sábado, 3 de setembro de 2016

Superação com força de vontade e apoio...

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'Larguei as drogas sozinha': Americana viraliza com relato de recuperação
Americana se destacou na internet após mostrar fotos de antes e depois de recuperação de vício em drogas.
"Se você está aí lutando, por favor, saiba que sempre pode seguir em frente e mudar." Assim termina o testemunho de Kristy Ehrlich no site de compartilhamento de fotos Imgur.
Fotos marcantes da transformação - de uma usuária de metanfetamina em uma mãe, estudante de contabilidade e sóbria - foram vistas mais de 420 mil vezes.
Aos 31 anos de idade, a californiana Ehrlich postou a galeria de fotos de sua recuperação para marcar o aniversário de dez anos de sua sobriedade. Ela escreveu que, ao compartilhar as imagens e sua história pessoal, ela estava deixando para trás o esterótipo de "ex-viciada".
"Esta é a última vez que celebro meu aniversário (de sobriedade)", escreveu.
'Essa sou eu, dois anos antes de deixar o vício', disse ex-viciada em metanfetamina. 'Me tornei uma nova pessoa, muito melhor, e nunca vou olhar para trás'
"As pessoas dizem: 'Uma vez viciado, sempre viciado', e eu incorporei aquilo", disse Ehrlich à BBC. "Tenho meditado e explorado esse pensamento e (concluí que) discordo dele. Não estou 'em recuperação'. Estou recuperada. Tornei-me uma nova pessoa, muito melhor, e nunca vou olhar para trás".
Mas as perspectivas nem sempre foram tão positivas. Ela tinha começado a usar metanfetamina, droga com mais de 20 milhões de usuários em todo o mundo, ainda na adolescência.
Ela namorava um homem mais velho, que a apresentou à droga. Ela o descreve como "um homem muito mau".
Aos 21 anos, após sete de uso de drogas, Ehrlich atingiu um ponto crítico.
"Um dia eu acordei e, chorando, chamei minha mãe. Disse que eu estava perdida e não sabia o que fazer. Ela, sem rodeios, respondeu: 'Olhe no espelho, Kristy, e veja no que você se transformou e saberá por que você está onde você está.' Eu olhei no espelho naquela manhã e chorei. Eu estava magra. Feia. Infeliz. Eu não era nada. Eu era apenas um desperdício de espaço".
Um dos primeiros passos para deixar as drogas foi adotar um animal de estimação - o Rockdog.
Os anos seguintes de desintoxicação, sem tratamento especializado, foram cheios de altos e baixos. Com a ajuda de seu padrasto, Ehrlich se trancou em um quarto de um hotel por uma semana. Esse foi o primeiro passo. O próximo foi adotar um animal de estimação - Rockdog.
"Não havia nada melhor do que o amor e a aceitação que eu recebi dele nos primeiros meses, quando estava completamente sozinha", escreveu.
Ehrlich disse à BBC que, em seguida, doou todos os seus pertences, "exceto uma pequena bolsa que carregava nas minhas costas". Ela, Rockdog e um namorado decidiram viajar pedindo carona pelos EUA.
"Fiquei quatro semanas sóbria a partir do momento em que estiquei meu polegar e consegui minha primeira carona. Foi incrível. Foi lindo. Foi assustador. Foi terrível. Foi perfeito."
Ehrlich disse que chorou muitas vezes e apaixonou por si mesma durante o tratamento.
"Nós viajamos e conhecemos pessoas que viviam na floresta, em arbustos de parques e nas ruas da cidade. Foi glorioso. Foi real. Eu chorei muitas vezes e me apaixonei por mim mesma."
Ehrlich diz que as mídias sociais desempenham um papel fundamental para a sobriedade.
Hoje Ehrlich é casada, tem uma filha de 4 anos de idade e está a caminho de se formar em contabilidade.
"É difícil para contar aos amigos e familiares sobre seus problemas. Mas online você pode procurar ajuda anonimamente. Fui levada para um grupo de reabilitação de drogas no Facebook e passei meus conhecimentos lá. Um monte de gente está sofrendo no mundo, as drogas estão em toda parte, em cada cidade. Há muito julgamento no mundo real, às vezes ajuda encontrar uma alma internet para colocar para fora o que você tem no seu coração".
E quais são as principais dicas de Ehrlich para a sobriedade?
"Vá embora. Deixar a cidade onde está. Se você não pode sair, então pare de ir aos mesmos lugares de sempre. Pare de encontrar as mesmas pessoas que você sempre encontra. Se eles são seus amigos de verdade, estarão lá em um ano ou quando você for capaz de estar perto deles. Encontre algo para fazer com as mãos. Eu realmente quero que as pessoas saibam que elas conseguem fazer isso sem ajuda. Eu não tive muita ajuda. Eu consegui (ficar sóbria) porque acreditei em mim mesma, em um momento na minha vida em que ninguém acreditava."

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37250862

Enigma...

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Os animais cometem suicídio?
Cães certamente sentem emoções
Em 1845, uma história curiosa apareceu nas páginas do Illustrated London News, um jornal da capital britânica.
Um cachorro preto, descrito como "fino, bonito e valioso", teria "se jogado na água", em uma provável tentativa de suicídio. Suas pernas e patas estavam "perfeitamente imóveis" - algo incomum para um cão em um rio.
Mais estranho ainda: após ser retirado da água, o cachorro "rapidamente correu para a água e tentou afundar mais uma vez".
O cão acabou morrendo.
A julgar pelos relatos da imprensa da época, ele estava longe de ser o único nessas tentativas. Pouco tempo depois, outros dois casos apareceram em jornais populares: um pato que teria se afogado de propósito e uma gata que se enforcou em um galho após seus filhotes morrerem.
O que há de verdade nesses episódios?
Sabemos que animais podem sofrer problemas de saúde mental como humanos: sobretudo estresse e depressão, mas animais realmente tentam suicídio?
Alguns cães morrem logo após os donos
Pergunta antiga
A questão não é nova: os gregos antigos também a consideravam. Há mais de 2 mil anos, Aristóteles citou um cavalo que se jogara num abismo após a revelação de que, como Édipo, ele teria se relacionado com a própria mãe, sem saber.
No século 2º D.C., o estudioso grego Claudius Aelian dedicou um livro inteiro ao tema. Citou 21 supostos casos de suicídio animais, incluindo um golfinho que se deixou capturar, diversos cães que morreram de fome após a morte dos donos e uma águia que "se sacrificou por combustão na pira de seu falecido dono".
Como o "cão bonito" que se afogou, a ideia de suicídio animal continuou popular no século 19. O psiquiatra William Lauder Lindsay disse que animais nessa condição sofriam de "melancolia suicida" e descreveu como poderiam ser "literalmente estimulados à fúria e paranoia" antes de um suicídio.
Naquela época, essas ideias eram acolhidas por grupos de direitos dos animais. Ativistas buscavam humanizar as emoções dos bichos, explica o historiador da medicina Duncan Wilson, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que analisou referências históricas ao suicídio animal em um artigo em 2014.
Os ativistas faziam isso, afirma o especialista, para mostrar que os animais "compartilhavam a capacidade de autoreflexão e intencionalidade, que incluía a possibilidade de tentar tirar a própria vida por sofrimento ou fúria."
Um exemplo: uma edição de 1875 da publicação científica Animal World trazia na capa um cervo selvagem saltando para um provável suicídio. O texto dizia que "um cervo selvagem, para não ser capturado por seus perseguidores, irá cair nas garras de uma morte terrível."
Ciência e cultura
Contudo, com o avanço da medicina no século 20, a atitude humana diante do suicídio se tornou mais científica, e esse tipo de retrato "heroico" de animais suicidas perdeu espaço.
O foco mudou para suicídios que afetariam populações maiores, como resultado de pressão social, diz Wilson. O suicídio se tornou algo como um mal social. Pegue os exemplos de lemingues que aparentemente marcharam para se jogar de penhascos ou encalhes coletivos de baleias.
Wilson não procurou responder se os animais realmente tentam suicídio. Em vez disso, sua pesquisa revelou que mudanças nas atitudes diante do suicídio humano se refletiram em nossas histórias sobre bichos.
Apesar de relatos nesse sentido, lemingues não se jogam de morros em suicídios coletivos.
Mas outro pesquisador tentou encontrar essa resposta.
Antonio Petri, psiquiatra na Universidade de Cagliari, na Itália, revisou a literatura sobre suicídio animal e concluiu que histórias como as dos jornais do século 19 não devem nos iludir.
Ele analisou cerca de mil estudos publicados em 40 anos e não encontrou provas de que um animal selvagem conscientemente pratique suicídio. Casos como o do livro do grego Claudius Aelian são "fábulas antropomórficas (cuja forma aparente evoca seres humanos)", diz ele.
Pesquisadores hoje sabem que a morte coletiva de lemingues são um consequência triste de uma população densa de criaturas emigrando juntas ao mesmo tempo.
Nos casos em que um animal de estimação morre após o dono, isso se explica pela interrupção de um laço social, afirma Preti. O animal não toma uma decisão consciente de morrer - ele era tão acostumado ao dono que passa a não aceitar mais comida de ninguém.
"Pensar que o animal morreu de suicídio como uma pessoa é apenas uma projeção de um estilo de interpretação (romântica) humana."
Estresse animal
Esse exemplo chama a atenção a um fato importante: o estresse pode alterar o comportamento de um animal de modo a ameaçar sua vida.
Isso ocorreu no parque SeaWorld de Tenerife, na Espanha, em maio de 2016.
Um vídeo que se tornou viral mostra uma orca selvagem aparentemente tentando se manter fora do tanque por cerca de dez minutos. Dezenas de reportagens afirmaram que o mamífero tentara suicídio.
Sabemos que orcas se comportam de maneira diferente em cativeiro do que em liberdade, o que não surpreende, já que um tanque representa uma fração ínfima de um oceano.
Ambientes artificiais costumam estressar orcas, desencadeando comportamento repetitivos como ranger de dentes.
Quando essas situações ocorrem, afirma Barbara King, do William & Mary College (EUA), é importante entender quão profundamente esses animais vivenciam emoções. Isso pode revelar por que eles podem agir de maneira tão autodestrutiva.
Baleias não estão tentando suicídio quando encalham.
"Até onde sei, a maioria desses casos tem algum tipo de intervenção humana, seja caça ou confinamento", afirma King, que já escreveu muito sobre sofrimento animal e suicídio.
Vários animais mantidos em condições traumáticas também vivenciam situações similares ao estresse, transtorno de estresse pós-traumático e depressão.
Um urso mantido em uma fazenda na China sufocou seu filhote e depois se matou. Isso ocorreu depois de uma dolorosa injeção de um cateter no abdome do filhote para extrair bile, que às vezes é usada em remédios na medicina chinesa. Relatos na imprensa sugeriram que ele teria matado o filhote e cometido suicídio para evitar mais anos de tortura.
Esse talvez seja outro exemplo de um comportamento não natural desencadeado pelo estresse e pelo confinamento por longo período. Também pode ser visto como reflexo de "um animal tentando fugir de seu cativeiro", diz Preti.
Destino conjunto
Outros animais que costumam ser citados como suicidas são baleias que encalham em conjunto.
A causa de encalhe não é clara até hoje. Uma hipótese é que possam ser causados por indivíduo doente buscando segurança em águas mais rasas. Como baleias formam grupos sociais, outros seguem esse indivíduo e também encalham. A ideia é conhecida como "hipótese do integrante doente", mas não é considerada suicídio.
Uma explicação ainda mais sutil sobre aquilo que parece ser comportamento autodestrutivo também pode ser facilmente levantada. Há certos parasitas que infestam o cérebro dos hospedeiros, causando atitudes incomuns que ajudam os parasitas a sobreviver. O hospedeiro costuma morrer nesses casos.
Por exemplo, o parasita Toxoplasma gondii infesta ratos e "desliga" o medo inato que possuem de gatos. Se o gato comer o rato, o parasita se reproduz. Um estudo de 2013 indicou que uma infecção por T. gondii acaba com esse medo de maneira permanente, mesmo se o parasita for eliminado.
Do mesmo modo, o fungo parasita Ophiocordyceps unilateralis pode controlar a mente de formigas, deixando-as como zumbis. Os insetos acabam sendo levados a morrer em locais mais propícios ao desenvolvimento desses fungos.
Orca no SeaWorld vivem em ambientes reduzidos e pequenos.
Há ainda o caso de aranhas que deixam os filhotes comê-las. Embora elas morram no processo, esse sacrifício não é um suicídio, mas um ato extremo de cuidado materno. A mãe aranha fornece seu próprio corpo como uma importante e nutritiva primeira refeição, que garante a sobrevivência do filhote.
Definindo suicídio
Para afirmar que tal comportamento não se enquadra como suicídio é preciso ter uma definição de suicídio. O ato costuma ser definido como "ação de se matar intencionalmente ".
Sabemos que alguns animais se matam. A questão é saber se tiveram essa intenção. A mãe aranha, por exemplo, pode se comportar dessa forma para prover comida, não para morrer. A ursa pode ter agido por estresse, não com o propósito de matar a si e ao filhote.
Alguns especialistas acreditam que essa pergunta seja impossível de responder.
Assim como subestimamos a cognição animal por muito tempo, nós ainda não conseguimos ler a mente dos animais. "Não estou convencido de que (suicídio animal) seja uma questão que a ciência possa responder", afirma King. "Podemos analisar seu comportamento visível, como fazemos quando sofrem, mas não podemos saber se é algo intencional ou não."
Outros discordam. Afirmam que algumas pessoas tentam se matar, mas animais não, por diferenças nas habilidades cognitivas. A diferença-chave, afirma, é nossa habilidade de pensar bem à frente, no futuro.
Muitos animais podem fazer planejamentos. Alguns pássaros juntam alimentos para comer depois. Primatas como orangotangos e bonobos armazenam ferramentas para uso no futuro. Mas isso não demanda consiciência sobre o que significa estar vivo.
Planejar um suicídio demanda um entendimento detalhado sobre nosso lugar no mundo e uma habilidade para imaginar a própria ausência. Isso exige imaginação.
O que podemos aprender com o inemuri, o costume japonês de dormir em qualquer lugar.
Em 1875, um cervo teria se lançado em um penhasco para evitar ser caçado por cães.
"Humanos têm a capacidade de imaginar cenários, refletir sobre eles e associá-los a narrativas mais amplas", afirma Thomas Suddendorf, psicólogo evolucionista na Universidade de Queensland, na Austrália.
A maioria de nós supera essas preocupações. Temos um viés otimista inato, que nos dá uma visão mais positiva sobre o futuro, mas isso não ocorre com quem tem depressão - para essas pessoas, o futuro parece sombrio.
Pessoas deprimidas apreciam verdadeiramente a realidade, diz Ajit Varki, da Universidade da Califórnia, que tem escrito sobre a singularidade humana e nossa capacidade de negar a morte.
"Uma das realidades é que você vai morrer." O resto de nós tem uma habilidade extraordinária para ignorar esta eventualidade, algo que Varki classifica como "um capricho evolucionário".
Varki sugere que todos os possíveis casos de suicídio animal possam ser explicados por outros meios. Animais choram, reconhecem seus mortos e têm medo de cadáveres, por exemplo, mas não temem a morte "como uma realidade".
"É um medo de situações perigosas que potencialmente podem levar à morte", avalia Varki.
Pensar assim faz mais sentido. Se animais negassem os riscos de morte como fazem muitos humanos, zebras iriam passear perto de leões, peixes nadariam ao lado de crocodilos e ratos encarariam cobras.
Se fossem tão autoconscientes como nós, talvez parassem de defender seus territórios ou buscar comida. Eles possuem uma resposta inata ao medo por uma boa razão: ficar vivo.
Somos o único animal capaz de entender e lidar com nossa própria mortalidade, diz Varki, precisamente porque somos essas criaturas otimistas com um nível sofisticado de autoconsciência.
"O que é suicídio?", questiona o pesquisador. "É induzir a própria mortalidade, mas como você pode induzi-la se não sabe que é mortal? É (portanto) bem lógico que o suicídio seja algo unicamente humano."


http://www.bbc.com/portuguese/vert-earth-37082946

Democracia altiva...

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Muita gente acha que foi golpe
Para “pacificar a nação”, Temer terá de se entender com a nação. Caso contrário, será um presidente tíbio.

Ao tomar posse da Presidência da República em caráter definitivo, na quarta-feira passada, Michel Temer falou em “pacificar a nação e unir o Brasil”. Interessante. É como se o impeachment fosse uma página virada, um assunto liquidado, uma batalha vencida. É como se a tempestade tivesse acabado e fosse chegada a hora de varrer os escombros, reconstruir os lares, recomeçar a vida e... “pacificar a nação”. Realmente, interessante.

A verdade é que nada está resolvido. O novo governo tem pela frente a urgência de adotar medidas drásticas, que não foram aprovadas em eleições. Temer deverá implantar um programa amargo que não foi votado por ninguém. E aí? Como fazer para que o povo apoie as reformas antipáticas? E como vencer a resistência nada desprezível de opositores como Dilma e Lula?

Definitivamente, a vida do novo governo não vai ser simples como tomar posse, pegar um avião e viajar para a China. Na iminência de perdas salariais e de direitos previdenciários, os sindicatos vão chiar. Do outro lado, o capital vai pedir pressa. Para completar, haverá o monstro do apetite dos parlamentares, que, convocados a aprovar mudanças impopulares, vão exigir recompensas as mais diversas (cargos, tapinhas nas costas e outras coisas mais). Não, não vai ser um passeio.

Para Michel Temer, o mais difícil vem agora. Ele tem alguma chance de sucesso? Em tese, sim. Poderá ser vitorioso se o país – apesar de não ter votado nele e, principalmente, apesar de não ter votado no programa de reformas que ele diz que vai fazer – tiver calma para escutá-lo e escrutínio para entendê-lo. Sua sorte dependerá da comunicação que terá (ou não) com os brasileiros. Para “pacificar a nação”, terá de se entender com “a nação”. Se não for compreendido, não será apoiado. Se não for apoiado, não terá margem de ação. Se não souber gerar um mínimo de legitimidade por meio da comunicação de boa-fé, será um presidente tíbio, pior do que interino.

Mas, atenção, a chance de sucesso existe, como eu já disse, em tese, apenas em tese. As dificuldades reais são enormes, além de justas. Para que o país compreenda o que Temer pretende fazer e sustente as medidas que ele pretende adotar, é necessário que esse mesmo país compreenda, antes, a razão pela qual ele virou presidente do Brasil.

É complicado. Você mesmo, que agora lê esta coluna. Você é uma pessoa bem informada e disposta, muito disposta, a se informar direito. Pois pense e responda. Você sabe explicar por que motivo, exatamente, Dilma Rousseff teve seu mandato cassado? Não vale se esquivar no subterfúgio de dizer “ah, o julgamento foi político”. Você sabe bem que o impeachment veio alicerçado em acusações ditas “objetivas”: as pedaladas fiscais e os decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso Nacional. Você sabe que Dilma não foi acusada de ter parte com a corrupção, de ter sido omissa no combate à corrupção, nada disso. O crime que ela teria cometido foi que, em seu governo, houve uma pedalada aqui e um decreto ali. Pois então: você entendeu como isso aconteceu e por que isso deve ser punido com a perda do mandato? É capaz de explicar isso para um visitante estrangeiro de modo que ele assimile toda a história com clareza e tranquilidade?

Não sei quanto a você, mas muita gente, mas muita gente mesmo, não entendeu nada. Para muita gente, inclusive gente boa, essa conversa de pedalada não passa de pretexto, uma espécie de “rebimboca da parafuseta” jurídica. Junte a isso o fato de que qualquer pessoa entende muito bem o que é um “golpe” – uma tacada traiçoeira, uma conspiração, uma tramoia mal explicada – e você vai entender na hora o que levou Chico Buarque e Caetano Veloso – tão celebrados “intérpretes” da “alma nacional” – a protestar contra o “golpe”.

Você pode até argumentar que não há golpe se o presidente do Supremo Tribunal Federal comandou todo o julgamento – e terá razão nesse ponto. Você poderá dizer que, no estado de direito, a Justiça é aquilo que os tribunais superiores, com base na lei, decidem que é justo – e, de novo, terá razão. Acontece que uma Justiça que não se explica – e que o povo não entende – pode ser uma Justiça de pernas curtas.

Fora isso, se a Justiça é aquilo que os juízes decidem que é justo, um “golpe” não deixa de ser aquilo que o povo enxerga como “golpe”. Por aí começam os problemas de Michel Temer. São problemas políticos e semânticos. Ele não sobreviverá se seguir sendo chamado de “golpista”.

Chamas apagadas juntinhas...

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Idosos morrem de mãos dadas depois de 77 anos de casamento

Um rapaz, que não quis se identificar, publicou uma foto dos  avós nas redes sociais. Na imagem os idosos aparecem de mãos dadas em um hospital.

Na legenda da publicação, o neto escreveu: “Minha avó, 96, com o meu avô, 100, horas antes de sua morte neste fim de semana. Foram 77 anos de casamento”. A foto fez sucesso e viralizou na internet.

Tentação...

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As mulheres estão programadas para serem infiéis?
De acordo com um estudo, as mulheres são mais propensas à infidelidade por estarem programadas para isso. Aquela história de “não é você, sou eu” nunca foi tão verdadeira.

Sabe quando as pessoas traem e tentam jogar a culpa em terceiros? Agora não há mais porque culpar os outros. Aparentemente, mulheres traem por causa de sua genética.

Ou, pelo menos, é isso que garante um estudo conduzido pelo David Buss, da Universidade de Austin, no Texas. Seus resultados o levam a acreditar que as mulheres são geneticamente predispostas a procurarem um plano B, para o caso de seus relacionamentos atuais falharem.

A hipótese se baseia em nossos antepassados, que naquela época, não conseguiam viver mais que 30 anos e passavam a vida toda procurando parceiros para reprodução. A única meta era o acasalamento e, portanto, se o parceiro morresse antes de se reproduzir, as mulheres precisavam ter em mente um segundo companheiro com quem refazer a vida. Mas hoje, embora os tempos tenham mudado, parece que a genética preservou essa característica nas mulheres.

“As relações monogâmicas não são parte dos padrões humanos. No entanto, a evolução acabou nos fazendo aderir a elas”, disse David Buss, que também realizou um estudo sobre a infidelidade feminina. Aparentemente, existem três motivos para a procura de um novo parceiro. “O primeiro é quando elas não estão felizes com seu relacionamento por várias razões, ou porque o homem já não traz mais recursos para casa. 

O segundo é conseguir genes melhores. Às vezes, as mulheres seguem a estratégia do acoplamento combinado, na qual buscam um compromisso com um homem, mas transam com outro, a fim de obter os melhores genes. O terceiro são os recursos. Se pensarmos no tempo dos nossos antepassados, no qual o ambiente evolutivo foi caracterizado por períodos nos quais a comida era muito escassa e, portanto, conseguir uma porção extra de alimento graças a uma aventura amorosa significava a diferença entre a sobrevivência ou a morte, tanto para elas quanto para seus filhos.”

A lógica seria simplista, ou mesmo reducionista? Muitas vozes se levantam contra essa teoria, argumentando que, talvez, os motivos para infidelidade se devam a mudanças de interesse e não questões genéticas.

Seja como for, esse estudo foi publicado na mesma época do estudo de David Spiegelhalter, da Universidade de Cambridge - que garante que não teremos mais relações sexuais em 2030. Aparentemente, as novas tecnologias serão parcialmente responsáveis pela mudança.

Cem por cento ligado...

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Insônia não é mera inconveniência, é um distúrbio associado a depressão

Tanta gente toma remédio para dormir que o sono espontâneo virou extravagância.

Na vida urbana, vivemos tão atormentados por compromissos e preocupações que até me surpreende nossa capacidade de fechar os olhos e pegar no sono à noite.

Estudos multinacionais mostram que a prevalência de insônia crônica entre os adultos varia de 3,9% a 22%, a depender da definição adotada. Quando usamos a classificação ICSD-3 a prevalência oscila entre 9% e 12%.

A ICSD-3 define como insônia crônica a condição que se instala quando surge um ou mais dos seguintes problemas, pelo menos três vezes por semana, por pelo menos três meses:1) Dificuldade para iniciar o sono. 2) Dificuldade para mantê-lo. 3) Acordar mais cedo do que o desejado. 4) Resistência para deitar num horário razoável. 5) Dificuldade para dormir sem um parente ou um cuidador.

Quando a duração desses transtornos é menor do que três meses, a insônia é classificada como de curta duração.

A primeira recomendação para os insones –crônicos ou não– é adotar o conjunto de medidas conhecido como higiene do sono.

Entre outras: 1) não tomar café, bebidas alcoólicas, refrigerantes, ou energéticos, pelo menos seis horas antes de deitar. 2) não assistir à televisão na cama. 3) não deitar com o estômago repleto. 4) em vez de rolar na cama, ler com a luz indireta de um abajur. 5) abandonar a vida sedentária.

Insônia não é mera inconveniência, é um distúrbio associado ao aumento do risco de morte, doença cardiovascular, depressão, obesidade, dislipidemia, hipertensão, fadiga e ansiedade. Nos quadros crônicos, está associada a acidentes automobilísticos, domésticos e no trabalho.

O principal tratamento não farmacológico é a terapia cognitivo-comportamental, que envolve: higiene do sono, técnicas de relaxamento e controle dos estímulos que mantém a vigília.

Dezenas de estudos mostram que ela é superior ao uso de medicamentos, tanto na eficácia como na duração dos efeitos benéficos. Na literatura médica, a melhora está documentada mesmo na presença de dores crônicas, artrites, enxaqueca, depressão, estresse pós-traumático, câncer, doenças pulmonares obstrutivo-crônicas e esclerose múltipla.

Os entraves são os custos, a falta de profissionais treinados e o acesso pelo sistema público ou por meio dos planos de saúde. Para contorná-los surgiram as terapias em grupo e as plataformas on-line que trazem os ensinamentos básicos, passo-a-passo, em programas de seis a oito semanas.

O mais eficiente dos componentes da terapia cognitivo-comportamental é a restrição de sono, estratégia por meio da qual o tempo de permanecer na cama é reduzido. A privação aumenta a pressão para dormir na noite seguinte.

Há muito, a atividade física é recomendada como parte da higiene do sono. Até 2014, as recomendações eram as de que os exercícios deveriam ser evitados no período que antecede a hora de deitar, porque alterariam o ritmo circadiano do organismo, aumentariam a temperatura corpórea e estimulariam a vigília.

Nesse ano, foi publicado um estudo com mais de 1.000 participantes de 23 a 60 anos. Não houve diferença na avaliação das características do sono entre aqueles que faziam ou não, exercícios de intensidade moderada ou vigorosa à noite, menos de quatro horas antes de deitar.

Com base nessa e em outras observações, os especialistas consideram não haver razão para contraindicar a prática de exercícios à noite.

Em estudos randomizados, ioga, tai chi, meditação e técnicas de relaxamento demonstraram melhorar a qualidade subjetiva e a duração do sono. No entanto, a falta de uniformidade na escolha dos participantes, nas intervenções e nos critérios de avaliação confundem a interpretação dos resultados e a indicação dessas técnicas como tratamento exclusivo.

E os remédios?

Devem ser prescritos apenas nos casos refratários, em que os demais recursos foram esgotados. Os efeitos colaterais não são alarmantes como imaginávamos no passado, mas estão longe de ser desprezíveis. O impacto do uso prolongado na cognição e na incidência de quadros demenciais não está claro.

O ideal é que o uso seja intermitente, reavaliado a cada três ou seis meses, no máximo.

Alerta aos envolvidos...

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Metade dos alunos do nono ano já experimentou álcool, segundo o IBGE
Mesmo sendo menores de idade, 55,5% dos estudantes do último ano do ensino fundamental já experimentaram bebidas alcoólicas. Desse total, 21,4% já sofreram algum episódio de embriaguez na vida. Os números são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE, divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Realizado em 2015 com apoio dos ministérios da Saúde e da Educação, o estudo analisou pouco mais de 102 mil questionários de estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas na faixa etária de 13 a 15 anos.

Outro destaque do levantamento diz respeito à alimentação saudável desses alunos. Para o IBGE, o resultado indica um fator preocupante. Dos entrevistados, 41,6% tinham o costume de consumir as chamadas guloseimas (balas, confeitos, doces, chocolates, sorvetes e outros) cinco dias ou mais em uma semana normal. O maior percentual foi registrado no Estado de São Paulo (47,7%), que superou a média nacional. Por outro lado, Piauí apresentou o menor índice, com 31,2%.

Além disso, 62,3% dos participantes não comiam legumes e 67,3% não consumiam frutas frescas frequentemente durante a semana. Ao mesmo tempo, 13,7% costumavam comer salgados fritos, 31,3% salgadinhos "de pacote" e 26,7% beber refrigerantes semanalmente (igual ou superior a cinco dias).

O resultado acende um alerta. Segundo o relatório, a ausência de uma normativa nacional para regular a venda desses tipos de alimento dentro das escolas pode comprometer a promoção de hábitos alimentares saudáveis para os estudantes.

Mais uma etapa superada...