segunda-feira, 28 de março de 2016

Diversidade amorosa...






"Namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"


Como na novela "Eta Mundo Bom", mulher de 57 anos vive dois relacionamentos secretos ao mesmo tempo




Diana, vivida por Priscila Fantin na novela das seis da Globo, "Eta Mundo Bom", é uma golpista que tenta se dar bem de qualquer jeito. Foi amante de Severo, interpretado por Tarcísio Filho, e, agora, vive outro romance secreto com o filho dele, Braz, vivido por Rômulo Neto. 


Mas, será que só na ficção ser amante é uma escolha? Tudo bem que o motivo da dançarina da ficção é vil, ela quer se dar bem, mas tem quem ache que ser "a outra" é algo que nenhuma mulher que não queria tirar vantagens quer; e se não for bem assim?


 Juliana*, de 57 anos, garante que ser amante não é um problema. "Namoro há 25 anos um homem casado. É bom porque nos vemos todos os dias, mas, à noite, ele vai embora. O sexo é bom e não tem nenhuma chatice do casamento", diz a aposentada ao Delas.


“Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão. Tinha casado virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se esforçava nada. Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim"


Antes de ser "a outra", Juliana foi casada por dez anos e tem um filho. "Sei o que é ser casada, trabalhar fora, lavar, passar e criar um filho.


 Não quero mais passar por isso. Hoje, vivo na minha casa sozinha, tenho a minha vida e gosto dessa independência", diz ela, que passou por uma separação conturbada. "Quando meu marido me deixou, fiquei sem chão. Tinha casado virgem, meu sonho era ter uma casa, uma família, mas ele não se esforçava nada. Nem sei se ele tinha outra, mas fui fiel até o fim", lembra. 


 Ser 'a outra' pode ser vontade de algumas mulheres


 "Ele se aproximou". O romance de Juliana com um homem casado começou exatamente após sua separação.


 "Trabalhávamos juntos e ele se aproximou na tentativa de me ajudar a superar aquela fase. Foi aí que me apaixonei de verdade. Nunca quis que ele deixasse a mulher e viesse morar comigo e, pelo que sei, a mulher dele também não se importa. Parece que eles não querem se separar por questões financeiras e divisão de posses. Mas, na verdade, isso não me interessa muito", explica.


“Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como é a vida: namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante"


 Outro amante


Apesar de manter esse relacionamento com o segundo homem com quem transou na vida, há um ano, a aposentada se surpreendeu com um novo romance.




"Ele se aproximou de mim no curso que frequentamos. Flertamos e, no início, não achei que fosse passar disso. Afinal, já não sou mais nenhuma garotinha, nunca achei que outra pessoa fosse me desejar, sabe?", diz. Mas, para sua surpresa, o relacionamento evoluiu. "Ele também é casado, então, ficamos de vez em quando. Olha como é a vida: namoro um homem casado há 25 anos e, agora, tenho outro amante", comenta.




De acordo com especialistas, quem nunca se viu como amante está sujeito à armadilha do apaixonamento. “O encontro é sempre fortuito, a realidade fica escamoteada e a fantasia predomina, até que a realidade se impõe”, afirma ao Delas o psiquiatra Paulo Quinet, membro da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, sobre o tema.


 Vários motivos


 Consultada pelo Delas, Clarissa Corrêa Menezes, psicóloga e doutora em psicologia de desenvolvimento humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, comentou sobre o tema há algum tempo e, segundo ela, são muitos os motivos que podem levar uma pessoa a ser o terceiro em uma relação.


“Não existe acaso. Acredito que dois tipos de pessoas entram nessa relação: os que começam despretensiosamente, sem levar a sério, e os que têm autoestima baixa e aceitam um ‘pedacinho’ do outro. Muitas vezes o casamento está sem graça, e entra o sexo, a aventura. Há também pessoas que têm dificuldade de se vincular. Se relacionar com alguém que já tem uma esposa te protege de um envolvimento”, afirma a especialista.


 A condição de amante geralmente é encarada como temporária. E muita gente passa a vida sendo iludida, diz psicóloga.



Muito bem explicado, nos mínimos detalhes. Discordar, faz parte da democracia.






‘As pessoas diziam que eu estava louca’, diz autora do pedido de impeachment


Advogada diz ter a esperança de mudar o mundo e que é hora de "passar o país a limpo"


Aos 41 anos, a advogada Janaína Paschoal vive momentos de celebridade: "Me param muito para tirar selfies na rua. No mercado, na feira, no elevador, em todo lugar. Recebi muitas cartas, até de brasileiros que vivem no exterior", conta.


Professora livre docente da Faculdade de Direito da USP, onde entrou como aluna aos 17 anos, ela é uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff em tramitação na Câmara. A recepção calorosa pelos defensores do afastamento da presidente, opina, tem motivo: "Acho que as pessoas estavam com isso engasgado".


Com um perfil conservador, Janaína se define como uma "canceriana romântica" que espera poder "mudar o mundo". Diz ser politicamente liberal, mas contra a legalização do aborto e das drogas, e a favor das cotas para negros nas universidades.


Em entrevista à BBC Brasil, ela falou sobre a crise política, o relacionamento com petistas e o que vê como o desfecho ideal para o atual impasse. "É um momento de passar o país a limpo, caia quem tiver que cair, doa a quem doer, inclusive se for do PSDB, do PMDB e de todos os outros partidos", afirma.


Ela defende todos os argumentos do pedido de impeachment, assinado com os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. Confira os principais trechos da entrevista:


BBC Brasil - O que a levou a redigir o pedido de impeachment?


Janaína Paschoal - Foi uma ideia que passou por um processo demorado de maturação. Entre a primeira intenção e a conversa com o Hélio Bicudo foram três meses, depois de falar com muita gente. Falei sobre o tema na OAB de São Paulo, onde sou conselheira, e também com professores de direito e colegas advogados. Até o PSDB eu procurei, mas ninguém se habilitava. Muitos temiam que suas carreiras ou escritórios fossem prejudicados.


Nas manifestações antigoverno eu via uma frustração muito grande. Ficava muito triste ao ver que não davam em nada, e comecei a perceber a população desanimada. Em agosto do ano passado houve um protesto em que me convidaram a subir num carro do (movimento) Vem Pra Rua, e acabei fazendo um discurso. E aí tudo aconteceu em uma semana.


Me apresentaram ao Hélio Bicudo dias depois e ele foi o primeiro a realmente acreditar em mim. Quando penso neste dia tenho vontade de chorar, porque os outros me olhavam como se eu fosse louca, mas com ele foi um encontro de almas. O Miguel Reale Jr. já tinha feito pareceres a respeito, havia sido meu orientador na USP, e também nos ajudou.


BBC Brasil - A senhora entrou na Faculdade de Direito da USP, a tradicional São Francisco, com 17 anos. Como tem sido a convivência com professores e alunos com perfil de esquerda na instituição?


Paschoal - O Largo São Francisco é a minha casa. Na graduação não tive problemas, mas assim que eu entrei como professora, sim. Me sinto como um peixe fora d’água, e não só nas questões político-partidárias. É uma mentalidade muito diferente, como um todo.


É quase verdade absoluta lá que você tem que legalizar todas as drogas. Também acham que temos que legalizar o aborto e a exploração da prostituição. Eu não concordo com nada disso. Sou o que a gente pode chamar de liberal, no sentido inglês, e lá é um espaço muito marxista.


BBC Brasil - A senhora diz ter muitos amigos petistas. Como tem sido a convivência com eles?


Paschoal - Tenho vários amigos petistas. Não toco no assunto com eles, porque não aguentam. Muitos falam "e o PSDB?". E aí eu digo: o que eu tenho a ver com isso? Eu não sou do PSDB. Se eles devem, que paguem. Até agora não houve rompimento de relações com ninguém, mas no começo foi muito difícil. Tive dificuldades com alguns parentes, mas acho que agora já conseguimos superar.


A verdade é que o petista não tem liberdade de pensamento. Para eles o Lula é Deus. É intocável e está acima da lei. Não vou endeusar ninguém. Eles acreditam que, pela história dele, ele pode tudo, e infelizmente ele também acreditou nisso, e a presidente também.


BBC Brasil - Como vê as acusações de que o governo está sendo vítima de um golpe, que o impeachment é mais baseado em posições políticas do que em evidências de irregularidades?


Paschoal - Estou tão cansada de repetir a mesma coisa. Está tudo escrito no pedido. Os documentos estão lá, todo o processo do Tribunal de Contas da União, todas as delações do petrolão. Perto do que vemos hoje, o Collor era brincadeira. Essa acusação de golpe é chavão, é discurso de petista.


BBC Brasil - Por essa lógica, podemos dizer então que os gritos de "Fora Dilma, Fora PT" também são chavões? Não seria a mesma coisa?


Paschoal - Não gosto de chavão, mas é "Fora PT" mesmo, eu quero que saia mesmo. Agora, por que é golpe? Por que eles não explicam? Por que não entram no mérito, nos detalhes das coisas?

BBC Brasil - Como avalia a participação de grupos que defendem a intervenção militar nos protestos antigoverno?


Paschoal - Acho que é falta de perceber que, de todos os regimes, o melhor é a democracia, e que defender uma ditadura é uma visão estreita.


Não gosto de ditadura, nem de direita e nem de esquerda, nem militar nem civil. Não é um discurso que me agrada, assim como não me agrada o discurso marxista de querer também fechar aqui, e virar uma Cuba. Defendo o direito de as pessoas falarem o que quiserem. Não é porque não concordo que vou condenar.


BBC Brasil - Grupos e até juristas que apoiam o governo dizem que não houve comprovação de crime de responsabilidade em nenhum dos elementos elencados no pedido de impeachment e na Lava Jato. Como a senhora responde?


Paschoal - Ou as pessoas não estão acompanhando o que está acontecendo no país, ou não sei mais o que é necessário, porque ter responsabilidade implica em tomar providências para fazer a situação cessar e responsabilizar subalternos pelas irregularidades, mas a presidente simplesmente nega os fatos com relação a isso.


Todo esse pessoal que está preso ou esteve preso era próximo a ela. Ela era avisada de que as coisas não estavam bem. E o que ela fazia? Subia no palanque e dizia que era tudo armação, que era golpe, que era mentira, e que a Petrobras estava maravilhosa. Isso não é um comportamento condigno com o cargo de presidente.


As pessoas confundem corrupção com crime de responsabilidade. Em nenhum lugar eu escrevi que a presidente pegou dinheiro para ela. O que eu escrevi é que ela não tomou as providências inerentes ao cargo. Disseram que Edinho Silva fez negociações e abrem um inquérito. Ela põe o homem como ministro (da Secretaria de Comunicação Social). O Lula está sendo investigado, e ela põe o homem como ministro.


O Nestor Cerveró foi ela quem indicou e todo mundo sabe que ele operava tudo aquilo ali. O Paulo Roberto Costa foi até no casamento da filha dela, e, apesar de todos os indícios vindo à tona, ela seguia negando e não afastava as pessoas.


Crime de responsabilidade não está ligado necessariamente a pegar dinheiro para si. Ela tem responsabilidade de zelar pela gestão, pela coisa pública, e afastar quem está sendo investigado, ou quando já há elementos suficientes, mudar diretores. Ela não fez nada disso. Não é negligência, é dolo mesmo. Houve intenção. Ela se omitiu dolosamente. Ela sabia, e o senador Delcídio do Amaral acabou de falar na delação premiada que ela sabia.


BBC Brasil - Como vê o fato de a Comissão Especial ter retirado a delação do Delcídio do pedido de impeachment?


Paschoal - A delação confirmou tudo que a gente escreveu no pedido. É apenas uma prova a mais de que a gente estava com a razão lá atrás. Acho que estão sobrando elementos para esse impeachment. Se ele vai ocorrer ou não, é outra história. Mas, do ponto de vista técnico jurídico, digo que tem que sair.


Anexei a delação do Delcídio como prova, mas ela foi desanexada a pedido dos deputados, inclusive da oposição. Não consigo entender.


BBC Brasil - Também há críticas quanto às pedaladas fiscais. A imprensa relatou que elas foram utilizadas nos municípios e Estados, e que se o Brasil destituir uma presidente com base nisso, ao menos 16 governadores também poderiam ter o mesmo fim.


Paschoal - Sobre isso há documento que não acaba mais. Foram muitos anos. Isso ocorreu em 2013, 2014 e 2015, pegando dinheiro dos bancos públicos sem contabilizar, e não só para programas sociais, mas também para passar para empresários, quebrando os bancos públicos, fazendo uma contabilidade fictícia, de fachada, dizendo que nós tínhamos superávit quando na verdade estávamos com um rombo bilionário.


Sobre os governadores, que tirem, que saiam todos, chega.


BBC Brasil - A senhora diz que outro motivo forte para a queda do governo são os indícios de uma corrupção sistemática, que permeia o Executivo, congressistas e estatais. Como avalia as acusações, em delações premiadas, de que a República vem funcionando assim há décadas, incluindo governos anteriores?


Paschoal - Eu acho que o PT abraçou a corrupção como um método de governo. Vejo uma diferença entre o PT e os governos anteriores. Isso significa que as corrupções anteriores tenham que ficar impunes? Não. Todos devem ser punidos. Mas houve um salto no PT em termos de valores. Não vou pôr a mão no fogo e dizer que não aconteceu (antes), mas não acho que era um método, como os petistas têm, com esquemas desenhados e estruturados.

BBC Brasil - Como a senhora avalia a decisão, do juiz Sergio Moro de divulgar o grampo da conversa entre Lula e Dilma? Na sua visão, o diálogo configura tentativa de obstrução da Justiça?


Paschoal - O Moro não é da oposição. Ele é um juiz independente e sério, que está fazendo um trabalho pelo país merecedor de uma medalha, e não esse monte de pedidos para ele ser preso.


Sobre a retirada do sigilo, eu particularmente não vejo nenhuma ilegalidade. Ninguém está falando, por enquanto, que a presidente cometeu um crime ali, naquele fato. Ele poderia ter sido mais cauteloso e perguntar (ao Supremo Tribunal Federal)? Talvez. Mas talvez tenha pensado que, se demorasse, o fato iria se concretizar e Lula viraria ministro.


Sobre o diálogo, entendi a mesma coisa que todo mundo entendeu. Vai ter que ter uma investigação, claro, mas para mim ela estava dando um salvo-conduto para que, se viessem prendê-lo, ele pudesse dizer que já era ministro. Não quero entrar no mérito se trata-se de obstrução da Justiça, mas creio que no mínimo é uma imoralidade.


BBC Brasil - Como vê a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer ser implicado devido ao processo que tramita no TSE, relacionado ao financiamento da campanha de 2014, e as acusações e o pedido de cassação que pairam sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, respectivamente segundo e terceiro na linha de sucessão?


Paschoal - Veja, a situação do país é complicada. Mas agora por isso vou deixar no cargo alguém que não tem condições de permanecer? Acho que a gente precisa começa a enfrentar essa situação, porque não dá mais para jogar a sujeira para baixo do tapete.


BBC Brasil - Como imagina um Brasil pós-impeachment, e como acha que seu nome será lembrado no futuro?


Paschoal - Imagino um Brasil onde as crianças realmente vejam que vale a pena ser correto, ser honesto e fazer o bem.


Preferiria que o vice assumisse e terminasse o mandato e que a eleição acontecesse no momento adequado, que é 2018. Acho que para o país isso é melhor. E não é porque eu ame o Temer, é porque é questão institucional, acho que é melhor que a eleição aconteça na data certa.


Sobre o meu nome, não sei. De verdade eu não sei. A história pertence aos homens, e o meu compromisso é com Deus, apesar de não ter uma religião específica. O meu compromisso é com o que eu acho que é justo. Como a história vai escrever, se é que vai escrever, não me pertence.


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Problema de "sem noção"...










Como a Ciência explica hábito de gritar ao celular


Mecanismo de feedback da voz dos celulares é atrapalhado pelo entorno


A cena é cada vez mais comum: no ônibus, na praia, na academia, no restaurante, alguém insiste em nos envolver em suas conversas ao celular, simplesmente por falar muito alto.


Muitas vezes, a pessoa nem percebe que está elevando seu tom de voz e tende a reclamar quando outros fazem o mesmo.


Será, então, que há uma explicação científica para esse comportamento?


A resposta surge ao se analisar o design original dos primeiros telefones – aqueles bem anteriores ao celular de hoje. Uma de suas características principais é ser dotado de um sidetone – mecanismo que permite ao usuário escutar sua própria voz no fone enquanto fala.


O artifício serve para assegurar ao usuário de que ele está sendo ouvido, sem a necessidade de elevar o tom de voz. Aparelhos de telefonia fixo têm sidetones justamente para evitar a gritaria desnecessária em espaços fechados.


Reação ao entorno


O advento do telefone também levantou dúvidas sobre etiqueta na sociedade vitoriana


Segundo o tecnólogo em acústica Nick Zakarov, da empresa de tecnologia dinamarquesa Delta, celulares também são dotados de sidetone – e há até diretrizes internacionais que sugerem um certo nível de decibéis para o mecanismo nesses aparelhos.


O problema está na mobilidade dos celulares, o que faz com que o volume do sidetone nem sempre seja suficiente em locais com muito ruído de fundo.


Além disso, é preciso considerar o chamado "efeito Lombard", descoberto em 1909 pelo otorrinolaringologista francês Etienne Lombard: a nossa tendência natural de alterar a voz de acordo com os barulhos à nossa volta. Sem perceber, fazemos um esforço para nos nivelarmos ao som mais alto que escutamos – mesmo que seja uma britadeira em um canteiro de obras ou a voz de quem está do outro lado da linha.


Junte tudo isso e eis o fenômeno das conversas telefônicas que involuntariamente envolvem quem estiver por perto.


É interessante notar, no entanto, que esta não é a primeira vez que o jeito como falamos ao telefone desafia nosso conceito de boas maneiras. Quando os primeiros aparelhos foram comercializados, a elite da era vitoriana não sabia como se comportar. As dúvidas iam de "será que posso falar ao telefone estando nu?" a "quando falar com uma mulher, devo ficar de pé?".


Ao que parece, a telefonia é uma tecnologia que sempre vai desafiar nossa noção de etiqueta.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160315_vert_fut_
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Tentação...








O chocolate pode mesmo te deixar mais feliz, saudável e inteligente?


 


Não são poucas as citações na mídia sobre os benefícios do chocolate: desde uma vida mais calma até um coração mais saudável já foram atribuídos ao produto.


 


Alguns nutricionistas afirmam que comer chocolate amargo todo dia pode reduzir a pressão sanguínea e beneficiar o coração. Também dizem que pode evitar alguns tipos de câncer, derrames e até melhorar a memória.


 


A BBC fez uma avaliação das últimas provas a favor do chocolate e como seus efeitos podem ser comparados aos de algumas drogas.


 


O tipo importa?


 


"Atribuo todo meu sucesso essencialmente à grande quantidade de chocolate que consumo. Pessoalmente eu acho que chocolate ao leite te deixa estúpido... chocolate amargo é a chave.. É algo que, se você quer um prêmio Nobel de medicina ou de química, tudo bem, mas se você quer um prêmio Nobel de física, tem que ser chocolate amargo mesmo", já disse Eric Cornell, vencedor do Nobel de física em 2001.


 


Infelizmente a escolha de chocolate provavelmente não fará muita diferença quando se trata do prêmio Nobel, mas fica a questão: o chocolate amargo é mesmo o melhor?


 


Os supostos benefícios do chocolate para a saúde e o cérebro são atribuídos, principalmente, aos antioxidantes encontrados no cacau. No entanto, pelo fato de o cacau ser amargo, frequentemente se adiciona leite e açúcar para fazer o chocolate, diluindo o conteúdo de antioxidantes.


 


Também é preciso lembrar os problemas causados pelo consumo de grandes quantidades de calorias e açúcar.


 


Cientistas e médicos recomendam o chocolate amargo


 


Então a mensagem é: se você come chocolate, escolha o amargo, escuro. O ideal seria o que tem 85% de cacau ou mais, que possui menos gordura e açúcar do que o chocolate ao leite.


 


Quais drogas o chocolate imita?


 


O cacau tem pequenas quantidades de alguns estimulantes que são encontrados em várias drogas legais e ilegais.


 


O "chocolatier" belga Dominique Persoone criou um um dispositivo que disparava cacau diretamente no nariz do usuário. Ele afirma ter vendido 25 mil unidades do dispositivo, que não era barato (45 euros, cerca de R$ 185), e a embalagem vinha com alerta sobre riscos do uso excessivo.


 


Parece pouco provável que o chocolate realmente imite os efeitos das drogas, mas ele possui algumas substâncias químicas presentes em algumas drogas.


 


  1. Ópio
    O chocolate pode afetar o cérebro de uma forma parecida com o ópio, reduzindo a dor e produzindo prazer, apesar de ser bem mais fraco.
     
    Isso ocorre graças ao neurotransmissor encefalina. Estudos em ratos indicam que a quantidade de encefalina produzida quando se come chocolate é o bastante para criar um efeito suave e levar ao vício.
     
    Apesar de especialistas acreditarem que isso também se aplique a humanos, ainda não há provas.
     
  2. Amor
     
    Chocolate tem grupo de alcaloides neuroativos também presentes na cerveja e no vinho
     
    O cacau pode imitar o efeito do amor, segundo alguns especialistas, pois contém a substância química feniletilamina, liberada nos primeiros meses de um relacionamento.
     
    Isso faz com que a pessoa se sinta excitada e nervosa e pode funcionar como um antidepressivo.
     
    Existem apenas pequenas quantidades da substância no chocolate e há dúvidas se ela permanece ativa quando o chocolate é ingerido. Portanto ainda não se sabe com certeza se a pessoa sente mesmo esse efeito.
     
  3. Maconha
     
    O chocolate tem pequenas quantidades de anandamida, conhecida como a "molécula da felicidade".
     
    Este neurotransmissor atinge as mesmas estruturas cerebrais acionadas pelo THC, o ingrediente ativo da maconha.
     
    No entanto, para ter um impacto substancial no cérebro, a pessoa precisaria comer vários quilos de chocolate, então não é provável que o chocolate afete o humor da pessoa.
     
  4. Álcool
     
    O chocolate tem um grupo de alcaloides neuroativos conhecidos como tetrahidro-beta-carbolinas, que também podem ser encontrados na cerveja, vinho e outras bebidas.
     
    Essas substâncias elevam nossos níveis de dopamina e serotonina - têm, portanto, um efeito no humor. E podem explicar o poder viciante do chocolate.
     
    O chocolate, contudo, possui quantidades reduzidas de tetrahidro-beta-carbolinas e são necessárias mais pesquisas antes de concluir que há impacto no humor.
     
  5. Café
     
    O cacau tem cafeína e é possível encontrar um pouco deste estimulante no chocolate. Quanto mais amargo o chocolate, maior a quantidade de cafeína.
     
    Mas as quantidades de cafeína são mais baixas em todos os tipos de chocolate, incluindo o amargo, do que no café.
     
    É possível encontrar cafeína no cacau e até um pouco dela no chocolate
     
    O cacau também tem teobromina, que produz um efeito estimulante quando combinada com cafeína.
     
    Melhora o desempenho do cérebro?
     
    Estudo publicado recentemente envolvendo cerca de mil pessoas descobriu a ligação entre comer chocolate - não importando o tipo - pelo menos uma vez por semana e uma melhora na memória e raciocínio abstrato.
     
    Há razões para otimismo, mas a pesquisa não apontou categoricamente se comer chocolate foi a causa da melhora.
     
    Em outra pesquisa recente, descobriu-se que uma substância química encontrada no cacau e no chocolate reduz a perda de memória relacionada à idade em adultos de 50 e 69 anos.
     
    O estudo apontou que o antioxidante flavonol (uma classe de flavonoides) aumenta o fluxo sanguíneo para uma região do cérebro que promove a memória. Cientistas estão animados com a descoberta, pois é o primeiro indicador de que a dieta pode reverter o declínio na memória e também reduzir a perda da memória.
     
    Depois de consumir bebidas enriquecidas com estes flavonois por três meses, o desempenho das pessoas neste grupo de idade em um teste de memória foi equivalente ao desempenho de pessoas várias décadas mais jovens.
     
    No entanto, apenas comer mais chocolate não vai proteger a memória, pois métodos usados para processar o chocolate costumam remover a maior parte dos flavonois.
     
    Uma barra de chocolate típica tem 40 mg destes flavonois, e a bebida usada na pesquisa continha 900 mg. Seria necessário comer quantidades enormes de chocolate para obter algum benefício.
     
    Muitos médicos questionam se as propriedades do cacau são mantidas depois que ele é transformado em chocolate
     
    E a saúde?
     
    Acredita-se que os antioxidantes encontrados no cacau possam ter efeitos antiinflamatórios, melhorando o fluxo sanguíneo e diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.
     
    Algumas pessoas também afirmam que o cacau protege contra o câncer e reduz o estresse.
     
    Mas há a questão da validade de estudos que ligam o cacau à diminuição da pressão sanguínea, e se há algum efeito para a saúde depois que o cacau é transformado em chocolate.
     
    Em 2012, uma análise das melhores provas dos efeitos do cacau na pressão sanguínea concluiu que alguns produtos do cacau, incluindo chocolate amargo, diminuem levemente a pressão. A análise apontou, porém, a necessidade de mais comprovações.
     
    "Se você está com um peso saudável, comer chocolate com moderação não aumenta o risco de doença cardíaca de forma detectável, e pode até ter algum benefício. Eu não aconselharia meus pacientes a aumentar o consumo de chocolate com base nesta pesquisa, particularmente se estiverem acima do peso", disse à BBC o especialista independente Tim Chico.
     
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Como é mesmo...



Por que não conseguimos lembrar aquela palavra que está 'na ponta da língua'?

 

Ter uma palavra 'presa na ponta da língua' pode ser uma experiência frustrante

 

Você alguma vez já tentou, em vão, recuperar uma palavra que parecia “perdida” na ponta de sua língua?

 

Muitos de nós já passamos por isso – o simples processo de verbalização de uma ideia é atrapalhado por um bloqueio mental. Quando isso acontece, lançamos mão de um glossário de alternativas para preencher as lacunas temporárias. Algo como “fulano” quando esquecemos o nome de alguém.

 

Há um festival de expressões, e isso ressalta a frequência das experiências do tipo “ponta da língua”. Que têm um nome técnico: lethologica. Assim como muitas palavras modernas, o termo deriva do grego lethe (esquecimento) e logos (palavra). O Lethe, na mitologia grega, era também um dos rios do inferno no qual as almas dos mortos bebiam para esquecer as memórias do mundo dos vivos.

 

Jung

 

A cunhagem do termo é atribuída popularmente ao psicanalista Carl Jung, no início do século 20, mas na edição de 1915 do Dorland American Illustrated Dictionary a lethologica já era definida como a “inabilidade de lembrar a palavra apropriada”.

 

Qualquer que seja a origem exata, a importância da memória e do esquecimento nos estudos de Jung sobre o inconsciente, e na mitologia grega, ecoa na forma como entendemos o funcionamento da memória.

 

O conceito de lethologica é popularmente atribuído ao notório Carl Jung

 

O cérebro não funciona como um computador, em que dados são organizadamente armazenados e recuperados com um simples apertar de botão. “Nossa memória é fabulosa, mas responde a uma série de associações que fazemos com novas informações, e não com o quanto queremos lembrar alguma coisa”, explica o psicólogo Tom Stafford.

 

Lembrar todas as palavras em nosso vocabulário pode ser muito difícil. Por exemplo, o Grande Dicionário Houaiss tem 230 mil palavras e nem mesmo elas representam a totalidade do vocabulário português. O vocabulário ativo usado por um adulto em escrita e fala é bem menor, mas segundo especialistas, pode passar de 50 mil palavras.

 

Há, claro, muitas palavras que as pessoas entendem mas não usam no dia a dia. E são as palavras deste vocabulário passivo que formam a maioria dos termos que marcam a experiência da lehtologica.

 

As palavras que pouco usamos, incluindo nomes próprios, são as que esquecemos mais frequentemente. Como nossas mentes são associativas e construídas através de padrões de informação interconectada, o quão bem poderemos nos lembrar de uma palavra pode depender justamente desses padrões.

 

Sendo assim, as milhares de palavras usadas raramente e armazenadas em nossos cérebros podem ser as mais difíceis de acessar rapidamente, porque ainda não formamos os elos necessários com outros tipos importante de informação que podem fazer dessas memórias algo mais facilmente recuperável.

 

Lethologica ocorre tanto quando esquecemos uma palavra quanto os rastros daquela palavra em nossa memória. Talvez seja algo necessário: de vez em quando precisamos beber do Rio Lethe para que esqueçamos temporariamente o trivial e o desnecessário e priorizemos informações mais importantes para nossas vidas.

 

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Mais uma etapa superada...