sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mais cedo; mais tarde; a verdade aparecerá...


PT agora hesita em convocar Gurgel para a CPI


O generalato do PT ensaia um recuo de sua infantaria na CPI do Cachoeira. Antes decidido a apoiar a convocação do produrador-geral da República Roberto Gurgel, o partido agora hesita. Não desistiu de converter Gurgel em alvo. Mas passou a considerar a hipótese de representar contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público, longe da azáfama da CPI. Deve-se o esboço de meia volta ao receio do PT de oferecer argumentos para que a oposição fabrique uma nova CPI do Fim do Mundo, como ocorreu em 2005 com a Comissão Parlamentar de Inquéritos dos Bingos. Inaugurada com um requerimento de Fernando Collor (PTB-AL), a fornalha em que o petismo tenta queimar Gurgel foi reaquecida com o depoimento do delegado Raul Alexandre Marques Souza.

Responsável pela Operação Vegas, o delegado da Polícia Federal contou na CPI que, enviada à Procuradoria-Geral da República em 15 de setembro de 2009, a investigação parou. Na noite da inquirição, o petismo parecia decidido a adotar em relação a Gurgel um discurso do tipo mata-e-esfola. Nesta quarta (10), depois de uma consulta aos travesseiros, os comandantes da tropa anti-Gurgel já se reposicionavam no front. Em privado, os petistas passaram a alegar que, servindo-se do depoimento do delegado Raul para arrastar o procurador-geral até o banco da CPI, abririam um precedente que interessa à oposição.

Ficaria entendido que qualquer novidade mencionada em depoimentos serviria de pretexto para pleitear na CPI a abertura de novas frentes de investigação, desviando o foco de Carlinhos Cachoeira e de Demóstenes Torres. Daí para as obras do PAC, tocadas pela Delta Construções, seria um pulo. É para evitar o risco da mimetização do Apocalipse de 2005 que o PT flerta com a ideia de afastar a batalha contra Gurgel da cena da CPI. Daí a intenção de buscar elementos que possam fundamentar uma representação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público. Abespinhado, o procurador-geral cuidou de vacinar-se.

Ao sentir o cheiro de queimado à sua volta, Gurgel buscou imunização no mensalão. Em entrevista, disse: “Há uma tentativa de imobilizar o procurador-geral da República para que não possa atuar, seja no caso do senador Demóstenes, seja preparando-se para o processo do mensalão, caso que classifiquei como talvez o mais grave atentado à democracia brasileira.” Gurgel acrescentou: “É compreensível que pessoas ligadas a mensaleiros estejam interessados em acusações falsas para atacar o procurador-geral da República.” Perguntou-se ao chefe do Ministério Público se enxerga as digitais de José Dirceu nas críticas. E ele: “Há, se não réus, protetores de réus interessados, pessoas com notórias ligações com os réus do mensalão.”

Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos representantes da bancada do PT na CPI, recomendou “humildade” a Gurgel. “Não pega bem e mostra um certo desequilíbrio. Pegaria bem se ele explicasse. Se fosse um pouquinho mais humilde, menos arrogante e explicasse. Não são os membros do PT. São membros de todos os partidos que se manifestaram criticando o fato de o procurador não ter denunciado há três anos uma situação que ele tinha conhecimento pleno.” Para não dizerem que deixarão de falar em espinhos, os petistas cogitam substituir a convocação de Gurgel por um requerimento que leve à CPI a mulher dele, a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques. Foi ela, segundo o delegado Raul Souza, quem comunicou à PF que a Procuradoria não encontrara no inquérito da Operação Vegas indícios suficientes para denunciar ao STF os congressistas envolvidos com Cachoeira. Entre eles Demóstenes Torres.

Resta saber se o PT encontrará na CPI aliados em número suficiente para aprovar um eventual pedido de convocação da mulher de Gurgel. Um pedaço da banda governista e a maioria da ala oposicionista, à frente o PSDB, não exibem disposição para aderir à idéia.

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2012/05/10/pt-agora-hesita-em-convocar-gurgel-para-a-cpi/

Razão social sim; razão racial, equívoco!


Os negros, as cotas e as elites


Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisarem a ação ajuizada pelo partido Democratas (DEM), em 2009, contra o sistema de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB), finalmente decidiram, por unanimidade, que a reserva de vagas em universidades públicas com base nesse sistema é constitucional. O tema já rendeu páginas e páginas em jornais e revistas, horas e mais horas nas TVs e rádios no Brasil, circulou com intensidade nas redes sociais. A Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e a Universidade de Brasília (UnB) foram as instituições pioneiras a lançar a ideia.

Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), tempos atrás, o assunto tornou-se motivo de controvérsia, dentro e fora de seus muros – a imprensa carioca e muitos outros veículos de circulação nacional pautaram a matéria com todo o destaque que ela mereceu. Vencida essa etapa crucial, chegou a hora da imprensa, junto com a sociedade organizada, principalmente a classe estudantil, mirar suas armas no alvo que considero ainda mais relevante: a difícil tarefa de manter o negro na universidade brasileira. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a maioria dos seus alunos (67,16% deles pertencentes às classes B2, C, D e E) não completou seus cursos de graduação na área de exatas.

Esse dado até pode ser minimizado pelo fato da grande maioria dos universitários menos favorecidos financeiramente estar matriculada em cursos rotulados erroneamente de “segunda linha”, como os da área de humanas, nos quais, a princípio, se gasta menos com material de apoio, como livros e instrumentos, os mais diversos. Mas, a necessidade de trabalho para o sustento familiar, diferentemente do que acontece com alunos de melhores condições financeiras, ainda coloca os negros em situação desfavorável. Sabe-se que muitos alunos abandonam seus estudos porque precisam trabalhar e não encontram tempo para isso.

Maior alocação de recursos. Será que o negro brasileiro e alunos advindos de escolas públicas (a grande maioria da raça negra, vale dizer) têm condições de se manter em um curso de graduação, sendo eles os mais sacrificados financeiramente? Não bastasse a altíssima taxa de desemprego, a situação se agrava quando tomamos conhecimento de dados como os da Fundação Seade, de São Paulo, que indica ser o salário médio de um branco na capital paulista de R$ 1.919,20, enquanto o do negro, na mesma função, é de menos da metade, algo em torno de R$ 690,54. O que pensar das condições salariais do negro no Norte e Nordeste do país, regiões onde, historicamente, a riqueza nacional sempre teve pouca representatividade?

Soma-se a isso a falta de base do estudante negro, em sua grande maioria vinda do ensino público, ser um enorme entrave para que a conclusão de seu curso se torne uma realidade. De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2005, dos 4,6% alunos negros ingressantes nas universidades apenas 2,8% concluíram os seus cursos. É preciso saldar a dívida social que o Brasil tem para com os negros, mas de maneira consistente e definitiva. Ao contrário do que muitos querem sustentar, não é justo, nem ético, promover políticas incompletas de resgate da dignidade dos afrodescendentes.

São alguns séculos de total desrespeito para com um povo que foi jogado de maneira sórdida no mercado de trabalho, por ocasião da abolição da escravatura, sem a menor condição de competir com os imigrantes que aqui aportaram e que, de maneira heroica, ajudaram a construir toda a riqueza que hoje possuímos.

Agora, mais do que nunca, se faz necessário atuar verdadeiramente nos ensinos fundamental e médio, sem a costumeira demagogia que mascara a falta de qualidade do ensino em detrimento do discurso da quantidade de alunos matriculados. Ambas precisam caminhar juntas. É preciso cobrar, com veemência, das autoridades responsáveis, maior alocação de recursos para ações indispensáveis ao processo de melhoria do ensino do primeiro e segundo graus: capacitação de mão-de-obra, melhorias salariais, investimentos em estruturas físicas e tecnológicas, fornecimento de material de apoio etc.

Uma batalha foi ganha. Paralelamente, o mesmo tratamento deve-se dar ao ensino superior, acrescentando, é claro, investimentos específicos que só dizem respeito à universidade com suas funções determinadas. Não é mais concebível, por exemplo, que a grande maioria das universidades públicas não ofereça aulas noturnas, propiciando maior número de vagas ao mesmo tempo em que daria condições para que seus alunos pudessem trabalhar. Concordo totalmente com a opinião do jornalista Gilberto Dimenstein, da Folha de S. Paulo, quando afirma, muito consciente da grandiosidade do problema, gostar da ideia de abrir espaço para negros nas faculdades, especialmente para alunos de escolas públicas. “Mas se tal abertura não for acompanhada de ações complementares, o projeto vai comprometer toda a ideia das cotas”, conclui Dimenstein.

É preciso, portanto, reinventar, democratizar não só o ensino superior, mas todo o sistema educacional brasileiro e, para tanto, dependemos de muita vontade política. Devemos sempre desconfiar de políticas voltadas para setores minoritários e à margem da sociedade, visto que o poder, com suas artimanhas, tem como uma das suas principais armas lançarem projetos paliativos visando anuviar os reais problemas enfrentados pelos excluídos. Este filme nós bem conhecemos.

Não há, pelo menos até estes tempos, um real propósito, por parte de nossas elites, em promover a inclusão social de castas que poderiam efetivamente tomar seus lugares no ápice da pirâmide social. Será que o poder constituído não está utilizando a mídia com segundas intenções? Será que os bem intencionados da área educacional e a sociedade como um todo não entraram de gaiato em um navio avariado?... Vale refletir.

Para finalizar, com a intenção de quem bota lenha na fogueira, de quem certamente espera ver a justiça social reinar um dia neste país, deixamos outra pergunta no ar: será que as elites brasileiras suportarão tamanha revolução educacional, a maior de toda a nossa história?... O primeiro sinal de resistência já foi anunciado, com todas as letras e holofotes, um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais: a Universidade de São Paulo (USP) e as universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), não por acaso localizadas no estado mais rico do país, não pretendem adotar o sistema. Como se pode verificar, é preciso que todos os envolvidos na questão das cotas não esmoreçam. Somente uma batalha foi ganha, e a luta deve continuar.

Nunca antes houve tamanha patuscada regada a dinheiro público...


Escândalos dentro de escândalos


O noticiário sobre o escândalo que tem como protagonistas principais o senador Demóstenes Torres e o “empresário” de jogos viciados Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como “Carlinhos Cachoeira”, começa a derivar perigosamente para uma queda de braço entre a chamada grande imprensa e alguns representantes do Partido dos Trabalhadores.

Nas primeiras páginas de quinta-feira (10/5), os principais jornais do país apostam numa disputa entre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e os réus do processo conhecido como “mensalão”, como pano de fundo das ações de parlamentares na investigação do caso Cachoeira.

Trata-se de uma situação inusitada e com potencial para desfechos surpreendentes. Ao acusar o procurador-geral de se haver omitido em 2009, quando Carlos Cachoeira foi citado em uma operação da Polícia Federal na qual já apareciam sinais do envolvimento de políticos, alguns parlamentares estariam, segundo Gurgel, tentando reduzir as responsabilidades dos acusados no caso “mensalão”.

Papel da imprensa. Se demonstrado que o procurador prevaricou numa das etapas do processo que transforma em corréus o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Cachoeira, a acusação ficaria enfraquecida também no caso “mensalão”. Esse é o raciocínio que a imprensa oferece aos seus leitores. Mas há outra hipótese em construção nos bastidores do caso: o que os representantes do partido governista querem demonstrar é que tudo estaria intrincadamente misturado, ou seja, não há um caso “mensalão”, mas uma grande conspiração cujo principal articulador e financiador seria o bicheiro Carlos Cachoeira.

O ponto de partida seria o escândalo original do “mensalão”, no qual um assessor do então ministro José Dirceu, Waldomiro Diniz, foi apanhado cobrando propina do bicheiro. A gravação da cena, que foi parar em mãos de um editor da revista Veja, e daí para o resto da imprensa, teria sido uma “armação” do bicheiro já em conluio com Demóstenes Torres. A partir daí teria sido montado o enredo conhecido como “mensalão”, ou uma suposta rede de pagamento mensal de propinas para estimular os votos favoráveis de parlamentares em questões de interesse do governo.

Essa tese provoca tensões no Supremo Tribunal Federal, onde alguns ministros deixam escapar certo desânimo com relação ao conjunto de provas contra os principais acusados do “mensalão”. Por outro lado, o procurador-geral da República insiste que as provas são consistentes e que esse seria o motivo dos ataques que vem sofrendo por parte de representantes da base aliada no Congresso. No meio de tudo isso é preciso observar o papel da imprensa, que há muito tempo deixou de ser uma espectadora isenta e se transformou também em parte do processo.

Fonte privilegiada. Inicialmente, a mídia jogou o papel de porta-voz dos acusadores no caso “mensalão”, ampliando e dirigindo os debates públicos de modo a consolidar a interpretação geral de que houve um esquema de compra de votos no governo anterior.  Mas agora, com a revelação de relações suspeitas entre o bicheiro Carlos Cachoeira e um diretor de Veja – marcando o ponto exato de onde saíram quase todas as denúncias contra integrantes do governo e da bancada governista nos últimos seis anos – a imprensa á lançada no meio do escândalo. Não mais como observadora, mas como protagonista.

Na quinta-feira, dia 10, os jornais informam que houve um refluxo no ímpeto inicial de alguns parlamentares de convocar jornalistas para explicar suas relações com o bicheiro. Segundo os diários, o gabinete da Presidência da República ordenou cautela e recomendou que seja evitada a convocação de representantes da imprensa à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso Demóstenes-Cachoeira. No entanto, segundo declarações reproduzidas pelos jornais, se houve mesmo mais de duzentas conversações gravadas entre o diretor de Veja em Brasília e integrantes do esquema do bicheiro, não haverá como evitar a convocação do jornalista.

Alguns parlamentares querem interrogar não apenas o diretor da sucursal da revista na capital federal, mas o próprio dono da Editora Abril, Roberto Civita, inimigo declarado do governo desde o primeiro mandato de Lula da Silva, quando sua empresa perdeu contratos para o fornecimento de livros didáticos para escolas públicas – segundo já foi divulgado pela imprensa.  Ao governo não parece interessar essa briga. Mas bem que a sociedade merece um esclarecimento sobre essa relação privilegiada entre a revista e o bicheiro, principalmente porque absolutamente tudo que o chefe da quadrilha “soprou” para Veja foi reproduzido pelo resto da imprensa sem reservas.

Relações perigosas e promíscuas...


O governador e o bicheiro

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fez o que devia ao atender ao pedido do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, para que abrisse uma investigação sobre as suas relações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Pela simples razão de que, ao aumentarem os indícios de proximidade entre o político e o bicheiro, aumentou também, aparentemente, o distanciamento entre o primeiro e a verdade dos fatos.

No começo de abril, numa longa entrevista ao Estado, Perillo admitiu ter tido "algum tipo de relação ou de encontro com o Carlos Ramos, como empresário". Não com o empresário de jogos ilícitos e traficâncias por atacado, mas com o dono de uma fábrica de medicamentos. Nessa condição, o governador o recebeu em palácio. Ele não alegou ignorância das outras atividades do empreendedor, mas disse ter acreditado quando dele ouviu, ao se encontrarem por acaso numa festa, que tinha se regenerado.

Passadas duas semanas daquela entrevista, Perillo se viu obrigado a fazer algo que pode lembrar a proverbial entrega dos anéis para salvar os dedos. Perguntado sobre a influência do bicheiro na sua administração, reconheceu que ela existiu "em relação a algumas áreas do trabalho do Estado, mas de forma isolada, muito pequena", apressando-se a ressalvar: "No governo, não. (Cachoeira) nunca ousou fazer qualquer solicitação em relação à atividade dele".

Se ousou ou não ousou, a CPI mista do Congresso terá condições de esclarecer, ao ir além das descobertas da Polícia Federal, no curso das operações Vegas e Monte Carlo. Mas, na esteira dos vazamentos de gravações policiais autorizadas, três membros do governo goiano, nelas citados, perderam os seus empregos: a chefe do gabinete de Perillo, o procurador-geral do Estado e o presidente do Detran.

O caso deste último, Edivaldo Cardoso, torna mais curiosa e mais curiosa, como diria Alice, a do país das Maravilhas, a versão de que era apenas periférico e esporádico o envolvimento de Cachoeira com os negócios públicos de Goiás. Numa gravação de 2 de março do ano passado, logo no início, portanto, do mandato de Perillo, o contraventor cobra do chefe do Detran a parte do leão que lhe tocaria por ter apoiado o tucano.

Tratando da distribuição da verba publicitária da autarquia, da ordem de R$ 1,6 milhão, Cachoeira critica a destinação de mais recursos para um jornal que "foi contra o Marconi" do que ao que ele próprio parece controlar por meio de um laranja. E lança um argumento irrespondível: "Quem lutou e pôs o Marconi lá fomos nós". Difícil crer que o governador ignorasse a luta do bicheiro para o seu triunfo. Aliás, o grampo que derrubou Cardoso era de uma conversa sobre um possível encontro do governador com Cachoeira.

Outras gravações, como a de 1.º de agosto, em que ele fala com o então diretor da empreiteira Delta, Cláudio Abreu, preso há duas semanas, autorizam inequivocamente a suspeita de que a organização do bicheiro pagava pedágio ao Estado - o nome do governador é citado - para empregar apadrinhados e vencer licitações. Na conversa de agosto, Cachoeira conta a Abreu que "emprestou" R$ 600 mil ao titular do setor de transportes e obras, Jayme Rincón, tesoureiro da campanha de Perillo em 2010. Ao que o interlocutor invoca a necessidade de "tirar proveito da situação".

Dois meses antes, o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, informara o chefe do envio de uma caixa de computador "com aquele negócio" ao palácio do governo. Segundo um jornalista que trabalhou para o bicheiro, a caixa continha R$ 500 mil. O pior de tudo é a intimidade do governador com Cachoeira que transparece nas conversas.

Em geral, os dois se falavam por interpostas pessoas - uma delas, o senador Demóstenes Torres. Cachoeira, por sinal, se gaba de ter reaproximado os dois políticos rivais no Estado. Em 3 de maio, dia de seu aniversário, ele recebeu um telefonema de uma pessoa que o chama de "liderança". Depois de responder "Fala amigo, tudo bem?", ouve: "Rapaz, faz festa e não chama os amigos?". O amigo chama-se Marconi Perillo.

Constrangedor...


Por que o mau hálito varia de odor?

Dra. Carla Andrea Nicoletti de Carvalho Lopes

Porque os maus odores têm diferentes causas. De cada 10 casos, 9 são resultados de decomposição do resto de comida e células mortas dentro da boca. Mas pode ser também da queima de gordura durante o sono ou exercício físico, prisão de ventre, gengivites ou sinusites.
Substâncias que compõem o mau hálito:

1) Sulfeto de hidrogênio (H2S)
Aroma - ovo podre, gás de esgoto
Causa - Bactérias fazem a decomposição de material orgânico que fica entre os dentes. Dessa decomposição, são eliminadas substâncias mal cheirosas que são exaladas no hálito. A saliva elimina naturalmente essas substâncias, por isso, o risco de mau hálito aumenta em quem saliva pouco – quadro que é agravado por antidepressivos, hipertensão, estresse e pelos sintomas da gripe. Beber muita água e mascar chiclete sem açúcar pode ajudar nesses casos, pois a mastigação faz uma estimulação das glândulas salivares.

2) Metanotiol (CH3SH)
Aroma - gás de cozinha
Causa - principalmente doenças periodontais e gengivites. Doenças orais que causam sangramento e formação de pus podem levar a um mau hálito tremendo. Afinal, o pus nada mais é do que um exudato de glóbulos brancos mortos na batalha infecciosa entre organismo e bactérias e outros tecidos mortos, tudo em putrefação.

3) Amônia (NH3)
Aroma - amoníaco
Causa - excesso de proteína no sangue que, depois de metabolizada, é eliminada pela urina e pelo hálito.

4) Corpos cetônicos
Aroma - acetona
Causa - diabetes mellitus, exercícios físicos vigorosos, dieta pobre em carboidratos e jejum prolongado. O mau hálito não vem do estômago, mas do metabolismo das gorduras. Quando a quantidade de açúcar cai no sangue, o corpo começa a queimar lipídios, um processo chamado cetose. Um dos produtos dessa metabolização é a acetona – uma substância de cheiro bem característico.

5) Escatol (C9H9N)
Aroma - fezes (em baixa concentração tem aroma floral)
Causa - prisão de ventre. Quanto mais tempo os detritos ficam no intestino, maior a proliferação de bactérias e a absorção de toxinas mal cheirosas que ficam no sangue e são expelidas pelo ar dos pulmões.

6) Cadaverina (H2(CH2)5NH2) e Putrescina (NH2(CH2)4NH2)
Aroma - carniça
Causa - má higiene que não consegue eliminar restos de carne que ficam entre os dentes e que se decompõem e putrefazem na boca.
A higiene oral deve ser feita após todas as refeições. Escova e fio dental para a remoção completa dos resíduos alimentares que ficam entre os dentes e consultas de manutenção no dentista de seis em seis meses são fundamentais para a saúde gengival e periodontal. Manter a saúde geral do organismo sob controle também é fundamental, pois doenças metabólicas podem se revelar na boca.

Mais uma etapa superada...