Interacionismo
simbólico - aplicabilidade: Comunicação e cibercultura
A comunicação, feita por meio da linguagem verbal
ou gestual empregada pelos atores sociais, pode ser considerada um elemento
constante e fundamental nos processos de interação social.
O ato social é, por excelência, o comportamento
externo real e observável, mas ele é condicionado por processos complexos de
interações sociais. Quando ocorre uma interação social, o indivíduo é
estimulado a acionar sua autopercepção, que pode ser entendida como uma
operação mental em que o indivíduo empenha-se num processo comunicativo consigo
mesmo, na interpretação dos símbolos externos que estão a sua volta, no
contexto em que ele se encontra.
Na segunda etapa, pode ocorrer a ação prática ou
comunicativa, que também é influenciada (ou derivada) da situação (ou do
contexto) em que o indivíduo se encontra. Por sua vez, a reação dos outros
indivíduos envolvidos no mesmo processo de interação conduz a uma nova
reinterpretação simbólica. Desta perspectiva, os significados são construídos e
reconstruídos.
Subculturas
O interacionismo simbólico foi um recurso
metodológico muito empregado nas décadas de 1930 e 1940 pelos cientistas
sociais da Escola Sociológica de Chicago nos estudos sobre os variados grupos
sociais urbanos, principalmente aqueles que tinham tendências a se constituírem
como subculturas (gangues de rua, bandos de delinquentes juvenis, grupos
étnicos e até mesmo movimentos sociais).
Esses agrupamentos ou coletividades têm padrões de
sociabilidade característicos que, por sua vez, influenciavam o comportamento
dos seus integrantes através de normas de conduta validadas dentro do grupo em
questão.
Embora possam se institucionalizar, essas
coletividades são formas instáveis, fluídas e temporárias de agrupamento
social, pois necessitam ser constantemente reconstruídas pelos indivíduos que
as compõem.
Pesquisas nessas áreas tiveram como principal
preocupação entender os processos de socialização que ocorrem no interior
desses grupos. Essas pesquisas privilegiaram os chamados métodos de pesquisa
qualitativos, em particular os métodos de "observação participante" e
de "história de vida" (ou "biográfico"); que são ambos
recursos metodológicos em que o pesquisador interage com o objeto social que é
o foco do seu estudo.
Cibercultura
e sociedade do consumo
O interacionismo simbólico tem sido muito empregado
em pesquisas contemporâneas sobre o comportamento do consumidor e no estudo das
novas formas de sociabilidade que emergiram com a Internet.
O consumidor é o alvo principal das estratégias de
marketing; por esse motivo, passou a ser essencial entender as escolhas de
consumo. Desse modo, os contextos reais de consumo em que os indivíduos estão
inseridos são objetos centrais das inovadoras pesquisas de marketing.
Por outro lado, a sociabilidade formada nas interações
sociais que ocorrem virtualmente, em decorrência da expansão do uso dos
computadores (no âmbito das salas de bate-papo, dos grupos de discussão e das
comunidades), está se tornando objeto de pesquisa multidisciplinar
(principalmente por parte da sociologia, antropologia e psicologia, entre
outras ciências).
Considerado uma perspectiva teórica e metodológica
bastante flexível, o interacionismo simbólico tem se ajustado às pesquisas com
enfoques nos processos de interações sociais.
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