terça-feira, 10 de maio de 2016

Cultura...

REFLEXÕES SOBRE A FAMÍLIA

Da velha à nova família

As formações familiares são profundamente influenciadas por velhos costumes e, portanto, hábitos dos séculos passados deixam traços nas atuais famílias "pós-modernas". No século XVII, Ariès cita dois fatores que despertam especial atenção, um quanto ao poder patriarcal nas uniões e o outro quanto aos primogênitos. 

O poder patriarcal era definidor quanto às intencionalidades das uniões, pois "quando se tratava de casamento, ninguém pensava em contestar o poder dos pais nessa questão". 

Os casamentos arranjados continuavam a ser uma forma de manutenção e expansão patrimonial. Entretanto uma alteração fundamental se instalou nessa "lógica econômica", que consistiu no fim da exclusividade dos bens dirigidos aos primogênitos e, consequentemente, incentivo aos filhos mais novos. Tal mudança causou indignação social e veio acompanhada por outras mudanças socioeconômicas.

No final do século XVII, a privacidade ainda era rara. As casas eram como grandes galpões, e essa ausência de delimitações fazia com que todas as coisas ficassem juntas, "não havia locais profissionais, tudo se passava nos mesmos cômodos em que eles viviam com sua família. Também se dormia, se dançava...". 

Aos poucos, alguns detalhes se modificaram, como as camas desmontáveis, que passaram a ser fixas e ganharam cortinas. Contudo, o cômodo onde ficava a cama nem por isso passou a ser um quarto de dormir, continuava a ser um local público, onde transitavam e dormiam mais pessoas além da família nuclear (pai, mãe, filhos e parentes próximos). 

Essas mudanças mobiliárias indicavam uma tranformação de valores, como o surgimento da ambição e da reputação. Para atingir tais valores, ninguém deveria se contentar com sua condição, e, para elevá-la, muitos se sujeitavam a uma polida e detalhada disciplina social, que era disseminada via manuais de civilidade. 

As mudanças continuam e se intensificam nos séculos seguintes, a família se torna mais fechada (nuclear) e sentimental, ao contrário do modelo anterior, que era mais funcional (a casa como empresa e as crianças que após o parto eram confiadas às amas de leite). As delimitações dos cômodos expõem uma conjunção de influências socioeconômicas da Europa e, dentre as aspirações de civilidade, a gradual passagem dos temas referentes ao corpo e sexualidade da igreja aos médicos.

Assim, nas famílias burguesas do século XVIII, a "nuclearização" e a interdição à masturbação assumiram progressivamente o centro do discurso, da visibilidade e, consequentemente, das preocupações. Nessa época, o problema da carne (pecado carnal) vai se transfigurando num problema do corpo (médico) e, principalmente, do corpo doente.

O forte movimento industrial e a urbanização demandavam e justificavam a "normalização dos hábitos". O empenho no controle social e de circulação da informação acabou por interditar os escritos pornográficos, por estarem associados aos atos de políticos, já que as prostitutas relatavam algumas confidências de alguns de seus clientes. 

Portanto, no início do século XVIII, o problema da sexualidade não estava ligado ao ato sexual em si e nem às orgias, mas ao trânsito de influências: "ao poder". No final do século XVIII, o controle do corpo já estava no âmbito médico, que realizava as demonstrações do perigo físico e, sobretudo, do perigo que emana dos desejos sexuais incontrolados das crianças. 

A passagem do controle do corpo aos médicos de certo modo simplificou o problema da carne, que passou a ser o controle do contato físico: quem, quando, onde e como se toca. Assim, as interdições da sexualidade passaram para a responsabilidade médico-familiar com a instauração das inspeções feitas pelos pais nas manifestações corporais de seus filhos. 

O corpo, pelo qual os pais eram, então, inteiramente responsáveis, tinha de ser conhecido e desvelado com o intuito de suprimir os desejos sexuais das crianças. E, de forma ambígua, ao mesmo tempo em que a sexualidade se tornou o grande problema, os espaços e os corpos ficaram mais próximos e expostos, dadas as várias inspeções em camas, roupas, aspecto físico, etc. Portanto, no século XVIII, a ideia predominante da sexualidade infantil era sobre sua não relacionalidade, e sendo as crianças autoeróticas, os pais se isentavam de se deparar com seus próprios desejos.

Dessa forma, a nuclearização da família moderna corresponde a uma mudança nas instâncias dos desdobramentos do poder de alma-corpo para igreja, médicos e pais, e, também, pela crescente urbanização e industrialização. As ideias sobre o incesto divulgadas, sobretudo, no final do século XIX, invertem as ideias predominantes até então: os pais devem se distanciar dos corpos dos filhos, pois são eles próprios os alvos da curiosidade sexual infantil. 

Tal revelação chocou os padrões morais do século XIX, mas trouxe a possibilidade de lidar melhor com os temas ligados à sexualidade e, assim, os controles sobre a masturbação foram relaxados. Nas famílias proletárias, em meados do século XIX, as campanhas e as ideias veiculadas entre as camadas mais "baixas" eram diferentes das voltadas às camadas mais "altas" e focalizavam o controle da natalidade e a interdição à livre união. 

Tais preocupações com o proletariado diferiam de cem anos antes, quando as famílias pobres estavam profundamente aderidas às práticas matrimoniais e havia uma "natural-religiosa" restrição à quantidade de filhos. Então, o que poderia estar se sucedendo é que o casamento estava ligado à vida comunitária das aldeias e aos modos aceitos para as transições patrimoniais. 

Por outro lado, com o incremento do proletariado urbano, os motivos que sustentavam as uniões e o controle da natalidade desapareceram. E, juntamente com a urbanização, as flutuações econômicas e as novas frentes de trabalho demandavam uma população igualmente flutuante e os casamentos decalcaram essa lógica.

Portanto, urbanização consolidou a organização dos movimentos sociais, e esse modus vivendi de total desapego se mostrou perigoso ao Estado, que iniciou campanhas reforçando o valor da estabilidade, do casamento, de quartos separados, de sexos separados, de camas individuais, de famílias em casas separadas com no mínimo dois quartos, etc. 

Essas campanhas de camadas de isolamento eram exatamente o oposto do que era veiculado, menos de cem anos antes, durante a luta antimasturbação - na qual o controle era realizado pela proximidade e pela possibilidade de visualização do ato proibido. 

Em síntese, do século XVII (da família permeada pela sociedade e essa fonte de uma elevada pressão, na qual a criança era instrumento a ser modelado para o avanço familiar) até o século XIX (o isolamento e o resguardo familiar da invasão e da pressão social), nota-se a transformação dos preceitos morais, como incremento da privacidade, polimento dos hábitos sociais, surgimento dos manuais de civilidade e melhoria das condições de higiene. 

A casa/família perdeu o seu caráter de lugar público, e, não sem motivo, que justamente nessa época surgiram os clubes e cafés (os PUBs - public houses). A vida profissional e a vida familiar foram progressivamente delimitadas, como coloca Ariès: "somos tentados a crer que o sentimento da família e a sociabilidade não eram compatíveis e só se podiam desenvolver à custa um do outro".

No início do século XX, houve uma nova transição de valores, no pós II Guerra com a emancipação sexual e econômica da mulher e na década de 70 com o movimento estudantil e a reedição da liberação da mulher (pílula). 

Esses novos valores colidem com forças histórico-culturais. Forças paradoxais de emancipação e reclusão se fazem presentes no final do século XX: a família resguardada, mas não mais nuclear, pois o marido e a mulher estão fora de casa trabalhando e terceiros fazem as vezes domésticas; e a moradia, embora mais fechada, se abre para as mudanças da empregabilidade (terceirização, serviços e terceiro setor), que reeditam, em alusão ao século XVII, a casa como local de trabalho, e, contraditoriamente a casa/família se rende à violência urbana, fechando-se. 

Esse novo "isolamento" da casa/família pode ser notado pelos aparatos cotidianos: a) o cuidado com quem adentra a residência ou o condomínio (burgo), cercas, sistemas de vigilância, porteiros, interfones, câmaras, etc. b) a transformação da casa em unidade autônoma como local de lazer e trabalho, com a implementação das diversas utilidades comunicacionais e domésticas (internet, televisão, home theater, piscina, churrasqueira, salão de festas) e dos estoques de comida (freezer).

A família pós-moderna que está se emancipando de tantos traços dos últimos séculos, ao tentar se defender das pressões e mazelas sociais, investe seus esforços para que a casa assuma funções seculares, como resguardo (privado) e trabalho (público). 

A diferença em relação aos séculos passados reside em alguns elementos como abertura das relações e menores idealização e resignação frente ao destino, que podem ser notadas na ampliação da capacidade de se permitir fazer escolhas.

http://awmueller.com/psicologia/velha-nova-familia.htm

Curiosidade...

ORIGEM DA CHAPINHA
O que anda fazendo a cabeça da mulherada é a moda dos cabelos lisos, mas para conseguir este feito precisam aderir ao uso da chapinha, também conhecida como “piastra”.
Engana-se quem pensa que essa moda é atual, essa mania existe há tempos.

Antigamente, para conseguir o efeito liso, as mulheres pegavam a cabeleira crespa e passavam banha de porco, sebo e óleo de peixe. Já no século 18, a tática era outra, lavava-se os cabelos com éter e ácido sulfúrico diluído em água.

Com o passar do tempo as técnicas foram evoluindo, tanto que, no século 19, as melenas eram domadas com a ação do calor, com toalhas molhadas em água fervente e barras de ferro aquecidas em carvão.

Já no século 20 descobriu-se que a temperatura de 100ºC faz com que o hidrogênio presente nos fios de cabelo evapore, deixando-os com o aspecto liso. A partir desse princípio diversas invenções foram surgindo, uma mais inusitada e com maior precisão do que a outra.

O protótipo da atual chapinha foi criado pelo engenheiro norte-americano Isaak K. Shero, chamando sua criação de flat iron.
Mas a moda de alisar os cabelos com esse tipo de equipamento só fez a cabeça da mulherada após 20 anos, em Paris, com o primeiro modelador de cabelos. 
Segundo alguns pesquisadores, esse aparelho tinha a aparência de uma pinça gigante e era aquecido no fogareiro, as mulheres testavam a temperatura até alcançar uma que proporcionasse o efeito liso.
As chapinhas elétricas surgiram na década de 80, e essa invenção logo virou febre entre as mulheres que possuíam certo poder aquisitivo. Atualmente, a conhecida chapinha tornou-se acessível a todas as classes sociais, tendo preços e qualidades diferentes, as mais cobiçadas são as de cerâmica e de infravermelho, pois proporcionam um efeito mais duradouro e mais natural.
O efeito da chapinha é totalmente reversível, basta expor o cabelo à umidade que ele volta ao natural.  Necessário tomar algumas precauções quanto ao uso de chapinhas, pois a utilização excessiva desse recurso prejudica os cabelos, enfraquecendo-os.

http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/origem-chapinha.htm

Piada...

A mulher do capeta

Humor

O bêbado chega no inferno gritando:
- Cadê as mulheres desse lugar ??
O diabo responde:  
- Aqui não tem mulher, seu maluco!
O bêbado diz:
- Então onde tu arrumou esses chifres, desgraça?
http://www.piadas.com.br/piadas/piadas-curtas/mulher-do-capeta

Devanear...

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Vamos malhar...

Exercício pode anular efeito nocivo da poluição do ar, diz estudo

Estudo revelou que os benefícios da prática de esportes para a saúde são superiores aos problemas causados pela poluição

Um estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, sugere que os benefícios para saúde de atividades ao ar livre, como andar de bicicleta ou caminhar, são maiores do que os danos causados pela eventual exposição à poluição durante o exercício.

Mesmo inalando poluição durante o trajeto de bicicleta em uma grande cidade como São Paulo, uma pessoa ainda terá mais benefícios para a saúde, segundo pesquisadores.

Mais de 5,5 milhões de pessoas morrem de forma prematura no mundo todo ano como resultado da poluição do ar, segundo levantamento de uma outra pesquisa. Os dados foram reunidos como parte do projeto chamado Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças", em tradução livre).

Por outro lado, a prática regular de exercícios reduz o risco de doenças como diabetes, problemas cardíacos e vários tipos de câncer.

O estudo britânico mostrou que mesmo em cidades com altos níveis de poluição, o benefício dos exercícios ainda supera os riscos de se respirar o ar poluído.

Os pesquisadores usaram simulações em computador para comparar dados sobre tipos diferentes de atividades físicas e níveis diferentes de poluição do ar em lugares espalhados pelo mundo.

Eles descobriram que, pra a média de concentração de poluição em áreas urbanas, o ponto de virada - quando os riscos dos exercícios começam a superar os benefícios - acontece depois de 7 horas de ciclismo ou 16 horas de caminhada por dia.

Viagem ativa
Uma forma de as pessoas incorporarem a atividade física em seu dia a dia é por meio de "viagens ativas": caminhar ou andar de bicicleta ao transitar pela cidade.
Essas práticas também podem ajudar a reduzir as emissões causadas por carros e outros meios de transporte - principais fontes de poluição nas cidades.

O problema é que muitos dos "viajantes ativos" temem inalar poluentes durante a prática de exercício e prejudicar sua saúde - e é justamente isso o que é estudado pela pesquisa de Cambridge.

Já se sabia que as vantagens superam os malefícios em áreas de baixa poluição do ar, mas o cenário ainda é mais relativo em cidades extremamente poluídas.

"Nosso modelo indica que, em Londres, os benefícios para saúde da viagem ativa sempre superam os riscos da poluição. Mesmo em Nova Déli (na Índia), uma das cidades mais poluídas do mundo - com níveis de poluição dez vezes maiores que os de Londres -, as pessoas precisariam andar de bicicleta mais de cinco horas por semana antes de os riscos da poluição superarem dos benefícios para saúde", disse Marko Tanio, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Cambridge.

"Mas devemos lembrar que uma pequena minoria de trabalhadores nas cidades mais poluídas, como entregadores que usam bicicletas, podem estar expostos a níveis de poluição do ar altos o bastante para anular os benefícios à saúde da atividade física", acrescentou.

Cientista afirma que mesmo em cidades poluídas da Índia, as pessoas precisariam andar de bicicleta por mais de cinco horas para os riscos à saúde serem maiores do que os malefícios causados pela poluição.

Método
Os pesquisadores pertencem ao CEDAR, uma parceria entre as Universidades de Cambridge e East Anglia, ambas na Grã-Bretanha, e o Conselho de Pesquisa Médica britânico. Eles usaram simulações de computador para comparar os riscos e benefícios para diferentes níveis de intensidade e duração da viagem ativa e de poluição do ar em lugares diferentes no mundo todo, compilando estudos epidemiológicos e meta-análises.

A partir desses dados, os pesquisadores calcularam que, em termos práticos, os riscos representados pela poluição do ar não vão anular os benefícios para saúde de quem pratica viagens ativas na grande maioria das áreas urbanas do mundo todo.

Apenas 1% das cidades que estão no banco de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre poluição atmosférica tinham níveis de poluição altos o bastante para começar a anular os benefícios das atividades físicas depois de meia hora de bicicleta por dia, todo dia.

Combate à poluição
A média do nível de poluição para cidades no mundo inteiro é de 22 microgramas por metro cúbico, de acordo com a OMS.

"Ainda que esta pesquisa demonstre os benefícios da atividade física apesar da qualidade do ar, isso não pode justificar a inação no combate à poluição", ressaltou James Woodcock, membro do CEDAR e participante da pesquisa.

Para ele, a pesquisa reforça a necessidade de "investimento em infraestrutura para tirar as pessoas de dentro de seus carros e colocá-las para caminhar ou andar de bicicleta - o que já pode reduzir os níveis de poluição e, ao mesmo tempo, dar apoio à atividade física".


Rolando lero...


Como ganhar uma discussão

Conduza o raciocínio antes de dar opinião, não confronte o oponente de maneira direta e nem pense em devolver acusações: descubra dez passos para argumentar bem


"Derrubar" o ponto de vista do outro não é o objetivo do bom argumentador




A maioria das pessoas acredita que argumentar é “vencer” o outro, colocando por terra suas ideias e opiniões. Mas este é um grande engano.


Segundo o professor de linguística Antônio Suárez Abreu, autor do livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção” (Ateliê Editorial, 2008), saber argumentar é, em primeiro lugar, aprender a integrar-se ao universo do outro. “É preciso fazer com que o outro tenha condições de ver o objeto da disputa de um ponto de vista diferente daquele a que está acostumado e, ao final, tenha o desejo mudá-lo, concordando com quem argumenta”, explica.
Portanto, em uma discussão, está terminantemente proibido querer impor o seu ponto de vista a qualquer custo. Aquele que logo de cara diz “eu não concordo com você” provavelmente não vai conseguir convencer ninguém. Sendo assim, mostrar consideração pelo que o outro pensa ou sente é o melhor caminho. “Quando nosso interlocutor acredita que pensamos de maneira igual, fica mais fácil ele concordar com as teses que estamos defendendo”, afirma Ana Lúcia Tinoco Cabral, pesquisadora da área de linguística e autora do livro “A Força das Palavras – Dizer e Argumentar” (Editora Contexto, 2010).
Veja dez pontos para argumentar melhor em qualquer discussão ou negociação.

1. Não bata de frente
Em primeiro lugar, é importante aprender a ouvir, para detectar o que o outro pensa sobre um determinado assunto. “Ninguém consegue convencer o outro batendo de frente com seus valores ou modelos mentais. É sempre importante, antes de propor um argumento, conseguir abrir uma brecha nesses modelos”, ensina o professor Antônio Suárez Abreu.
2. Foque no que o outro tem a ganhar
Depois que você ouviu atentamente a exposição do outro, coloque o foco da sua fala no que o interlocutor tem a ganhar, e não naquilo que é objeto imediato do seu desejo. Foi assim que o analista de logística Rafael Dalecio Luiz conseguiu uma vaga em uma multinacional automobilística para a qual prestava serviço. “Eu era de uma empresa terceirizada e tinha sido transferido de São Paulo para Curitiba há um ano. Quando vi que havia vagas no cliente, percebi que era uma chance de voltar. Então, resolvi me oferecer ao cargo”, diz.
Mas quando procurou o responsável pelo processo seletivo, Rafael embasou os argumentos naquilo que a companhia teria a ganhar com a sua contratação, em vez de simplesmente dizer que gostaria de retornar à cidade natal. “Mostrei que a empresa economizaria, pois não precisaria arcar com custos de transferência, e também apresentei os resultados da minha performance na área com números, que deixam a informação mais crível”, conta ele, que conseguiu a vaga.

O analista Rafael Dalecio Luiz na empresa onde trabalha: ele conseguiu o emprego argumentando com foco na vantagem que traria para a firma.

3. Use os argumentos certos

Para “vencer” uma discussão, também é preciso escolher os argumentos de maneira apropriada e conduzi-los de forma lógica. De acordo com o professor de oratória Reinaldo Polito, o mais adequado é embasar sua fala em exemplos, comparações, estatísticas, pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses e testemunhos. Desta forma, é essencial manter-se sempre bem informado sobre o que acontece à sua volta. Quando necessário, vasculhe dados que possam ser úteis para um argumento consistente.
4. Foque nas ideias principais
Um erro bastante comum no processo de “convencer” o outro é usar muitos argumentos ao mesmo tempo. Isso pode confundir a pessoa e enfraquecer o poder de persuasão. Por isso, o melhor é eleger as ideias mais consistentes e focar apenas nelas. No entanto, evite ficar repetindo o mesmo discurso a todo momento, para que a alegação não perca a força.

5. Não apresente a opinião de cara
Uma técnica que costuma funcionar bem é não apresentar a opinião logo de cara. O bom orador, aquele que argumenta de forma eficaz, conduz o raciocínio para depois apresentar a tese. Daí, se o outro concordou com o pensamento todo fica mais fácil, e até inevitável, aceitar a ideia.
Nestes casos, uma boa dica é usar argumentos dedutivos, ou seja, aqueles que partem do geral para o particular. Por exemplo: Todos os habitantes da ilha são alfabetizados (informação de conhecimento geral). Alberto é um habitante da ilha. Logo, Alberto é alfabetizado (dado de caráter particular).


"Sobrepor" um ponto de vista é uma maneira eficiente de convencer seu interlocutor"








6. Mude a importância dos valores

No livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção”, Antônio Suárez Abreu mostra a re-hierquização de valores como um bom método para argumentar. “Você não destrói um valor do outro, apenas põe um outro acima, em termos de hierarquia”, diz. Na verdade, é uma espécie de drible. Um exemplo disso é o que fez Monteiro Lobato em seus livros infantis. Em sua época, por volta de 1920, o “modelo do pai rigoroso” imperava. Em vez de combatê-lo, o autor colocou as crianças em férias no Sítio do Picapau Amarelo, um lugar em que o pai foi substituído por uma avó carinhosa, Dona Benta, que podia ensinar sem punir.

7. Fuja da retorsão
Nao abuse da chamada retorsão, o ato de mostrar que o interlocutor pratica ações contrárias às que defende. É o caso de alguém que, confrontado por chegar atrasado, diz algo como: “Mas, você, no mês passado, também chegou atrasado três vezes”. Este argumento é o mais usado nas chamadas DRs, as temidas “discussões de relacionamento”. E é por isso que um casal raramente chega a um consenso.

8. Transmita credibilidade
De acordo com o professor de oratória Reinaldo Polito, o melhor de todos os argumentos é a credibilidade do orador. Assim, a alegação só terá o efeito desejado se existir coerência entre o discurso e a atitude de quem fala. “Por melhores que sejam as palavras, se não encontrarem respaldo no comportamento do orador, não terão crédito e não serão suficientes para convencer”, diz.
9. Fale com domínio e entusiasmo
Outro ponto importante para passar credibilidade no argumento é ser natural, espontâneo e, principalmente, demonstrar conhecimento sobre o assunto que se expõe. Também é essencial transmitir emoção. “A força da argumentação também depende da maneira como ela é exposta. Se a pessoa falar sem motivação, sem energia, sua causa poderá parecer inconsistente”, analisa o professor Reinaldo Polito.
10. Trate o outro com educação e gentileza
Seja qual for o debate, é importante sempre tratar o outro com educação e gentileza. Sem isso, nada funciona. “Por favor”, “entendo seu ponto de vista” e “obrigado por expor tão claramente aquilo que pensa” são maneiras de se mostrar comprometido com a imagem do outro.


Zen...


Como a maconha afeta o cérebro adolescente

Estudo sueco sugere que uso abusivo durante a adolescência aumenta riscos de morrer antes dos 60 anos

O uso pesado de maconha na adolescência pode estar relacionado a maior risco de morte antes dos 60 anos, sugere um novo estudo. A pesquisa reforça a tese de que o impacto da droga na saúde e no comportamento depende diretamente da idade de contato inicial e do padrão de uso.
O trabalho, realizado pelo Instituto Karolinska, da Suécia, avaliou 45 mil homens que fizeram o serviço militar obrigatório no país entre 1969 e 1970. Eles foram acompanhados até 2011. Os pesquisadores registraram 4 mil mortes em 42 anos. Aqueles que haviam feito uso pesado de maconha (definido como ter consumido a droga mais que 50 vezes na adolescência) apresentaram um risco 40% maior de morrer precocemente do que aqueles que nunca a fumaram.
Os especialistas arriscam as razões para essa associação: usuários pesados de maconha tenderiam a fumar tabaco com maior frequência, ter um pior padrão alimentar, apresentar saúde mais precária e, ainda, maior incidência de câncer de pulmão e de problemas cardíacos. Os dados, publicados no periódico American Journal of Psychiatry, mostram também que o risco de morte por suicídio e acidentes é diretamente proporcional à quantidade de droga usada na adolescência.

O cérebro do adolescente, ainda em franco desenvolvimento, pode ser mais sensível (tanto do ponto de vista biológico como emocional) aos efeitos de qualquer tipo de droga. Assim, há um risco maior de consequências do abuso de substâncias em um momento potencialmente mais crítico de formação de redes e circuitos neuronais.
Estudos anteriores já davam uma dimensão desses riscos. Alguns dos mais frequentes são piora cognitiva (padrões mais pobres de Q.I., por exemplo), maior chance de quadros psicóticos, impulsividade, falta de motivação, dificuldades persistentes de memória e desenvolvimento inadequado do córtex pré-frontal (área do cérebro ligada a julgamento, pensamento complexo e tomada de decisões). Outros trabalhos também já elencam possíveis impactos econômicos e sociais, de longo prazo, com esse padrão de uso mais precoce e mais frequente de maconha, como dificuldades nos relacionamentos interpessoais, menor qualificação no trabalho, salários mais baixos e problemas financeiros.

Esses achados reforçam a ideia de que a dose e o momento do contato com a maconha podem ter impacto de forma distinta na saúde e no comportamento das pessoas. Com leis mais flexíveis de consumo em boa parte do mundo, é importante que esses pontos sejam levados em consideração na formulação de políticas públicas.

Mais uma etapa superada...