terça-feira, 29 de outubro de 2013

Viva a sabedoria...

O Dia Mundial da Filosofia

O Dia Mundial da Filosofia é o momento propício para se compreender, com Merlau-Ponty, que “a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”.

O Dia Mundial da Filosofia foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todos os anos ele é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Neste ano de 2007, os eventos alusivos à data acontecem neste 15 de novembro, dia durante o qual se discutirá, entre outras coisas, sobre para que serve a filosofia.

Quero entender que essa data reforça a idéia de que a filosofia não está morta. Se ela for mortal, falecerá no dia em que o último ser humano for banido da face da Terra. Por que? Porque a filosofia tem como essência de sua razão de ser a capacidade humana de usar a própria complexidade cognitiva para representar o mundo e a vida concreta nele inserida.

Não há como impedir que o homem e a mulher pensem sobre a vida, representem o existente, analisem os pensamentos já manifestos historicamente ou critiquem as representações que resultam em visões dos mais diferentes matizes. Interditar o pensamento é interditar o humano.
Não fosse isso, os filósofos não estariam preocupados em mostrar que a filosofia possa ser um instrumento a mais a auxiliar o ser humano nessa tarefa de pensar, representar, julgar, decidir e agir com a criticidade que lhe é inerente. Nesse sentido, a filosofia tem muito por fazer na atualidade.

A utilidade e a importância da atitude filosófica podem residir nos atos de avaliar os diversos dogmatismos que assombram o mundo e que são impermeáveis ao diálogo, bem como as operações ideológicas dos seres humanos que manipulam o real, os fanatismos que cegam e as ações destrutivas ao redor do planeta que colocam em risco de extinção todas as manifestações da vida. Esses temas dão um alentado programa de ação para a filosofia, os quais podem ser resumidos em apenas um: fazer ver.

Por que ver? Porque a filosofia é atitude. Ela não é só discurso. Não é mera contemplação. Nem puro ócio. Como disse Sêneca nas Cartas a Lucílio, “A filosofia ensina a agir, não a falar”. Mas, compreendendo que o falar é uma forma de ação humana, um modo de se dizer o que se vê, sou da opinião de que o que Jostein Gaarder, filósofo norueguês, escreveu para a Unesco, por ocasião da comemoração deste Dia Mundial da Filosofia, é digno de nota.

Segundo Gaarder, pensando na Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), talvez seja tempo de pensarmos em uma Declaração Universal dos Deveres Humanos, tal como Kant teria sugerido quando pensou em um imperativo universal para estabelecer a união planetária entre os povos.
Faço notar essa idéia que Gaarder busca em Kant porque não tenho certeza se imperativos são suficientes para que a ação humana no mundo seja mais bem orientada. Entretanto, estou certo de que os organismos internacionais e os filósofos mundializados recorrem a Kant e ao imperativo universal quando querem fazer eco à ideia de tolerância. Está lá, em todos os textos da Unesco.

Sim, em um mundo globalizado, a urgência de se saber conviver com as diferenças e a premência em se praticar o respeito e a convivialidade civilizada são valores humanos universais que poderiam consubstanciar aquela declaração de deveres, pois esses são valores importantes e ninguém nega. O problema recorrente, não apenas nessas ocasiões, é que sempre querem que sejamos tolerantes com coisas intoleráveis. Ora, isso é difícil de aceitar. Certas tolerâncias que querem nos fazer praticar são intoleráveis.
Por exemplo, os dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre as faces da pobreza no mundo dá a dimensão da irracionalidade humana no que se refere à (in)justiça social e mostram os obstáculos para que haja uma união planetária de nações como querem os kantianos.

Esses dados falam por si mesmos. Bem mais de um bilhão de seres humanos no mundo sobrevivem com menos de um dólar por dia. Dois bilhões e setecentos milhões de homens e mulheres contam com menos de dois dólares para se manterem entre uma noite e outra.

Na esteira dessa miséria, seis milhões de crianças morrem atacadas por doenças facilmente curáveis, tais como diarréia, malária e pneumonia. Há regiões do globo nas quais menos da metade das crianças vão à escola no ensino fundamental. Menos de vinte por cento delas chegam ao ensino médio. 114 milhões de crianças não recebem nenhuma educação escolar. 584 milhões delas estão metidas no analfabetismo.
Pergunto: é possível ser tolerante com aqueles e com as estruturas que alimentam essa máquina de sobrevida e de morte? É com base nesse tipo de estrutura que uma declaração de deveres deseja delinear a união entre os povos?

Ora, o texto do PNUD me garante que, todos os dias, 800 milhões de pessoas adormecem com fome, sendo 300 milhões delas crianças... eu devo tolerar esse atentado contra a vida? Isso é desigualdade, não é diferença. A diferença foi feita para ser respeitada e vivida. A desigualdade e a injustiça nós não podemos tolerar.
Não é possível ser complacente quando esse relatório me diz que, a cada três minutos e seis segundo, uma pessoa morre de fome ao redor da Terra. É possível ser tolerante diante desse holocausto?

Esse estado macabro de coisas leva à política, campo em que assisto ao acinte, à desfaçatez e à subestimação de nossa inteligência: quando os políticos se colocam acima da lei e da ética, quase sempre para perpetuarem estruturas que geram vida para poucos e morte para muitos... Com essa política eu devo ser tolerante?
Quando “ser” não é poder, quando “saber” não é poder, mas quando “ter” é que é poder efetivo, inclusive engolindo e moldando a prática política, também diante disso eu devo adotar a postura omissa de quem tolera?

Devo ser tolerante com esse modelo econômico injusto e com esse regime político obtuso, os quais nivelam a cultura pelo que de mais grotesco pode existir nesse setor? Tenho de aceitar essa cultura de massas feita pela quantidade, e não pelo mínimo daquilo que se considera qualidade e bom?

Se o Dia Mundial da Filosofia foi instituído para fazer com que a consciência humana aprofunde a própria criticidade em relação a si mesma, aos julgamentos de que tem participado em nossa época e às ações que as pessoas temos realizado no mundo, então devo indagar: o que é dignidade humana? A economia, a política e a cultura atuais estão a serviço dessa dignidade ou de quê?

Continuando, pergunto: o que vale termos uma declaração de direitos? Se uma declaração de direitos não nos acrescentou humanismo, uma declaração de deveres resolverá os nossos desatinos? Será possível fazer com que, por meio de deveres, todos os povos do mundo se unam em torno de valores humanos que lhes traga a paz e a concórdia? Tenho lá minhas dúvidas.

Enquanto a economia for empregada na produção de desigualdades, enquanto o uso do poder for feito para sacramentar privilégios e desrespeitar valores e enquanto a cultura for utilizada para embrutecer e cegar, penso que a tarefa da filosofia se agiganta.

Na situação em que no vemos, o máximo filosófico a ser feito é fazer as pessoas que amam a sabedoria voltar os olhos de infante ao real que nos circunda e gritar, alto e bom som, igual ao personagem infantil do dinamarquês Hans Christian Andersen: “o rei está nu”. Essa é a tarefa hercúlea da filosofia.
E tomara que o rei não fuja, nem tente matar o menino, nem diga que o garoto está louco. Tomara, ainda, que os acólitos do rei façam o mesmo: aceitem o grito revelador. Desejo, e muito, que o rei possa assumir a própria nudez e tratar de se vestir, o mais rapidamente possível. A vida não pode agonizar sob nossos olhos que não querem enxergar. Sem enxergar, como dar o passo, como empreender a ação?

Sim, o rei precisa ver. Até para escolher a roupa que vestirá após descobrir-se em pelos. De minha parte, tenho uma sugestão de vestimenta: humanidade. Essa seria uma roupa que lhe cairia bem, sobretudo para que compreendesse para que serve o saber filosófico neste Dia Mundial da Filosofia.

Arte...

Sertanejo

O subgênero musical “sertanejo” é totalmente brasileiro. Na verdade, o sertanejo é uma variação ou uma “urbanização”, se é que podemos assim dizer, da música caipira, onde são utilizados instrumentos artesanais e típicos do Brasil-colônia, como a viola, o acordeão e a gaita, algo voltado para o público extremamente rural do Brasil.

O sertanejo se caracteriza pela melodia simples e melancólica das músicas, bem semelhante à música caipira, talvez um pouco mais dançante e sem dúvida, mais urbana. Enquanto a música caipira tinha uma temática baseada na vida do campo, os sertanejos mudaram essa temática para agradar o grande público das cidades, adotando temas como amor e traição. Ocorreu o cuidado particular em se evitar o termo “caipira”, visto com preconceito por grande parte da população.

A partir de 1980, houve no Brasil uma grande exploração comercial da música sertaneja, começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, passando posteriormente para uma grande quantidade de duplas, tendo seu auge entre os anos de 1988 e 1990.

Após esse período, a música sertaneja começou a “esfriar” devido ao destaque dado na mídia à outros estilos musicais, como pop e funk, porém sempre continuou bastante presente na região centro-sul do Brasil. Por volta dos anos 2000, a música sertaneja conquistou novo destaque na mídia através do amplo espaço cedido à nova geração de duplas, como Bruno & Marrone, Edson & Hudson etc.

Entendendo...

Segregação Racial
Martin Luther King lutava contra a segregação racial
Claramente, a palavra segregação não deixa dúvida quanto ao seu significado mais geral, quando pesquisamos no dicionário: separação; divisão a fim de evitar contato; isolamento. Ao trazermos essa palavra para uma discussão de cunho sociológico, é inevitável pensarmos nos desdobramentos negativos para a vida social, principalmente do ponto de vista das hostilidades e conflitos sociais gerados pela segregação em si. Podemos observar vários tipos de segregação ao longo da história, os quais foram (e ainda são em alguns casos) motivados pelos mais variados fatores.

Segundo Ely Chinoy, embora sejam muitas as circunstâncias que possam influenciar na estrutura das relações entre indivíduos de grupos raciais e étnicos diferentes, pelo menos três merecem destaque. O primeiro diz respeito ao tamanho e ao número dos grupos, o que é fundamental para pensarmos em minorias ou maiorias; o segundo ponto diz respeito às diferenças entre esses indivíduos no aspecto físico e também cultural; finalmente, o terceiro aspecto diz respeito à disputa por recursos e por melhores condições de sobrevivência entre tais grupos, sendo que as maiorias almejam, dentro da estrutura social, submeterem as minorias, para delas tirarem vantagem.

Se considerarmos o segundo aspecto apontado por Chinoy, nele se enquadra a segregação racial, a qual diz respeito às diferenças físicas e, até certo ponto, também culturais. Obviamente, os demais fatores como ser uma minoria e estar em constante competição por recursos também devem ser considerados. A segregação racial está embasada na intolerância gerada, muitas vezes, por uma visão etnocêntrica de uma maioria em detrimento de uma minoria em um mesmo território. O etnocentrismo vilipendia as formas de organização que se diferem daquela que se tem por referência, gerando os mais diversos preconceitos. Assim, a construção pelo senso comum de alguns estereótipos, isto é, da rotulação de determinados grupos, é, em certa medida, um meio no qual o preconceito consegue se sedimentar.

A segregação racial não é um fenômeno social novo, estando presente já dentre as primeiras civilizações, as quais lançavam mão de organizações sociais regidas por castas. Porém, em sociedades como a Índia esse tipo de estratificação social ainda é uma realidade. No século XX, o mundo assistiu um dos maiores genocídios já vistos, fruto da segregação racial e do preconceito oriundos do regime nazista de Hitler, o qual foi responsável pela morte de milhões de judeus em campos de extermínio. Para além da Ásia e Europa, podemos pensar em um exemplo do continente africano. Embora a segregação nesse continente tenha origem no processo de colonização, na África do Sul, ao longo de décadas, prevaleceu o chamado regime de Apartheid, através do qual a segregação racial entre brancos (europeus) e negros (africanos) encontrava amparo até mesmo na lei. Uma fatia expressiva da população africana de cor negra era excluída de vários direitos civis, sociais e políticos, ou seja, alienados de sua cidadania. Porém, a transformação dessa realidade (que perdurou ao longo de boa parte do século XX) se daria mais tarde pela luta política de Nelson Mandela. Da mesma forma, é válido citar outros conflitos, mesmo que gerados menos por questões de raça do que por diferenças étnicas, como os que ocorrem entre palestinos e judeus, as lutas pela emancipação do povo basco no continente europeu, a luta entre católicos e protestantes na Irlanda, o preconceito de franceses contra imigrantes, além, é claro, daquele cultivado por norte-americanos em relação a latinos, árabes e imigrantes em geral.

Ainda sobre a segregação racial, é fundamental discorrer sobre a forma como os Estados Unidos lidaram e ainda lidam com o preconceito contra o negro. Para que pudessem ter um presidente afrodescendente, muitas lutas foram necessárias, como a de Martin Luther King, do próprio movimento contracultural, do grupo político dos “panteras negras”, entre outros. Ainda assim, o preconceito e a segregação, em maior ou menor grau, persistem naquela sociedade.

Se tomarmos o Brasil como exemplo, a segregação racial contra negros e índios promovida por brancos desde os tempos de colônia foi decisiva na formação da sociedade brasileira. O mito das três raças como explicação do nascimento do homem brasileiro não foi suficiente para acabar com o racismo, o qual agora existe de maneira velada, escondido atrás de uma falsa democracia racial como já apontava Florestan Fernandes. Contudo, vale a pena observar que, embora o racismo não esteja extinto e ainda existam desigualdades sociais alarmantes, não existe uma segregação racial, étnica ou religiosa tão destacada na sociedade brasileira como a que se viu nos exemplos citados anteriormente, ao redor do mundo. Obviamente, não podemos desconsiderar os recentes ataques pela internet aos nordestinos (tema do enredo de uma escola de samba em 2011), as agressões a jovens homossexuais, e este preconceito racial velado, todos indícios da existência de grupos intolerantes e preconceituosos contra minorias (isso sem falar do preconceito contra as mulheres). Porém, daí a comparar a sociedade brasileira com a África do Sul do Apartheid não seria coerente com a realidade nacional.

Para termos uma ideia da importância dessa temática, bem como do aceno positivo do Brasil para lutar contra qualquer tipo de segregação, a ONU (Organização das Nações Unidas) e o governo brasileiro criaram um site específico sobre gênero, raça e etnia em março de 2011. O site do PNUD, o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia foi feito em parceria com outros órgãos vinculados à ONU, como a OIT e UNICEF, tendo como objetivo defender e propagar a incorporação da equidade de gênero e de cor/raça na gestão pública. Obviamente, esse assunto é mais complexo do que pode parecer, principalmente quando traz em sua esteira outras questões como a construção de uma identidade nacional e a ideia de pertencimento à nação, apenas para citar alguns exemplos.

Por isso, a promoção de fóruns de discussão por toda a sociedade, para além das escolas e universidades, é uma importante ferramenta na compreensão e formulação de alternativas mais justas e tolerantes para que possamos conviver com a diferença em um mundo que se diz “global”.

Curiosidade...

 
Ovo da Galinha

Qual a diferença entre os ovos amarelos e brancos da galinha?

A diferença entre um ovo de coloração branca e um ovo de coloração amarela é a raça da galinha.
Geralmente, as galinhas que põem ovos amarelos são maiores e comem mais, já as galinhas que põem ovos brancos são menores e comem menos. Isso porque a composição do ovo varia de acordo com a alimentação da galinha.

As galinhas que são criadas soltas e alimentam de milho e outros cereais, como a galinha caipira, produzem ovos com a gema mais escura, pois há maior concentração de ferro.
Diferentemente das galinhas de granja que produzem gemas com coloração mais pálida, já que são alimentadas com rações e outros tipos de alimentos.

É importante enfatizar que a cor dos ovos depende exclusivamente da raça da ave, enquanto um canário põe ovo de coloração azulada, a codorna põe um ovo todo pintadinho.

Piada...

O que um escorregador falou pro outro? Aqui os anos passam depressa.

Devanear...

Leia um trecho bem picante do livro "Estranho Irresistível", de Christina Lauren
Depois de "Cretino Irresistível", chegou a hora de você se deliciar com o segundo volume da série.
Atualizado em 25/10/2013 Conteúdo NOVA

- O que exatamente você está oferecendo?

Olhei aqueles estranhos olhos iluminados que se mostravam interessados em tudo ao seu redor. Ele parecia normal, muito são para alguém que me seguiu através de uma boate e disse tão espontaneamente que queria me tocar. Lembrei de Andy e o quanto ele raramente - exceto para manter as aparências - queria meu toque, minha conversa, meu qualquer coisa. Seria assim com ele? Uma mulher o puxaria de lado, se ofereceria, e ele tomaria o que precisasse antes de voltar para casa? Enquanto isso, minha vida tinha se tornado tão pequena que eu mal podia lembrar como preenchia as longas noites solitárias. Será que eu estava sendo gananciosa demais por querer tudo? Uma carreira incrível e um momento louco aqui e ali?

- Você não é um psicopata, é?

Rindo, ele beijou meu rosto.

- Você está sim me deixando meio maluco, mas não, não sou um psicopata.

- Eu só... - comecei a falar, e então olhei para baixo. Pressionei minha mão aberta em seu peito largo. Sua blusa cinza era incrivelmente macia. Caxemira, pensei. O jeans era escuro e o envolvia perfeitamente. Os sapatos pretos não tinham um arranhão. Tudo nele era meticuloso.

- Acabei de me mudar para cá - parecia uma boa explicação para a tremedeira em minha mão.

- E um momento como este não parece muito seguro, não é mesmo?

Balancei a cabeça.

- Não mesmo.

Mas, então, estiquei o braço, agarrei seu pescoço e o puxei para mim. Ele acompanhou o movimento e sorriu, antes de nossos lábios se encontrarem. O beijo foi a combinação perfeita entre suavidade e firmeza, com o uísque esquentando seus lábios contra os meus. Ele gemeu um pouco quando abri a boca e o deixei entrar, e a vibração ateou fogo em mim. Eu queria sentir todos os seus sons.

- Você tem um sabor tão doce. Qual é o seu nome? - ele perguntou.

Com isso, senti a primeira onda real de pânico.

- Nada de nomes.

Ele se afastou um pouco e me encarou, com as sobrancelhas erguidas.

- Então como devo te chamar?

- Do mesmo jeito que você vem fazendo até agora.

- Flor?

Confirmei com a cabeça.

- E como você vai me chamar quando estiver gozando? - ele deu outro pequeno beijo.

Meu coração bateu mais forte com aquele pensamento.

- Acho que isso não importa, não é mesmo?

Erguendo os ombros, ele aceitou:

- Acho que não.

Tomei sua mão e a coloquei na minha cintura.

- A única pessoa que me deu um orgasmo no último ano fui eu mesma - movi seus dedos até a barra do meu vestido e sussurrei: - Você acha que consegue mudar isso?

Pude sentir seu sorriso contra minha boca quando ele me beijou novamente.

- Você está falando sério?

A ideia de me oferecer para esse homem num canto escuro de uma boate era um pouco assustadora, mas não o bastante para me fazer mudar de ideia.

- Estou falando sério.

- Você é um problema.

- Juro que não sou.

Ele se afastou o suficiente para examinar meu rosto. Seus olhos se moveram até que seu olhar voltou a mostrar aquele sorriso.

- Essa coisa de você nem ter ideia do quanto é...

Ele me virou e pressionou meu corpo contra o muro de vidro para que eu olhasse a massa de corpos se contorcendo lá embaixo. As luzes pulsavam, penduradas bem na minha frente em barras de ferro que se estendiam pela boate, iluminando o andar de baixo, enquanto nosso canto se mantinha praticamente no escuro. Começou a subir um vapor das aberturas na pista de dança, cobrindo até os ombros as pessoas que dançavam; ondas se formavam na superfície seguindo o movimento das pessoas.

Os dedos do meu estranho tocaram na barra do meu vestido por trás, e então ele subiu o tecido, deslizando a mão pela minha calcinha, passando pela bunda e entre minhas pernas, onde eu definitivamente desejava seu toque. Aquela posição vulnerável não me envergonhou: eu me arqueava para trás em sua mão, já completamente perdida.

- Você está muito molhada, flor. O que você gosta? A ideia de que estamos fazendo isso aqui? Ou eu ter te observado enquanto você pensava em transar comigo no meio da pista de dança?

Eu não disse nada, pois fiquei com medo do que poderia ser a resposta, e perdi o fôlego quando ele deslizou um longo dedo dentro de mim. Pensamentos sobre o que eu deveria fazer evaporaram enquanto eu pensava sobre a velha e chata Sara em Chicago. A previsível Sara que sempre fazia aquilo que todos esperavam dela. Eu não queria mais ser essa pessoa. Eu queria ser irresponsável, selvagem, jovem. Eu queria viver para mim mesma pela primeira vez na minha vida.

- Você é pequenina, mas, quando está molhada assim, tenho certeza que consegue aguentar três dedos facilmente.

Ele riu num beijo que pressionou por trás do meu pescoço quando uma ponta do dedo circulou meu clitóris, provocando lentamente.

- Por favor - sussurrei. Não sei se ele podia me escutar. Seu rosto estava apertado contra meus cabelos e eu podia sentir seu pau pressionando a lateral da minha cintura, mas, fora isso, eu estava alheia a qualquer outra coisa, pois seu longo dedo deslizava novamente dentro de mim.

- Sua pele é incrível. Principalmente aqui - ele beijou meu ombro.

- Você sabia que a parte de trás do seu pescoço é perfeita?

Eu me virei e sorri para ele. Seus olhos estavam arregalados e claros, e, quando encontraram os meus, voltaram a se curvar num sorriso. Nunca olhei alguém nos olhos tão de perto ao ser tocada daquela maneira, e algo sobre aquele homem, aquela noite e aquela cidade fez com que eu imediatamente tivesse certeza de que era a melhor decisão que eu já havia tomado. Querida Nova York, você é brilhante. Com amor, Sara.

P.S.: Definitivamente não é o álcool falando.

- Eu não tenho muitas oportunidades para olhar o meu pescoço por trás.

- É realmente uma pena - ele retirou a mão e eu senti um frio onde seus dedos quentes estavam. Colocou a mão no bolso e tirou um pequeno pacote. Uma camisinha. Ele tinha uma camisinha no bolso. Eu nunca teria pensado em levar uma camisinha para uma boate qualquer.

Virando-me para encará-lo, ele nos fez girar e me pressionou contra a parede, beijando primeiro com suavidade, depois com um jeito furioso e faminto. Quando pensei que iria perder o fôlego, ele começou a explorar, chupando meu queixo, minha orelha, meu pescoço, encontrando o ponto onde minha pulsação batia freneticamente.

Meu vestido tinha voltado a cobrir minhas coxas, mas seus dedos brincavam com a barra, levantando-a lentamente.

- Alguém pode aparecer aqui - ele me lembrou, dando uma última oportunidade para eu parar aquilo, apesar de já estar abaixando minha calcinha o suficiente para que eu pudesse tirá-la completamente.

Mas eu não me importava. Nem um pouco. E talvez até uma pequena parte de mim queria que alguém aparecesse, para que pudesse ver esse homem perfeito me tocando daquele jeito. Eu mal podia pensar em qualquer outra coisa além do lugar onde ele estava tocando, o jeito como minha saia estava agora levantada até a cintura, a maneira como ele pressionava tão forte e insistentemente em minha barriga.

- Eu não ligo.

- Você está bêbada.

- Bêbada demais para isso?

- Quero que lembre que eu comi você.

- Então faça isso de um jeito inesquecível.

Levantou minha perna, deixando-me exposta ao frio do ar-condicionado que soprava acima de nós. Prendeu meu joelho ao redor de sua cintura, e agradeci por estar usando salto alto. Coloquei meu braço entre nós e desabotoei sua calça, puxando a cueca para baixo apenas o bastante para deixá-lo livre. Envolvi sua ereção com a mão e a esfreguei por toda a minha pele molhada.

- Droga, flor. Deixe eu colocar isso.

Suas calças estavam abertas, mas tinham caído apenas um pouco abaixo da cintura. Se alguém nos visse por trás, poderia até pensar que estávamos dançando, talvez apenas nos beijando. Mas ele pulsava em minha mão, e a realidade da situação me deixou louca. Ele iria me tomar ali mesmo, pairando sobre a pista de dança lá embaixo. Naquela multidão, havia pessoas que me conheciam como a Sara Boazinha, a Sara Responsável, a Sara do Andy. Nova casa, novo emprego, nova vida. Nova Sara.

Meu estranho era pesado e muito comprido em minha mão. Eu o desejava, mas também fiquei um pouco assustada com todo aquele tamanho. Não sei se já tinha encarado um homem tão duro.

- Você é grande - eu disse sem pensar.

Ele sorriu, como um lobo realmente pronto para me devorar, e rapidamente rasgou o pacote da camisinha com os dentes.

- Isso é a melhor coisa que você pode dizer para um homem. Você poderia até dizer que não sabe se vai caber tudo. Passei a ponta na minha entrada e tremi por causa disso. Ele era tão quente: pele macia envolvendo uma rocha.

- Droga. Vou gozar na sua mão inteira se você não parar com isso - ele tremeu um pouco com a urgência enquanto afastava minha mão para vestir a camisinha.

- Você sempre faz isso? - perguntei.

Parado na minha frente, pronto para a ação, com o sorriso mirando meu rosto, ele disse:

- Isso o quê? Sexo com uma mulher linda que não quer me dizer seu nome e prefere transar num corredor público ao invés de num lugar apropriado como uma cama ou uma limusine? - ele começou a entrar, demoradamente. A luz acendeu em seus olhos e, meu Deus, eu não achava que sexo com um estranho pudesse ser tão íntimo assim.

Ele observou cada reação em meu rosto. - Não, flor. Tenho que admitir que nunca fiz isso. Sua voz estava normal, mas então suas palavras começaram a falhar, pois já estava profundamente dentro de mim, ali no meio daquela boate caótica, com luzes e música pulsantes ao nosso redor, com pessoas passando a apenas alguns metros sem saber de nada. E, mesmo assim, todo o meu mundo estava reduzido ao lugar onde ele me penetrava, onde esfregava com firmeza no meu clitóris em cada estocada, onde a pele quente de sua cintura pressionava as minhas coxas.

Não houve mais nenhuma conversa, apenas estocadas que foram aumentando em velocidade e intensidade. O espaço entre nós se preencheu com sons abafados de desejo e súplica. Seus dentes morderam meu pescoço e eu agarrei seus ombros com medo de cair no vão ou em outro lugar que não fosse a pista de dança, mas um mundo onde adorava estar exposta, com meu prazer visível para quem estivesse observando - principalmente se fosse aquele homem.

- Deus, você é linda – ele se inclinou para trás, olhou para baixo e acelerou um pouco. - Não consigo parar de olhar sua pele perfeita e, droga, o ponto onde estou entrando em você...

A luz estava claramente jogando no time dele, pois, da minha perspectiva, ele estava iluminado por trás e eu podia enxergar apenas a silhueta do meu estranho. Não distingui nada além de sombras quando olhei para baixo e visualizei apenas a sugestão do movimento: ele dentro de mim, entrando e saindo. Escorregadio e duro, pressionando fundo em cada passada. E, como se tivesse ouvido meus pensamentos, a luz diminuiu para um tom quase negro acompanhando o som de uma batida lenta e oscilante que preencheu a boate.

- Eu filmei você dançando - ele sussurrou.

Demorou alguns instantes para que suas palavras fossem registradas no meu cérebro.

- O... o quê?

- Eu não sei por quê. Não vou mostrar para ninguém. É só que... - ele encarou meu rosto, diminuindo a velocidade um pouco, provavelmente para me deixar pensar. - Você estava tão possuída. Eu queria me lembrar. Caramba, sinto como se estivesse confessando meus pecados.

Engoli em seco, ele voltou a se aproximar e me beijou. Eu perguntei:

- Você acha estranho eu ter gostado de você ter feito isso?

Ele riu em minha boca, entrando e saindo novamente com estocadas lentas e deliberadas.

- Apenas aproveite, certo? Eu gosto de observar você. E você estava dançando para mim. Não há nada de errado nisso.

Ele levantou minha outra perna, passando as duas ao redor de sua cintura, e, então, por vários perfeitos segundos na escuridão, começou a mexer de verdade. Rápido e urgente, ele deixou escapar os mais deliciosos gemidos, e não haveria dúvida sobre o que estávamos fazendo se alguém aparecesse em nosso pequeno canto no corredor.

Só de pensar nisso – sobre onde estávamos, o que fazíamos e a possibilidade de alguém ver aquele homem me possuindo com tanta força – eu acabei me perdendo. Minha cabeça rolou para trás contra a parede, e eu podia sentir crescendo no meu ventre, tão profunda e pesadamente, uma angústia se acumulando, descendo por minhas costas e explodindo em meu sexo com tanta força que eu tive que gritar, sem me importar se alguém poderia ouvir. E eu nem precisava ver seu rosto para saber que ele estava me observando enquanto eu gozava sem parar.

- Oh, droga - seus quadris perderam o ritmo e então ele soltou um gemido grave, com os dedos enterrados na minha cintura.

Ele vai deixar marcas, pensei. Espero que deixe. Eu queria uma lembrança desta noite, e desta Sara, para melhor diferenciar a nova vida que eu estava tão determinada a construir. Ele parou, apoiando-se em mim, com os lábios encostando gentilmente em meu pescoço.

- Minha pequena estranha, você acabou comigo.

Senti ele pulsar dentro de mim - eram tremores secundários de seu orgasmo - e eu quis que ele continuasse enterrado daquele jeito para sempre. Imaginei como seria nossa imagem para o resto da boate: um homem apertando uma mulher contra a parede, com um pedaço das pernas dela visível ao redor da cintura dele no meio da escuridão.

Sua grande mão acariciou minha perna do calcanhar até a cintura, e, então, com um pequeno gemido, ele se retirou, colocou meus pés no chão, deu um passo para trás e tirou a camisinha. Meu Deus, eu nunca nem cheguei perto de fazer algo tão insano assim antes. Um sorriso tomou meu rosto por inteiro enquanto minhas pernas tremiam quase ao ponto de desabarem.

Não perca a cabeça, Sara. Não perca a cabeça. Foi perfeito. Tudo aquilo tinha sido perfeito, mas teria que terminar ali. Faça tudo diferente de antes. Nada de nomes, nada de compromissos. Nada de arrependimentos.

Ajeitando meu vestido, fiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios.

- Isso foi inacreditável.

Ele concordou, gemendo um pouco no meio do beijo.

- Foi sim. Será que podemos...?

- Eu vou descer – comecei a me afastar e dei um tchauzinho.

Ele me encarou, confuso.

- Você está...?

- Bem. Estou bem. Você está bem?

Ele assentiu, parecendo perplexo.

- Então... Obrigada.
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-bem-picante-livro-estranho-irresistivel-christina-lauren-758030.shtml

Gesto singelo gera emoção inimaginável...

Histórias de carinho: menina de dois anos com câncer pede pizza e desconhecidos atendem ao pedido
Ao colocar um pedido na janela do seu quarto de hospital, a pequena Hazel, de dois anos, começou a receber caixas de pizza enviadas por desconhecidos. Um gesto de carinho que colocou um sorriso em seu rosto e tornou-se inesquecível na vida de toda a família

As pizzas alegraram o dia da pequena Hazel.

A pequena Hazel, de apenas dois anos, luta contra um neuroblastoma – um tipo de câncer que atinge principalmente as crianças. Por causa disso, ela precisa ficar muito tempo no hospital e passar por muitas sessões de quimioterapia, o que torna sua rotina muito dolorida.

Um dia, para passar o tempo e fazer algo divertido no quarto do hospital, a pequena Hazel e a mãe, Laura, tiveram a ideia de colocar um aviso com esparadrapo na janela e fazer um pedido de uma das coisas que a menina mais amava. Assim, escreveram a frase: “envie pizza para o quarto 4112”. As enfermeiras, médicos e outras crianças tiveram um grande momento com essa brincadeira, feita apenas para alegrar um pouco o dia dos pequenos.

O sinal ficou na janela por vários dias e ninguém havia enviado nada – o que era esperado por todos. No entanto, em um sábado à tarde tudo mudou! Poucas horas depois que chegou em casa para cuidar de seus outros filhos, a mãe recebeu um telefonema avisando que várias caixas de pizza estavam sendo entregues no Hospital Infantil de Los Angeles.

Hazel acordou de sua soneca diária com o cheiro da comida e ficou muito empolgada ao ver tanta pizza na sua frente! Os funcionários do hospital e as outras crianças internadas entraram no quarto e, com muita música, fizeram uma verdadeira festa da pizza! Naquele momento eram 20 caixas, mas depois muitas outras foram recebidas.

A explicação para a quantidade surpreendente de pizzas enviadas veio à tona posteriormente. Alguém passou em frente ao hospital, tirou uma foto e publicou a imagem do pedido em uma rede social. As pessoas se sensibilizaram com o estado de saúde da menina e, assim, rapidamente as pizzas começaram a chegar.

No dia seguinte, o hospital decidiu publicar uma nota pública em seu site agradecendo ao gesto de carinho e pedindo para que as pessoas não enviassem mais as pizzas. A mensagem ainda convidava todos a continuar apoiando Hazel e outras crianças, por meio de doações ao fundo de pesquisa do câncer infantil.

A mãe ficou muito emocionada com a atenção e o carinho que estranhos destinaram à filha. Em seu blog pessoal, escreveu: “eu realmente senti que Deus interferiu neste dia maravilhoso para ajudar a levantar a autoestima da nossa família e de todos aqui no quarto andar. Todos nós precisamos de um pouco de esperança aqui”.

Mais uma etapa superada...