sábado, 24 de dezembro de 2016
Barbárie...
'Mataram meu filho enquanto ele brincava':
a vida em uma cidade síria sitiada
Síria vive
guerra civil desde 2011.
Mohamed al-Maleh,
de 12 anos, brincava no telhado de um prédio na cidade de Madaya, próxima à
fronteira com o Líbano, quando, segundo seu pai, um sniper atirou nele.
O menino caiu
com um ferimento grave na cabeça.
Moussa al-Maleh
correu para socorrê-lo. "Ele era um menino feliz, mas não estava tendo a
vida de uma criança normal", diz o pai, lembrando a rotina de vida de
Mohamed sob o cerco do governo.
"Nos dias
de bombardeio, ele se escondia no porão conosco. Podia ficar dias sem comer,
sem nenhum tipo de lazer. Mohamed vivia 1% do que as crianças normais
vivem", conta Moussa.
A clínica para
onde Mohamed foi enviado era, na prática, um quarto localizado no porão de uma
casa.
Dirigida por
Mohammed Darwish, um estudante de odontologia de 26 anos, e outras duas
pessoas, o local era a única instalação médica em Madaya.
"Tentamos
fazer o melhor que podemos, mas não tratamos os pacientes completamente. Não
somos especialistas", afirma Darwish.
"Mas temos
que continuar (o trabalho). Não temos escolha. É um presente de Deus tratar
essas pessoas", destaca.
Para salvar o
garoto, eles teriam de transferi-lo para outro lugar.
"Foi
difícil, um choque, algo como 'O que fazemos agora?', lembra Darwish.
"Ele
precisava de uma cirurgia, de um hospital, estava sangrando. Nós paramos e
cuidamos dele", acrescenta.
'Como animais'
Mas Madaya, com
seus 40 mil habitantes e a 25 km a noroeste de Damasco, está sitiada desde
junho de 2015.
A cidade
permanece cercada pelo Exército sírio e por combatentes aliados do grupo
libanês Hezbollah, que são apoiados pelo Irã.
A movimentação
dentro e fora da cidade é rigorosamente controlada, e os pedidos para a
retirada do menino foram ignorados. Dezoito horas depois, ele morreu.
"Fomos
deixados aqui como animais", diz o pai.
Dias antes,
Darwish conta que Mohamed Almoeel estava fora de sua casa quando levou um tiro
no abdômen, também por um atirador.
Moradores
afirmaram que os snipers estavam a postos, disparando naqueles que se
arriscavam a sair. Mesmo as pessoas que participavam de funerais de parentes
corriam o risco de ser alvejadas.
Imagens mostram
antes e depois de Aleppo.
A equipe da
clínica tentou, novamente, tirar o paciente, mas, de acordo com Darwish, os
combatentes aliados ao governo não permitiam que eles saíssem.
A única opção
que sobrou foi operá-lo lá.
"Não
tínhamos nenhum especialista, nenhum anestésico. Tínhamos de fazer aquilo, mas
não sabíamos como. Então pedimos ajuda aos médicos por Whatsapp", diz ele.
Caminhões com
ajuda humanitária entrando em Madaya.
Comboios de
ajuda humanitária e primeiros socorros têm tido pouco acesso a Madaya.
Grupos de
Whatsapp e Skype foram criados por especialistas e ONGs dentro e fora da Síria,
num esforço para ajudar os médicos em clínicas improvisadas como a de Madaya.
O cirurgião que
ajudava Mohammed Darwish pelo Whatsapp estava em Idlib, uma cidade rebelde no
norte da Síria e uma das poucas fortalezas remanescentes da oposição. É para lá
que estão sendo levados milhares de civis e combatentes retirados do Leste de
Aleppo.
Mas a própria
Idlib está agora sob imensa pressão, dizem grupos de resgate, incapazes de
tratar pessoas que sofrem de doenças crônicas e ferimentos de guerra, incluindo
membros amputados e ferimentos na cabeça.
Darwish e seus
colegas levaram oito horas para operar Almoeel.
"Os médicos
nos guiaram. Durante a operação, tiramos fotos de seu abdômen, saímos da sala
de cirurgia e perguntamos aos médicos o que fazer", conta ele.
"A bala
causou muitos danos dentro de seu corpo. Fizemos tudo o que podíamos. Mas ele
precisava de um especialista. Não conseguimos estancar o sangramento, então
fechamos o abdômen e o observamos", acrescenta.
Almoeel morreu
ao amanhecer.
Os doentes
continuavam chegando, mas, em muitos casos, Darwish e sua equipe nada podiam
fazer.
'Morrendo de fome'
O cerco a Madaya
bloqueou o acesso da cidade à medicina, combustível e comida.
Os moradores não
têm para onde ir, pois as estradas estão bloqueadas e as minas terrestres
cercam a cidade.
De acordo com o
Siege Watch, um grupo que monitora as condições de vida em áreas bloqueadas,
moradores permanecem dependentes de comboios humanitários que não chegam.
Sem comida e
remédios, crianças passam fome em Madaya.
Manifestantes
protestam segurando supostas fotos de crianças de Madaya que sofrem de
desnutrição grave.
As Nações Unidas
disseram no início deste ano que havia relatos de pessoas morrendo de fome na
região.
Funcionários da
ONU foram informados de que crianças estavam pegando grama para fazer sopa.
A violência
continuou e os grupos humanitários receberam acesso à região entre janeiro e
abril. Eles retornaram apenas em setembro e relataram que a desnutrição
continuava um problema sério.
Em novembro,
pelo menos quatro crianças morreram de doenças associadas à desnutrição,
informou o Siege Watch. No final deste mês, a ajuda foi finalmente permitida
novamente.
A falta de
vitaminas também aumentou o número de abortos espontâneos, disse Mirna Yacoub,
vice-representante da Unicef na Síria, à BBC em outubro.
As cesarianas
também se tornaram mais comuns devido à saúde frágil das mulheres. Algumas
estavam tão fracas que não podiam passar pelo trabalho de parto normal.
O drama das
meninas venezuelanas obrigadas a se prostituir para comer.
Moussa ainda
estava de luto pela perda de seu filho quando, sete dias depois, retornou à
clínica de Mohammed Darwish. Desta vez com sua esposa, que estava grávida do
segundo filho.
"Ela tinha
muita pressão e estava muito fraca. Então, a preparamos para a cirurgia, quando
o bebê saiu. Ele estava morto. Ficamos chocados", diz Darwish.
A notícia
devastou a família. "Minha mulher é diabética. Ela perdeu parte da
visão", afirma Moussa. "Ela só chora e diz: 'Por que eles querem
matar nossos filhos?'. Ela sente como se tivesse perdido uma parte de seu
corpo.
Quando visitou a
clínica, Yacoub ficou surpresa ao ver que as cesarianas estavam sendo
realizadas lá.
O número de
cirurgias havia crescido de tão forma que, sem álcool, instrumentos médicos
estavam sendo esterilizados com fogo.
Para o
ultrassom, por exemplo, um gel de cabelo fazia as vezes de condutor.
"Estamos
muito cansados", disse Darwish em uma de muitas entrevistas desde outubro.
"Os
pacientes muitas vezes vêm aqui e não sabemos o que fazer. Não há
especialistas, nem remédios, nem alternativa. A única coisa que podemos fazer é
ouvi-los. Odeio não poder tratá-los", afirmou na ocasião.
Darwish lembra o
caso de Ali, que tinha insuficiência renal e não pôde ser submetido à diálise
porque não havia equipamento próprio.
Os socorristas
disseram que os problemas nos rins tinham aumentado, em consequência da má
nutrição e da falta de alimentos.
A Siege Watch
informou que dois pacientes com insuficiência renal morreram no mês passado e
outras 27 pessoas com problemas semelhantes estavam presas na região.
Havia também
pacientes com câncer, infecções urinárias, doenças intestinais, entre outras,
diz Darwish.
Homem em Madaya
é ameaça para crianças, diz Unicef.
Clima extremo em
Madaya é ameaça para crianças, diz Unicef.
Um dia, lembra
Darwish, Hasan, de 13 anos, foi até a clínica reclamando de uma dor no pé, que
tinha alguns pontos escuros.
"Não
podíamos dar nada a ele; não havia remédios. Eu não tinha idéia do que tinha de
errado. Ele precisava ser consultado por um especialista", conta.
"Demos
alguns analgésicos a ele. Mas esses não são os remédios mais apropriados. Ele
sentia muita dor e estava chorando. Doía tanto que o menino não conseguia
andar. Então, chorei com ele", acrescenta.
Diante do
agravamento da situação, a clínica foi fechada em novembro.
"Estávamos
tentando fazer o melhor que podíamos", diz Darwish. "Mas, sem
suprimentos, não tínhamos condições de mantê-la", completa.
Outro problema é
o frio. Sem eletricidade ou combustível para ligar os aquecedores, moradores
vêm queimando sapatos ou móveis.
A Unicef, o
Fundo da ONU para a Infância, advertiu que o clima extremo representa uma
"grande ameaça" para as crianças da região.
Madaya e a
cidade vizinha de Zabadani, também sob controle rebelde, foram incluídas na
última etapa da trégua que permitiu a evacuação de Aleppo.
A expectativa,
agora, é de que as pessoas com necessidades médicas sejam retiradas de lá.
Moradores
sitiados por rebeldes em Foah e Kefraya, na província de Idlib, também serão
evacuados.
"Não
sabemos o que vai acontecer, não sabemos nada sobre o nosso futuro. Esperamos
que o cerco acabe. Só há civis aqui", diz Darwish.
Bem à vontade...
Seis benefícios de dormir com pouca roupa
Quando se fica sem roupa é natural que a
temperatura corporal abaixe, "e o frio é um indutor do sono, tanto que
quando uma pessoa tem hipotermia ela sente sono. Isso porque a queda da
temperatura corporal é um dos fatores que induzem a um aprofundamento do padrão
de sonolência?
Diz Alfredo Lara, otorrinolaringologista responsável pela
Clínica do Sono do Hospital CEMA. Para se ter esse benefício calcula-se que a
temperatura ambiente deve estar um pouco abaixo dos 20 graus. Para algumas
pessoas também pode ser interessante colocar um dos pés para fora das cobertas,
com o intuito de abaixar a temperatura corporal e facilitar a chegada do sono.
Para saber mais oito dicas para dormir melhor esta noite.
"Especialmente no caso das mulheres,
dormir sem calcinha melhora a circulação e ajuda a arejar a área, além de
diminuir os corrimentos e o excesso de suor. Se a região fica muito abafada,
pode ocorrer um aumento das secreções, o que desequilibra a flora
vaginal", explica Daniel Cocito Simões, urologista do dr. consulta. Já nos
homens não se observa esse benefício, mas não há nenhuma restrição sobre dormir
pelado se ele se sentir confortável desta forma.
Dentro de casa, no quarto, normalmente é
onde se tem mais liberdade e tempo consigo mesmo. Por ser um lugar mais
privativo, é possível se sentir à vontade para não tapar o corpo com diversas
camadas de roupa que usamos na rua. Quando se vai dormir, em baixo das
cobertas, essa sensação pode ser ampliada. Além disso, dormir pelado "é
bastante saudável se a pessoa se sente bem, se está confortável, porque vai
permitir que toda a pele respire de forma livre.
Ela vai poder exercitar a
sensibilidade da pele de todo o corpo, o que é muito bom, desde que esta
atitude não seja carregada de um pudor excessivo, algum constrangimento. Se a
pessoa não tiver nenhum bloqueio de ordem moral, religiosa ou até estética - o
que transformaria esta experiência em algo negativo - ela pode se beneficiar
muito ao dormir sem roupas", diz Carmita Abdo, psiquiatra Coordenadora do
Programa de Estudos de Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP).
Aproveitando a sensação de liberdade,
"o contato direto com o lençol, cama, a possibilidade de ter a pele toda
em contato com alguma outra superfície, são exercícios muito bons para a
sensibilidade, o que pode colaborar com o estímulo e vida sexual", explica
Carmita.
Segundo a especialista, a ciência já comprovou que a pessoa que tem
uma tranquilidade com relação ao corpo, sendo escultural ou não, fica mais à
vontade, do que quem está mais preocupado com os padrões de beleza. Sendo
assim, quem está muito mais voltado a apresentar um corpo perfeito, está menos
voltado à excitação que a nudez pode causar, pois está pensando na impressão
que este corpo pode causar ao outro.
Na hora de
dormir o que vale é o conforto. Afinal, é o momento de relaxarmos e
descansarmos e pode ser muito desagradável passar a noite com peça de roupa
apertada, incômoda ou que tem aquela etiqueta que fica pinicando o tempo todo.
Para algumas pessoas o hábito de dormir pelado pode ser considerado um tabu.
Mas não é todo mundo que pensa assim. Um estudo realizado pela Fundação
Nacional Americana do Sono analisou a forma como pessoas de diversas
nacionalidades dormem, e constatou que aproximadamente 30% dos britânicos têm o
costume de dormirem nus. A seguir você confere os benefícios que dormir como
veio ao mundo podem lhe proporcionar:
Você vai dormir melhor
Quando se fica
sem roupa é natural que a temperatura corporal abaixe, "e o frio é um
indutor do sono, tanto que quando uma pessoa tem hipotermia ela sente sono.
Isso porque a queda da temperatura corporal é um dos fatores que induzem a um
aprofundamento do padrão de sonolência?
Diz Alfredo Lara,
otorrinolaringologista responsável pela Clínica do Sono do Hospital CEMA. Para
se ter esse benefício calcula-se que a temperatura ambiente deve estar um pouco
abaixo dos 20 graus. Para algumas pessoas também pode ser interessante colocar
um dos pés para fora das cobertas, com o intuito de abaixar a temperatura
corporal e facilitar a chegada do sono.
Ajuda a preservar a saúde íntima
"Especialmente
no caso das mulheres, dormir sem calcinha melhora a circulação e ajuda a arejar
a área, além de diminuir os corrimentos e o excesso de suor. Se a região fica
muito abafada, pode ocorrer um aumento das secreções, o que desequilibra a flora
vaginal", explica Daniel Cocito Simões, urologista do dr. consulta. Já nos
homens não se observa esse benefício, mas não há nenhuma restrição sobre dormir
pelado se ele se sentir confortável desta forma.
Dá para aproveitar a sensação de liberdade
Dentro de casa,
no quarto, normalmente é onde se tem mais liberdade e tempo consigo mesmo. Por
ser um lugar mais privativo, é possível se sentir à vontade para não tapar o
corpo com diversas camadas de roupa que usamos na rua. Quando se vai dormir, em
baixo das cobertas, essa sensação pode ser ampliada.
Além disso, dormir pelado
"é bastante saudável se a pessoa se sente bem, se está confortável, porque
vai permitir que toda a pele respire de forma livre. Ela vai poder exercitar a
sensibilidade da pele de todo o corpo, o que é muito bom, desde que esta
atitude não seja carregada de um pudor excessivo, algum constrangimento.
Se a
pessoa não tiver nenhum bloqueio de ordem moral, religiosa ou até estética - o
que transformaria esta experiência em algo negativo - ela pode se beneficiar
muito ao dormir sem roupas", diz Carmita Abdo, psiquiatra Coordenadora do
Programa de Estudos de Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP).
Facilita o conhecimento da própria
sexualidade
Aproveitando a
sensação de liberdade, "o contato direto com o lençol, cama, a
possibilidade de ter a pele toda em contato com alguma outra superfície, são
exercícios muito bons para a sensibilidade, o que pode colaborar com o estímulo
e vida sexual", explica Carmita.
Segundo a especialista, a ciência já
comprovou que a pessoa que tem uma tranquilidade com relação ao corpo, sendo
escultural ou não, fica mais à vontade, do que quem está mais preocupado com os
padrões de beleza. Sendo assim, quem está muito mais voltado a apresentar um
corpo perfeito, está menos voltado à excitação que a nudez pode causar, pois
está pensando na impressão que este corpo pode causar ao outro.
Produz oxitocina
A oxitocina é
uma substância que ajuda a criar vínculos e é produzida pelo nosso organismo em
situações específicas, como quando a mulher dá a luz, ajudando em uma série de
fatores (contração dos vasos para evitar hemorragia no útero, uma maior
disposição para cuidar do bebê apesar do esgotamento do trabalho de parto
etc.).
"Quando a pessoa se sente livre para tocar e ser tocada, a sensação
é muito mais intensa quando se toca pele com pele do que quando há um tecido,
por mais fino que seja, no meio. A liberação da oxitocina neste momento acaba
favorecendo um maior contato, colaborando na sensação de proximidade, de vínculo,
de algum compartilhamento maior", diz Carmita.
Como falamos, isso não
acontece necessariamente apenas entre um casal com vínculo afetivo, mas em
outros tipos de relacionamento também. Por exemplo, um estudo apresentado na
conferência de 2015 da Academia Americana de Pediatria, em Washington,
demonstrou que o contato pele com pele entre mãe e bebê nascido prematuro traz
benefícios para ambos, como ganho de peso, aumento do tempo de sono, diminuição
do choro e estabilização do batimento cardíaco, do padrão respiratório e dos
níveis de oxigênio no sangue do bebê; e diminuição dos níveis de estresse da
mãe, além de uma maior taxa de sucesso na amamentação.
Segundo Carmita, um dos
motivos para a liberação da oxitocina nestes momentos é que toques de pele com pele
são mais eficazes nas terminações nervosas.
O importante é o conforto
Para ter todos
esses benefícios e realmente dormir bem, o mais importante é que você se sinta
confortável. "A roupa pode apertar, limitar o movimento, favorecer a
transpiração, ou não. O importante é que a pessoa fique confortável, ao 'gosto
do freguês', então ela pode usar roupas ou não para se sentir assim",
explica Alfredo Lara.
Doença social mundial...
Os estranhos líquidos bebidos como álcool
na Rússia e que causam milhares de mortes por ano
Pelo menos 58
pessoas morreram na Rússia esta semana depois de beber, como se fosse licor,
uma loção para banho que contém metanol ou álcool metílico, uma substância
tóxica utilizada normalmente como solvente na indústria química.
O incidente
ocorreu na cidade siberiana de Irkutsk, no leste da Rússia, onde as autoridades
declararam estado de emergência.
As vítimas eram
homens e mulheres com idades entre 35 e 50 anos.
Um dos
sobreviventes disse que só bebeu um pouco da loção e acordou cego no dia
seguinte.
As mortes
causadas pelo consumo do líquido - que se chama Boyaryshnik e tem no rótulo a
advertência de que não deve ser ingerido - traz à tona novamente o problema do
consumo de produtos com álcool que não foram feitos para serem bebidos, que
segundo dados oficiais, causa a morte de 14 mil pessoas por ano no país.
Alcoolismo
O alcoolismo é
um problema sério na Rússia, onde calcula-se que um adulto beba em média 20
litros de vodca por ano. No Reino Unido, por exemplo, o consumo de bebidas
destiladas gira em torno de três litros por pessoa por ano.
De acordo com um
estudo feito há dois anos, 25% dos homens russos morrem antes dos 55 anos por
doenças ligadas ao consumo de álcool.
Mas para os mais
pobres, isso não é um impedimento para beber: líquidos que contêm álcool, como
perfumes, colônias, loções pós-barba e produtos de limpeza são uma alternativa
barata.
Segundo
especialistas, cerca de 12 milhões de russos bebem produtos que custam o
equivalente a menos de US$ 1 (R$ 3,3) o litro. Um litro de vodca custa
aproximadamente US$ 3 (R$ 9,84).
"É muito
fácil consegui-los", explicou Olga Ivshina, correspondente do serviço
russo da BBC.
"Como não
são bebidas, eles estão à venda nas farmácias que funcionam 24 horas, enquanto
as lojas de bebidas não podem vender álcool depois das 22 horas ou 23
horas".
"Também há
máquinas onde é possível consegui-los a qualquer hora. Assim, menores de 18
anos podem comprar bebidas alcoólicas sem ter que mostrar documento de
identidade", acrescentou.
"Também não
se pode proibi-los como não se poderia proibir a venda do perfume Chanel
Nº5", diz ela.
A cada ano os
russos consomem entre 170 e 250 milhões de litros de loções, segundo o Serviço
Federal para a Regulação do Mercado de Álcool. Especialistas calculam que a
demanda destes produtos tem crescido 20% ao ano.
O problema não é
novo no país: agravou-se nos anos 1990, durante o governo de Mikhail Gorbachev,
que por um breve período tentou proibir o consumo de álcool na antiga União
Soviética.
Atualmente, o
problema vem sendo agravado pela crise econômica e pelo aumento do preço da
vodca e de outras bebidas alcoólicas.
Descortinar a realidade...
Deixam de ser católicos ao menos 9 milhões,
afirma Datafolha
O Brasil ficou
ainda menos católico. De outubro de 2014 a dezembro deste ano, a primeira
religião cristã do mundo perdeu ao menos 9 milhões de fiéis, ou 6% dos
brasileiros maiores de 16 anos, segundo pesquisa Datafolha.
Há dois anos,
eram 60% os que se declaravam católicos; neste ano, são 50%. Como a margem de
erro é de dois pontos para mais ou para menos, a queda foi de no mínimo 6 e no
máximo 14 pontos percentuais –nesse cenário, seriam mais de 20 milhões de fiéis
(algo como a população da Grande São Paulo).
No mesmo
período, a fatia dos que dizem não ter uma religião mais que dobrou, de 6% para
14%. Mas isso não quer dizer que essas pessoas tenham perdido a crença, diz o
professor de sociologia da USP Reginaldo Prandi.
Segundo ele, no
mundo todo é cada vez mais comum que as pessoas não se prendam a uma
instituição religiosa apenas, ou que exerçam a espiritualidade sem pertencer a
uma igreja.
"Pode não
ter religião hoje e ter amanhã. Ficou muito ao sabor da época da vida, dos
compromissos que se quer assumir. A religião deixou de ser condição obrigatória
para ser bom cidadão."
"Socialmente,
a religião não tem mais papel nenhum", diz o sociólogo.
O Datafolha
ouviu 2.828 brasileiros maiores de 16 anos selecionados por sorteio aleatório,
em amostragem representativa da população.
Feita em 174
municípios, a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou
para menos (nível de confiança de 95%).
'IGREJA ATRAPALHA'
O antropólogo da
Unicamp e do Cebrap Ronaldo de Almeida e o professor de filosofia da religião
da PUC Luiz Felipe Pondé também veem um processo de desinstitucionalização das
religiões.
"A igreja
atrapalha, tira a liberdade, é excessivamente racionalista, interesseira ou
contrária à pureza interior da busca da fé", diz Pondé.
O filósofo
lembra que a recusa à institucionalização está na origem do protestantismo e
marca a história das religiões, "que sempre andam à frente achando que vão
reencontrar o passado puro".
Almeida avalia
que os sem-religião podem incluir também católicos não praticantes ou
evangélicos que preferem não declarar sua filiação.
Estimativas
globais sustentam essas análises. Dados do Centro Global de Estudos da
Cristandade mostram que mesmo os católicos crescem a taxas maiores que a
população com um todo, ou sejam, aumentam sua presença no mundo, enquanto
encolhe a fatia dos não religiosos.
O ritmo de
crescimento da população total é 1,21% ao ano, o de católicos, 1,28%, o de
evangélicos, 2,12% e o de pentencostais, 2,20%. As religiões independentes se
expandem a taxas de 2,21% (chegando a 2,94% na Ásia).
Já os
sem-religião crescem 0,31% por ano, os agnósticos, 0,36%, e os ateus, 0,05%.
No Brasil, ainda
que a redução recente na porcentagem de católicos não tenha sido acompanhada
por expansão de evangélicos, metade dos protestantes saíram da Igreja Católica,
onde foram criados, segundo pesquisa do Instituto Pew.
A mudança de
religião se dá antes dos 25 anos, e os convertidos citam como principais
motivos para a mudança a maior conexão com Deus (77%) e o estilo de culto da
nova igreja (68%).
Mais da metade
diz que procurava mais ênfase em moralidade ou encontrou mais ajuda. Procurada,
a CNBB (conferência dos bispos) não quis comentar.
Dramas reais...
Menina pede em carta ao Papai Noel que irmã
não vá para adoção
Radialista
divulgou conteúdo na internet e família ganhou doações.
Criança deve
nascer nas próximas semanas em Jales (SP).
Uma menina de 12
anos pediu em carta ao Papai Noel que a irmã, que ainda vai nascer, não fosse
doada. A mãe dela, grávida de oito meses, comentou que iria ter de colocar a
filha para adoção por não ter condições financeiras de criá-la.
A saber do desabafo
da mãe, Luana Sampaio da Silva decidiu fazer o pedido especial na tradicional
cartinha ao Papai Noel. "Escrevi pedindo ajuda para minha mãe não doar a
minha irmã."
Luana mora com a
mãe, a diarista Sílvia Sampaio da Silva, em Jales (SP). Ela mantém as despesas
da casa e o aluguel com o salário de diarista. Mãe solteira, em um momento de
desespero, chegou a pensar em deixar a criança que vai nascer para adoção.
"É complicado, a gente fica com a cabeça... Fiquei com medo de não dar
conta de sustentar a casa sozinha", conta.
Ela disse que
não esperava a cartinha da Luana, nem que ela pudesse mudar o desfecho dessa
história. O pedido da menina foi parar nas mãos de um radialista da cidade,
Jales, Adalberto Mariano, que divulgou o caso em grupos do WhatsApp e redes
sociais. "As pessoas ligam a todo momento querendo ajudar. Ganhamos berço,
carrinho, banheira, fraldas e roupinhas", comemora.
Radialista
divulgou carta escrita pela menina.
Desde que a
carta da Luana foi divulgada na internet, a família tem sido acolhida com
carinho e solidariedade. Várias pessoas da cidade têm ido à casa delas para
fazer doações de todos os tipos. O auxiliar administrativo Edvan Fernandes
levou fraldas. "Todo mundo se comoveu com a carta da menina e pude colaborar
com um pouco."
A diretora de
vendas Vanessa Souza levou chocolates e uma cesta básica. "No mundo de
hoje as crianças querem tecnologia, tablet, computador, e ela pensou na família
dela, pensou na mãe, que está grávida, e pediu algo diferente. Foi o diferencial
dela. Acho que foi muito bonita a atitude dela."
Luana agradece
as doações e espera ansiosa pela irmã. "Vou poder dividir o quarto e
brincar com ela. Obrigada." Com tanto apoio, Sílvia se sente mais
preparada para receber e cuidar da criança que vai chegar. "Agradeço todo
mundo, porque nem esperava, de coração mesmo."
domingo, 11 de dezembro de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)
-
Carol Celico disse que perdoaria infidelidade de Kaká e que a ‘culpa’ da traição seria dela Caroline Celico, esposa do craque Kaká...
-
Conselhos de medicina se dividem sobre primeiros registros para estrangeiros Depois de o Rio Grande do Sul liberar as 19 primeiras lic...
-
A Ausência do Zero no Sistema de Numeração dos Romanos Os números criados pelos romanos foram relacionados a letras, diferente de out...