Rapaz afirma ter sido agredido após abraçar namorado em trem em SP
Vítima diz ter sido insultada e agredida por motivos
homofóbicos.
Caso teve início em trem da Linha 12, da CPTM, em Itaquaquecetuba.
Caso teve início em trem da Linha 12, da CPTM, em Itaquaquecetuba.
Um operador de telemarketing afirma
ter sido agredido em uma estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) após abraçar o namorado dentro de uma composição da Linha 12-Safira.
Segundo Marlon Marques Emboava, de 23 anos, ele e o namorado, que tem 24 anos,
foram insultados ainda dentro do trem e empurrados para a plataforma da Estação
Engenheiro Manoel Feio, emItaquaquecetuba, na Grande São Paulo, no
final da tarde desta segunda-feira (1º).
Segundo Emboava, ele e o namorado voltavam do trabalho quando
começaram a ouvir insultos e piadas preconceituosas de um homem de
aproximadamente 30 anos dentro da composição. O agressor usava uniforme de gari
e o empurrou para fora do transporte público assim que o trem parou na Estação
Engenheiro Manuel Feio. Na plataforma, Emboava foi agredido com socos e
empurrões e, então, insultou o gari.
Segundo a vítima, seguranças da CPTM foram acionados e
chegaram a passar pelo agressor, mas nada fizeram. "Ele passou por quatro
seguranças que o cumprimentaram balançando a cabeça, mas nada fizeram",
conta Emboava.
Questionados, os vigilantes teriam alegado que não poderiam
fazer nada. "Eles disseram que a gente tinha que sair da estação e chamar
a polícia", completa.
A CPTM informou ao G1, por volta das 15h40 desta
quinta-feira (4) que "tomou conhecimento do fato por meio dessa reportagem
e irá apurar a forma de atuação dos vigilantes terceirizados de acordo com as
informações nela contidas. Caso seja verificado o não cumprimento dos
procedimentos internos serão tomadas medidas administrativas cabíveis." A
companhia ainda informou que usuários que presenciarem irregularidades podem
denunciar pelo SMS Denúncia, pelo telefone 97150-4949, ou pela Central de
Atendimento ao Usuário, no 0800-55-0121, ou ainda pelas Redes Sociais da
Companhia.
O operador de telemarketing e o namorado, então, ligaram para
a Polícia Militar e começaram a seguir o agressor pelas ruas no entorno da
estação, em Itaquaquecetuba. Entretanto, eles desistiram com medo de serem
vistos pelo agressor. Policiais chegaram ao local após alguns minutos e
realizaram uma ronda pela área em busca do gari, mas não o localizaram.
Ainda na segunda-feira, a vítima procurou atendimento no
Hospital Municipal de Itaquaquecetuba. Na manhã seguinte, ele registrou boletim
de ocorrência por agressão na delegacia da cidade. Emboava passará por exame de
corpo de delito nesta quinta-feira, no Instituto Médico Legal de Artur Alvim,
na Zona Leste da capital.
"A minha intenção é fazer com que ele pague por esse
crime. Quero que ele seja indiciado. Enquanto acontecer isso e ninguém fizer
nada, situações como essa se repetirão". O namorado de Emboava, que tentou
apartar a briga, sofreu ferimentos leves, mas preferiu não registrar
ocorrência.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo foi
procurada, mas até as 17h desta quinta não havia informado o andamento das
investigações.