqueza cultural que estava intimamente associada à interação entre as etnias (ou raças), e não em sua segregação.
Para debelar qualquer retorno a essa nefasta ideologia, a Unesco passou a organizar, ainda na década de 1940, vários congressos com pesquisadores do mundo inteiro para demonstrar que o conceito de raça era mais complexo do que pensavam os racistas das décadas anteriores e que cada nação possuía uma riqueza cultural que estava intimamente associada à interação entre as etnias (ou raças), e não em sua segregação.
Um simpósio sobre o conceito de democracia também foi organizado em 1949 pela Unesco. O objetivo era repensar esse conceito a partir da experiência catastrófica dos regimes totalitários, como o nazismo, o fascismo e o stalinismo, que também reivindicaram para si o status de “democracia” enquanto vigoraram.
Outros assuntos, como a educação voltada para a cidadania, a erradicação do analfabetismo, a posição contra os preconceitos de raça, cor, gênero ou cultura, são capitaneados pela Unesco e levados à discussão em todos os países que a ela estão integrados – mais de 190, no total – através de políticas educacionais e projetos político-pedagógicos.
Desde então, o empreendimento dessa entidade internacional tem se voltado para essas questões e gerado discussões que sempre se refletem em ações práticas de alcance global.
Desde então, o empreendimento dessa entidade internacional tem se voltado para essas questões e gerado discussões que sempre se refletem em ações práticas de alcance global.
Viva a sabedoria...
A concepção de felicidade na Ética aristotélica.
Filosofia
A palavra ethos é de etimologia grega e significa comportamento, ação, atividade. É dela que deriva a palavra ética.
A ética é, portanto, o estudo do comportamento, das ações, das escolhas e dos valores humanos. Mas no nosso cotidiano ocorre de percebermos que há uma série de modelos de “éticas” diferentes que postulam modos de vida e de ação, por vezes excludentes.
Qual é o melhor tipo de vida (se é que há um)? O que é a felicidade? É melhor ser feliz ou fazer o bem ou o que é certo?
Perguntas como essas são feitas em todas as épocas da história humana. E desde a antiguidade clássica dos gregos, já havia muitos modelos de respostas para elas. Uma delas é a fornecida pelo filósofo Aristóteles, famoso por sua Metafísica. Vamos nos aprofundar um pouquinho mais no que ele tem a nos dizer.
No livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles consagrou a tão famosa ética do meio-termo. Em meio a um período de efervescência cultural, o prazer e o estudo se confrontam para disputar o lugar de melhor meio de vida. No entanto, a sobriedade de nosso filósofo o fez optar por um caminho que condene ambos os extremos, sendo, pois, os causadores dos excessos e dos vícios.
A metrética (medida) que usa o estagirita (Aristóteles era chamado assim por ter nascido em Estagira) procurava o caminho do meio entre vícios e virtudes, a fim de equilibrar a conduta do homem com o seu desenvolvimento material e espiritual.
Assim, entendido que a especificidade do homem é a de ser um animal racional, a felicidade só poderia se relacionar com o total desenvolvimento dessa capacidade. A felicidade é o estado de espírito a que aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiais como espirituais.
Aristóteles herda o conceito de virtude ou excelência dos antecessores, Sócrates e Platão, para os quais um homem deve ser senhor de si, isto é, ter autocontrole (autarquia). Trata-se do modo de pensar que promove o homem como senhor e mestre dos seus desejos e não escravos destes.
O homem bom e virtuoso é aquele que alia inteligência e força, que utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeiçoar seu intelecto. Não é dado às pessoas simples nem inocentes, tampouco aos bravos, porém tolos. A excelência é obtida através da repetição do comportamento, isto é, do exercício habitual do caráter que se forma desde a infância.
Segundo Aristóteles, as qualidades do caráter podem ser dispostas de modo que identifiquemos os extremos e a justa medida. Por exemplo, entre a covardia e a audácia está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação está a amizade; entre a indolência e a ganância está a ambição e etc.
É interessante notar a consciência do filósofo ao elaborar a teoria do meio-termo. Conforme ele, aquele que for inconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro de vício. Por exemplo, na política, o liberal é chamado de conservador e radical por aqueles que são radicais e conservadores. Isso porque os extremistas não enxergam o meio-termo.
Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em excesso”, Aristóteles formula a ética da virtude baseada na busca pela felicidade, mas felicidade humana, feita de bens materiais, riquezas que ajudam o homem a se desenvolver e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais, como a ação (política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).
Cultura...
As Pessoas não Sabem o que Querem Antes de lhe mostrarmos
A minha paixão tem sido construir uma empresa duradoura onde as pessoas se sintam motivadas para grandes produtos.
Tudo o mais era secundário.
Claro que era bom ter lucros, pois só assim era possível fazer grandes produtos. Mas o principal fator de motivação eram os produtos, não o lucro.
Sculley deslocou estas prioridades para o objetivo de fazer dinheiro.
Trata-se de uma diferença subtil, mas que acaba por fazer toda a diferença: as pessoas que contratamos, quem é promovido, os assuntos que discutimos nas reuniões.
Algumas pessoas dizem: “Deem aos clientes o que eles querem.” Mas essa não é a minha abordagem. A nossa missão consiste em antecipar aquilo que eles vão querer.
Penso que o Henri Ford teria dito uma vez que se perguntasse aos clientes aquilo que eles queriam, a resposta teria sido: “Um cavalo mais rápido!".
As pessoas não sabem o que querem antes de lhe mostrarmos. É por isso que não confio nos estudos de mercado. A nossa missão consiste em ler as coisas antes de elas terem sido escritas.
Steve Jobs
Steve Jobs
Entendendo...
Etiqueta
Sociologia
A etiqueta é um conjunto de regras de comportamento que especificam como devemos nos comportar socialmente.
A etiqueta trata de regras e normas que estabelecem o comportamento socialmente aceito em diferentes ocasiões, baseando-se no trato de formalidades em momentos cerimoniais ou na convivência comum.
A prática da etiqueta tem origem no século XVI, em um contexto europeu em que a sociedade de cortes estava em seu ápice, principalmente na França, na Alemanha, na Itália e na Inglaterra.
A história da etiqueta está relacionada ao processo civilizatório ao qual se refere Nobert Elias em seu livro intitulado “O processo civilizador”, em que Elias traça uma linha histórica dos diferentes processos que se deram no decorrer da história europeia em que surge a ideia de civilidade ou a busca pelo sujeito civilizado e o afastamento do que se considerava como barbárie.
No livro, Elias atribui a Erasmo de Rotterdam a autoria do significado da ideia de civilidade, que foi primeiro tratada no livro “Da civilidade em crianças”, que abordava os modos de comportamento a serem passados na educação infantil.
É no contexto histórico do Renascimento que Éramos de Rotterdam escreve seu manual de ensinamento de boas maneiras. Os valores humanistas estavam ligados à alta corte e àqueles que possuíam meios de ter maior instrução.
Rapidamente os ensinamentos de Éramos se alastraram entre os membros das cortes europeias que se dedicavam em diferenciar seu próprio comportamento dos da plebe. A etiqueta passava a ser um indicador de status social atribuída à nobreza e à corte.
Nesse sentido, a etiqueta e a busca pelo ideal de civilidade são características das mudanças pelas quais passavam a sociedade europeia, que saía da idade média para a modernidade.
A busca pela civilidade, ou o processo civilizador, é visto por Norbert Elias como um ponto de quebra entre dois momentos sociais distintos. É, no entanto, importante ressaltar que Elias o faz sem atribuir juízos de valores entre a ideia de “civilidade” como forma superior de uma educação.
Ele a trata de forma analítica, vendo o processo civilizador como característica sintomática de um momento de mudança social. Para exemplificar, Elias no faz pensar em como nos sentiríamos se de uma hora para outra fôssemos transportados para o período da idade média, em que muitos dos costumes, que tem origem neste período de exaltação à civilidade, que temos hoje não existiam.
A etiqueta é ainda hoje vista socialmente como sinal de boa educação e possui carga de status social, que é atribuída tanto àquele que não a tem quanto àquele que a possui.
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