Eles falam se a forma física das mulheres
influencia na relação
Os
entrevistados pelo Terra afirmaram que a discriminação contra mulheres obesas é
forte entre os homens e que a maioria hesita em se envolver.
A personagem
Perséfone (Fabiana Karla) sofreu discriminação e foi humilhada pela família do
noivo.
Nas últimas
semanas, o casamento entre os personagens Perséfone (Fabiana Karla) e Daniel
(Rodrigo Andrade) da novela Amor à Vida levantou a questão da discriminação às
pessoas com excesso de peso. A personagem foi chamada de “gorda” e criticada
pela família do noivo. Fora da ficção, a realidade não é muito diferente. Os
entrevistados pelo Terra, mesmo após afirmarem que o importante é a
personalidade e conteúdo da mulher, confessaram que o preconceito contra as
obesas ronda o universo masculino e que a maioria dos homens hesita em assumir
um relacionamento com uma parceira no perfil.
“Não é o peso
que define o caráter da pessoa”, disse o faturista Fabricio Goes. Porém, segundo
o analista de tecnologia Bruno Lakatos, não dá para negar que o preconceito
existe como problema cultural em que as “garotas bonitas são magras” e as
“gordinhas não se encaixam no padrão de beleza”. Lakatos afirmou ainda que os
galãs ficam envergonhados em estar ao lado de uma mulher que não seja
considerada tão bonita quanto ele pela sociedade. Para o auxiliar administrativo Thiago Fortes,
o homem quer alimentar o ego e “quanto mais bonita a mulher, mais a exibe como
troféu”.
Não é comum
Fortes e Lakatos se interessarem por mulheres obesas, segundo eles. O analista
de tecnologia, por exemplo, disse que “quando está em uma balada, onde não
conhece as pessoas, procura as mais belas de rosto e corpo”. Fortes não foi tão
incisivo, confessou não ter vivido a situação nem ter planos para isso, mas
disse que os quilos a mais não seriam empecilho para ele se envolver com
alguém. “Procuro uma mulher íntegra e com personalidade forte, odeio as
volúveis e sem opinião. Mas acho que da mesma forma que eu me cuido, ela pode
se cuidar”, acrescentou.
A situação de
Goes e do assistente de marketing José Carlos Rodrigues Júnior é completamente
diferente: o primeiro coloca a aparência em segundo plano e o segundo tem as
mulheres “gordinhas” como o tipo preferido. “Sinto atração física, além de elas
serem mais esforçadas, lerem mais, terem mais cultura e serem mais carinhosas”,
explicou Júnior. O assistente de marketing, se tem algum preconceito, é em
relação às magras. “Mulher gordinha tem mais imaginação, com as magras é tudo
sem graça”, disse.
O preconceito dos outros
O gosto de
Júnior é motivo de piadas entre os amigos. “Quando estou na mesa e aparece uma
mulher, me avisam com um pouco de sarcasmo. Outros já são mais diretos e falam:
‘você gosta, mesmo? É mentira, certo?’”, relatou. Nas rodas masculinas, as
mulheres obesas ou às vezes apenas as que estão acima do peso não passam
ilesas: entre os comentários maldosos estão “baleia, gorducha, rolha de poço, e
chupeta de baleia”, exemplificaram os entrevistados.
“As pessoas
acreditam que os parceiros têm que ser iguais, isso acontece não só com
gordinhos, mas com asiáticos, negros, entre outros, pois pensam que a gordinha
tem que namorar o gordinho e assim sucessivamente”, comentou Lakatos. Foi
justamente a opinião apresentada pelos pais do personagem Daniel de Amor à
Vida. Se estivessem no lugar dele, os entrevistados ficariam chateados e se
afastariam das pessoas que desrespeitaram a parceira. “Não importa como a
pessoa é, mas o quanto ela vai me fazer feliz”, completou Junior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário