sábado, 24 de dezembro de 2016

Barbárie...

Criança na Síria

'Mataram meu filho enquanto ele brincava': a vida em uma cidade síria sitiada

Síria vive guerra civil desde 2011.

Mohamed al-Maleh, de 12 anos, brincava no telhado de um prédio na cidade de Madaya, próxima à fronteira com o Líbano, quando, segundo seu pai, um sniper atirou nele.

O menino caiu com um ferimento grave na cabeça.

Moussa al-Maleh correu para socorrê-lo. "Ele era um menino feliz, mas não estava tendo a vida de uma criança normal", diz o pai, lembrando a rotina de vida de Mohamed sob o cerco do governo.

"Nos dias de bombardeio, ele se escondia no porão conosco. Podia ficar dias sem comer, sem nenhum tipo de lazer. Mohamed vivia 1% do que as crianças normais vivem", conta Moussa.

A clínica para onde Mohamed foi enviado era, na prática, um quarto localizado no porão de uma casa.

Dirigida por Mohammed Darwish, um estudante de odontologia de 26 anos, e outras duas pessoas, o local era a única instalação médica em Madaya.

"Tentamos fazer o melhor que podemos, mas não tratamos os pacientes completamente. Não somos especialistas", afirma Darwish.

"Mas temos que continuar (o trabalho). Não temos escolha. É um presente de Deus tratar essas pessoas", destaca.

Para salvar o garoto, eles teriam de transferi-lo para outro lugar.

"Foi difícil, um choque, algo como 'O que fazemos agora?', lembra Darwish.

"Ele precisava de uma cirurgia, de um hospital, estava sangrando. Nós paramos e cuidamos dele", acrescenta.

'Como animais'

Mas Madaya, com seus 40 mil habitantes e a 25 km a noroeste de Damasco, está sitiada desde junho de 2015.

A cidade permanece cercada pelo Exército sírio e por combatentes aliados do grupo libanês Hezbollah, que são apoiados pelo Irã.

A movimentação dentro e fora da cidade é rigorosamente controlada, e os pedidos para a retirada do menino foram ignorados. Dezoito horas depois, ele morreu.

"Fomos deixados aqui como animais", diz o pai.

Dias antes, Darwish conta que Mohamed Almoeel estava fora de sua casa quando levou um tiro no abdômen, também por um atirador.

Moradores afirmaram que os snipers estavam a postos, disparando naqueles que se arriscavam a sair. Mesmo as pessoas que participavam de funerais de parentes corriam o risco de ser alvejadas.

Imagens mostram antes e depois de Aleppo.

A equipe da clínica tentou, novamente, tirar o paciente, mas, de acordo com Darwish, os combatentes aliados ao governo não permitiam que eles saíssem.

A única opção que sobrou foi operá-lo lá.

"Não tínhamos nenhum especialista, nenhum anestésico. Tínhamos de fazer aquilo, mas não sabíamos como. Então pedimos ajuda aos médicos por Whatsapp", diz ele.

Caminhões com ajuda humanitária entrando em Madaya.

Comboios de ajuda humanitária e primeiros socorros têm tido pouco acesso a Madaya.

Grupos de Whatsapp e Skype foram criados por especialistas e ONGs dentro e fora da Síria, num esforço para ajudar os médicos em clínicas improvisadas como a de Madaya.

O cirurgião que ajudava Mohammed Darwish pelo Whatsapp estava em Idlib, uma cidade rebelde no norte da Síria e uma das poucas fortalezas remanescentes da oposição. É para lá que estão sendo levados milhares de civis e combatentes retirados do Leste de Aleppo.

Mas a própria Idlib está agora sob imensa pressão, dizem grupos de resgate, incapazes de tratar pessoas que sofrem de doenças crônicas e ferimentos de guerra, incluindo membros amputados e ferimentos na cabeça.

Darwish e seus colegas levaram oito horas para operar Almoeel.

"Os médicos nos guiaram. Durante a operação, tiramos fotos de seu abdômen, saímos da sala de cirurgia e perguntamos aos médicos o que fazer", conta ele.

"A bala causou muitos danos dentro de seu corpo. Fizemos tudo o que podíamos. Mas ele precisava de um especialista. Não conseguimos estancar o sangramento, então fechamos o abdômen e o observamos", acrescenta.

Almoeel morreu ao amanhecer.

Os doentes continuavam chegando, mas, em muitos casos, Darwish e sua equipe nada podiam fazer.

'Morrendo de fome'

O cerco a Madaya bloqueou o acesso da cidade à medicina, combustível e comida.

Os moradores não têm para onde ir, pois as estradas estão bloqueadas e as minas terrestres cercam a cidade.

De acordo com o Siege Watch, um grupo que monitora as condições de vida em áreas bloqueadas, moradores permanecem dependentes de comboios humanitários que não chegam.

Sem comida e remédios, crianças passam fome em Madaya.

Manifestantes protestam segurando supostas fotos de crianças de Madaya que sofrem de desnutrição grave.

As Nações Unidas disseram no início deste ano que havia relatos de pessoas morrendo de fome na região.

Funcionários da ONU foram informados de que crianças estavam pegando grama para fazer sopa.

A violência continuou e os grupos humanitários receberam acesso à região entre janeiro e abril. Eles retornaram apenas em setembro e relataram que a desnutrição continuava um problema sério.

Em novembro, pelo menos quatro crianças morreram de doenças associadas à desnutrição, informou o Siege Watch. No final deste mês, a ajuda foi finalmente permitida novamente.

A falta de vitaminas também aumentou o número de abortos espontâneos, disse Mirna Yacoub, vice-representante da Unicef na Síria, à BBC em outubro.

As cesarianas também se tornaram mais comuns devido à saúde frágil das mulheres. Algumas estavam tão fracas que não podiam passar pelo trabalho de parto normal.

O drama das meninas venezuelanas obrigadas a se prostituir para comer.

Moussa ainda estava de luto pela perda de seu filho quando, sete dias depois, retornou à clínica de Mohammed Darwish. Desta vez com sua esposa, que estava grávida do segundo filho.

"Ela tinha muita pressão e estava muito fraca. Então, a preparamos para a cirurgia, quando o bebê saiu. Ele estava morto. Ficamos chocados", diz Darwish.

A notícia devastou a família. "Minha mulher é diabética. Ela perdeu parte da visão", afirma Moussa. "Ela só chora e diz: 'Por que eles querem matar nossos filhos?'. Ela sente como se tivesse perdido uma parte de seu corpo.

Quando visitou a clínica, Yacoub ficou surpresa ao ver que as cesarianas estavam sendo realizadas lá.

O número de cirurgias havia crescido de tão forma que, sem álcool, instrumentos médicos estavam sendo esterilizados com fogo.

Para o ultrassom, por exemplo, um gel de cabelo fazia as vezes de condutor.

"Estamos muito cansados", disse Darwish em uma de muitas entrevistas desde outubro.

"Os pacientes muitas vezes vêm aqui e não sabemos o que fazer. Não há especialistas, nem remédios, nem alternativa. A única coisa que podemos fazer é ouvi-los. Odeio não poder tratá-los", afirmou na ocasião.

Darwish lembra o caso de Ali, que tinha insuficiência renal e não pôde ser submetido à diálise porque não havia equipamento próprio.

Os socorristas disseram que os problemas nos rins tinham aumentado, em consequência da má nutrição e da falta de alimentos.

A Siege Watch informou que dois pacientes com insuficiência renal morreram no mês passado e outras 27 pessoas com problemas semelhantes estavam presas na região.

Havia também pacientes com câncer, infecções urinárias, doenças intestinais, entre outras, diz Darwish.

Homem em Madaya é ameaça para crianças, diz Unicef.

Clima extremo em Madaya é ameaça para crianças, diz Unicef.

Um dia, lembra Darwish, Hasan, de 13 anos, foi até a clínica reclamando de uma dor no pé, que tinha alguns pontos escuros.

"Não podíamos dar nada a ele; não havia remédios. Eu não tinha idéia do que tinha de errado. Ele precisava ser consultado por um especialista", conta.

"Demos alguns analgésicos a ele. Mas esses não são os remédios mais apropriados. Ele sentia muita dor e estava chorando. Doía tanto que o menino não conseguia andar. Então, chorei com ele", acrescenta.

Diante do agravamento da situação, a clínica foi fechada em novembro.

"Estávamos tentando fazer o melhor que podíamos", diz Darwish. "Mas, sem suprimentos, não tínhamos condições de mantê-la", completa.

Outro problema é o frio. Sem eletricidade ou combustível para ligar os aquecedores, moradores vêm queimando sapatos ou móveis.

A Unicef, o Fundo da ONU para a Infância, advertiu que o clima extremo representa uma "grande ameaça" para as crianças da região.

Madaya e a cidade vizinha de Zabadani, também sob controle rebelde, foram incluídas na última etapa da trégua que permitiu a evacuação de Aleppo.

A expectativa, agora, é de que as pessoas com necessidades médicas sejam retiradas de lá.

Moradores sitiados por rebeldes em Foah e Kefraya, na província de Idlib, também serão evacuados.

"Não sabemos o que vai acontecer, não sabemos nada sobre o nosso futuro. Esperamos que o cerco acabe. Só há civis aqui", diz Darwish.

Homem em Madaya é ameaça para crianças, diz Unicef

Mas há esperança", acrescenta.


Bem à vontade...

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Seis benefícios de dormir com pouca roupa

 Quando se fica sem roupa é natural que a temperatura corporal abaixe, "e o frio é um indutor do sono, tanto que quando uma pessoa tem hipotermia ela sente sono. Isso porque a queda da temperatura corporal é um dos fatores que induzem a um aprofundamento do padrão de sonolência? 

Diz Alfredo Lara, otorrinolaringologista responsável pela Clínica do Sono do Hospital CEMA. Para se ter esse benefício calcula-se que a temperatura ambiente deve estar um pouco abaixo dos 20 graus. Para algumas pessoas também pode ser interessante colocar um dos pés para fora das cobertas, com o intuito de abaixar a temperatura corporal e facilitar a chegada do sono. Para saber mais oito dicas para dormir melhor esta noite. 

"Especialmente no caso das mulheres, dormir sem calcinha melhora a circulação e ajuda a arejar a área, além de diminuir os corrimentos e o excesso de suor. Se a região fica muito abafada, pode ocorrer um aumento das secreções, o que desequilibra a flora vaginal", explica Daniel Cocito Simões, urologista do dr. consulta. Já nos homens não se observa esse benefício, mas não há nenhuma restrição sobre dormir pelado se ele se sentir confortável desta forma.   

Dentro de casa, no quarto, normalmente é onde se tem mais liberdade e tempo consigo mesmo. Por ser um lugar mais privativo, é possível se sentir à vontade para não tapar o corpo com diversas camadas de roupa que usamos na rua. Quando se vai dormir, em baixo das cobertas, essa sensação pode ser ampliada. Além disso, dormir pelado "é bastante saudável se a pessoa se sente bem, se está confortável, porque vai permitir que toda a pele respire de forma livre. 

Ela vai poder exercitar a sensibilidade da pele de todo o corpo, o que é muito bom, desde que esta atitude não seja carregada de um pudor excessivo, algum constrangimento. Se a pessoa não tiver nenhum bloqueio de ordem moral, religiosa ou até estética - o que transformaria esta experiência em algo negativo - ela pode se beneficiar muito ao dormir sem roupas", diz Carmita Abdo, psiquiatra Coordenadora do Programa de Estudos de Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP).   

Aproveitando a sensação de liberdade, "o contato direto com o lençol, cama, a possibilidade de ter a pele toda em contato com alguma outra superfície, são exercícios muito bons para a sensibilidade, o que pode colaborar com o estímulo e vida sexual", explica Carmita. 

Segundo a especialista, a ciência já comprovou que a pessoa que tem uma tranquilidade com relação ao corpo, sendo escultural ou não, fica mais à vontade, do que quem está mais preocupado com os padrões de beleza. Sendo assim, quem está muito mais voltado a apresentar um corpo perfeito, está menos voltado à excitação que a nudez pode causar, pois está pensando na impressão que este corpo pode causar ao outro.  

Na hora de dormir o que vale é o conforto. Afinal, é o momento de relaxarmos e descansarmos e pode ser muito desagradável passar a noite com peça de roupa apertada, incômoda ou que tem aquela etiqueta que fica pinicando o tempo todo. 

Para algumas pessoas o hábito de dormir pelado pode ser considerado um tabu. Mas não é todo mundo que pensa assim. Um estudo realizado pela Fundação Nacional Americana do Sono analisou a forma como pessoas de diversas nacionalidades dormem, e constatou que aproximadamente 30% dos britânicos têm o costume de dormirem nus. A seguir você confere os benefícios que dormir como veio ao mundo podem lhe proporcionar:

Você vai dormir melhor

Quando se fica sem roupa é natural que a temperatura corporal abaixe, "e o frio é um indutor do sono, tanto que quando uma pessoa tem hipotermia ela sente sono. Isso porque a queda da temperatura corporal é um dos fatores que induzem a um aprofundamento do padrão de sonolência? 

Diz Alfredo Lara, otorrinolaringologista responsável pela Clínica do Sono do Hospital CEMA. Para se ter esse benefício calcula-se que a temperatura ambiente deve estar um pouco abaixo dos 20 graus. Para algumas pessoas também pode ser interessante colocar um dos pés para fora das cobertas, com o intuito de abaixar a temperatura corporal e facilitar a chegada do sono. 

Ajuda a preservar a saúde íntima

"Especialmente no caso das mulheres, dormir sem calcinha melhora a circulação e ajuda a arejar a área, além de diminuir os corrimentos e o excesso de suor. Se a região fica muito abafada, pode ocorrer um aumento das secreções, o que desequilibra a flora vaginal", explica Daniel Cocito Simões, urologista do dr. consulta. Já nos homens não se observa esse benefício, mas não há nenhuma restrição sobre dormir pelado se ele se sentir confortável desta forma.

Dá para aproveitar a sensação de liberdade

Dentro de casa, no quarto, normalmente é onde se tem mais liberdade e tempo consigo mesmo. Por ser um lugar mais privativo, é possível se sentir à vontade para não tapar o corpo com diversas camadas de roupa que usamos na rua. Quando se vai dormir, em baixo das cobertas, essa sensação pode ser ampliada. 

Além disso, dormir pelado "é bastante saudável se a pessoa se sente bem, se está confortável, porque vai permitir que toda a pele respire de forma livre. Ela vai poder exercitar a sensibilidade da pele de todo o corpo, o que é muito bom, desde que esta atitude não seja carregada de um pudor excessivo, algum constrangimento. 

Se a pessoa não tiver nenhum bloqueio de ordem moral, religiosa ou até estética - o que transformaria esta experiência em algo negativo - ela pode se beneficiar muito ao dormir sem roupas", diz Carmita Abdo, psiquiatra Coordenadora do Programa de Estudos de Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP).

Facilita o conhecimento da própria sexualidade

Aproveitando a sensação de liberdade, "o contato direto com o lençol, cama, a possibilidade de ter a pele toda em contato com alguma outra superfície, são exercícios muito bons para a sensibilidade, o que pode colaborar com o estímulo e vida sexual", explica Carmita. 

Segundo a especialista, a ciência já comprovou que a pessoa que tem uma tranquilidade com relação ao corpo, sendo escultural ou não, fica mais à vontade, do que quem está mais preocupado com os padrões de beleza. Sendo assim, quem está muito mais voltado a apresentar um corpo perfeito, está menos voltado à excitação que a nudez pode causar, pois está pensando na impressão que este corpo pode causar ao outro.

Produz oxitocina

A oxitocina é uma substância que ajuda a criar vínculos e é produzida pelo nosso organismo em situações específicas, como quando a mulher dá a luz, ajudando em uma série de fatores (contração dos vasos para evitar hemorragia no útero, uma maior disposição para cuidar do bebê apesar do esgotamento do trabalho de parto etc.). 

"Quando a pessoa se sente livre para tocar e ser tocada, a sensação é muito mais intensa quando se toca pele com pele do que quando há um tecido, por mais fino que seja, no meio. A liberação da oxitocina neste momento acaba favorecendo um maior contato, colaborando na sensação de proximidade, de vínculo, de algum compartilhamento maior", diz Carmita. 

Como falamos, isso não acontece necessariamente apenas entre um casal com vínculo afetivo, mas em outros tipos de relacionamento também. Por exemplo, um estudo apresentado na conferência de 2015 da Academia Americana de Pediatria, em Washington, demonstrou que o contato pele com pele entre mãe e bebê nascido prematuro traz benefícios para ambos, como ganho de peso, aumento do tempo de sono, diminuição do choro e estabilização do batimento cardíaco, do padrão respiratório e dos níveis de oxigênio no sangue do bebê; e diminuição dos níveis de estresse da mãe, além de uma maior taxa de sucesso na amamentação. 

Segundo Carmita, um dos motivos para a liberação da oxitocina nestes momentos é que toques de pele com pele são mais eficazes nas terminações nervosas.

O importante é o conforto

Para ter todos esses benefícios e realmente dormir bem, o mais importante é que você se sinta confortável. "A roupa pode apertar, limitar o movimento, favorecer a transpiração, ou não. O importante é que a pessoa fique confortável, ao 'gosto do freguês', então ela pode usar roupas ou não para se sentir assim", explica Alfredo Lara.


Doença social mundial...

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Os estranhos líquidos bebidos como álcool na Rússia e que causam milhares de mortes por ano

Pelo menos 58 pessoas morreram na Rússia esta semana depois de beber, como se fosse licor, uma loção para banho que contém metanol ou álcool metílico, uma substância tóxica utilizada normalmente como solvente na indústria química.

O incidente ocorreu na cidade siberiana de Irkutsk, no leste da Rússia, onde as autoridades declararam estado de emergência.

As vítimas eram homens e mulheres com idades entre 35 e 50 anos.

Um dos sobreviventes disse que só bebeu um pouco da loção e acordou cego no dia seguinte.

As mortes causadas pelo consumo do líquido - que se chama Boyaryshnik e tem no rótulo a advertência de que não deve ser ingerido - traz à tona novamente o problema do consumo de produtos com álcool que não foram feitos para serem bebidos, que segundo dados oficiais, causa a morte de 14 mil pessoas por ano no país.

Alcoolismo

O alcoolismo é um problema sério na Rússia, onde calcula-se que um adulto beba em média 20 litros de vodca por ano. No Reino Unido, por exemplo, o consumo de bebidas destiladas gira em torno de três litros por pessoa por ano.

De acordo com um estudo feito há dois anos, 25% dos homens russos morrem antes dos 55 anos por doenças ligadas ao consumo de álcool.

Mas para os mais pobres, isso não é um impedimento para beber: líquidos que contêm álcool, como perfumes, colônias, loções pós-barba e produtos de limpeza são uma alternativa barata.

Segundo especialistas, cerca de 12 milhões de russos bebem produtos que custam o equivalente a menos de US$ 1 (R$ 3,3) o litro. Um litro de vodca custa aproximadamente US$ 3 (R$ 9,84).

"É muito fácil consegui-los", explicou Olga Ivshina, correspondente do serviço russo da BBC.

"Como não são bebidas, eles estão à venda nas farmácias que funcionam 24 horas, enquanto as lojas de bebidas não podem vender álcool depois das 22 horas ou 23 horas".

"Também há máquinas onde é possível consegui-los a qualquer hora. Assim, menores de 18 anos podem comprar bebidas alcoólicas sem ter que mostrar documento de identidade", acrescentou.

"Também não se pode proibi-los como não se poderia proibir a venda do perfume Chanel Nº5", diz ela.

A cada ano os russos consomem entre 170 e 250 milhões de litros de loções, segundo o Serviço Federal para a Regulação do Mercado de Álcool. Especialistas calculam que a demanda destes produtos tem crescido 20% ao ano.

O problema não é novo no país: agravou-se nos anos 1990, durante o governo de Mikhail Gorbachev, que por um breve período tentou proibir o consumo de álcool na antiga União Soviética.

Atualmente, o problema vem sendo agravado pela crise econômica e pelo aumento do preço da vodca e de outras bebidas alcoólicas.


Descortinar a realidade...

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Deixam de ser católicos ao menos 9 milhões, afirma Datafolha

O Brasil ficou ainda menos católico. De outubro de 2014 a dezembro deste ano, a primeira religião cristã do mundo perdeu ao menos 9 milhões de fiéis, ou 6% dos brasileiros maiores de 16 anos, segundo pesquisa Datafolha.

Há dois anos, eram 60% os que se declaravam católicos; neste ano, são 50%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, a queda foi de no mínimo 6 e no máximo 14 pontos percentuais –nesse cenário, seriam mais de 20 milhões de fiéis (algo como a população da Grande São Paulo).

No mesmo período, a fatia dos que dizem não ter uma religião mais que dobrou, de 6% para 14%. Mas isso não quer dizer que essas pessoas tenham perdido a crença, diz o professor de sociologia da USP Reginaldo Prandi.

Segundo ele, no mundo todo é cada vez mais comum que as pessoas não se prendam a uma instituição religiosa apenas, ou que exerçam a espiritualidade sem pertencer a uma igreja.

"Pode não ter religião hoje e ter amanhã. Ficou muito ao sabor da época da vida, dos compromissos que se quer assumir. A religião deixou de ser condição obrigatória para ser bom cidadão."

"Socialmente, a religião não tem mais papel nenhum", diz o sociólogo.

O Datafolha ouviu 2.828 brasileiros maiores de 16 anos selecionados por sorteio aleatório, em amostragem representativa da população.

Feita em 174 municípios, a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos (nível de confiança de 95%).

'IGREJA ATRAPALHA'

O antropólogo da Unicamp e do Cebrap Ronaldo de Almeida e o professor de filosofia da religião da PUC Luiz Felipe Pondé também veem um processo de desinstitucionalização das religiões.

"A igreja atrapalha, tira a liberdade, é excessivamente racionalista, interesseira ou contrária à pureza interior da busca da fé", diz Pondé.

O filósofo lembra que a recusa à institucionalização está na origem do protestantismo e marca a história das religiões, "que sempre andam à frente achando que vão reencontrar o passado puro".

Almeida avalia que os sem-religião podem incluir também católicos não praticantes ou evangélicos que preferem não declarar sua filiação.

Estimativas globais sustentam essas análises. Dados do Centro Global de Estudos da Cristandade mostram que mesmo os católicos crescem a taxas maiores que a população com um todo, ou sejam, aumentam sua presença no mundo, enquanto encolhe a fatia dos não religiosos.

O ritmo de crescimento da população total é 1,21% ao ano, o de católicos, 1,28%, o de evangélicos, 2,12% e o de pentencostais, 2,20%. As religiões independentes se expandem a taxas de 2,21% (chegando a 2,94% na Ásia).

Já os sem-religião crescem 0,31% por ano, os agnósticos, 0,36%, e os ateus, 0,05%.

No Brasil, ainda que a redução recente na porcentagem de católicos não tenha sido acompanhada por expansão de evangélicos, metade dos protestantes saíram da Igreja Católica, onde foram criados, segundo pesquisa do Instituto Pew.

A mudança de religião se dá antes dos 25 anos, e os convertidos citam como principais motivos para a mudança a maior conexão com Deus (77%) e o estilo de culto da nova igreja (68%).

Mais da metade diz que procurava mais ênfase em moralidade ou encontrou mais ajuda. Procurada, a CNBB (conferência dos bispos) não quis comentar.


Dramas reais...

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Menina pede em carta ao Papai Noel que irmã não vá para adoção

Radialista divulgou conteúdo na internet e família ganhou doações.
Criança deve nascer nas próximas semanas em Jales (SP).

Uma menina de 12 anos pediu em carta ao Papai Noel que a irmã, que ainda vai nascer, não fosse doada. A mãe dela, grávida de oito meses, comentou que iria ter de colocar a filha para adoção por não ter condições financeiras de criá-la.

A saber do desabafo da mãe, Luana Sampaio da Silva decidiu fazer o pedido especial na tradicional cartinha ao Papai Noel. "Escrevi pedindo ajuda para minha mãe não doar a minha irmã."

Luana mora com a mãe, a diarista Sílvia Sampaio da Silva, em Jales (SP). Ela mantém as despesas da casa e o aluguel com o salário de diarista. Mãe solteira, em um momento de desespero, chegou a pensar em deixar a criança que vai nascer para adoção. "É complicado, a gente fica com a cabeça... Fiquei com medo de não dar conta de sustentar a casa sozinha", conta.

Ela disse que não esperava a cartinha da Luana, nem que ela pudesse mudar o desfecho dessa história. O pedido da menina foi parar nas mãos de um radialista da cidade, Jales, Adalberto Mariano, que divulgou o caso em grupos do WhatsApp e redes sociais. "As pessoas ligam a todo momento querendo ajudar. Ganhamos berço, carrinho, banheira, fraldas e roupinhas", comemora.

Radialista divulgou carta escrita pela menina.

Desde que a carta da Luana foi divulgada na internet, a família tem sido acolhida com carinho e solidariedade. Várias pessoas da cidade têm ido à casa delas para fazer doações de todos os tipos. O auxiliar administrativo Edvan Fernandes levou fraldas. "Todo mundo se comoveu com a carta da menina e pude colaborar com um pouco."

A diretora de vendas Vanessa Souza levou chocolates e uma cesta básica. "No mundo de hoje as crianças querem tecnologia, tablet, computador, e ela pensou na família dela, pensou na mãe, que está grávida, e pediu algo diferente. Foi o diferencial dela. Acho que foi muito bonita a atitude dela."

Luana agradece as doações e espera ansiosa pela irmã. "Vou poder dividir o quarto e brincar com ela. Obrigada." Com tanto apoio, Sílvia se sente mais preparada para receber e cuidar da criança que vai chegar. "Agradeço todo mundo, porque nem esperava, de coração mesmo."


Mais uma etapa superada...