domingo, 27 de outubro de 2013

Devanear...

Antes de postar de novo no Facebook, veja o que mais irrita homens e mulheres
Sabe aquela raivinha que bate quando vê que o gato postou alguma bobagem nas redes sociais? Bom, ele sente o mesmo em relação a você. Veja a lista do que mais irrita cada um dos sexos quando o assunto é atualizar o status.

Ele curtiu a foto da ex, fez uma piada de mal gosto com o seu seriado do coração ou desmarcou a si mesmo nas fotos de vocês dois juntos no fim de semana. O relacionamento virtual nas redes sociais nem sempre é harmonioso. Muito pelo contrário. Ele também não gosta de vários dos seus posts, pode ter certeza.

O site Askmen.com fez uma lista com tudo que eles acham de mais bizarro no comportamento feminino nas redes sociais. A Cosmopolitan, nossa irmã americana, viu a lista e resolveu responder com o que eles fazem e nos irritam. Conheça as duas listas:

Eles não gostam que a gente...

1- Crie perfil falso para bisbilhotar o ex: além dessa atitude específica, eles detestam perceber que você continua de olho no que o ex anda fazendo online - e usa o perfil de um amigo em comum para fazer isso. A dica, segundo os homens, é não adicionar pessoas estranhas e limitar a interação com amigos em comum após o término. Muito drástico, né?

2- Poste indiretas sobre o relacionamento: "Ao invés de sentar e conversar, as mulheres preferem usar o status do Facebook para mostrar como o namorado é um babaca", dizem eles.  Detalhe: quem detesta DR são eles, não é mesmo?!

3-Declare um status falso de relacionamento: segundo a Askman.com, algumas mulheres preferem inventar que estão em um relacionamento para não provocar pena nos outros por estarem sozinhas. Imagina só! A gente adora a vida de solteira, não é mesmo?!

Elas odeiam que eles...

1-Bloqueiem a informação sobre o status de relacionamento: a Cosmo tem razão quando diz que a mágica de clicar em um perfil daquele gato que você viu no corredor é saber se ele está namorando ou não. Então por que eles escondem essa informação?

2-Se desmarquem das fotos: você foi a um churrasco com os amigos e a galera tirou uma foto conjunta. Quando resolve ver quem curtiu, descobre que um dos caras que você marcou não está mais tagueado na foto. E a situação nem era constrangedora o suficiente para que ele tivesse vergonha de estar marcado. Para a Cosmo, essa atitude é um tanto ofensiva.

3-Convidar para sair por mensagem no mural ao invés de usar a mensagem fechada: "É como se ele se levantasse em um ambiente com todos seus amigos e familiares e fizesse essa pergunta", aponta a Cosmo. Já pensou se você tem pai, irmão ou primos ciumentos? Ou se está a fim de outro? Queima o filme, não?!

Carninha a mais...

Eles falam se a forma física das mulheres influencia na relação
Os entrevistados pelo Terra afirmaram que a discriminação contra mulheres obesas é forte entre os homens e que a maioria hesita em se envolver.
A personagem Perséfone (Fabiana Karla) sofreu discriminação e foi humilhada pela família do noivo.

Nas últimas semanas, o casamento entre os personagens Perséfone (Fabiana Karla) e Daniel (Rodrigo Andrade) da novela Amor à Vida levantou a questão da discriminação às pessoas com excesso de peso. A personagem foi chamada de “gorda” e criticada pela família do noivo. Fora da ficção, a realidade não é muito diferente. Os entrevistados pelo Terra, mesmo após afirmarem que o importante é a personalidade e conteúdo da mulher, confessaram que o preconceito contra as obesas ronda o universo masculino e que a maioria dos homens hesita em assumir um relacionamento com uma parceira no perfil.

“Não é o peso que define o caráter da pessoa”, disse o faturista Fabricio Goes. Porém, segundo o analista de tecnologia Bruno Lakatos, não dá para negar que o preconceito existe como problema cultural em que as “garotas bonitas são magras” e as “gordinhas não se encaixam no padrão de beleza”. Lakatos afirmou ainda que os galãs ficam envergonhados em estar ao lado de uma mulher que não seja considerada tão bonita quanto ele pela sociedade.  Para o auxiliar administrativo Thiago Fortes, o homem quer alimentar o ego e “quanto mais bonita a mulher, mais a exibe como troféu”.

Não é comum Fortes e Lakatos se interessarem por mulheres obesas, segundo eles. O analista de tecnologia, por exemplo, disse que “quando está em uma balada, onde não conhece as pessoas, procura as mais belas de rosto e corpo”. Fortes não foi tão incisivo, confessou não ter vivido a situação nem ter planos para isso, mas disse que os quilos a mais não seriam empecilho para ele se envolver com alguém. “Procuro uma mulher íntegra e com personalidade forte, odeio as volúveis e sem opinião. Mas acho que da mesma forma que eu me cuido, ela pode se cuidar”, acrescentou. 

A situação de Goes e do assistente de marketing José Carlos Rodrigues Júnior é completamente diferente: o primeiro coloca a aparência em segundo plano e o segundo tem as mulheres “gordinhas” como o tipo preferido. “Sinto atração física, além de elas serem mais esforçadas, lerem mais, terem mais cultura e serem mais carinhosas”, explicou Júnior. O assistente de marketing, se tem algum preconceito, é em relação às magras. “Mulher gordinha tem mais imaginação, com as magras é tudo sem graça”, disse.

O preconceito dos outros
O gosto de Júnior é motivo de piadas entre os amigos. “Quando estou na mesa e aparece uma mulher, me avisam com um pouco de sarcasmo. Outros já são mais diretos e falam: ‘você gosta, mesmo? É mentira, certo?’”, relatou. Nas rodas masculinas, as mulheres obesas ou às vezes apenas as que estão acima do peso não passam ilesas: entre os comentários maldosos estão “baleia, gorducha, rolha de poço, e chupeta de baleia”, exemplificaram os entrevistados.

“As pessoas acreditam que os parceiros têm que ser iguais, isso acontece não só com gordinhos, mas com asiáticos, negros, entre outros, pois pensam que a gordinha tem que namorar o gordinho e assim sucessivamente”, comentou Lakatos. Foi justamente a opinião apresentada pelos pais do personagem Daniel de Amor à Vida. Se estivessem no lugar dele, os entrevistados ficariam chateados e se afastariam das pessoas que desrespeitaram a parceira. “Não importa como a pessoa é, mas o quanto ela vai me fazer feliz”, completou Junior.

Embuste passageiro...

Mulheres só aparecem sem maquiagem após um mês de namoro

O começo do relacionamento é um momento de conquista. Isso explica porque a maioria das mulheres espera quatro semanas para aparecer sem maquiagem para o namorado. Um estudo realizado com 2 mil entrevistadas mostra que as solteiras se sentem menos atraentes e confiantes quando não estão produzidas. As informações são do Daily Mail.

O estudo apontou que seis a cada 10 mulheres preferem que o parceiro se envolva na relação antes de mostrar o rosto ao natural. Isso faz com que elas se levantem no meio da noite para retocar a maquiagem e até acordem mais cedo para garantir o visual perfeito. Um terço das entrevistadas disse correr para o banheiro imediatamente após dormir na casa do parceiro pela primeira vez.

As participantes afirmaram gastar cerca de 40 minutos se preparando para encontrar o novo namorado, o que envolve maquiagem, cabelo e roupa. Trinta por cento das mulheres disseram que ser vista sem maquiagem poderia arruinar o novo relacionamento, enquanto um quinto acha que os homens ficariam chocados de como elas são diferentes ao natural.

Além disso, um terço das comprometidas acredita que seu namoro não teria dado certo se tivesse aparecido sem maquiagem no primeiro encontro.

O problema não é só com o parceiro. Trinta e dois por cento das mulheres não gostariam que os colegas de trabalho as vissem ao natural, enquanto 20% não poderiam enfrentar o chefe sem maquiagem e 31% têm barreira com o ex-namorado.

A desafiar a inteligência mediana...

Porque Dilma em seu cinismo eleitoral, perde a noção do bom caráter?
Alckmin recebe Dilma, e se obriga, por educação, a ouvir mentiras...

Dilma afirmou em São Paulo que os governos tucanos não investiram em metro em São Paulo. Como foi a última a falar, o governador Alckmin não teve a menor chance de se defender.

Segundo Dilma, no auto de sua inspiração mentirosa, "os governos tucanos em São Paulo não investiram no metrô porque achavam “inadequados”...

É sabido que o governo central, controlado pelo PT, pratica a política da terra arrasada, prejudica os Governos Tucanos, atrasam projetos, verbas, para depois criticar e usar no palanque.

O governo do PT nunca direcionou um centavo para que o metrô de São Paulo avançasse porque jamais investiria num estado governado por adversários políticos. Para eles, de visão curta, e inteligência idem, isso significaria possibilitar um trunfo ao inimigo político... Portanto, nada foi feito. Não tem nada a ver com ter que pedir autorização ao FMI para investir, apenas o povo de São Paulo não era prioridade para o PT... A estratégia política contava mais.

Agora a presidente Dilma se mostra interessada em investir no metrô paulista porque o PT aposta em ganhar a eleição para o Governo do Estado, nem que para isso, distribua mentiras e "estorinhas" antigas.

Dilma, assim como o PT, aposta no cinismo e na mentira, Mas, às vezes, seria muito bom que, vez por outra, a presidente alerte pra o fato de que a verdade e o bom caráter não faz mal a ninguém.

Sei que para um petista é muito difícil, mas vale a pena o esforço.

http://blogdomariofortes.blogspot.com.br/2013/10/porque-dilma-em-seu-cinismo-eleitoral.html

Resultado pífio...

 
No setor externo, um desastre made in Brazil
ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff deve terminar o ano com mais um troféu econômico, o pior resultado das contas externas em mais de uma década - exportações estagnadas, importações em alta e um enorme buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. Nos 12 meses terminados em setembro o déficit na conta corrente chegou a US$ 80,51 bilhões, equivalentes a 3,6% do produto interno bruto (PIB), informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). No relatório recém-divulgado foram mantidas as projeções para 2013: saldo comercial de US$ 2 bilhões, déficit em conta corrente de US$ 75 bilhões (3,35% do PIB) e investimento estrangeiro direto de US$ 60 bilhões. Alguma melhora será necessária, portanto, para se chegar ao fim de dezembro com o cenário estimado pelo BC. Um quadro mais positivo, neste e no próximo ano, dependerá principalmente de uma recuperação da balança comercial e nesse quesito o País continua muito mal.

A exportação rendeu neste ano US$ 192,59 bilhões até a terceira semana de outubro, 1,1% menos que no ano passado em igual período. A importação consumiu R$ 193,19 bilhões, 8,7% mais que um ano antes, segundo os dados oficiais. O saldo acumulado em quase dez meses, US$ 605 milhões, só foi possível graças ao resultado favorável obtido nas três primeiras semanas do mês, um superávit de US$ 1 bilhão. Mas esse resultado embute uma exportação meramente contábil de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,9 bilhão. Outras plataformas foram contabilizadas nos meses anteriores, mas foram sempre vendas fictícias, vinculadas à concessão de benefícios fiscais.

Se esses números fossem eliminados, o quadro do comércio exterior brasileiro, já muito feio pelos números oficiais, seria bem menos favorável. Para acertar as contas seria também preciso, poderiam dizer os mais otimistas, eliminar as importações de combustíveis efetuadas em 2012 e registradas só neste ano graças a um arranjo especial da Petrobrás. É verdade, mas é indispensável lembrar uma diferença entre essas compras e as vendas de plataformas. Estas só ocorreram na contabilidade, mas as compras de combustíveis foram realizadas e seria necessário incluí-las nos cálculos em algum momento. Se tivessem entrado nas contas do ano passado, o superávit comercial teria ficado bem abaixo dos US$ 19,41 bilhões divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Se as projeções do BC estiverem corretas, o Brasil vai faturar neste ano US$ 241 bilhões com as vendas ao exterior. O gasto com produtos estrangeiros chegará a US$ 239 bilhões. O valor exportado será 0,6% menor que o do ano passado e 5,8% inferior ao de 2011. A importação terá custado cerca de 7% mais que em 2012 e 5,6% mais que dois anos antes. A deterioração é inegável e a causa mais importante é o enfraquecimento da indústria brasileira, por falta de investimentos, aumento de custos e dificuldade crescente para enfrentar uma disputa mais dura em mercados mais apertados. Isso vale para o mercado nacional.

As medidas protecionistas impostas pelo governo foram insuficientes para barrar o ingresso de produtos estrangeiros. Além do mais, nenhuma barreira tornaria os produtores brasileiros mais capazes de competir fora das fronteiras, mesmo em áreas antes consideradas campos de caça tranquilos, como o Mercosul e a maior parte da vizinhança. Também na região outros produtores têm conseguido ocupar espaços crescentes sem muita oposição brasileira.

Quando se aponta a piora do balanço de pagamentos - especialmente da balança comercial -, ministros costumam citar a acumulação de reservas para mostrar a segurança do setor externo. Mesmo com intervenções no mercado cambial, como reação às turbulências do meio do ano, o BC conseguiu, graças a uma estratégia bem desenhada, evitar a perda de moeda estrangeira e preservar mais de US$ 370 bilhões. Esse é, sem dúvida, um importante fator de segurança, mas de nenhum modo pode substituir a eficiência produtiva e os acordos internacionais favoráveis à expansão do comércio.

A política brasileira tem falhado nas duas frentes. A deficiência de investimentos, o desperdício de recursos, o erro na escolha de prioridades (na política educacional, por exemplo) têm dificultado ganhos gerais de produtividade. Se as concessões derem certo, a taxa de investimentos chegará a 22,5% do produto interno bruto até 2018, segundo estimativa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Muitos países latino-americanos já estão acima desse padrão, enquanto a taxa brasileira continua oscilando entre 18% e 19%.

Como as condições de produção foram geralmente negligenciadas nos últimos dez anos, a começar pela infraestrutura, o potencial de crescimento diminuiu, como seria previsível. Hoje esse problema é assunto da pauta internacional, pouco importando os desmentidos e esperneios do governo brasileiro.

Na outra frente, a escolha das parcerias prioritárias, também se acumularam erros desastrosos. A diplomacia comercial pôs no alto da agenda a aproximação com mercados pouco importantes, com exceção do chinês. Mas o comércio com a China virou uma relação semicolonial, com o Brasil praticamente limitado a vender commodities, em geral de pouca ou nenhuma elaboração, e a importar manufaturados.

Os imperialistas, desprezados pela diplomacia de passeata dos governos petistas, continuam como compradores relevantes de manufaturados - e poderiam comprar muito mais se tivessem sido assinados acordos de livre-comércio. Mas nem todos criticam a estratégia comercial brasileira e o desprezo petista aos grandes mercados. No caso dos chineses e outros exportadores realistas e dinâmicos, a fantasia terceiro-mundista vivida em Brasília nos últimos dez anos elimina um possível competidor de peso.

Chiste...

Escolhas erradas na saúde
O Estado de S.Paulo
Quando se observa o conjunto das ações do governo na área da saúde, não há como fugir à penosa impressão de que ele se tem limitado a medidas pontuais, em torno das quais faz muito alarido, deixando de lado os verdadeiros problemas. Enquanto cuida do programa Mais Médicos e de medidas destinadas a melhorar o desempenho dos planos de saúde, por exemplo, ele descuida do Sistema Único de Saúde (SUS), que, no entanto, deveria ser o principal alvo de suas atenções. O governo revela, assim, uma visão de curto prazo, medíocre, que compromete o futuro de um setor-chave da administração pública.

A última novidade é a ideia - ainda em estudo, segundo o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo - de abrir uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as empresas de planos de saúde investirem na ampliação de sua rede hospitalar. O pedido partiu das empresas, que dizem não ter como bancar sozinhas esse investimento.

Em setembro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que se estudava o oferecimento, pelo BNDES, de uma linha de crédito desse tipo às cooperativas de médicos, que agora se pretende estender a todas as empresas do setor. Tal como já então propunha Pimentel, as operadoras deverão dar "como garantia as reservas técnicas que detêm junto à ANS".

Para Longo, a medida se justifica porque o crescimento da rede hospitalar privada não acompanhou o aumento do número de clientes dos planos - principalmente os coletivos, oferecidos pelas empresas -, que hoje chega a 49 milhões. Isso é fato. Mas é preciso acrescentar que tal aconteceu porque as empresas venderam o que não podiam entregar. Elas sabiam muito bem que sua rede de hospitais, laboratórios e médicos não tinha condições de suportar o aumento de clientes.

Isso só seria possível se elas investissem na ampliação da rede, principalmente a hospitalar, o que não fizeram, como dizem, por não terem recursos suficientes. Querem fazer isso agora com o crédito a juros favorecidos - em última instância, bancados pelo contribuinte - do BNDES. Se dinheiro público será aplicado em hospitais, ele deve ir para a rede pública. Ela está disso muito necessitada, pois perdeu quase 13 mil leitos entre janeiro de 2010 e julho deste ano, de acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)com base em dados do Ministério da Saúde. Este, sim, é um dos grandes problemas da saúde no Brasil.

Pouco antes de propor esse financiamento, a ANS tinha tomado uma medida - a inclusão de dezenas de novos procedimentos e medicamentos na lista daqueles que os planos de saúde são obrigados a oferecer - que traz inegáveis benefícios para os clientes da rede de saúde privada, mas, ao mesmo tempo, ajuda a mostrar os seus limites. A partir de janeiro, os clientes dos planos terão direito a mais 50 procedimentos, em cirurgias, exames, tratamentos e consultas, e a 37 medicamentos orais para câncer.

Muitos ficaram de fora, porque a medicina progride rapidamente, mas se torna também cada vez mais cara. Se todos ou a grande maioria dos novos tratamentos e remédios fossem incluídos na lista da ANS - e a tendência natural tanto das associações médicas como dos pacientes é querer que assim fosse -, isso acarretaria custos enormes, que tornariam os planos de saúde proibitivos para as camadas de baixa renda. Mesmo a classe média teria dificuldade de honrar esse compromisso.

A dura realidade é que há uma forte tendência de a médio e a longo prazos os planos de saúde se tornarem restritos a uma parcela pequena da população. Este é mais um elemento que mostra a necessidade urgente de se investir maciçamente no SUS, para que ele possa cumprir aqui o seu papel de sistema público e universal de saúde, atendendo a grande maioria da população. Essa é a sua vocação original. Deixar um quarto da população (49 milhões) por conta dos planos e ainda oferecer-lhes crédito do BNDES é uma aposta errada - para não dizer irresponsável - que custará muito caro ao Brasil.

Insossa...

A varinha mágica de Dilma
O Estado de S.Paulo
Ao longo da última semana, a presidente Dilma Rousseff declarou ao menos três vezes que seu governo está cumprindo os "cinco pactos" que ela propôs durante as manifestações de junho passado. Não é, portanto, algo casual. Dilma quer fazer o eleitor acreditar que o Brasil, graças à varinha mágica de seu governo, está hoje muito melhor do que há quatro meses.

Em uma das declarações, Dilma sublinhou que sua avaliação é "absolutamente baseada em fatos, em dados, objetiva". A ênfase da presidente na solidez de sua argumentação parece ter a intenção de desmentir o fato, notório, de que seu governo habitualmente fantasia sobre suas ações e tortura números para que eles reflitam o cenário idealizado.

Mas a realidade, como sempre, desmente a ficção criada pelos marqueteiros do Planalto. O primeiro "pacto" que Dilma disse estar "sistematicamente" cumprindo é o da responsabilidade fiscal, que ela classificou como "a mãe dos outros pactos". A presidente voltou ao assunto diversas vezes, afirmando que "é impossível fazer pactos e ao mesmo tempo quebrar o controle da inflação, a estabilidade fiscal e o montante de reservas".

Dilma tem razão quando diz que todos os compromissos que ela assumiu dependem, em primeiro lugar, da responsabilidade fiscal. Trata-se de uma grande conquista do País, após décadas de gastança desenfreada e perda de credibilidade internacional. Aliás, foi justamente graças ao equilíbrio das contas públicas, obrigatório por lei a partir do ano 2000, que os governos petistas puderam incrementar os programas de transferência de renda que tanta popularidade lhes trouxeram.

Para provar que está cumprindo o "pacto" pela responsabilidade fiscal, Dilma afirmou que a inflação está "sob controle" e que o orçamento está "equilibrado". Mas não é possível, por nenhum parâmetro razoável, dizer que uma inflação de 6% esteja "sob controle". Dilma costuma dizer que essa variação de preços está "dentro da meta", mas a meta é 4,5%, e a inflação está no limite da margem de tolerância - e só não subiu mais porque os combustíveis estão com seus preços represados.

Sobre as contas públicas, falar em "equilíbrio" é zombar da inteligência alheia. A contabilidade criativa da equipe econômica já ganhou fama mundo afora. Além dos truques, são cada vez mais necessários, para fechar as contas e cumprir as metas, os dividendos pagos por estatais e as receitas extraordinárias, como o bônus do leilão do Campo de Libra.

Assim como no caso da responsabilidade fiscal, os demais compromissos assumidos durante as manifestações de junho só estão sendo cumpridos no palanque. Dilma mencionou o "pacto" pela reforma política e tornou a defender a realização de um plebiscito sobre as eventuais mudanças - uma proposta que sua própria base no Congresso já rejeitou.

Outro "pacto" que Dilma disse ter cumprido é a melhoria da saúde. Para provar, citou o Programa Mais Médicos - um remendo eleitoreiro destinado a turbinar a candidatura do ministro Alexandre Padilha (Saúde) ao governo de São Paulo. Enquanto isso, o Ministério da Saúde investiu, até agosto, apenas 26,5% dos R$ 10 bilhões que estavam reservados para equipamentos e obras.

A presidente citou ainda, como compromisso cumprido, a melhoria da mobilidade urbana, algo que afinal estava no centro das reivindicações de junho. Na época, ela anunciou uma injeção de R$ 50 bilhões em projetos de transporte público. Mas seus próprios ministros agora admitem que essa meta não será cumprida, principalmente porque faltam projetos viáveis.

Por fim, Dilma mencionou o "pacto" pela educação e disse que este também está sendo obedecido, porque seu governo conseguiu destinar 75% dos royalties do petróleo para a melhoria desse setor. Um dos problemas é que essa destinação só vale para os contratos novos - e, na melhor das hipóteses, o dinheiro só começará a irrigar as salas de aula na próxima década. No entanto, o maior empecilho, como se sabe, não é a falta de recursos, e sim a má gestão das verbas existentes. E isso não se resolve no gogó.

Mais uma etapa superada...